31 de março de 2005

”Control” por Nuno Reis



Inicialmente publicado a 3 de Março, durante o Fantasporto onde foi exibido.

Outra importante antestreia foi a de “Control”, o retrato de um homem que é perseguido pelo passado. A história é simples, um poderoso laboratório desenvolveu uma droga que reprime o mal nas pessoas, aquela que poderá ser a descoberta mais importante para a sociedade, o fim da violência desnecessária, vai entrar em fase de testes. Para começar com algo realmente difícil são escolhidos os piores indivíduos, assassinos condenados à morte terão uma oportunidade de se arrependerem dos seus pecados.
O farmacologista responsável pela descoberta é interpretado por Willem Dafoe, o vilão a redimir é Ray Liotta. Michelle Rodriguez e Stephen Rea têm os papeis secundários. O filme começa pela morte forjada do indivíduo, pouco depois acorda e fazem-lhe a proposta, ou morre a sério ou talvez tenha sorte e ganhe uma vida nova. O cientista é apresentado como um homem com uma razão pessoal para que o projecto tenha sucesso, a morte desnecessária do filho. O criminoso é constantemente referido, por flashbacks, como sendo vítima de um passado infeliz repleto de maus tratos e brutalidade o que o levou a uma incomparável carreira no crime, tendo morto pessoas más como ele mas também, por acidente, um inocente. Quando os seus inimigos descobrem que está vivo e vão atrás dele não terão por adversário uma máquina assassina mas apenas um homem arrependido do seu passado e que pretende uma vida sossegada.
Sem ser um grande filme é fácil de ver e o final é uma boa surpresa. Tem algumas inconsistências mas não são imediatamente descobertas. Um bom trabalho que nos EUA foi directamente para vídeo e cá estreia numa semana em que a concorrência é forte.

”Darkness” por Nuno Reis


O Cinema tem dois elementos fulcrais que são imprescindíveis nos filmes de terror, o nevoeiro e a escuridão. Apesar de o nevoeiro já ter escondido Jack the Ripper em Londres e fantasmas em António Bay (“The Fog” de John Carpenter) ainda há quem o olhe com bons olhos, em Portugal será numa madrugada de nevoeiro que surgirá a salvação da nação, só quando é noite ele esconde as criaturas malignas. A escuridão por outro lado é o lar de fantasmas, vampiros e lobisomens e com duas importantes vantagens: é inevitável e é imparável. O nevoeiro é apenas sentido nas ruas, aparece ocasionalmente e normalmente por pouco tempo, a noite por sua vez aparece todos os dias, por várias horas e infiltra-se em todos os lugares, o fogo tornou-se a maior invenção da humanidade não por permitir cozinhar mas por proteger das trevas.
Mais uma produção Filmax para o cinema fantástico que há já demasiado tempo foi exibida no Fantasporto (edição de 2003) mas tardou a estrear. Aproveitando-se do seu êxito com “Los Sin Nombre” (vencedor do Fantas’2000) e seguindo a temática de outro êxito do terror espanhol feito um ano antes, “The Others”, Balagueró traz-nos um filme demasiado parecido com este último. Só que a obra-prima de Amenábar, um dos poucos filmes de terror da década dignos dessa classificação, é demasiado boa para poder ser comparada.
O que pode ser mais assustador que uma casa isolada, num país estranho, e com vários cortes de corrente injustificados? A história faz uma clara distinção desde o início, todos os dias há dia, dentro e fora de casa, mais ou menos assustador, e todos os dias há noite, sempre em casa e sempre assustador. Vultos surgem na escuridão, objectos desaparecem e a falta de diálogo desestabiliza a família. A estrela do filme é Reggie, interpretada por Anna Paquin, não se sente bem em Espanha mas fica pelo pai e depois para proteger o irmão. Lena Olin é a mãe trabalhadora que se preocupa mais com a casa e o trabalho que com as pessoas que a rodeiam. Iain Glen é o pai e sofre de uma rara doença que o deixa incontrolável. Stephan Enquist é o irmão pequeno que tem ficado com umas marcas suspeitas. Giancarlo Giannini interpreta o simpático avô sempre presente que os ajuda na adaptação ao novo país.
Se Paquin se tem mantido no topo de Hollywood não é por escolher mal os papeis, desde criança, inesquecível em “The Piano” e “Amistad”, a jovem rebelde em “Almost Famous” e “The 25th Hour”, sendo ainda a estrela em “X-Men”, tem sabido dar nas vistas e ao Óscar já juntou vários prémios que demonstram o carinho que o público tem por ela. Neste filme é uma jovem preocupada com ela mesma que tem de começar a pensar nos outros quando a doença do pai e as feridas do irmão transformam o lugar que ela ainda não aprendeu a gostar num lugar que ela depressa terá de aprender a temer. Sem ter um papel genial é interessante ver esta incursão da actriz no género do terror, como uma irmã preocupada, uma filha dedicada, e acima de tudo como vítima pois no terror é esse o nome dado aos heróis. Lena Olin parece ter um papel mau, demasiado pequeno para quem já foi estrela em “ The Unbearable Lightness of Being ” mas no final do filme percebe-se porque aceitou fazer a personagem. Se a troca dia/noite (que dura mais de metade do filme) por si só não o torna um bom filme de terror, depois de ser dito dezassete (perdoem-me não contar mais, mas estragaria o filme) as personagens transformam-se e o espectador fica com a certeza de saber o que se vai passar. Quando descobre o engano é tarde demais e o melhor a fazer é simplesmente desistir de tentar adivinhar. A cena do diálogo entre mãe e filha está bem conseguida e juntamente com um irónico final coloca-o acima da média.


Título Original: "Darkness" (EUA e Espanha, 2002)
Realizador: Jaume Balagueró
Intérpretes: Anna Paquin, Lena Olin, Iain Glen, Giancarlo Giannini, Stephan Enquist e Fele Martínez
Argumento: Jaume Balagueró, Fernando de Filipe
Fotografia: Xavi Giménez
Música: Carles Cases
Género: Drama/Terror
Duração: 102 min
Sítio Oficial: http://movies.fantasticfactory.com/darkness/

30 de março de 2005

"Seven" por Ricardo Clara


1995. O.J. Simpson encontra-se em tribunal, no metro de Tóquio dá-se um ataque terrorista com gás Sarin, Jaques Chirac é eleito presidente de França, o Cáucaso encontra-se a ferro e fogo. Mas nos EUA nasce uma das pérolas do cinema norte-americano, aquela que é, para mim, a obra-prima dos anos 90: "Seven". O filme, que só no ano seguinte chegaria às nossas salas, e pela mão do Fantasporto (que o apresentou em première) traçou um novo rumo na maneira de se fazer filmes. Antes de falar do filme, uma pequena interrupção: ainda na semana passada, em conversa com outro ilustre postador deste blog, o Filipe Lopes, havíamos discutido, comigo a pender para "Seven" e ele para "Fight Club", qual era o grande filme dos anos 90. Depressa chegamos a uma conclusão: David Fincher é um enorme realizador...
William Somerset (Morgan Freeman) é um detective a dias de se reformar. Quando a chegada de outro detective, David Mills (Brad Pitt) coincide com um bárbaro assassinato, ambos não estariam à espera que mais seis se pudessem seguir: surgia um serial-killer que matava segundo os Sete Pecados Mortais, inspirado na Divina Comédia de Dante. Este é o enredo por detrás de um fabuloso filme, que faz renascer a essência dos filmes noir, que tem o dom de concentrar numa única película, em partes proporcionais, todos aqueles elementos que fazem um filme ser fantástico.
Mas comecemos pelo realizador. David Fincher, norte-americano de gema, que se iniciou no mundo dos videoclips, já em 1992, com "Alien 3" havia mostrado o que sabia fazer. Neste filme, junta três grandes actores: Morgan Freeman (sem comentários: "Driving Miss Daisy", "The Shawshank Redemption", "Seven", "Million Dollar Baby") Brad Pitt e Gwyneth Paltrow (que encontra aqui o seu primeiro grande filme), uma grande equipa: o argumentista Andrew Kevin Walker ("Sleepy Hollow"), música de Howard Shore e fotografia de Darius Khondji ("Delicatessen", "La Cité des enfants perdus", "Aliens Resurrection"). Estava tudo preparado para fazer um grande filme. E foi feito. Desde Somerset, polícia, só e muito culto, que não suporta a cidade onde vive, e só quer ir embora, até Mills ou John Doe (um brilhante Kevin Spacey), todos, sem excepção, colocam interrogações quanto às opções que tomaram (ou podem tomar) na vida. Porque essas opções podem configurar um pecado. E, na óptica da narrativa, todos tomamos opções pecaminosas. Doe surge para chamar atenção delas, e para pôr-lhes cobro, num final kafkiano, perfeito. Diálogos geniais, sonorização fabulosa, interpretações de luxo. Um ambiente sobre a decadência, onde sentimos na pele as emoções e as dúvidas, "Seven" transporta o espectador para um misto de terror e de dúvidas, interiorizado num ambiente sempre noir, muito por culpa da fotografia de Khondji. Mas se recuarmos ao início do filme, podemos constatar outro traço de genialidade: os créditos iniciais, que fogem ao costumeiro desenrolar de nomes e empresas, para já contar um pouco do que se irá passar (o nome Somerset aparece 7 vezes, podemos ver John Doe a cortar a pele das pontas dos dedos), num ambiente igualmente frenético. Sem esquecer os créditos finais, que se desenrola de baixo para cima. Genial, não? Conselho final: o leitor dirigir-se à loja mais próxima, comprar o filme, e abstrair-se deste blog durante 127 minutos. Eu não me importo.


Caminhos do Cinema Português XII (1)


Já foi divulgado o programa dos Caminhos do Cinema Português, festival que decorre em Coimbra entre 9 e 17 de Abril. Aqui ficam as actividades:



Edição 2005 - Programa



Dia 09 de Abril - Sábado

15.30h

Conferência de Imprensa no Centro Cultural D.Dinis (Coimbra)

16.00h

Porto de Honra

17h

Cerimónia de Abertura e Lançamento Fotobiografia



Dia 10 de Abril - Domingo

15h

A Cara que Mereces de Miguel gomes - 108' Ficção

18h

Fuga de Maria Carré - 15' Edição

Buenos Aires Zero Hour de José Barahona - 69' documentário

Cosmix de Agostinho Marques - 8' Animação

22h

Noite Escura de João Canijo - 94' Edição



Dia 11 de Abril - Segunda-Feira

18h

A Guerra do Iraque de Leonor Areal - 25' Documentário

Apneia de Fernando Amaral - 7'23 Ficção

Tatana de João Ribeiro - 12' Ficção

Ficheiros Escondidos de Maria joão Ferreira - 10' Ficção

A Terra do Deni de Mário Lopes - 30' Documentário

22h

Da Minha Janela de Pedro Caldas - 9' Ficção

O Quinto Império - Ontem como Hoje de Manoel de Oliveira - 127' Ficção



Dia 12 de Abril - Terça Feira

18 h

Aguenta Rapaz de Manoel Vilarinho - 7' Ficção

Sem Respirar de Pedro Brito - 8' Ficção

A Utopia do Padre Himalaia de José António - 51' Documentário

22h

Estratagema do Amor de Ricardo Aibéo - 20' Ficção

Sem Ela de Anna de Palma - 110' Ficção



Dia 13 de Abril - Quarta Feira

18h

Cidadão Invisível de Paulo Abrantes - 4'30'' Ficção

Se Podes Olhar, Vê Se Podes Ver, Repara de Rui Simões - 40' Documentário

Tamira de Marta Lima - 20' Documentário

Dead by Water de Paulo da Fonseca - 24' Documentário

22h

A Costa dos Murmúrios de Margarida Cardoso - 120' Ficção



Dia 14 Abril - Quinta Feira

18h

A Cor Negra de Silvino Fernandes e Paulo Sousa - 5' Animação

A Sal e Sol de Rui Costa - 20' Documentário

O Outro lado do Arco-Íris de Gonçalo Galvão Teles - 20'53'' Ficção

Os Meus Espelhos de Rui Simões - 33' Ficção

I.S.A.A.C. de João Filipe Silva - 15' Ficção

22h

A6 - 13 de Raquel Jacinto Nunes - 20' Ficção

O Milagre Segunda Salomé de Mário Barroso - 97' Ficção

Caminhos do Cinema Português XII (2)



Dia 15 Abril - Sexta-Feira

18h

Balas e Bolinhos - O Regresso de Luís Ismael - 108' Ficção

22h

Perto de Pedro Pinho - 24' Ficção

Kiss Me de António Cunha Telles - 121' Ficção



Dia 16 Abril - Sábado

15h

A Praça de Luís Alves de Matos - 52' Documentário

Eu Descobri Portugal de Armando Coelho - 1'33'' Animação

Estrela da Tarde de Madalena Miranda - 25' Ficção

As Aventuras de Moli de Ricardo Blanco - 16' Animação

18h

5 F's de Carlos Alberto Gomes - 31' Ficção

Timor Lorosae de Vítor Lopes - 11'49'' Animação

Sons Vindos da Terra de Eder Neves - 20' Documentário

A Dama da Lapa de Joana Toste - 8' Animação

Carta ao Ópio de Pedro Duarte - 12'45'' Ficção

Com Uma Sombra na Alma de Fernando Galrito e João Ramos - 10' Animação

22h

BD de Jacinta Lucas Pires - 13' Ficção

Maria e as Outras de José de Sá Caetano - 95' Ficção



Dia 17 Abril - Domingo

15h

A Menina Gorda de Pedro Lino - 2'07'' Animação

No Jardim do Mundo de Maya Rosa - 65' Documentário

Quem é Ricardo? de José Barahona - 35' Ficção

18h



22h

Cerimonia Encerramento

Projecção Filmes Vencedores



Quanto a workshops, ainda existem inscrições abertas para os seguintes, sendo que é possível adquirir mais informações em www.caminhos.info:


Workshop "Som e Imagem" (de 11 a 15 de Abril - das 14h00 às 18h00)/ Pedro Rocha e Sergio Gomes

Workshop "Edição não linear" (de 11 a 15 de Abril - das 9h30 às 13h30)/Hugo Gonçalves

Workshop "Animção Tradicional" (de 11 a 15 de Abril - das 9h30 às 13h30)/Fransisco Lança

Workshop "Animação Digital" (de 11 a 15 de Abril - das 14h00 às 18h00)/Ricardo Matos

Workshop "Design de Imagem" (de 11 a 14 Abril - das 18h45 às 21h45 / dia 16 Abril - das 8h30 às 12h30 e das 13h30 às 17h30) Rui Justiniano Ferreira

29 de março de 2005

Premiados FEST


Terminou o FEST - Festival de Cinema e Vídeo Jovem de Espinho. Aqui ficam os premiados:


GRANDE PRÉMIO FEST 2005

"Autografia" de Miguel Gonçalves Mendes


FICÇÃO

Prémio Melhor Ficção - "Grief" de Daniel Lang

Menção Honrosa - "El Tren de la Bruja" de El Independencia


ANIMAÇÃO

Prémio Melhor Animação ex-aequo - "For your Blossom" de Gaku Kinoshita e "Flatlife" de Jonas Geirnaert


DOCUMENTÁRIO

Prémio Melhor Documentário - "Autografia" - Miguel Gonçalves Mendes

Menção Honrosa - "Preto e Branco" de João Rodrigues


EXPERIMENTAL

Prémio Melhor Filme Experimental - "Saia Santa" de Mauro d'Addio


VIDEOCLIP

Prémio Melhor Videoclip - "Black Cherry" de Pedro Pinto

Cinemateca - Programação de Abril


Já está disponível a programação de Abril da Cinemateca:

PROGRAMAÇÃO - os ciclos:

OS GRANDES ESTÚDIOS: COLUMBIA
ESPLENDOR NA RELVA (CONCLUSÃO)
DU CÔTÉ DE CHANTAL AKERMAN (CONTINUAÇÃO)
O LONGO ADEUS A HOLLYWOOD:
CINEMA AMERICANO dos ANOS 60 E 70
GRANDES DIRECTORES DE FOTOGRAFIA DO CINEMA PORTUGUÊS:
Salazar Dinis e Acácio de Almeida
CHEGARAM OS NOSSOS MESTRES: JEAN DOUCHET
FESTA DA MÚSICA: BEETHOVEN NO CINEMA
ÉMILE COHL E O NASCIMENTO DO DESENHO ANIMADO CINEMATOGRÁFICO
O QUE QUERO VER
ABRIR OS COFRES

Para saber todos os detalhes, nada como consultar a página oficial em www.cinemateca.pt


24 de março de 2005

”36, Quai des Orfévres” por Nuno Reis


36, Quai des Orfévres é o endereço do quartel da polícia de Paris. Em 1947 Henri-Georges Clouzot fez um filme chamado "Quai des Orfévres" sobre um músico ciumento que é acusado de homicídio, quase sessenta anos depois é o ex-polícia Olivier Marchal que utiliza o endereço para fazer um filme sobre uma investigação.
O elenco tem alguns dos maiores nomes do cinema francês, Vrinks (Daniel Auteuil) é o polícia bom, Klein (Gerárd Depardieu) é o polícia mau, Mansini (André Dussolier) é o chefe deles. Não é exactamente correcto distinguir polícia bom e polícia mau pois ambos pertencem a ambas as categorias. Não são corruptos mas não seguem os regulamentos e ambos abusam da força, Vrinks e equipa fazendo uma justiça paralela, Klein contra os que se opõem à sua carreira.
Mancini está prestes a ser promovido a comissário e pretende capturar o único bando que lhe tem escapado, o seu sucessor será escolhido entre Vrinks e Klein, aquele que capturar o “bando dos furgões” ganha o posto. Vrinks consegue uma informação vital para apanhar o bando mas por um preço demasiado alto e Klein, vendo a sua promoção em risco, arruína a missão provocando a morte de um colega (porque será que em quase todos os filmes aqueles que se reformam são os primeiros a morrer?). A partir daí será uma batalha pela sobrevivência do lado de Vrinks, que sofre as consequências de um má decisão, e um combate sem regras nem limites para Klein, que é indiferente ao mal que causa aos outros, revelando vários podres da polícia francesa e a óbvia rivalidade entre brigadas, neste caso Anti-Banditismo e de Intervenção. Um filme ao estilo dos últimos policiais franceses mas com a vantagem de ser feito por alguém que viveu a experiência, o realizador tem um pequeno papel como Christo, um ex-bandido amigo de Vrinks
.

22 de março de 2005

"Robots" por Ricardo Clara


Depois da aventura glaciar de "Ice Age", Chris Wedge e Carlos Saldanha regressam à animação com "Robots", o desenvolvimento de um mundo futurista / alternativo cujos cidadãos são robôs. Rodney Copperbottom é um jovem inventor com um grande sonho: conhecer o seu herói, Bigweld, e apresentar as suas ideias. Embarca então para a Robot City, onde irá encontrar não o grande inventor, mas sim o tirano Ratchet. Com a ajuda de Fender, um robô com problemas em manter-se inteiro, irá tentar retirar Ratchet do seu trono de opressão.
Com um elenco fabuloso, "Robots" recebe vozes de Halle Berry, Jim Broadbent, Mel Brooks, Amanda Bynes, Paul Giamatti, Greg Kinnear, Ewan McGregor e Robin Williams, entre muitas outras, numa forte aposta da dupla de animadores, que passa de um modesto elenco de "Ice Age", para um grupo de luxo que empresta as vozes a esta nova animação. Tecnicamente, é um filme bastante conseguido: uma animação competente e fluida, que não é exuberante, mas consegue atingir com clareza o resultado final. Pior é o argumento. Um grupo enorme de clichés e lugares comuns, que não trazem nada de novo à cena da animação por computador. Uma história normal, a perseguição de um sonho como pano de fundo, e imensos gags e situações que não são mais do que cópias de outros filmes. Destacam-se, pela positiva, uma série de sequências hilariantes, que dão mais qualidade a um filme um pouco aborrecido (caso de uma espécie de videoclip, que conta com a música "Baby one More Time" de Britney Spears. No cômputo geral, um filme razoável que atinge o seu objectivo: divertir o espectador.



Título Original: "Robots" (EUA, 2005)
Realizador: Chris Wedge e Carlos Saldanha
Intérpretes: (vozes) Halle Berry, Jim Broadbent, Mel Brooks, Amanda Bynes, Paul Giamatti, Greg Kinnear, Ewan McGregor e Robin Williams
Argumento: Lowell Ganz e Babaloo Mandel
Fotografia: n/d
Música: John Powell
Género: Animação / Comédia
Duração: 91 min
Sítio Oficial: http://www.robotsmovie.com


20 de março de 2005

Links e FEST


Adicionei hoje três links para três blogs de vertente cinematográfica: Fábrica Lumière, Matiné e Zona Negra. Merecem todos uma visita.

Começa hoje em Espinho, e prolonga-se até 27 de Março o FEST - Festival de Cinema e Vídeo Jovem de Espinho, indo hoje ser exibida a antestreia de "Birth", um polémico filme com Nicole Kidman à cabeça. Para saberem toda a informação do festival, nada como visitar a página do festival, e importante mesmo será dar um salto ao Centro Multimeios e assistir a esta segunda edição do festival espinhense.

19 de março de 2005

18 de março de 2005

Filmes de culto I: "A Clockwork Orange" por Filipe Lopes

Stanley Kubrick deixou-nos um legado extraordinário em quase cinquenta anos de carreira como realizador, no entanto, desde a sua primeira longa metragem, "Fear and Desire" (1953), até "De Olhos Bem Fechados" (1999), dirigiu bastantes menos filmes do que esse quase meio século poderia fazer supor. Feitas as contas, foram treze as obras que o imortalizaram, filmadas com intervalos cada vez maiores, distando a última, doze anos da penúltima ("Nascido Para Matar" - 1987) e esta, sete anos da anterior ("Shinning" - 1980). Esse espaço temporal é demonstrativo da forma como Kubrick se entregava ao trabalho, passando cada um dos seus filmes, sobretudo os últimos, por um processo de gestação bastante longo, em que cada plano era pensado ao pormenor e cada take poderia ser repetida até à exaustão. Cineasta de um perfeccionismo extremo, transmite nas películas que fez as suas próprias preocupações, sobretudo sociais, sempre com algum desencanto sobre a vida e um olhar cínico de quem não admite cedências aos interesses instalados dos Grandes Estúdios e da Indústria Cinematográfica americanos. À sua independência não é alheio o facto de se ter isolado em Inglaterra grande parte da sua vida, país onde faleceu a Março de 1999, meses antes de ver estreada a sua derradeira obra, o já referido "Eyes Wide Shut" ("De Olhos Bem Fechados"). Deixou por concretizar, pelo menos, dois projectos: um sobre a vida de Napoleão Bonaparte, e outro, "A.I. - Inteligência Artificial" (2001), que acabou por ser feito por Steven Spielberg, seguindo, como foi amplamente noticiado, a sua vontade.
A crítica é unânime em considerar Stanley Kubrick um realizador genial e "2001, Odisseia no Espaço" (1968), é tido pela generalidade da comunidade cinéfila, como a grande referência da sua filmografia e uma das maiores obras-primas da História do Cinema, embora não sejam de desprezar (muito pelo contrário) títulos como "Dr. Estranho Amor" (1964), "Barry Lyndon" (1975), "Shinning" ou "Nascido Para Matar". 1971 é o ano que vê chegar às salas de cinema uma das películas que mais celeuma provocou, um pouco por todo o lado, sobretudo nos meios mais conservadores: "Laranja Mecânica", cujo cartaz de promoção anunciava como uma história de sexo, ultra-violência e Beethoven. A década de 60 do movimento hippie e do flower-power estava ainda viva na memória de todos, ao american way of life tradicional contrastava a máxima sex, drugs & rock'n roll, as manifestações contra a Guerra do Vietname sucediam-se e o Festival de Woodstock ganhara, entretanto, contornos de lenda. Mas o mundo, mesmo neste contexto, ainda não estava preparado para receber um fortíssimo murro no estômago em forma de filme, que analisava a sociedade de uma forma cruel e a alertava para os perigos existentes no caminho por que estava (hoje, ainda mais) a seguir. Uma coisa é certa, a sua estreia recolheu tudo menos opiniões consensuais: se uns defendiam a sua estética formal ou a mensagem que lhe estava subjacente, outros condenavam as cenas de sexo e violência brutais nele contidas, responsáveis, inclusivamente, pela proibição da sua exibição em vários países, com o Reino Unido à cabeça. Ainda assim a Academia nomeou-o (!!!) para alguns dos Oscar mais importantes, incluindo o de melhor filme que perdeu para "The French Connection" ("Os Incorruptíveis Contra a Droga"). Injusto, considero eu, mas a atribuição das estatuetas douradas e até mesmo a nomeação para as diferentes categorias, não têm, ao longo da história, primado propriamente pela justiça nas decisões (com algumas excepções, claro, como a justíssima vitória de "Million Dollar Baby" na última cerimónia). De qualquer modo a divisão que "Laranja Mecânica" provocou, aliada à interdição a que foi sujeita, fez dela uma película marginalizada, pelo que rapidamente se transformou num extraordinário fenómeno de culto que viu crescer estrondosamente a sua legião de fãs à escala planetária.
O filme começa com um rectângulo vermelho a ocupar todo o espaço da tela ao som latejante do tema musical principal (uma música electrónica de inspiração claramente Beethoveniana). Depois surge-nos, em grande plano, a face de Alex (um Malcolm McDowell completamente fabuloso!), o protagonista e fiel narrador da história, com um sorriso malévolo estampado no rosto. O plano abre à medida que a câmara se afasta, a música continua a golpear a nossa cabeça (que grande trabalho fez Walter Carlos), e a narração começa a ser feita no tom lacónico que estará presente até final. É nesta altura que nos são apresentados os seus compinskas, bem como o Korova Milk Bar, local habitualmente por eles frequentado e onde costumam beber um leite vitaminado, que funciona como estimulante para mais uma noite de ultra-violência. A sequência inicial dá, de forma sublime, o mote para mais de duas horas de genialidade pura, com os símbolos e os seus significados habituais a serem completamente subvertidos, tal como as noções correntes sobre o que é o bem ou mal. Como já deve ter reparado, caro leitor, não é minha intenção iludi-lo, dizendo-lhe que é um filme fácil; trata-se, isso sim, de uma obra de difícil visão e digestão. Para começar, por causa da brutalidade de algumas cenas de violência e/ou sexo. Este seria, certamente, um daqueles títulos que teria a inevitável bolinha vermelha no canto superior direito do ecrã, caso passasse na televisão portuguesa. Mas se está à espera de ver quilolitros sangue e vísceras espalhadas pelo chão e pelas paredes, está muitíssimo enganado. A violência de "Laranja Mecânica" é bastante mais psicológica do que de qualquer outro tipo, embora contenha cenas que são de uma extrema crueza visual. Mais dois apontamentos que fazem, deste, um filme diferente do habitual - a forma como as personagens interagem e a linguagem por elas utilizada. Relativamente ao primeiro, digamos que esta obra parece uma magnífica e grandiosa encenação teatral, sendo a tela o seu espaço cénico. Nem sempre este estilo se adapta bem ao cinema, mas, neste caso particular, não só é o mais adequado, como o resultado final roça a perfeição. Quanto à linguagem, ela é, no mínimo, tão estranha para nós, como aquela que os adolescentes de hoje usam seria para um aristocrata do século XVI. Se palavras como compinska (amigo, companheiro), atolchocar (atacar), milicem (polícia) ou crastar (roubar) nos são estranhas, tal deve-se ao facto de elas não existirem, de todo, mas terem sido criadas por Anthony Burgess, o autor do romance homónimo do qual foi adaptado o filme. Bem, se quisermos ser preciosistas, as quatro palavras que usei como exemplo são, na verdade, já uma recriação, pois fazem parte da adaptação portuguesa e não do original em língua inglesa. Refira-se, como curiosidade, que Burgess criou, já bem mais recentemente, a linguagem utilizada pelos homens primitivos de "A Guerra do Fogo" (1981) de Jean-Jacques Annaud. Pois é! Para quem não sabia, a comunicação entre aqueles homens era muito mais do que simples grunhidos sem nexo.
Para finalizar, é bom não esquecer que, desde a data em que "Laranja Mecânica" estreou, até hoje, passaram já mais de trinta anos. Mas é extraordinário constatar que, apesar de o tom futurista dos cenários e da indumentária poderem parecer um pouco datados e conotados com os Anos 60, a história, a problemática, a mensagem e a discussão que ela provoca são profundamente actuais, talvez até mais do que naquela época. Concluo, apenas dizendo que este é O FILME da minha vida; aquele que me fez, com a tenra idade de treze anos (ai, se a minha mãe soubesse…), olhar para o cinema de outra forma e a adorá-lo de modo (quase) incondicional. Parece-me não haver melhor elogio do que este! Aluguem-no ou comprem-no, porque é essencial em qualquer vídeo ou DVDteca!

14 de março de 2005

Debate na Casa da Animação


Irá decorrer no próximo Sábado, dia 19, no Porto, um debate intitulado "Que resultados do ensino da animação em Portugal?", a ter lugar na Casa da Animação. Aqui ficam os traços gerais do que se pretenderá debater, e os intervenientes:


É do conhecimento de todos que falta, em Portugal, um Curso Superior de Cinema de Animação. Continua a persistência nos respectivos meios.

Enquanto isso várias são as formações que se dão pelo país fora. Em workshops feitos regularmente, outros esporadicamente, nomeadamente nalgumas disciplinas existentes já em alguns cursos nalgumas Universidades Privadas.

Que resultados têm tido? Alguns certamente. Vemos filmes de Escola a serem seleccionados para alguns Festivais Internacionais, alguns deles até a serem premiados; saírem, dessas formações profissionais, realizadores, hoje, consagrados...

Para debater estas questões temos como participantes

* FERNANDO GALRITO - professor da ESAD - Caldas da Rainha; CITEN; realizador;
professor

* FERNANDO SARAIVA - formador da ANILUPA - Associação de Ludotecas do Porto;
realizador

* JOSÉ ANTÓNIO FONSECA - professor da Escola de Artes - Universidade Católica
do Porto

* JOSÉ PEDRO CAVALHEIRO (ZEPE) - formador CITEN; RESTART; REALIZADOR

* PEDRO SERRAZINA - Escola de Artes - Universidade Católica do Porto;
realizado

* ANTÓNIO COSTA VALENTE - professor Universidade de Aveiro; realizador;
produtor

Uma sessão que esperamos dinâmica e productiva.Pela distância, Marina Estela
Graça, que leccionou na Universidade de Faro, estando agora na Dinamarca,
também
realizadora, sendo a única pessoa com o Doutoramento em cinema de animação no
nosso país, envia o seu testemunho por escrito.

A não perder, no próximo SÁBADO (19 de MARÇO), pelas 18 horas, no Auditório
da CASA DA ANIMAÇÃO, sediada no Porto. Perto do Palácio de Cristal. No
edifício "Les Palaces", nº 210.


9 de março de 2005

Mais notícias nacionais


Mas não só do FEST se encontra o calendário cultural português preenchido. Outros festivais se aproximam. E como o Antestreia apoia a divulgação de todos os projectos de componente cinematográfica, aqui fica um pequeno sumário:

INDIELISBOA 2005 - FESTIVAL REGRESSA EM ABRIL COM NOVOS PRÉMIOS E JÚRIS


O Júri Internacional da próxima edição do IndieLisboa será composto por Ilda Santiago, directora do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, pela actriz portuguesa Beatriz Batarda, pelo realizador argentino Lisandro Alonso (que também estará no IndieLisboa no âmbito da homenagem à cinematografia independente argentina), pelo crítico alemão Olaf Möller (editor europeu da conceituada revista Film Comment), e pelo jornalista britânico Kieron Corless (escreve para as prestigiadas Time Out London e Vertigo).
Este júri atribuirá o Grande Prémio de Longa-Metragem, o Grande Prémio de Curta-Metragem Sagres Preta, o Prémio Tóbis para Melhor Filme Português, e ainda o Prémio AIP/ Fuji Film de Melhor Fotografia para Melhor Filme Português.

Além do Júri Internacional, o Indielisboa acolherá pela primeira vez o Júri da Onda Curta, que atribuirá o muito prestigiado prémio 2: Onda Curta, que consiste na aquisição de direitos de exibição dos filmes vencedores para o programa Onda Curta, exibido na RTP 2.
Este Júri será constituído por João Garção Borges (autor e coordenador do programa Onda Curta), Paolo Manera (crítico e ensaísta italiano, e anteriormente responsável pela secção competitiva de curtas-metragens do Festival de Turim) e Clémentine Mourão-Ferreira (colabora regularmente com revistas de âmbito cinéfilo, e foi responsável pela coordenação da 4ª e 5ª edições da Festa do Cinema Francês)

Este ano, o IndieLisboa associa-se, também pela primeira vez, à Secção Portuguesa da Amnistia Internacional para a atribuição de um prémio a um dos filmes do festival. Com esta ligação, o festival lança as bases de uma relação que se pretende que cresça e que, no futuro, possa mesmo vir a tornar-se um prémio importante do festival.

Este conjunto de júris e prémios fica completo com o júri do público, constituído pelos espectadores das sessões da Competição Oficial e do Observatório, e que atribuirá o Prémio Jameson à Melhor Longa-Metragem, e o Prémio Jameson à Melhor Curta-Metragem.

Também pela primeira vez o Indielisboa acolherá um observador da FIPRESCI. Será uma avaliação a que o Indie se sujeita para, em edições futuras, poder vir a acolher um Júri FIPRESCI e atribuir mais um prestigiado galardão. Este ano, essa observadora será Belinda van de Graaf, vice-presidente da FIPRESCI e crítica de cinema do diário holandês Trouw e co-editora da revista de cinema De Filmkrant.

Note-se que o Festival IndieLisboa decorrerá no Fórum Lisboa e nos Cinemas King de 21 de Abril a 1 de Maio.
Toda a programação será anunciada no próximo dia 21 de Março.


XII EDIÇÃO DOS "CAMINHOS DO CINEMA PORTUGUÊS"

A XII edição do Festival “Caminhos do Cinema Português” decorre em Coimbra entre os dias 9 e 17 Abril 2005. O único festival dedicado ao cinema nacional, feito e promovido por estudantes. Levar os filmes feitos pelos nossos realizadores. Fazer do nosso cinema uma mais valia cultural. Fazer tudo para que o cinema nacional deixe de ser a última opção nas salas de projecção portuguesas. Coimbra acolhe mais uma vez os Caminhos do Cinema Português, uma organização do Centro de Estudos cinematográficos da Academia de Coimbra. Mobilizam-se realizadores, técnicos, actores e espectadores para participar em mais uma festa do cinema português, da produção nacional. Promover e dar a conhecer o cinema português. Para mais informações, www.caminhos.info.

CORTA! - FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS METRAGENS DO PORTO CONTA COM SEGUNDA EDIÇÃO

O corta! festival internacional de curtas metragens do porto apesar de ir apenas na sua segunda edição é já um festival que suscita uma grande expectativa no panorama cultural audiovisual nacional e internacional. Organizado pela Formigueiro Cooperativa Cultural CRL, entidade também responsável pela organização da primeira mostra de curtas metragens do porto em 2003 e da 1ª edição do festival interacional de curtas metragens do porto em 2004, o corta!, em 2005, quer comunicar. Quer interagir. Cada momento do festival é pensado como um estímulo à espera de uma reacção.

Mais do que criar novos eventos, queremos criar novas relações. Com os criadores, com o público, com o espaço envolvente. Relações sólidas e duradouras, mas cheias de paixão e surpresa.
A curta metragem deixa de ser simplesmente uma medida de tempo para um filme e passa a ser uma atitude, uma forma de estar nos audiovisuais.

Nas diferentes competições, nos workshops, nas mostras internacionais, nas parcerias com escolas e instituições, nas instalações interactivas, nos projectos de envolvimento global, nos debates, nos momentos de fruição musical, queremos sempre deixar na mente o sabor de grupo, de participação. De gozo.

E, para além dos seus objectivos na divulgação das linguagens artísticas, o corta! e a Formigueiro, querem contribuir para o esforço de criação de públicos diversificados para todo o tipo de iniciativas culturais. Por isso o corta! é totalmente gratuito. Para mais informações, http://www.corta.com.pt.

FEST - Festival de Cinema e Vídeo Jovem de Espinho


De 20 a 27 de Março, um Festival com muito potencial, nas mãos de um director muito dedicado, o FEST apresenta este ano uma lista de Workshops, que enriquecem as habituais sessões de cinema:


1. Workshop Argumento e construção de personagens

Formador: Martin Dale
24 de Março
Horário: 10:30 as 18:00 com intervalo entre as 12:30 e as 2:30
Inscrição: 25 Euros
Numero de vagas 25
Martin Dale é realizador e jornalista

2. Workshop Fotografia

Formador: António Sá
25 e 26 de Março
Inscrição 40 Euros
Numero de vagas 15
Programa 2 dias

Programa

MÓDULO I (2 horas)
Conhecer o equipamento
• A máquina fotográfica
• As objectivas
• Os acessórios

MÓDULO II (2 horas)
Técnica fotográfica
• Velocidade e abertura
• Focagem e profundidade de campo
• Composição

MÓDULO III (3 horas)
O olhar
• A luz
• Paisagens
• Vida selvagem
• O detalhe (macrofotografia)

SEGUNDO DIA

AULA PRÁTICA (uma manhã - 5 horas)
• Saída de campo

FÓRUM (tarde)
• Análise e discussão de imagens diversas
• Esclarecimento de dúvidas

o participante pode trazer qualquer tipo de máquina (digital, analógica,
compacta ou reflex)

António Sá, fotografo já publicou mais de duzentas reportagens na imprensa
nacional e estrangeira. Colabora regularmente com as revistas Evasões, Grande
Reportagem, Rotas & Destinos, Volta ao Mundo e National Geographic.

3. Master Class Documentário

Formador: Albert Nerenberg

25 e 26 de Março

Preço 40 Euros

Numero de vagas 20
1. A nova vaga de documentários
2. O documentário de acção – Fazer um documentário que interessa
3. Como aproveitar a distribuição digital de cinema em Portugal
4. 10 Documentários que precisam de ser feitos

7 de março de 2005

"Old Boy" por Ricardo Clara

Laugh and the world laughs with you. Weep and you weep alone

Um dos filmes que mais deram que falar no último ano cinematográfico foi o coreano "Old Boy", de Chan-wook Park, que venceu o Grande Prémio do Júri do último festival de Cannes, bem como a Semana dos Realizadores do agora findo Fantasporto 2005. Oh Dae-Su foi mantido preso durante quinze anos num quarto de hotel sem saber o porquê dessa prisão. Depois de cumprir a "pena", este homem irá demorar 5 dias a descobrir quem é que o manteve cativo.
De uma enorme brutalidade, esta nova pérola do cinema coreano vem concerteza demosntrar que esta é, sem dúvida nenhuma, uma das cinematografias mais pungentes que chegam a Portugal actualmente. Duro e cru, "Old Boy" consegue surpreender, quer pela força da imagem aliada a uma grande banda sonora, quer por imagens de antologia, como a de Dae-Su a percorrer um corredor do hotel, matando todos os que se deparam frente a ele, numa cena digna do melhor cinema de Tarantino. Uma reflexão de grande intensidade sobre vingança e descoberta da verdade, que consegue aliar a dureza das imagens a um argumento polvilhado com fino humor. Baseada na banda desenhada homónima, criada por Minegishi Nobuaki e Tsuchiya Garon, "Old Boy" conseguiu provocar controvérsia com cenas como a do protagonista a deglutir uma lula viva. Uma obra de extrema importância, exibida em primeira mão pelo Fantasporto 2005.

5 de março de 2005

Os Prémios Fantasporto 2005



Pelo segundo ano consecutivo o Antestreia orgulha-se de ser o primeiro blog com os premiados do Fantas. Num ano em que surgiram filmes para quase todos os gostos, poucos filmes bisaram e nenhum chegou aos três prémios num reflexo directo da diversidade mostrada em filmes de qualidade.

E os vencedores são:

Secção Oficial do Cineam Fantástico


  • Grande Prémio: "Nothing" de Vicenzo Natali
  • Prémio especial do Júri: "Bubba Ho-tep" de Don Coscarelli
  • Melhor Realização: Robin Campillo por "Les Revenants"
  • Melhor Actor: Bruce Campbell por "Bubba Ho-tep"
  • Melhor Actriz: Karen Black por "Firecracker"
  • Melhor Argumento: James Wan por "Saw"
  • Melhores Efeitos Visuais: "Natural City"
  • Melhor Curta-Metragem: "Le Derniére Minute" de Nicolas Salis

    Semana dos Realizadores


  • Grande Prémio: "Old Boy" de Chan-Wook Park
  • Prémio especial do Júri: "Sideways" de Alexander Payne
  • Melhor Realização: Naoto Kamazawa pelo episódio "Birthday" em "Tokyo Noir"
  • Melhor Actor: Paul Giamatti por "Sideways"
  • Melhor Actriz: Kate Elliot por "Fracture"
  • Melhor Argumento: "Old Boy"

    Orient Express


  • Grande Prémio: "My Mother the Mermaid" de Heung-Shik Park
  • Prémio especial do Júri: "Vital" de Shynia Tsukamoto

    Méliès d'Argent


  • Longa-metragem: "Les Revenants" de Robin Campillo
  • Curta-Metragem: "Le Derniére Minute" de Nicolas Salis

    Melhor Curta Portuguesa


  • "Abraço ao Vento" de José Miguel Ribeiro

    Prémio da Crítica


  • "Vinzent" de Ayassi

    Prémio do Público


  • "Constantine" de Francis Lawrence

    Prémio AMC


  • "Cypher" de Vicenzo Natali

  • 4 de março de 2005

    "Freeze Frame" por Nuno Reis

    Não é raro vermos histórias sobre os sobreviventes de um crime, como são afectadas as mentes de quem assistiu a um massacre, ou mesmo de quem foi vítima e escapou miraculosamente. Nem é insólito ver como muda a forma de pensar num criminoso, o arrependimento sentido depois de ter cometido uma atrocidade, usualmente quando já está em tribunal ou condenado a uma pena pesada. Porém, não considero normal ver um filme que conte como fica destruída a mente de um não-criminoso, de um suspeito que não é culpado e tem o seu nome arrastado na lama e a vida em risco por pensarem que ele fez algo. É essa a história de Sean Veil, um homem que teve o azar de estar no local errada à hora errada e sem testemunhas. Ficou afectado por ser acusado? Sim, a tal ponto que, para ter sempre provas, se filma 24 horas por dia tendo para esse efeito uma câmara como peça fundamental do vestuário e várias outras dezenas espalhadas pela casa.

    Todos os segundos dos seus últimos dez anos estão guardados, todos esses frames são provas de não ter praticado crimes. Mas por que razão nesses dez anos só faltam algumas horas? E por que são essas horas coincidentes com outro crime do qual é acusado? Será que o vídeo mente? E antes das filmagens? Será que o brutal assassínio das Jasper, o tal que o levou aos tribunais, foi cometido por ele? A polícia diz que sim, os psicólogos também, e o público acredita neles... Veil será um infeliz azarado ou um genial criminoso?
    Numa sociedade em que a “segurança colectiva” invade a privacidade, um único homem quer ser filmado. Talentosa é a obra de John Simpson, esta primeira longa como argumentista e realizador obriga a ter muita atenção ao seu futuro. Para mim é um dos filmes que marca o festival.

    3 de março de 2005

    ”Bubba Ho-Tep” por Nuno Reis


    O fantástico não se farta de recuperar músicos de formas estranhas, depois de “Rock’n’Roll Frankenstein” achei que o Fantas não arriscaria nenhum filme que recuperasse músicos. Enganei-me e adorei estar enganado.
    Tenho a certeza que milhares ou mesmo milhões de pessoas adorariam saber que Elvis está vivo mas não o imaginam velho. O problema é que agora Elvis sabe que está velho e quase se conforma com isso. “Bubba Ho-Tep” é uma excelente comédia introspectiva do Rei, a sua situação actual, o que poderia ter feito para a mudar, pergunta-se como estará a família. Tudo isto recorrendo a uma linguagem sem preconceitos e no interior de um lar da terceira idade onde morrem pessoas por razões que não a velhice. Entre os seus conhecidos do lar, estão formidáveis gags, feitos com base em JFK e Lone Ranger, dois outros ícones incontornáveis da cultura americana, real e imaginária.
    Quando Elvis vê as pessoas à sua volta a morrer sente-se velho mas não perde a vontade de viver e quando é atacado por gigantescos escaravelhos (um momento incrível de cinema) apercebe-se que está em perigo. Guiado pelo presidente Kennedy, mais conhecido por Jack, descobre uns estranhos hieróglifos que revelam a presença de uma múmia egípcia entre eles. Essa criatura terrível alimenta-se das almas de pessoas, cabe a estes dois heróis do passado salvarem o futuro de quem se contenta com o dia de hoje.
    Os mais improváveis heróis, um dos mais clássicos vilões e um campo de batalha totalmente inesperado, combinaram-se para formar um filme único na história do Fantas. Totalmente recomendado por todos que viram, uma verdadeira surpresa para quem for ver, não desilude quem quer ver uma comédia, quem quiser ver terror facilmente muda de ideias. É, até à data, a comédia do ano.

    ”Ark” por Nuno Reis


    A secção mais equilibrada do Fantasporto é sem dúvida a “Anima-te” porém entre filmes excelentes existe sempre uma ovelha negra e nesta secção já foi encontrado. Qual o problema por trás de “Ark”? O argumento não é novo: uma gigantesca e poderosa máquina, uma cidade em risco, dois povos que se gladiam até à morte, um comandante e sua filha inconformada com a sociedade em que vive, um rapaz que quer destruir essa mesma sociedade. O amor surgiria entre os jovens se não tivessem de se sacrificar pelo bem colectivo. Existe alguma ironia por a cidade ser moderna e por não conseguir mover a máquina que a suporta. O maior inimigo deles é uma lenda que diz que só a mulher que fez a máquina a pode mover e o facto de ela estar morta. Uma mistura de deuses e máquinas, ou devo dizer deuses-máquinas?
    A animação não é de muita qualidade: os rostos não têm o mínimo de expressão, os cabelos foram feitos de forma a não se mexerem a maior parte do filme, os movimentos são exactamente aqueles que seriam feitos por actores reais. Pelo que vi o filme todo poderia ser feito em imagem real e só foi feito em animação para redução dos custos de produção e efeitos especiais. A nível visual não tem nada de extraordinário, aliás, até considero este filme um retrocesso na tecnologia de animação computorizada.
    Resumindo, não vence pois não convence. O filme exibido no Grande Auditório (“Control”) era bem melhor.

    ”Control” por Nuno Reis


    Outra importante antestreia foi a de “Control”, o retrato de um homem que é perseguido pelo passado. A história é simples, um poderoso laboratório desenvolveu uma droga que reprime o mal nas pessoas, aquela que poderá ser a descoberta mais importante para a sociedade, o fim da violência desnecessária, vai entrar em fase de testes. Para começar com algo realmente difícil são escolhidos os piores indivíduos, assassinos condenados à morte terão uma oportunidade de se arrependerem dos seus pecados.
    O farmacologista responsável pela descoberta é interpretado por Willem Dafoe, o vilão a redimir é Ray Liotta. Michelle Rodriguez e Stephen Rea têm os papeis secundários. O filme começa pela morte forjada do indivíduo, pouco depois acorda e fazem-lhe a proposta, ou morre a sério ou talvez tenha sorte e ganhe uma vida nova. O cientista é apresentado como um homem com uma razão pessoal para que o projecto tenha sucesso, a morte desnecessária do filho. O criminoso é constantemente referido, por flashbacks, como sendo vítima de um passado infeliz repleto de maus tratos e brutalidade o que o levou a uma incomparável carreira no crime, tendo morto pessoas más como ele mas também, por acidente, um inocente. Quando os seus inimigos descobrem que está vivo e vão atrás dele não terão por adversário uma máquina assassina mas apenas um homem arrependido do seu passado e que pretende uma vida sossegada.
    Sem ser um grande filme é fácil de ver e o final é uma boa surpresa. Tem algumas inconsistências mas não são imediatamente descobertas. Um bom trabalho que nos EUA foi directamente para vídeo e cá estreia numa semana em que a concorrência é forte.

    ”Suspect Zero” por Nuno Reis


    Este ano os filmes comerciais não se estão a sair mal no festival, mais um bom thriller americano é o que posso dizer deste “Suspect Zero”.
    Um magnífico agente excessivamente dedicado do FBI capturou um criminoso utilizando métodos ilegais e foi por isso relegado para Albuquerque, a “segunda liga” do FBI. À sua chegada começam a aparecer corpos mutilados e esse caso vai levá-lo a percorrer o país em busca de um homem que diz ser do FBI mas cujo nome nunca lá esteve inscrito.
    A única vantagem deste vilão é que as suas vítimas são assassinos, e daqueles bem terríveis, portanto poucos irão sentir a sua falta. A desvantagem é que são mortos sem julgamento (a maior parte nem eram procurados), são marcados com golpes por todo o corpo e as pálpebras são cortadas para que não possam simplesmente fechar os olhos e evitar ver. A investigação do agente leva-o quase que a admirar o criminoso e, secretamente, a agradecer-lhe. O suspeito zero é aquele que nunca pára e que nunca é encontrado mas organização policial alguma poderá permitir que isso aconteça.
    Um filme com a dose certa de terror, acção e mistério, descobertas a toda a hora e com aquele efeito incrível que leva o espectador a tentar perceber/resolver antes do protagonista. As muitas mortes, os pedaços de corpo, os enormes números de mortes causadas pelas actuais vítimas e a verdade escondida no passado do assassino tornam-no realmente fantástico. O filme segue a linha de “Seven”, não é preciso dizer mais nada.

    ”Natural City” por Nuno Reis


    A noite começou em coreano com “Natural City”, uma história de amor e de ódio, entre humanos e andróides. Num futuro não muito próximo, o ano de 2080, os andróides serão iguais aos humanos, enquanto uns respeitam a programação para obedecer, para servir em restaurantes e favores sexuais, outros são incontroláveis, exactamente como os humanos. O filme tem algo em comum com os últimos filmes de andróides (“2046” “I, Robot”), enquanto esses falam dos andróides como máquinas especiais e da facilidade com que o ser humano se apaixona por elas, este filme centra-se mais na necessidade do homem de viver apenas se aqueles que ama, vivos ou robóticos, viverem com ele.
    Num cenário belo e intemporal, um casal descansa. De repente os aparelhos começam a chamá-los, os jovens apaixonados não obedecem, pouco depois, o cenário desaparece e encontram-se no meio da multidão, numa cidade chuvosa igual a tantas outras vistas em filmes coreanos desenrolados no presente. A única diferença é nos detalhes, algumas naves sobrevoam fazendo publicidade e os hologramas estão no meio da rua. Numa operação militar é-nos revelado que os andróides de combate são perigosos e que equivalem a quatro humanos, que o contrabando de chips de inteligência é prática corrente e que uma mulher, humana, é procurada pelos andróides. Amor e guerra, humanos e andróides, efeito visuais e especiais de qualidade já nos dez minutos iniciais.
    À medida que vão sendo apresentadas as personagens e que vamos conhecendo os seus segredos o filme começa a prender o espectador, o argumento é bem elaborado, fácil de acompanhar e foca assuntos cativantes como o amor e a imortalidade através da máquina. Poucos falam tão bem sobre o Amor como os coreanos, o filme deveria ser triste mas o choque causado por uma mentira que mudará o destino de todos é abafado por combates arrebatadores. Os movimentos de combate superam muitas outras grandes produções, os efeitos visuais convencem, o final sem ser surpreendente nem original parece ser o único possível. Um título sobre a perenidade do amor que felizmente está já comprado para Portugal.

    ”Night of the Living Dorks” por Nuno Reis


    Numa noite de extraordinariamente bom cinema, o melhor momento foi proporcionado por um filme… diferente. Os zombies sempre foram figuras de eleição no cinema de terror e os estudantes sempre foram as personagens mais vistas em filmes para adolescentes, quem combinasse ambos ficaria com um filme ou genial ou terrível. Este ficou-se no meio-termo, genial para uns, terrível para outros, tão caricato que é impossível não gostar.
    O argumento parte de uma ideia base original, os adolescentes também podem ser zombies, complementando a vertente de terror com voodoo e um apetite insaciável por carne e a de filme para adolescentes com os clássicos amores não retribuídos e marginalização entre colegas e juntando ambas com um toque de humor o resultado é um filme verdadeiramente irreal que despoletou o riso em toda a plateia.
    Foram feitas comparações com “American Pie” e estou totalmente de acordo, só que neste a maior parte das personagens principais estão praticamente mortas. O filme pretendia satirizar os filmes de adolescentes importando-os para o terror mas incrivelmente resultou quase ao contrário pois como é uma comédia de zombies não afastou o público-alvo, apenas colocou um mito do fantástico no género de cinema mais rentável.
    O filme além dessa ideia base não tem nada de especial, consegue ter uma história fácil de seguir, divertida e, porque não dizê-lo?, ridícula. Foi exibido para o público perfeito e a apresentação feita pela realizador despertou o interesse dos muitos sortudos que tiveram coragem de sair de casa e numa sexta-feira à uma da manhã estarem no Rivoli. Não é daqueles filmes tão maus que são bons, é um filme que teve a ousadia de ser diferente, já conhecíamos a reacção de um adolescente ao descobrir que é lobisomem, agora chegou a hora de ver a reacção ao saber que é um zombie, em putrefacção, e com poucas horas antes de o feitiço ser irreversível.

    Os prémios americanos



    Pode estar um pouco atrasado mas parecia mal não publicar os vencedores dos Oscares. Já toda a gente deve saber os vencedores mas tenho de repetir que "Million DOlar Baby" foi o filme do ano relegando "The Aviator" para as categorias menores, de direcção artística, montagem, guarda-roupa e fotografia. O Oscar de actriz secundária para Cate Blanchett salvou a honra do filme perfazendo 5 prémios para o filme. Também "Million Dolar Baby" ficou apenas com metade dos troféus para os quais foi nomeado, melhor filme, realizador, actriz e actor secundário. Penso que seja o suficiente. A injustiça feita a "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" no reduzido número de nomações foi redimida com o prémio para melhor argumento adaptado.

    MELHOR FILME

    "Million Dollar Baby"

    "The Aviator"
    "Sideways"
    "Finding Neverland"
    "Ray"

    MELHOR REALIZADOR

    Clint Eastwood - "Million Dollar Baby"

    Martin Scorcese - "The Aviator"
    Alexander Payne - "Sideways"
    Taylor Hackford - "Ray"
    Mike Leigh - "Vera Drake"

    MELHOR ACTOR

    Jamie Foxx - "Ray"

    Don Cheadle - "Hotel Rwanda"
    Johnny Depp - "Finding Neverland"
    Leonardo DiCaprio - "The Aviator"
    Clint Eastwood - "Million Dollar Baby"

    MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO

    Morgan Freeman - "Million Dollar Baby"

    Alan Alda - "The Aviator"
    Thomas Haden Church - "Sideways"
    Jamie Foxx - "Collateral"
    Clive Owen - "Closer"

    MELHOR ACTRIZ

    Hilary Swank - "Million Dollar Baby"

    Annette Bening - "Being Julia"
    Catalina Sandino Moreno - "Maria Full of Grace"
    Imelda Staunton - "Vera Drake"
    Kate Winslet - "Eternal Sunshine of the Spotless Mind"

    MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

    Cate Blanchett - "The Aviator"

    Laura Linney - "Kinsey"
    Virginia Madsen - "Sideways"
    Sophie Okonedo - "Hotel Rwanda"
    Natalie Portman - "Closer"

    MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO

    "Sideways"

    "Before Sunset"
    "The Motorcycle Diaries"
    "Finding Neverland"
    "Million Dollar Baby"

    MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL

    "Eternal Sunshine of the Spotless Mind"

    "The Aviator"
    "Vera Drake"
    "The Incredibles"
    "Hotel Rwanda"

    MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

    "The Incredibles"

    "Shark Tale"
    "Shrek 2"

    MELHOR FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA

    "Mar Adentro"

    "As it is in Heaven"
    "Les Choristes"
    "Der Untergang"
    "Yesterday"

    MELHOR DIRECÇÃO ARTISTICA

    "The Aviator"

    "Finding Neverland"
    "Lemony Snicket´s A Serie of Unfortunate Events"
    "The Phantom of the Opera"
    "Un Long Dimanche de Fiançailles"

    MELHOR FOTOGRAFIA

    "The Aviator"

    "House of Flying Daggers"
    "The Passion of the Christ"
    "The Phantom of the Opera"
    "Un Long Dimanche de Fiançailles"

    MELHOR GUARDA ROUPA

    "The Aviator"

    "Finding Neverland"
    "Lemony Snicket´s A Series of Unfortunate Events"
    "Ray"
    "Troy"

    MELHOR MONTAGEM

    "The Aviator"

    "Collateral"
    "Finding Neverland"
    "Million Dollar Baby"
    "Ray"

    MELHOR MAQUILHAGEM

    "Lemony Snicket´s A Series of Unfortunate Events"

    "The Passion of the Christ"
    "Mar Adentro"

    MELHOR BANDA SONORA

    "Finding Neverland"

    "Harry Potter and the Wizard of Azkaban"
    "Lemony Snicket´s A Series of Unfortunate Events"
    "The Passion of the Christ"
    "The Village"

    MELHOR TEMA

    "Al Otro Lado Del Río" - "The Motorcycle Diaries"

    "Accidentally In Love" - "Shrek 2"
    "Believe" - "The Polar Express"
    "Learn To Be Lonely" - "The Phantom of the Opera"
    "Look To Your Path (Vois Sur Ton Chemin)" - "Les Choristes"

    MELHOR EFEITOS SONOROS

    "The Incredibles"

    "The Polar Express"
    "Spiderman 2"

    MELHOR SOM

    "Ray"

    "The Aviator"
    "The Incredibles"
    "The Polar Express"
    "Spiderman 2"

    MELHOR EFEITOS VISUAIS

    "Spiderman 2"

    "Harry Potter and the Wizard of Azkaban"
    "I, Robot"

    MELHOR DOCUMENTÁRIO

    "Born into Brothels"

    "The Story of the Weeping Camel"
    "Super Size Me"
    "Tupac"
    "Twist of Faith"

    CURTA-METRAGEM DOCUMENTAL

    "Mighty Times : The Children´s March"

    "Autism is a World"
    "The Children of Leningradsky"
    "Hardwood"
    "Sister´s Rose Passion"

    CURTA METRAGEM

    "Wasp"

    "Everything in this Country Must"
    "Little Terrorist"
    "7:35 in the Morning"
    "Two Cars, One Night"

    CURTA METRAGEM DE ANIMAÇÃO

    "Ryan"

    "Birthday Boy"
    "Gopher Broke"
    "Guard Dog"
    "Lorenzo"


    Junto agora à lista os outros vencedores, aqueles que foram escolhidos para piores do ano na noite anterior aos Oscares. "Catwoman" e "Fahrenheit 9/11" monopolizaram a noite e só não levaram a estatueta de pior remake/sequela porque não podiam participar.

    PIOR FILME

    "Catwoman"

    "Alexander"
    "Superbabies: Baby Geniuses 2"
    "Surviving Christmas"
    "White Chicks"

    PIOR ACTOR
    George W. Bush - "Fahrenheit 9/11"

    Ben Affleck - "Jersey Girl", "Surviving Christmas"
    Vin Diesel - "Chronicles of Riddick"
    Colin Farrell - "Alexander"
    Ben Stiller - "Along Came Polly", "Anchorman", "Dodgeball","Envy" e "Starsky & Hutch"

    PIOR ACTRIZ

    Halle Berry - "Catwoman"

    Hilary Duff - "Cinderella Story" e "Raise Your Voice"
    Angelina Jolie - "Alexander" e "Taking Lives"
    Mary-Kate & Ashley Olsen - "New York Minute"
    Shawn & Marlon (As Irmãs Wayans) / "White Chicks"

    PIOR CASAL CINEMATOGRÁFICO

    George W. Bush & OU Condoleeza Rice OU Cabra de estimação - "Fahrenheit 9/11"

    Ben Affleck & OU Jennifer Lopez OU Liv Tyler - "Jersey Girl"
    Halle Berry & OU Benjamin Bratt OU Sharon Stone - "Catwoman"
    Mary-Kate & Ashley Olsen - "New York Minute"
    The Wayans Brothers (Com ou sem vestido) - "White Chicks"

    PIOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

    Britney Spears - "Fahrenheit 9/11"

    Carmen Electra - "Starsky & Hutch"
    Jennifer Lopez - "Jersey Girl"
    Condoleeza Rice - "Fahrenheit 9/11"
    Sharon Stone - "Catwoman"

    PIOR ACTOR SECUNDÁRIO

    Donald Rumsfeld - "Fahrenheit 9/11"

    Val Kilmer - "Alexander"
    Arnold Schwarzenegger - "Around the World in 80 Days"
    Jon Voight - "Superbabies: Baby Geniuses 2"
    Lambert Wilson - "Catwoman"

    PIOR REALIZADOR

    Pitof - "Catwoman"

    Bob Clark - "Superbabies: Baby Geniuses 2"
    Renny Harlin/Paul Schrader - "Exorcist 4: The Beggining"
    Oliver Stone - "Alexander"
    Keenan Ivory Wayans - "White Chicks"

    PIOR REMAKE/SEQUELA

    "Scooby-Doo 2: Monsters Unleashed"

    "Alien Vs. Predator"
    "Anacondas: hunt for the Blood Orchid"
    "Around the World in 80 Days"
    "Exorcist 4: The Beggining"

    PIOR ARGUMENTO

    "Catwoman"

    "Alexander"
    "Superbabies: Baby Geniuses 2"
    "Surviving Christmas"
    "White Chicks"