15 de novembro de 2005

FIKE 2005


5º Festival Internacional de Curtas-metragens de Évora

18 a 26 de Novembro

O Festival Internacional de Curtas-metragens de Évora começa na próxima sexta-feira e prolonga-se até dia 26, com uma programação que conta com 57 filmes, de entre os quais 11 portugueses.

Definindo-se como um Festival que promove o encontro de diferentes olhares, num ambiente que se caracteriza pela informalidade de carácter humanista, visando o contacto entre o público e o cinema, o FIKE decorre na histórica cidade de Évora e apresenta aos amantes da sétima arte uma selecção de cerca de uma centena de filmes provenientes de todo o Mundo.

Este ano, apresentaram-se a selecção 1300 filmes provenientes de 90 países. Apesar destes números, o crescente reconhecimento internacional, fruto da criteriosa selecção e dos contactos estabelecidos e vincados ao longo das edições anteriores, não foi suficiente para justificar da parte do ICAM um apoio superior a 5000 Euros, significativos das opções da actual Direcção do instituto.

A associação do Festival às comemorações do Bicentenário à Biblioteca Pública permitiu a criação de uma secção especial temática focando filmes sobre livros, a biblioteca e a leitura.

Procurando não só a diversidade em termos de género, mas também uma visão não unívoca do cinema, o comité de selecção é constituído por elementos do público habitual do Cineclube da Universidade de Évora e do Pátio do Cinema (Núcleo de Cinema da Sociedade Operária de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar), associações organizadoras do Festival. Este comité caracteriza-se pela sua heterogeneidade etária, profissional e cultural. Os critérios de selecção são a qualidade do argumento, realização, fotografia, montagem, direcção artística, banda sonora, para além da originalidade. Considerada a filosofia do Festival, de afirmação, risco, experiência e inovação, a curta-metragem é o meio escolhido para captar a essência da narrativa cinematográfica. A competição reúne filmes de ficção, documentários e animações e procura o debate de ideias e propostas.

O júri do FIKE 2005 é constituído por:

- Florence Ayisi (cujo último filme “Sisters in Law” foi galardoado no Festival de Cannes 2005 com o prémio de Arte e Ensaio da CICAE, estreia Nacional no FIKE)

- David Pope (Director da New York Film Academy)

- Akram Farid (Realizador Egípcio e Professor do Instituto de Cinema do Cairo)

- Christina Zulauf (Realizadora e Fotógrafa Suíça)

- Henrique Espírito Santo (Produtor e destacada figura do Cinema Português)

- Fernando Galrito (Realizador e Professor de Animação Português)

Para além do júri do Festival, foi aceite o convite para a constituição do Júri da Federação Internacional de Cineclubes, que atribuirá o prémio “Don Quijote” e seleccionará uma curta-metragem para o Festival Internacional de Cineclubes que terá lugar em Junho de 2006.

O festival abre com THE FIFHT STEP, de Donna Mabey, um trabalho de escola da Universidade do País de Gales, rodado na cidade de Évora, com a participação de diversos jovens portugueses.

Para além da competição oficial, o Festival conta com o atelier “Como se faz um Filme”, de Henrique Espírito Santo, um dos mais antigos e importantes produtores do cinema português que imaginou esta Oficina do Cinema como forma de revelar às crianças os segredos da produção cinematográfica.

Reedição de uma das componentes do FIKE 2001 que maior sucesso obteve, Henrique Espírito Santo vai “mostrar” todas as profissões do cinema, montando um estúdio de cinema, onde durante hora e meia as crianças das escolas do concelho de Évora vão poder ser realizadores, actores, produtores, maquilhadores, electricistas ou operadores de câmara.

Também Fernando Galrito, professor e realizador de cinema de animação, vai mostrar filmes de animação produzidos na ESAD, Caldas da Rainha, no CITEN da Fundação Calouste Gulbenkian e pela produtora Animo Leve.

O texto com que apresenta a sua proposta começa com a frase “É...! No ecrã, nada se move. Tudo está dentro de nós.” traçando um sucinto historial do cinema, desde há 30 mil anos, passando pelo incontornável Emile Reynaud, rematando com a afirmação de que “Na realidade, no cinema e na animação, nada se move, são apenas os fantasmas e os espíritos que se agitam, riem, lutam, amam ou choram dentro de nós.”

A componente de extensão pedagógica do FIKE incluirá como habitualmente sessões de cinema abertas a escolas da região, wokshops, conferências e mostras não competitivas.

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