3 de julho de 2004

Morte de Marlon Brando



No passado dia 1 deixou-nos aquele que é considerado por muitos o melhor actor da sua geração e de sempre. Depois de ter atravessado uma fase em que não pretendia viver e que planeava o seu funeral, no seu atol, aceitou aparecer num filme sobre ele próprio e parecia estar mais animado para os anos vindouros, mas uma fibrose pulmonar levou-o três meses depois de completar os 80 anos.
Se alguém não o conhece(!) digo apenas que era tal a sua fama que por ter interpretado Jor-El, o pai do Super-Homem, durante 10 minutos no primeiro "Super-Man", teve um salário dezasseis vezes superior ao de Christopher Reeve pelo filme todo.

Revelado ao mundo como Stanley Kowalski na peça teatral "A Streetcar Named Desire" numa interpretação inesquecível que Elia Kazan passou para filme. Kazan também o dirigiu em "Viva Zapata!" e em "On the Waterfront", outros dois títulos incontornáveis na sua grande carreira. Entre os quarenta filmes que fez, estão personagens únicas do cinema mundial como os já referidos Stan e Zapata, Marco António no "Julius Caesar" de Joseph Mankiewicz ("Cleopatra"). Depois de alguns papeis "menores" (apenas por comparação com a sua brilhante obra, pois incluo neste lote "Sayonara"), volta em grande nos anos setenta. Em 1972 surge um novo Marlon Brando como Paul em "Ultimo Tango a Parigi", no mesmo ano faz aquele que é de longe o seu papel mais conhecido, Don Vito Corleone, "The Godfather". Coppola só o dirigiu em mais um filme e esse também dispensa apresentações, é "Apocalypse Now" onde faz de Coronel Kurtz.

Muitos mais grande filmes aparecem no seu currículo. Referirei alguns mais recentes onde este (grande entre os grandes) actor foi visto. Tentou curar Johnny Depp em "Don Juan DeMarco" (1995), transformou animais em humanos em "The Island of Dr. Moreau" (1996), contratou De Niro em "The Score" (2001) e ia agora interpretar Marlon Brando em "Brando and Brando", um filme que a tunisina Ridha Behi pretendia fazer para homenagear a carreira, se não for cancelado será agora para homenagear o homem.

Passemos aos números, venceu 4 em 7 nomeações para os BAFTA, venceu 2 em 8 nomeações para os Oscars (quando da cerimónia de entrega do segundo, recusou recebê-lo por o governo discriminar os índios e só o aceitou por lhe ter sido roubado o primeiro), 5 das 9 nomeações para Golden Globes, um Emmy pela única série que fez, e venceu Cannes no segundo ano do festival.

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