26 de novembro de 2004

"Bewitched"


A estrear em 2005, esta comédia fantástica, que traduz o regresso de Nicole Kidman ao cinema, lançou agora o seu primeiro poster. Realizado por Nora Ephron ("You've Got Mail" - 1998), Kidman irá contracenar em "Bewitched" com Will Ferrell, Shirley MacLaine e Michael Caine. Antes da estreia deste filme, teremos a oportunidade de ver a oscarizada em "The Interpreter", um thriller dramático realizado por Sydney Pollack, com Sean Penn no papel masculino de destaque. Por agora, fica o poster deste filme que se baseia na sitcom com o mesmo nome, e que data de 1964.


25 de novembro de 2004

"Wicker Park" por Nuno Reis


Quem não se lembra de "Vertigo", e de uma mulher que viveu duas vezes? Pois, essa história está de volta. Uma mulher que tinha desaparecido voltou, ou talvez seja outra parecida...
Baseado no filme "L'Appartement" de Gilles Mimouni com Vincent Cassel e Monica Bellucci, esta nova versão foi feita por Paul McGuigan, autor de "The Acid House" exibido no Fantasporto e "The Reckoning" com Paul Bettany, Brian Cox, Willem Dafoe e o mesmo Vincent Cassel.
Matt é um jovem empresário de sucesso prestes a viajar para a China para fazer um importante negócio para a empresa da sua namorada, mas ouvir uma chamada telefónica faz com que ele se convença que Lisa, a sua antiga namorada está de volta à cidade. Decidido a encontrá-la e a saber porque razão ela desapareceu da vida dele sem dizer nada, ele adia sucessivamente a partida e percorre a cidade juntando pistas. Quando ele acha que encontrou o apartamento dela descobre que lá mora outra Lisa totalmente diferente, fica confuso e não se consegue afastar da casa. Mas na cidade de Chicago muitas coisas estranhas se passam e a história não foi totalmente contada, a verdade poderá estar numa caixa de sapatos. Já agora, Wicker Park, que é um bocado difícil de associar a algo que tenha sido dito sobre o filme, é o local onde ocorrem os encontros e desencontros destas personagens tão apaixonadas.Outro título que poderia ter seria Bellucci's, o restaurante onde a perseguição começa e termina mas isso seria recordar o predecessor.

A primeira metade do filme é de fraca qualidade mas na segunda começa a melhorar, o clímax aproxima-se e quando todos os pedaços da história são mostrados, o sentimento é de pena... Várias cenas tentam provocar ansiedade, algumas provocam riso, muitas transmitem romantismo e se o final fosse mais intenso a segunda metade seria um bom filme, assim redime a primeira metade mas não dá ao filme tudo que ele necessita. O filme tem interesse mas não passa disso.

Em relação aos actores Josh Hartnett continua igual a ele próprio, Rose Byrne tirando algumas cenas tem um grande desmepenho, Matthew Lillard consegue estar bem dando o toque de humor que o filme precisa e a bela Diane Kruger tem um papel demasiado pequeno, obrigando os espectadores que a queiram ver a esperar por "National Treasure". Quanto a Jessica Paré, começa a merecer papeis a sério.

24 de novembro de 2004

"Bridget Jones: the Edge of Reason" por Nuno Reis




Enquanto não chegam às salas os clássicos de Natal, alguns outros títulos surgem com intenções de conquistar bilheteiras. Esta semana o filme em destaque é a sequela de "The Bridget Jones's Diary", com o regresso de Renée Zellweger, Colin Firth, Hugh Grant, Gemma Jones e Jim Broadbent.
Apenas quatro semanas após a aventura contada no primeiro filme, Bridget Jones volta a partilhar connosco as suas aventuras românticas e as suas imensas desaventuras em todas as àreas. Desta vez a nossa heroína desconfia que o seu amor, Mark Darcy, tem um caso com uma colega de trabalho (interpretada pela australiana Jacinda Barrett) e as suas suspeitas vão aumentando quando vê a intimidade existente entre eles. Algumas atitudes de Mark fazem com que ela perca a paciência e acabe com o namoro por diversas razões estúpidas, voltando sempre para ele arrependida. Quando lhe surge uma oportunidade de ter um programa televisivo dela aceita-o mas irá trabalhar com o seu antigo patrão, Daniel Cleaver. No primeiro programa Bridget sofre muitos contratempos e descobre que há coisas na vida muito piores do que as suas teimas, que o seu namorado comparado com outros é um santo, e que o patrão nunca mudará. E é claro que os dois homens voltam a lutar por causa dela.
Um filme claramente cómico - muito apoiado num bom livro - e que recupera personagens apreciadas pelos espectadores, como sequela não desilude e analisando apenas como comédia é superior ao original. A banda sonora está abaixo do precedente mas esse tinha uma mboa banda sonora onde se misturavam velhos êxitos com singles recentes e qualquer comparação é injusta. O argumento tem algumas falhas, algumas absurdas e incompreensíveis, e para quem leu o livro existe uma cena com um coelho que é inadmissível não ter usado no filme.
O final é muito parecido com o de "Notting Hill" e isso recorda que é um filme inglês, se não fosse por isso só o sotaque distinguiria este filme de um americano.

"The Da Vinci Code"


Está a dar que falar, quer em livro, quer a adaptação cinematográfica. Com milhões de leitores em todo o mundo, "The Da Vinci Code" irá ser adaptado para cinema, com Ron Howard ("A Beautiful Mind" - 2001) na direcção e Tom Hanks no papel do simbologista Robert Langdon. Depois de alguma expectativa quanto ao nome do actor principal, John Calley, um dos produtores do filme, veio agora dar mais uma pequena visão sobre o filme. Segundo ele, os seguidores do livro não vão ter que fazer um esforço para encontrar um lado aventureiro em Hanks: "Eu penso que depende da maneira como ele for trabalhado. Obviamente, o Ron Howard não vai dizer, 'Ele é uma má escolha mas interessa por causa do boxoffice'. Porque, e nas melhores das hipóteses, nós não precisamos de grandes estrelas, visto que eu não penso que The Da Vinci Code necessite de ter como suporte o nome de um grande actor. Tem de ser, isso sim, bem feito. A minha opinião é a de que se Ron sente que o deve fazer de uma certa maneira, então ele deve seguir esse caminho. Não acredito que ele tente sobrepor o nome da celebridade em detrimento do resto do elenco."
Calley afirmou também que tem a certeza de que a sequência inicial poderá ser filmada às portas do Louvre: "Nós podemos de certeza filmar os exteriores, e deveremos querer montar os interiores do Louvre porque necessitamos de paredes falsas de modo a suportarem simulações de tiros". Quanto à densa matéria religiosa e simbólica, o produtor compreende que "é muito difícil de descreve-la, mas de algum modo fácil de de comprimi-la. Todo o material importante está lá, mas não é tão longo. Mas se funcionar da primeira vez, eu gostaria de fazer uma versão longa de quatro ou cinco dias. Estou só a brincar!". Calley revelou ainda que as filmagens deverão começar em Junho ou Julho.


23 de novembro de 2004

Breves


Halle Berry irá participar em "Perfect Stranger", um thriller psicológico onde uma mulher irá trabalhar infiltrada para investigar o assassinato de um amigo. Ainda não tem data marcada para o início das filmagens.


É já dia 22 de Dezembro que estreia nos EUA "Meet the Fockers", uma esperada comédia, sequela do hilariante "Meet the Parents". Com Dustin Hoffman e Barbra Streisand nos papéis de pai e mãe de Gaylord 'Greg' M. Focker (Ben Stiller), fica aqui o poster internacional divulgado esta semana.


"National Treasure", o novo filme de Nicholas Cage que ainda recentemente fizemos referência, foi muito bem recebido pelos espectadores norte-americanos, conseguindo arrecadar 35.1 milhões de dólares na sua semana de estreia. Aqui fica o boxoffice norte-americano:


Boxoffice 10 +
1. "National Treasure" 35.1
2. "The SpongeBob SquarePants Movie" 32.0
3. "The Incredibles" 26.5
4. "The Polar Express" 15.7
5. "Bridget Jones: The Edge of Reason" 10.0
6. "After the Sunset" 5.1
7. "Ray" 4.6
8. "The Grudge" 3.8
9. "Seed of Chucky" 3.2
10. "Saw" 2.9
Fim de semana de 19-21 de Novembro. Números em milhões de dólares.

Por onde é que anda...


CHRISTOPHER NOLAN


Nascido em 1970, Christopher Johnathan James Nolan, um londrino de gema, encantou o mundo cinéfilo com "Memento", a sua terceira obra lançada em 2000. Depois de "Doodlebug" (1997) e "Following" (1998), "Memento" foi nomeado para dois Óscares da Academia, não tendo vencido nenhum. Tendo como referências importantes nomes do cinema como Ridley Scott, Nicolas Roeg ou Syney Lumet, Nolan realiza em 2002 "Insomnia", com uma interpretação sombria e interessante de Robin Williams, tendo o seu último trabalho sido uma curta integrante de um projecto de realizadores britânicos (entre os quais) Ridley Scott, Mike Leigh ou Stephen Daldry, intitulado "Cinema16". Por onde anda então Mr. Christopher Nolan?
Actualmente encontra-se a filmar o esperado "Batman Begins", com Christian Bale no papel de Bruce Wayne, e Michael Caine e Morgan Freeman (entre outros) nos restantes papéis. O filme, que estreia em Junho de 2005 em Portugal, possui um site que pode ser acedido aqui Para 2006 está previsto. "The Exec,", um drama futurista de que ainda se sabe pouco, sendo certo que o argumento é escrito pelo seu irmão Jonathan Nolan. Site oficial não existe, mas um completíssimo não-oficial pode ser consultado em www.christophernolan.net. Espermos então com ansiedade os próximos trabalhos deste promissor realizador.


A estrear - "Sorte Nula"




É já dia 9 de Dezembro que estreia "Sorte Nula", uma produção portuguesa com direcção de Fernando Fragata ("Amor & Alquimia" - 1995, "Pulsação Zero" - 2002), e com Hélder Mendes, António Feio, Adelaide de Sousa, Rui Unas e Isabel Figueira nos papéis principais. A música é dos Xutos & Pontapés (com uma participação de Zé Pedro também na interpretação). O site oficial é este, e também imperdível será assistir ao trailer já disponível no mesmo site. Como pequena ajuda para a divulgação (sim, preocupamo-nos com o cinema nacional), o Antestreia coloca o banner disponibilizado, no nosso blogue.


21 de novembro de 2004

Dezembro de 2004 - o que vem aí-


Dezembro é tradicionalmente uma época de grandes estreias. Como tal, o Antestreia antecipa esta quadra natalícia para poder desde já marcar no seu calendário as grandes estreias do último mês de 2004, podendo igualmente assistir aos trailers, bastando para tal clicar no poster:



QUINTA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO DE 2004



Com "Alexander" regressam os grande épicos. Oliver Stone a dirigir, Anthony Hopkins, Angelina Jolie e Val Kilmer a interpretarem e a certeza de um grande filme, já a partir do dia 2.



QUINTA-FEIRA, 9 DE DEZEMBRO DE 2004



O regresso dos filmes natalícios ao cinema. Em "Polar Express", um delírio visual junta Robert Zemeckis e Tom Hanks numa fabulosa animação.


No mesmo dia, Nicolas Cage regressa ao grande ecrã com "National Treasure", um filme de acção que mistura a fundação dos EUA com um tesouro à muito escondido.



QUINTA-FEIRA, 16 DE DEZEMBRO



Mais um título com cheiro a Natal. "Lemony Snicket's A Series of Unfortunate Events" apresenta um novo conceito do "espírito do natal futuro", com Jim Carrey à cabeça.



QUINTA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO



A dois dias do Natal, algumas boas obras. E para começar, nada como um título com autocolante Óscar: "Alfie". Com Jude Law, este filme promete grandes emoções.


Um grande filme chega também nesta data da Argentina. Da realizadora Lucrecia Martel surge "La Niña Santa", um drama sobre relações. Trailer não disponível.


Mais um grande filme, um grande regresso: Johnny Depp. No papel de J.M. Barrie, o autor de Peter Pan, iremos descobir em "Finding Neverland" novas emoções e outro oscarizável.



QUINTA-FEIRA, 29 DE DEZEMBRO



O fim de 2004 está a chegar, mas ainda poderão ser vistos dois (trailers não disponíveis) bons filmes. Este primeiro marca o regresso de François Ozon à realização, com "5x2: Cinq Fois Deux", cuja crítica pode ser lida neste blogue.


Para terminar esta antevisão, Tod Williams, Elle Fanning e Jeff Bridges juntam-se num drama com o amor e a sua complexidade em pano de fundo - "The Door in the Floor". E... até 2005.






19 de novembro de 2004

"2046" por Nuno Reis



Wong Kar Wai é um dos maiores realizadores da actualidade e uma das poucas razões que levam espectadores ocidentais a ver filmes feitos em Hong-Kong. Esta sequela do seu maior êxito, "In the Mood for Love", tinha uma grande responsabilidade causado pelo antecessor mas depois de o ter visto mesmo o primeiro filme fica esquecido.

O argumento mistura ficção-científica com romance, cruza o presente, o passado e o futuro criando uma forte rede onde se movem personagens brilhantemente criadas que nos dão uma lição sobre o amor. Neste drama com muitas referências ao dia-a-dia das cidades asiáticas, Tony Leung volta à sua personagem do primeiro filme, um escritor inconstante com dificuldades que começa a utilizar os seus infortúnios como inspiração criando autênticos best-sellers que lhe dão alguma fama e atraem mulheres. Mas nessa vida quase artificial que ele leva há uma parte bem real e os seus sentimentos por uma vizinha começam a ser demasiado fortes para esconder. Quando as atitudes dele a fazer afastar-se e a vida dele começa a perder o sentido, a filha do seu senhorio surge-lhe como uma escritora a precisar de orientação e com ela a vida dele vai ganhar um novo fôlego.
A realização de Wong Kar Wai, combinada com uma fotografia próxima da perfeição e com um argumento genial composto por algumas frases memoráveis e algumas importantes lições de vida, criam um dos títulos mais belos do ano. Exceptuando uma grande surpresa é o melhor filme asiático do ano e dos melhores a nível mundial mas a dificuldade dos espectadores em ver filmes de cinematografias menos habituais (e os 130 minutos do filme) provavelmente desaproveitarão esta obre-de-arte.

18 de novembro de 2004

"The Clearing" por Nuno Reis



Estreia hoje a primeira tentativa na escrita e na realização do produtor de "Fatal Instinct", "The Pelican Brief" e "Bulworth". Pieter Jan Brugge decidiu fazer este filme inspirado num rapto real ocorrido no seu país natal (Países Baixos) mas a sua inexperiência tornou-se clara ao fim de alguns minutos de filme.

A história é acerca de Wayne Heyes (Robert Redford), um bem sucedido homem de negócios, que é raptado por um antigo colega de trabalho (Willem Dafoe). A mulher (Helen Mirren) e os filhos (Alessandro Nivola e Melissa Sagmiller) reúnem-se para, com o auxílio do FBI (Matt Craven), tentarem recuperar Wayne.
O filme desenrola-se a dois tempos, enquanto vamos acompanhando o raptor e a sua vítima ao longo de um único dia no bosque, as cenas que mostram a família foram resumidas e passam vários dias. Esta troca constante não fica mal mas alguns flasbacks no início para mostrar o rapto em simulâneo com estas mudanças tornam o filme confuso.
Resumidamente o rapto é a única coisa que acontece no filme, algumas questões pessoais poderiam ter sido desenvolvidas (o caso extra-conjugal e os problemas entre pai e filha), e algumas personagens estão tão simplificadas que escusavam de aparecer. a relação criada entre raptor e raptado tem interesse. No encaixe temporal o telemóvel é o único que pemite fazer alguma associação, a junção das histórias está bem feita mas quase tudo que se segue é desperdício de película.
Na família é apenas Helen Mirren que tem um papel aceitável, estando os outros dois pouco desenvolvidos e a nora de Wayne (Sarah Koskoff) parece estar no filme errado. A surpresa reservada para o final é previsível desde o início. Nas cenas de acção é mau, como drama é aceitável, só mesmo o lado romântico tem algum valor.
Bastante longe de ser uma prioridade na lista de filmes a ver nesta semana recheada de títulos ara todos os gostos.

16 de novembro de 2004

O elenco do Código da Vinci



Desde "Harry Potter" que um estúdio não pagava tanto por uma adaptação de um livro. Este êxito de vendas - que será um êxito ainda maior nos cinemas - tem causado expectativa por causa do elenco a escolher.
Começou a sair a lista e o Hollywood Reporter adiantou que Tom Hanks foi o escolhido para interpretar Langdon, a personagem principal, deixando para trás adversários como Russell Crowe e Hugh Jackman. Para interpretar o polícia francês Fache o favorito é obviamente Jean Reno e para interpretar Sophie Neveu os produtores dizem que uma actriz oscarizada já se candidatou mas que por respeito ao público vão tentar conseguir uma actriz francesa.
Muitas surpresas aguarda ainda os leitores do livro.

13 de novembro de 2004

FEST 2005


Já está online a página do FEST - Festival de Cinema e Vídeo Jovem de Espinho, cuja sua segunda edição marca um ponto de viragem na comissão organizadora - a emancipação sobre a anterior associação cultural que os patrocinava, sendo agora a FEST uma associação do mesmo género. A página ainda está em construção mas já pode ser feito o dowonload da ficha de inscrição para todos os interessados. Fica em www.fest.pt.


6 de novembro de 2004

Pixar em grande forma




A produtora norte-americana Pixar, autora de obras de animação como "Toy Story" (1995), "A Bug's Life" (1998) ou "Finding Nemo" (2003) encontra-se de momento em grande forma, depois da estreia de "The Incredibles" uma animação que entrou esta semana para a pequena lista de filmes de animação que foram amplamente aclamados pela crítica. Este filme, a que o Antestreia já havia feito inúmeras referências, conseguiu receber comentários de muito bom nível, numa animação que mistura entertenimento com recados políticos às instituições norte-americanas. Para saber mais sobre o filme e sobre as personagens - www.theincredibles.com.
Por outro lado, foi apresentado esta semana o trailer de "Cars", mais uma animação Pixar que promete dar novas fronteiras à animação computorizada. Neste filme, uma colecção de carros clássicos vai partir numa aventura sem precedentes na famosa Route 66. O filme estreia em Novembro de 2005, mas o trailer pode ser visto aqui.


"The Story of the Weeping Camel" por Nuno Reis



Apesar de já ter estreado em Setembro, o facto de ser este título que inicia a programação do Teatro do Campo Alegre faz com que uma análise do filme seja apropriada.

A história, como o título indica, é sobre um camelo que chora, o que não parecerá interessante para a maioria das pessoas. O filme está classificado como drama e documentário e dividindo nessas duas componentes é mais fácil de compreender o contexto.

O documentário mostra-nos o dia-a-dia de uma família mongol no meio do Deserto de Gobi, o mais célebre deserto asiático. Vemos a sua cabana e que a tecnologia de que dispõem se resume a alguns plásticos e um rádio, vemos as tarefas diárias, a alimentação, os rituais e acima de tudo a importância das lendas para quem não tem nenhum entretenimento. Se não tivessemos cinema de certeza que gostaríamos de ouvir uma história sobre um camelo que chora portanto, porque não ir ao cinema ver essa história?

O drama, é a razão que faz o camelo chorar... A família vive essencialmente do gado e além de dezenas de cabras tem também alguns camelos, obviamente uma das alturas mais importantes do ano é a dos nascimentos, símbolo de vida e futuro. As cabras do filmes já têm as suas pequenas crias junto a elas mas os camelos ainda estão a nascer. O primeiro nasce sem problemas mas o último parece ser um caso problemático. Após dois dias o pequeno camelo albino é ajudado a nascer mas a mãe não simpatiza com ele e impede-o de beber o leite materno o que é uma grave ameaça à vida da cria. Como as pessoas têm as suas tarefas organizadas só podem dispensar crianças para salvar o camelo dois dos jovens membros da família deixam os seus pais, avós e irmã bebé para ir ao Centro Aimak buscar um violinista pois é a única forma de aproximar os dois animais. Dude e Ugna partem montados em camelos em direcção à civilização, onde irão enfrentar os encantos da televisão, bicicletas e algumas marcas conhecidas.

À medida que o filme se desenrola, acompanhando a família, vamos aprendendo como é a vida de uma família moderna no deserto, com os vícios de qualquer outra família, dificuldades e momentos de felicidade. É um título imperdível para os amantes de cinema ligeiro e atractivo, tem uma fotografia excelente e está ao nível dos melhores documentários. A parte fictional foi bem construída e é cativante. O final remata com simplicidade uma grande obra que recebeu justamente vários prémios.

Cinema no Campo Alegre



Começou esta semana a programação regular do Cine-Estúdio do Teatro do Campo Alegre. A programação está nas mãos da Medeia Filmes que pretende utilizar o espaço para exibir cinema independente e ciclos temáticos. Para quem não conhece o TCA fica na Rua das Estrelas, junto ao Planetário do Porto, em pleno campus universitário. A proximidade às faculdades de Arquitectura, Ciências, Letras e Psicologia faz com que muitos estudantes interessados possam ver frequentemente cinematografias diferentes sem que percam o tempo inerente à deslocação.

O horário é todos os dias às 18:30 e às 22:00 e será exibido um filme semanalmente. A programação de arranque é a seguinte:
-de 4 a 10 de Novembro "The Story of the Weeping Camel" de Luigi Falorni e Byambasuren Davaa
-de 11 a 17 de Novembro "Lundi Matin" de Otar Iosseliani
-de 18 a 24 de Novembro "Le Temps du Loup" de Michael Haneke

"Les Dalton"



O homem mais rápido que a própria sombra está quase a chegar às salas de cinema. Criado por grandes nomes da banda desenhada como Morris, René Goscinny ou Patrick Nordmann, este cowboy solitário tem sempre a companhia de dois elementos fundamentais nas suas histórias: o fiel cavalo Jolly Jumper e Rantanplan, o cão mais estúpido do farwest. Agora pela mão de Philippe Haïm, ele regressa, e acompanhado dos irmãos Dalton (Joe, Jack, William e Averell), criminosos e inimigos de Luke em "Les Dalton". Com Til Schweiger ("King Arthur" - 2004), Eric Judor e Ramzy Bedia nos principais papéis, este filme tem data de estreia marcada para França a 8 de Dezembro deste ano. Por agora, ficam algumas fotos para despertar a curiosidade:







4 de novembro de 2004

Cinanima 2004


O site do CInanima 2004 - Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho, cuja 28ª Edição decorre de 8 a 14 de Novembro, já possui todas informações necessárias para saber quais os filmes que vão ser projectados, bem como o seu calendário. Nada como visitar em www.cinanima.pt.


"The Life Aquatic with Steve Zissou"


"The Life Aquatic with Steve Zissou" marca brevemente o regresso de Bill Murray ao cinema. Num filme de Wes Anderson, com Owen Wilson, Cate Blanchett e Anjelica Huston, entre outros, foi agora disponibilizado o spot televisivo. Para ver, basta clicar no poster. Para mais informações: http://lifeaquatic.movies.go.com


"The Island"


Um filme muito esperado pelos amantes de ficção científica é "The Island", de Michael Bay, realizador de filmes como "Armaggedon" (1998) ou "Pearl Harbor" (2001). Este filme, que conta no elenco com nomes como Ewan McGregor, Scarlett Johansson, Steve Buscemi ou Djimon Hounsou, conta a história de um homem que descobre ser um clone e que vive numa civilização utópica, de onde tentará fugir. Este filme, que curiosamente é o primeiro de Michael Bay a não ser produzido por Jerry Bruckheimer, deve estrear em Julho de 2005, nos EUA. Por agora, ficam algumas fotografias do set disponibilizadas pelo darkhorizons.com:







Posters


Dois posters, o primeiro, do multipremiado "Happy Hour", o segundo, a versão norueguesa de "The Polar Express", que pela beleza que se pode comprovar merece ser mostrado. Este último estreia em meados de Dezembro, em território nacional.




"The Manchurian Candidate" por Nuno Reis



Em 1962 foi feito um dos melhores filmes de sempre, o seu nome era "The Machurian Candidate" e juntava Frank Sinatra no seu pico de carreira, com Janet Leigh que tinha feito anos antes "Touch of Evil" e "Psycho", e ainda tinha os nomes de Angela Lansbury e Laurence Harvey. Isto aliado ao talento e experiência militar de John Frankenheimer (o segundo homem da US Air Force a cruzar a barreira do som) resultou num grande filme sobre lavagens cerebrais, manipulação, guerra e desconfiança. Este ano Jonathan Demme tentou devolver um pouco da magia desse filme.

As personagens mantêm quase todas o nome mas o elenco é bem diferente, aos nomes de Denzel Washington e Meryl Streep, incontornáveis do cinema actual, juntam-se os rostos familiares de Jon Voight e Liev Schreiber ("Scream") e a Guerra da Coreia é substituída pela do Golfo (a primeira).

Raymond Shaw foi agraciado com a Medalha de Honra por ter salvo o seu pelotão da morte certa durante uma operação no deserto. Todos os seus companheiros acharam que era merecida mas, anos depois, o seu Major encontra um antigo elemento dessa equipa e ouvindo as suas histórias convence-se que os seus sonhos são reais, decide ignorar as ordens recebidas e investigar o que realmente se passou. Lavagens cerebrais, implantes, homicídios entre companheiros, conspirações, tudo é mostrado, uma ameaça global paira sobre os EUA e ninguém se apercebe.
Estes últimos anos os EUA têm vivido uma ameaça constante, as imensas dúvidas relativas à validade da eleição do seu líder são desestabilizadoras e a quinta coluna, os homens infiltrados no seu seio, são o maior perigo que alguma vez conheceram.

O filme consegue apoiar-se na cegueira americana e destruir o estereótipo de herói que foi usado em tantos filmes. O final mostra-nos que o sacrifício é o último trunfo do herói americano mas torna-se de difícil compreensão e, como disse atrás, a ideia de herói é algo que existe apenas para quem não sabe toda a verdade, quem a sabe percebe que o herói teria de morrer.

Peca por não ser suficientemente psicológico e ter algumas pontas soltas, os sonhos repetitivos não convencem. É um daqueles filmes que obriga a pensar mas considero que a ideia-base não foi bem transmitida, levanta apenas a ponta do véu sobre os perigos por desvendar da política. Com muitos detalhes interessantes, perguntas pertinentes e acontecimentos inesperados mas sem que tenha demasiada acção o filme é uma crítica mordaz à actualidade. Acho que o desprezo pela Medalha é um detalhe crucial.

O Candidato se tivesse de ser refeito era agora mas, seria necessário?

2 de novembro de 2004

Quentin Tarantino de volta ao Kung Fu


Tarantino foi um dos realizadores que mais depressa saltou para a fama mas só se tornou uma verdadeira estrela mediática depois de ter feito "Kill Bill", um filme inspirado nos clássicos de artes marciais que Hong Kong exportou nos tempos de Bruce Lee. O realizador antes de "Kill Bill" estava a trabalhar num outro filme de seu título "Inglorious Basterds", mas por não conseguir um final adequado começou a escrever a prenda de aniversário de Uma Thurman e o resultado foi um duplo êxito. Tarantino está agora de novo dedicado a "Inglorious Basterds" mas a sua paixão pelos clássicos asiáticos não esmoreceu e tem já previsto um novo filme totalmente falado em mandarim. Para os espectadores que não apreciam as legendas, Tarantino anunciou já que fará uma versão dobrada em inglês mas tão má como as que ele se habituou a ver nos filmes dos anos 70.
Mas antes disso "Inglorious Basterds", com Michael Madsen em plena Segunda Guerra Mundial, estreia em 2006.

1 de novembro de 2004

Banda Sonora da Semana (1)


Iniciamos hoje uma visita pelo mundo das bandas sonoras originais, que tanto interesse trazem ao filme, e que fundem dois universos fantásticos: imagem e som. Nomes como Phillip Glass, Howard Shore, Danny Elfman, John Williams ou Elmer Bernstein são exemplos da qualidade que o cinema norte-americano imprime na banda sonora integrada na película. Hoje começamos por um dos nomes maiores desta arte, e um dos meus favoritos: Danny Elfman.


Nascido em 1953 no Texas, EUA, Daniel Robert Elfman cedo demonstrou enorme apetência para compôr música: foi líder de uma banda de Los Angeles que ainda hoje é seguida pelos fãs de Elfman - os Mystic Knights of Oingo-Boingo. Em 1985 começa uma parceria que muitos frutos iria trazer a ambos: em "Pee-wee's Big Adventure", alia-se ao génio Tim Burton e começa a construir uma sólida carreira que já conta com mais de 100 filmes no currículo. Nomeado três vezes para Óscar, mas nunca conseguindo levar o galardão para casa, Elfman foi distinguido pelo Fantasporto em 2000 com um Prémio de Carreira. Actualmente a trabalhar em dois filmes ("Charlie and the Chocolate Factory", "The Corpse Bride") e a perparar um terceiro ("Spiderman 3") o norte-americano liderou a banda sonora de um belíssimo filme que consta do meu top 10 de bandas sonoras: "Good Will Hunting".


E para tal, quem melhor para este trabalho do que uma das maiores promessas da cena musical internacional: Elliot Smith. Se num filme em que se elevam nomes como Gus Van Sant, Matt Damon ou Robin Williams, Smith participa neste filme com um punhado de grandes temas, de onde se destaca "Miss Misery", que inclusive foi nomeada para melhor canção original pela Academia em 1998. Num registo suave, mas ao mesmo tempo quente e melodioso, este fantástico intérprete que faz recentemente um ano que morreu (estando ainda envolto em mistério se foi um suicídio ou um assassínio) brinda os ouvintes com grandes actuações, ficando inequivocamente ligado, ainda que de forma ténue, ao mundo do cinema. Aqui fica a relação dos temas da banda sonora, que ainda conta com nomes como Gerry Rafferty ou The Dandy Warhols:


1. Between the Bars [Orchestral] - Elliott Smith
2. As the Rain - Jeb Loy Nichols
3. Angeles - Elliott Smith
4. No Name #3 - Elliott Smith
5. Fisherman's Blues - The Waterboys
6. Why Do I Lie? - Luscious Jackson
7. Will Hunting [Main Titles]
8. Between the Bars - Elliott Smith
9. Say Yes - Elliott Smith
10. Baker Street - Gerry Rafferty
11. Somebody's Baby - Andru Donalds
12. Boys Better - The Dandy Warhols
13. How Can You Mend a Broken Heart? - Al Green
14. Miss Misery - Elliott Smith
15. Weepy Donuts - Steve Bartek