29 de abril de 2005

"Der Untergang" por César Nóbrega

EXORCIZAR DEMÓNIOS

Há alturas em que não queremos acreditar no que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. Um louco, que tinha a certeza de ser um visionário, quis reconstruir o Mundo à imagem de um esboço que tinha na sua cabeça, nem sequer era à sua imagem. Adolf Hitler, o maior carrasco da humanidade, partiu da Alemanha para uma conquista que se viria a mostrar impossível. Desde sempre, a Sétima Arte tratou o Fuhrer como um chefe militar impiedoso e maníaco-depressivo. Apesar de Hitler ter sido isso mesmo, era um ser humano. Por muito que nos custe, o comandante do III Reich era um homem e não o Diabo (será?).
"A Queda: Hitler e o Fim do Terceiro Reich" é o retrato de Adolf Hitler nos últimos doze dias de cativeiro, no "bunker" por baixo da chancelaria do Reich. Em Abril de 1945, só o Fuhrer acreditava na vitória da segunda Guerra Mundial. À sua volta, mexiam-se as habituais influências da política. Homens como Heinrich Himmler ou Joseph Goebbels moviam as suas influências para o estado germânico pós-Hitler. Um abandona o "bunker" e o Fuhrer, e vai tentar capitular perante as forças aliadas, mas Hitler descobre. O outro fica ao pé do chefe militar até ao fim e só desobedece a uma ordem do seu mentor, para que o abandone . Enquanto isso, Adolf Hitler estava cada vez mais doente, louco e sozinho. A doença de parkinson revelava, cada vez mais, os seus sintomas e as batalhas imaginárias foram tomando conta da cabeça do Fuhrer, inventando unidades onde elas não estavam e planeando ganhar uma guerra, que há muito estava perdida.
É a primeira vez que a Alemanha encara os seus demónios e mostra ao mundo que quer virar a página. "Der Untergang", no original, é realizado por Olivier Hirschbiegel, de quem vimos em 2002, "A Experiência", premiado no Festival Intenacional de Cinema do Porto, com o Prémio de Melhor Argumento, além de alguns episódios da série televisiva, exibida pela SIC, "Rex - O Cão Polícia". O ambiente claustrofóbico de "A Experiência" é, completamente, adoptado a "A Queda". O bunker é um lugar frio e cinzento, mas ao mesmo tempo abafado e demoníaco. Hitler vagueia pelos corredores à espera de um milagre, mas só encontra traições.
O filme coloca um ponto final no destino do ditador alemão, graças aos testemunhos reais de Traudl Junge, a última secretária de Hitler, e de Joachim Fest, o biógrafo mais importante de Fuhrer. Além da impressionante prestação da romena Alexandra Maria Lara (Traudl Junge), que vimos, igualmente, no Fantasporto 2002, no filme "O Túnel" de Roland Suso Richter, destaque para Bruno Ganz, o actor suiço que faz de Hitler. Quando em 1987, o vimos como anjo Damiel, no filme "As Asas do Desejo" de Wim Wenders, nunca poderíamos pensar que vinte anos mais tarde seria o Diabo. Cordial com as mulheres, doce com as crianças, Adolf Hitler é o mais maquiavélico dos seres, porque consegue convencer os seus mais directors seguidores, que a morte é o caminho certo para o fracasso.
É óbvio que, "A Queda: Hitler e o Fim do Terceiro Reich" não é um filme para todos. Ou porque não podem acreditar que Hitler fosse um homem, ou porque não podem ver mais atrocidades, como aquelas que são ali retratadas. Mas, de uma coisa devemos ficar conscientes, este é o testemunho final da segunda Guerra Mundial. Daqui em diante, quando alguém quiser completar a história de Adolf Hitler, vai citar o filme de Hirschbiegel. Depois deste, mais nenhum filme sobre o Holocausto vai fazer sentido!

25 de abril de 2005

Breves


Já foi divulgada a primeira foto de Brandon Routh no seu fato de Superman. O filme, a estrear em 2006, marca o regresso deste super-heróis, que já havia sido imortalizado no grande ecrã por Christopher Reeve. Em breve, "Superman Returns".


Scarlett Johansson, a jovem actriz que recentemente conquistou hollywood com o fabuloso "Lost in Translation", irá interpretar o papel de relevo feminino no próximo filme de Woody Allen. Com título e história ainda por divulgar, a única informação disponível é a de ser o famoso nova-iorquino o autor do argumento, e o seu realizador.

Denzel Washington, actualmente a participar numa peça em cena na Brodway, irá ser o actor principal em "Deja Vu", o próximo filme de Tony Scott ("Man on Fire"). Nesta nova produção, Denzel interpretará um agente do FBI com a possibilidade de viajar no tempo. Numa dessas viagens, apaixona-se por uma mulher, que será proximamente vítima de homicídio.


23 de abril de 2005

"Hide and Seek" por Nuno Reis



Actualmente o cinema de terror tem vários títulos nas salas portuguesas. O último a estrear por cá foi "Hide and Seek", a mais recente incursão de Robert De Niro no terror. A ideia inicial é banal, depois do trágico suicídio da mulher o extremoso pai afasta a sua jovem filha Emily do ambiente que tantas recordações lhes traz. Numa casa isolada irá descobrir novas pessoas e uma faceta da filha que nem a sua experiência como psicólogo poderá deter ou compreender.
Com uma forte carga psicológica e a história a girar em torno de uma personagem que ninguem vê, o filme falha por não conseguir prender os espectadores (aliás, aborrece-os) na primeira hora e a partir daí consegue mesmo afastá-los. Se na primeira hora o filme não tem nada de extraordinário o resto resume-se a "Shining": "Charlie" é quase Jack Torrance e Emily poderia ser uma das gémeas Grady, tudo o resto são pequenos fragmentos que podem ser vistos em qualquer thriller. A Fox protegeu o final do filme para evitar que fosse conhecido antes do tempo, talvez tenha sido uma manobra publicitária desesperada.
O realizador John Polson, o mesmo de "Siam Sunset" e "Swimfan", desiludiu, quem venceu um troféu em Cannes e o Grande Prémio Fantasporto é capaz de fazer melhor, especialmente pelo elenco que tinha disponível, a única pessoa que melhorou a carreira foi Dakota Fanning que provou mais uma vez ser a melhor actriz da idade dela e uma certeza para o futuro. Quanto a De Niro não percebo porque fez um filme que tanto me fez lembrar "Godsend" (agora no papel de pai) mas se esse filme já não era grande coisa este é pior. De bom no filme só mesmo a descoberta da identidade de Charlie e a última porta que se fecha perante Emily.




Título Original: "Hide and Seek" (EUA 2005)
Realizador: John Polson
Intérpretes: Robert de Niro, Dakota Fanning, Famke Janssen e Elisabeth Shue
Argumento: Ari Schlossberg
Fotografia: Dariusz Wolski
Música: Robert Kraft e John Ottman
Género: Drama/Terror/Thriller
Duração: 101 min
Sítio Oficial:http://www.hideandseekthemovie.com/

"Assault on Precinct 13" por Nuno Reis



Em 1970 Carpenter fez o seu primeiro filme, uma curta metragem. Alguns anos depois começou uma série de filmes de terror que já pertence à história do Cinema. Mas quais foram os filmes feitos antes de "Halloween" e "Christine"? Foram a comédia de ficção-científica "Dark Star" e um filme muito violento entitulado "Assault on Precinct 13". Este último foi novamente filmado, desta vez por um francês com dez anos de carreira e apenas mais três obras, a primeira foi nomeada para o César de melhor primeira obra e venceu o festival de Avignon.
A história desenrola-se numa esquadra em fim de vida, dois agentes e uma secretária aguardam pacientemente pela meia-noite que encerrará oficialmente o edifício e o ano mas, sob uma enorme tempestade, nada corre como previsto. Um veículo que transportava prisioneiros (porquê transferi-los logo nessa noite?) é informado pela central que o caminho está bloqueado e que terá de procuar abrigo na esquadra mais próxima, precisamente a 13ª. Para cúmulo dos azares um dos prisioneiros transportado, Lawrence Fishburne, é dos maiores criminosos da cidade e tem muita gente interessada nele, uns que o querem libertar e uns que o querem matar. Este filme é sobre os segundos.
Na esquadra os celebrantes são o Tenente Jake Roenick (Ethan Hawke), o agente Jasper O'Shea (o veterano Brian Dennehy) e a secretária ninfomaníaca Iris Ferry (Drea de Matteo, Adriana em "The Sopranos"). Alex (Maria Bello), a psiquiatra do primeiro, também lá está retida pela tempestade. Do veículo saem dois agentes e meia dúzia de prisioneiros, depois do primeiro ataque e tendo morrido esses dois os sobreviventes terão de, em conjunto, defender o edifício até ao amanhecer.
Clássicas situações como o excesso de nervos, o problema de confiar armas a criminosos e uma personagem habitual e o "polícia prestes a entrar na reforma que corre risco de vida" que já não via desde... "36, Quai des Orfévres" há um mês atrás e o transtorno obcessivo-compulsivo que foi usado durante anos mas só me lembro de ter visto nomeado neste e em "Elektra".
Gabriel Byrne está bem no seu papel de vilão apesar de ter preferido vê-lo em "Vanity Fair", em ambos merecia uma personagem um pouca mais complexa e com mais tempo no ecrã. Em relação aos demais destaque para Fishburne que já se libertou totalmente de Morpheus e para Ethan Hawke que continua a alternar o bom com o mau, como este "Assault..." foi o mau do ano o próximo, "Lord of War" com Nicolas Cage e Bridget Moynahan, deve ser o bom.





Título Original: "Assault on Precinct 13" (EUA, França 2005)
Realizador: Jean-François Richet
Intérpretes: Ethan hawke, Lawrence Fishburne, Drea de Matteo, Maria Bello, Gabriel Byrne, Brian Dennehy e John Leguizamo
Argumento: James DeMonaco baseado no filme de John Carpenter
Fotografia: Robert Gantz
Música: Graeme Revell
Género: Acção/Drama/Thriller
Duração: 109 min
Sítio Oficial: http://www.ap13movie.com/

21 de abril de 2005

”Sahara” por Nuno Reis


Um dos filmes estreados esta semana é “Sahara”, a mais recente obra do quase desconhecido Breck Eisner que junta no ecrã Matthew McConaughey, Penélope Cruz, Steve Zahn, William H. Macy, Delroy Lindo e Lambert Wilson. No início do mês este filme esteve isolado no topo nas bilheteiras americanas, numa época relativamente fraca não é preciso uma obra de arte para merecer destaque num mercado cada vez mais repetitivo e ainda demasiado egocêntrico mas qual é a receita para vencer? Neste caso foi a mesma de “National Treasure” mas apostando mais nas personagens que na acção. Semelhanças entre os filmes: dois homens que trabalharam desde sempre juntos, uma mulher estrangeira, os americanos como centro do mundo, a busca por um tesouro centenário, interesses económicos que se sobrepõem à vida humana e, convém não esquecer o fundamental, acção e aventura quanto baste.
Neste filme Dirk (McConaughey) e Al (Zahn) são dois caçadores de tesouros às ordens do Almirante Sandecker (Macy). Enquanto eles encontram sarcófagos naufragados e moedas de ouro uma equipa da OMS (Cruz e Glynn Turman) na mesma área encontra vítimas daquilo que parece ser uma nova epidemia terrivelmente eficaz. Em busca de uma resposta às suas dúvidas partem juntos para o Mali, país no meio do Sahara em plena guerra civil onde esperam encontrar uma doença mortífera e um navio naufragado. Sim, navio naufragado num “país no meio do Sahara”. Depois de algumas peripécias que colocam um carro na água um barco em terra e fazem outro em pedaços, a verdadeira aventura começa.
As personagens são, como disse no início, a chave do filme. Dirk não é o clássico herói sempre pronto a salvar uma donzela em apuros, apesar de ser exactamente isso é também suficientemente louco para escapar ao estereótipo. Al também está longe de obedecer ao padrão de parceiro do herói. Nesta história eles são uma verdadeira dupla, juntos há tanto tempo que adivinham os pensamentos um do outro, lado a lado em todas as situações e igualmente dispostos a arriscar a vida um pelo outro (apesar de Al o fazer mais vezes) e com tanto sentido de humor que nem as impossibilidades por eles criadas parecem difíceis. É óbvio que Dirk fica com a miúda e Al com os explosivos mas em algum aspecto as personagens teriam de ser tradicionais. Penélope Cruz tem uma personagem diferente daquelas a que nos habituou, não tão feminina mas bastante mais divertida que nos últimos filmes. Macy também está de parabéns pela mudança, apesar de ser dos meus actores preferidos tinha sempre uma personagem franzina e infeliz, no ultimo trabalho dele que vi, “Celullar, começou a mudança, ganhou autoridade, e neste filme (bastante melhor que o anteriormente referido) tem uma interpretação adequada ao papel, com mais carisma e poder. Em relação a Wilson posso dizer o mesmo, foi um vilão temível em “Matrix Reloaded” mas agora no deserto está melhor, mais calmo e subtil, um cavalheiro criminoso como aqueles que James Bond enfrentou em muitos dos seus filmes e que raramente são utilizados.
Pouco mais posso dizer acerca do filme: é divertido, a violência não é excessiva, o argumento não está livre de falhas mas para quem não for geólogo ou da área de saúde não incomodam. O final é um pouco forçado e já totalmente previsível, é um dos melhores blockbusters da primavera de 2005 mas toda a gente sabe que só no verão chegam os pesos-pesados.





Título Original: "Sahara" (Espanha e EUA, 2005)
Realizador: Breck Eisner
Intérpretes: Matthew McConaughey, Penélope Cruz, Steve Zahn, William H. Macy, Delroy Lindo e Lambert Wilson
Argumento: Thomas Dean Donnelly, Joshua Oppenheimer, John C. Richards e James V. Hart (baseados no livro de Clive Cussler)
Fotografia: Seamus McGarvey
Música: Clint Mansell
Género: Acção/Aventura/Comédia
Duração: 124 min
Sítio Oficial: http://www.saharamovie.com/

20 de abril de 2005

Os vencedores dos caminhos




A confirmação de alguns êxitos do cinema português recente e algumas revelações que poderão guiar a produção nacional nos anos vindouros. Eis os melhores de entre os mais de cem filmes mostrados.


PREMIOS JÚRI OFICIAL


Melhor Longa Metragem (Categoria de Película):
"Noite Escura" de João Canijo

Menção Honrosa para Longa Metragem (Categoria de Película):
"Costa dos Murmúrios" de Margarida Cardoso

Melhor Curta Metragem (Categoria de Película)
"Pastoral" de José Barahona

Menção Honrosa para Curta Metragem (Categoria de Película):
"Perto" de Pedro Pinho

Melhor Curta Metragem (Categoria de Vídeo):
"Apneia" de Fernando Amaral

Melhor Documentário Vídeo:
"Se Podes Olhar Vê, Se Podes Ver Repara" de Rui Simões

Menção Honrosa para Documentário Vídeo:
"A Utopia do Padre Himalaya" de Jorge António

Melhor Animação Vídeo:
"Sem Respirar" de Pedro Brito

Melhor Documentário Categoria TV:
"Marrabentando, ou as Histórias que a minha Guitarra Canta" de Karen Boswall

Prémio Revelação:
Anna de Palma por "Sem Ela"


PREMIOS DE IMPRENSA


Prémio de Imprensa:
"Noite Escura" de João Canijo

Menção Honrosa:
"A Dama da Lapa" de Joana Toste


PRÉMIO D. QUIJOTE


Júri da Federação Internacional de Cineclubes:
"O Outro Lado do Arco-Íris" de Gonçalo Galvão Teles


PRÉMIO DO PÚBLICO


Melhor Filme (Categoria de Película):
"Kiss Me" de António da Cunha Telles

Melhor Filme (Categoria de Vídeo):
"Moli" de Ricardo Blanco

Melhor Filme (Categoria de TV):
"Marrabentando, ou as Histórias que a minha Guitarra Canta" de Karen Boswall


PRÉMIO ARDENTER IMAGINE


António da Cunha Telles

17 de abril de 2005

Black and White


Foram ontem à noite, na Universidade Católica Portuguesa - Centro Regional da Foz, divulgados os premiados da 2ª Edição do Black & White - Festival Audiovisual. Aqui fica a lista:


Prémio B&W Melhor Vídeo Ficção
"Noc v hoteli" de Matus Libovic (Eslováquia)

Prémio B&W Melhor Vídeo Animação
"Vent" de Erik Van Schaaik (Holanda)

Prémio B&W Melhor Melhor Vídeo Experimental
"Meu nome é Paulo Leminsky" de César Migliorin (Brasil)

Prémio B&W Melhor Vídeo Documentário
"Kola" de Victor Asliuk (Bielorrússia)

Prémio do público - Sony Ibertelco
"Generation" de David Downes (Nova Zelândia)

10 de abril de 2005

"Birth" por Ricardo Clara


Quando, dez anos depois da morte do seu marido, Anna (Nicole Kidman) se depara com um miúdo (Cameron Bright) dessa mesma idade a dizer que é Sean, o seu falecido marido, entende que a sua vida já não iria ser a mesma. Este jovem Sean, homónimo do marido de Anna, tenta convencer que é a reencarnação do primeiro e levar a confusa mulher a não casar com Joseph (Danny Huston). Será que, em "Birth", Sean é... Sean?
Do estreante Jonathan Glazer, mais um realizador que vem directamente da direcção de videoclips (Blur, Massive Attack e Radiohead, por exemplo), este filme pauta-se essencialmente pelo absurdo, e resultado inconstante, com um desfecho de sobremaneira despropositado. Mas, e no plano da pura realização e interpretação, este filme é um deleite à vista. Cameron Bright, o jovem Sean, é uma grande promessa do cinema norte-americano, na mesma esfera de Dakota Fanning (a qual pode ser vista actualmente em "Hide and Seek"). Seguro e decidido, pauta-se por uma enorme tranquilidade e plena disposição no papel que interpreta (tal como aconteceu em "Godsend"). É, sem dúvida, um actor a rever e a acompanhar. Tal como Nicole Kidman, num papel de relevo, e a confirmar que é uma das grandes actrizes do nosso tempo. Por outro lado, a realização de Glazer, meticulosa e pausada, com um rigor quase milimétrico. Deliciosos planos fechados das faces, em momentos de maior tensão, ou a maneira como se move a câmara num espaço exíguo (a acção decorre essencialmente na casa de Anna), bem como a sequência inicial, onde seguimos com o olhar um homem a fazer jogging, num plano de sequência que culmina com a queda para a morte daquele. A fazer lembrar, este plano, "Elephant", de Gus van Sant, que, coincidência ou não, trabalhou com Harris Savides, director de fotografia que integra também esta equipa de produção. Savides é, de longe, uma óptima influência no registo visual do filme, desde a iluminação do interiores, até à referida sequência inicial. Podera, vindo de alguém que trabalhou em "Seven", "The Game", ou o referido "Elephant". Ponto onde destoa é, sem dúvida, a linha argumentativa, que parte de uma premissa interessante, mas que deixa de ser o fio condutor da película para terminar por ser um mero apoio da explosão visual do filme. De qualquer modo, merece ser visto, e decorar estes dois nomes: Jonathan Glazer e Cameron Bright.



Título Original: "Birth" (EUA, 2004)
Realizador: Jonathan Glazer
Intérpretes: Nicole Kidman, Cameron Bright, Lauren Bacall e Danny Huston
Argumento: Milo Addica e Jean-Claude Carrière
Fotografia: Harris Savides
Música: Alexandre Desplat
Género: Drama / Mistério
Duração: 100 min
Sítio Oficial: http://www.birthmovie.com


9 de abril de 2005

Caminhos do Cinema Português


Começam hoje os Caminhos do Cinema Português, festival conimbricense de cinema, e que irá decorrer até 17 de Abril. Este ano, o certame conta, além da secção competitiva, outros espaços igualmente importantes: uma reflexão sobre o cinema de minoria, uma sessão especial com quatro
filmes cuja temática incide sobre deficiência e exclusão; uma feira do livro do cinema e do filme português; exibição de uma retrospectiva de cinema alemão, e também variados workshops. Para mais informações, www.caminhos.info.


3 de abril de 2005

1 de abril de 2005

Breves


Foram disponibilizados mais dois spots televisivos de "Batman Begins". Para ver, carregue aqui e aqui.

Alfonso Cuaron, o mexicano que realizou "Harry Potter and the Prisoner of Azkaban" poderá estar perto de dirigir mais uma adaptação de um livro, desta vez "Life of Pi" de Yann Martel. Em Portugal, o livro é distribuido pela Difel.

A Nickelodeon Movies e a Paramount estão em negociações para adquirirem "Fire Breather", para mais uma adaptação da BD para a película. Phil Hester e Andy Kuhn são os autores da comic, não havendo ainda indicações quanto ao seu possível realizador.


Mais um poster de "Fantastic Four" com o qual presenteamos os nossos leitores.


Casa da Animação - Programação


Também a Casa da Animação já divulgou a programação de Abril e Maio. Quais as razões para várias visitas?:


CINEMA

A Casa da Animação promove, pela primeira vez, uma parceria com o Festival BLACK & WHITE, realizado na cidade do Porto. Desta forma, Domingo, 17 de Abril, pelas 16 horas e 21h 45 serão exibidos os filmes de Animação de IVAN MAXIMOV, realizador russo, reconhecido internacionalmente, tendo sido várias vezes premiado. Patente estará também uma exposição com os seus desenhos. A sessão da noite contará com a presença do autor.


Público em geral
duração total: 41' 49''
17 de Abril - 16 horas - 21h 45m

WIND ALONG THE COAST 6'50''
SLOW BISTRO 8'00''
FROM LEFT TO RIGHT 3'2''
(5/4) 00:07':08''
BOLERO 5':27''
PROVINCIAL SCHOOL 5'09''
THE STRINGS 5'33''

MATINÉS INFANTIS

23/24 Abril - 16 horas - Entrada Gratuita

28/29 Maio - 16 horas - Entrada Gratuita


A MINHA SELECÇÃO

Nova actividade, que se pretende regular. Uma personalidade escolhe um Programa de Cinema de Animação e vem defender "a sua dama". A dar o pontapé de partida estará entre nós RUI ZINK.


30 abril - 21h 45m - duração total 1h08

As Coisas Lá de Casa (2 episódios) - José Miguel Ribeiro - Portugal 4'
Karma - Telmo Martins - Portugal - 11'
Le Trop Petit Prince - França - Zoia Trofinova - 7'
A Dama da Lapa - Joana Toste - Portugal - 4'20''
A Sereia - Alexander Petrov - Rússia - 10'
A Vida Sexual dos Pirilampos - Pal Tóth Húngria - 7'41''
O Clandestino - Abi Feijó - Portugal - 7'32''
Father and Daughter - Michael Dudock de Wit- Holanda - 8'30''
Meow ! - Marcos Magalhães - Brasil - 8'

FINALISTAS CARTOON D'OR 2004


Os cinco melhores filmes europeus de 2004 seleccionados pela Cartoon Europeia. E o vencedor foi "Fast Film", da Áustria. Tempo de ver ou (re)ver estas obras.


Público em geral - 26 a 29 Maio - 21h 45 m

Concert for a carrot pie - H. Ernits/J.Poldma - Estónia - 11'37''
Fast Film - Virgil Wildrich - Austria/Luxemburgo - 14'
La révolution des crabes - Arthur Des Pins - França - 4'50''
L'inventaire fantôme - Franck Dion - França - 9'44
Through my thick glasses - Pjotr Spegin - Noruega - 13'


Extensão do FEST - Festival de Cinema e Video Jovem

Esta foi a sua segunda edição, mudando de casa. Tendo pela primeira vez a categoria de animação. Desta forma a Casa da Animação vai exibir no seu Auditório os premiados nesta categoria, bem como os momentos altos de animação passados no FEST 2005. Uma selecção do jurado, Ricardo Clara. A apresentar a sessão estará o jovem e persistente director deste festival, Filipe Pereira


21 Maio - Domingo - 21, 45 - 1'06''
Público em geral

Kamya's Correspondence - Sumito Sakakibara Reino Unido - 7'10''

For Your Blossom - Gaku Kinoshita - Reino Unido - 5'40''

Accompagnied Driving - Pierre Razetto - 5'50''

King of Fools - Olaf Encke - Alemanha - 9'20''

Flatlife - Jonas Geirnaert - Bélgica - 11'00''

Sem Respirar - Pedro Brito - Portugal- 8'00''

The Table - Jelena Garlin - Estónia - 19'00''


WORKSHOP

Construção de uma marioneta de Cinema de Animação, este workshop é uma introdução aos princípios e questões práticas da construção de uma marioneta para Cinema de Animação. O objectivo é o de possibilitar aos participantes a construção de uma marioneta dotada de uma estrutura funcional que possa ser utilizada posteriormente nos projectos pessoais de cada um. Esta estrutura será depois recoberta por esponja e vestida, tendo cabeça e mãos de plasticina. O último dia do workshop é um exercício prático de animação, onde cada participante poderá animar a sua própria marioneta aprendendo algumas das técnicas principais de fixação da marioneta ao solo.


Orientador: Sandra Santos
Duração: 40 horas
Datas: 13 e 14, 20 e 21, 27 e 28 Maio e 04 Junho
Horário: sextas 19h30-22h30, sábados 10h30-13h30 e 14h30-19h30
Destinatários: maiores de 18 anos
Local: Casa da Animação
Preço: 160 € (geral), 145 € (Amigos da Casa da Animação)

Número máximo de participantes: 12
Data limite de inscrição: 06 Maio

A inscrição pode ser efectuada via e-mail, telefone ou fax. A inscrição só
se torna efectiva com o pagamento de 50% do valor de inscrição.


APRESENTAÇÃO DE LIVROS

23 de Abril - 18 horas - Casa da Animação

"OS BASTIDORES DE HOLLYWOOD"

Apresentação do livro é da responsabilidade do jornalista Luís Costa contando com a presença do autor Mário Augusto, também profissional da comunicação social.O valor das vendas desta obra reverte a favor de crianças com paralisia cerebral.



EXPOSIÇÕES

Até 8 Abril - Originais - Citen (Gulbenkian) Para melhor ilustrar o trabalho desenvolvido nos diferentes cursos que acolhe, o CITEN apresenta cenários e personagens de alguns dos filmes concluídos nos cursos de animação, pranchas de BD e desenhos originais dos cursos de BD e de Ilustração.


[produção
CITEN
Casa da Animação

[apoios
Gulbenkian
ACM (agência da curta metragem)

15 Abril > 23 Junho - Os Poderes do Sr. Presidente Este projecto expositivo é o ponto de partida para uma discussão divertida e elucidativa sobre os homens que têm ocupado o mais alto cargo da vida nacional, nos últimos trinta anos da República Portuguesa. Sobre as suas funções, os seus poderes e o modo como se relacionam com os outros órgãos do poder instituído e com os cidadãos. Guiados por um filme de animação realizado por Abi Feijó e produzido por Paulo Cambraia, construído a partir de 30 cartoons do artista Luís Eduardo Silva e da mascote do Museu. Esta exposição convida-nos a, de uma forma lúdica e pedagógica, melhor conhecer os Poderes do Presidente da República.


Cinemateca - Abril de 2005 por Filipe Lopes


Cinemateca Portuguesa - Abril
Mais um mês obrigatório para ir até lá!


Não deixa de ser interessante, o facto de a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema programar, no corrente mês de Abril, dois filmes sobre os quais o Antestreia falou, mais ou menos recentemente, e que estão, inclusivamente, na sua rubrica "Filmes de Culto". São eles, "A Clockwork Orange / Laranja Mecânica", que passa no dia 20, às 19h00 e "Easy Rider", que será projectado nos dias 11 (também às 19h00) e 22 (às 19h30). Mas este é um mês, mais um, recheado de bom cinema que pode ser visto sensivelmente a meio da Rua Barata Salgueiro na capital portuguesa, e no qual se destaca, naturalmente, o ciclo "Longo Adeus a Hollywood: Cinema Americano Anos 60 e 70", que ilustra, ao mesmo tempo, um ponto de viragem e uma passagem de testemunho entre realizadores do cinema chamado clássico e uma nova geração de cineastas. Podem ver-se alguns dos últimos filmes de grandes autores - "Seven Women / Sete Mulheres" (1966), de, John Ford, "Rio Lobo" (1970), de Howard Hawks, "Family Plot / Intriga em Família" (1976), de Alfred Hitchcock -, à mistura com filmes do início da carreira de autores emergentes das décadas referidas - "Assault on Precint 13 / Assalto à 13ª Esquadra" (1976), de John Carpenter, "Dementia 13" (1963), de Francis Ford Coppola, ou "Badlands / Os Noivos Sangrentos", de Terrence Malick - e estes apenas para dar alguns exemplos. O melhor, mesmo, é consultar a página da Cinemateca (www.cinemateca.pt) e ver a programação. É que, quem vem a Lisboa ver um concerto, ou uma peça de teatro, por que razão não há-de poder fazer o mesmo em relação a um filme que valha realmente a pena ver projectado, ao invés de o fazer no pequeno ecrã de televisão?