21 de setembro de 2004

"The Bourne Supremacy" por Nuno Reis


Doug Liman já trabalhou em diversos filmes como "Go", "Kissing Jessica Stein" e neste momento está a dirigir Brad Pitt e Angelina Jolie em "Mr. & Mrs. Smith" mas a sua obra mais mediática é sem dúvida "The Bourne Identity" onde Matt Damon tem uma das suas mais conhecidas personagens. Na sequela Liman ficou apenas com a produção e deixou a realização nas mãos de Paul Greengrass que tem como título mais sonante na sua breve carreira "Bloody Sunday", vencedor de diversos festivais incluindo Berlim, Fantasporto e Sundance.
Nesta sequela, uma operação da CIA que pretendia desmascarar um informador corre mal por intervenção de um assassino que mata os dois homens envolvidos na transacção, deixando uma impressão digital de Bourne. Esse homem segue depois para a Índia onde persegue o homem que incriminou, mas quem acaba por morrer é a companheira dele, Marie. Usando o auto-controlo que treinou durante anos, Bourne vai usar a raiva despoletada para se vingar daqueles que suspeita serem responsáveis pelo sucedido, os seus criadores, o projecto Treadstone da CIA.
O elenco deste filme é semelhante ao anterior, Matt Damon, Franka Potente, Julia Stiles, Brian Cox e Gabriel Mann mantiveram as personagens, Joan Allen surge para desempenhar Pamela Landy, uma directora da CIA que o quer deter a todo o custo, e Karl Urban, a maior estrela do cinema neo-zelandês, é o assassino russo Kirill.
Matt Damon está como habitual, desempenha bem o papel e esforça-se. Franka Potente pouco faz no filme além de passear na praia mas para quem morre tão cedo não se saiu mal. Julia Stiles continua com um papel microscópico que eu espero ver ampliado no terceiro filme. Os restantes cumprem a missão, Cox tem um dos seus melhores papéis sem demonstrar muito esforço.
A realização por sua vez é baseada num argumento pequeno, com alguns detalhes interessantes mas já bastante vistos, Bourne é mostrado como o assassino infalível que tinha de ser, sobrevivendo a diversas situações apenas devido ao seu sangre-frio. A câmara move-se demasiado durante a perseguição mas nada mais há a apontar. Detalhe para a utilização dos diversos idiomas dos países visitados: Índia, Alemanha, Itália e Rússia, o inglês acaba por ser desnecessariamente usado no penúltimo diálogo.
Para quem pretende acompanhar a história este não desilude, para os que não estão a par do que se passou alguns dos flashbacks são confusos.

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