30 de novembro de 2008

Insiste, David


Ah, o doce odor de uma carreira a ir pelo cano. Ar de duro, carabina ao ombro, uma espécie de Pamela das selvas ao lado e, no fundo, um planeta inteiro por salvar. Até porque David Hasselhoff avisa em tom solene: "In about twelve hours this entire country is gonna be overrun with baby snakes". E é óbvio que isso tem de ser impedido.

Se "Anaconda" era um esterco, e a sequela tão importante que nos passou ao lado, o que dizer de "Anaconda III", que conta com o inenarrável Mitch Buchannon, agora a nadar na mata com uma espingarda na mão? Provavelmente que, depois de o vermos a tombar de bêbado num home -made movie, e a voar num videoclip, que já era rapaz para arrumar as botas e deixar de povoar pesadelos.

Engane-se quem pensa que ainda pode ver este luxo da sétima arte na tela: saiu directamente para DVD do outro lado do Atlântico (o que não quer dizer que por cá um qualquer iluminado não lhe dê na cabeça de estrear esta pérola). Mas o trailer, esse, não engana. Viva o hasselhofftrash!

Passatempo "Mulheres"

Baseado no filme de 1939 de George Cukor e na peça de teatro de 1936 de Clare Boothe Luce, MULHERES! transporta-nos para um agitado círculo da sociedade de Manhattan, em que as indústrias editorial, da moda e das finanças estão em destaque. No centro da história encontramos Mary Haines, uma perfeita mulher moderna subitamente confrontada com um velho dilema: um marido traidor. As mulheres que lhes estão perto rapidamente se reúnem à sua volta, lideradas pela sua melhor amiga, Sylvie Fowler, uma dinâmica editora de uma revista. Mas quando Sylvie trai Mary num negócio, o grupo todo é sacudido – e as duas mulheres encaram a mais dolorosa separação de sempre – a da sua amizade.

NOS CINEMAS A 11 DE DEZEMBRO





O Antestreia e a ZON Lusomundo têm para oferecer convites para a antestreia do filme "Mulheres!". Para tal, tem que responder à pergunta que colocamos abaixo:


Indique duas das actrizes deste filme.


Se for um dos vencedores, poderá ver este filme em:

Lisboa - ZON Lusomundo CascaiShopping
Antestreia: Dia 9 de Dezembro (Terça-feira), às 21:30, 15 convites duplos
Porto - ZON Lusomundo Dolce Vita Porto (corrigido)
Antestreia: Dia 10 de Dezembro (Quarta-feira), às 21:30, 15 convites duplos


Atenção: A recepção de respostas para este passatempo termina no dia 8 de Dezembro, às 23h59. Não se esqueçam de colocar o nome completo e número de B.I. na vossa resposta, enviando-a para antestreia_blog@hotmail.com, indicando ainda a preferência quanto à sala de cinema.


Para levantar o seu convite, deverá apresentar-se com o seu BI ou outro documento identificativo (não serão aceites fotocópias) junto das bilheteiras do cinema, a partir das 19h30 do dia do filme.

Os vencedores serão contactados por email.


29 de novembro de 2008

"Body of Lies" por Ricardo Clara

Uma mentira em corpo de filme

Periodicamente, Ridley Scott arranja maneira de dar a conhecer um filme que nos faz questionar se será mesmo este o autor de "Blade Runner" (1982). "Body of Lies" / "O Corpo da Mentira" é um deles. Mas não por sua inteira culpa - a adaptação para a tela pela mão do argumentista William Monahan, baseado no romance do jornalista David Ignatius é claramente deficitária.

Roger Ferris (Leonardo DiCaprio em registo de "Blood Diamond", 2006), é um operacional da CIA a actuar no Médio Oriente, mais propriamente na Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Irão. Falando fluentemente árabe, ao ponto de ser confundido com um local, Ferris responde perante Ed Hoffman (Russell Crowe), o qual comanda as operações no quartel-general em Langley, nos EUA, enquanto educa os filhos e os leva ao futebol.

Com o primordial intuito de capturar Al-Saleem (Alon Aboutboul), um terrorista islâmico de enorme valor, pela sua elevada posição na hierarquia de uma célula que visa alvos civis, urde um esquema que à partida parece perfeito: leva o grupo comandado por Saleem a supor que um simples arquitecto é o responsável por um ataque terrorista numa base norte-americana, com o intuito de finalmente o conseguir descobrir.

No meio deste choque civilizacional, Ferris começa a desenvolver uma relação especial com Aisha (Golshifteh Farahani), uma enfermeira jordana, isto porque usa aquele país para pôr em prática o seu plano - tudo à revelia de Hani (Mark Strong), chefe dos serviços secretos da Jordânia.

E é com este enredo que envredamos uma vez mais nas questões culturais entre o Médio Oriente e o resto do mundo, numa visão pouco cuidada e com alguns erros na abordagem histórica. Mas colocando de parte este pormenor, e salvo as devidas comparações, "Body of Lies" parece, em alguns momentos, um longo episódio de um seriado televisivo ao estilo de "The Unit". De facto, não existe um equilíbrio que permita definir um início, um meio e um fim, parecendo que cabe ao cinéfilo informar-se atempadamente de quem é cada um dos personagens, visto que eles nos são apresentados como velhos conhecidos e não como debutantes aos nossos olhos.
Esse facto seria menor, não fosse a inércia do argumento em oferecer profundidade às personagens - num elenco onde só se salva Mark Strong, no papel de chefe da secreta jordana, um aprumado homem em fatos de enorme qualidade, que controla tudo o que se passa no seu país, num registo James Bond do Médio Oriente. É que Leo DiCaprio surge novamente sem ter despido a vestimenta de Danny Archer (o traficante de diamantes de "Blood Diamond"), o que do ponto de vista da construção de Ferris deixa muito a desejar. Por outro lado, Crowe terá interpretado o papel mais preguiçoso dos últimos anos, com uma versão insossa e desinteressada de um chefe operacional, que decide o movimentar das peças no teatro de guerra enquanto come os cereais no alpendre da sua casa.

O resto, uma enorme falácia de construção, com explosões e efeitos especiais quando se exigia contenção e abordagem vincadamente apoiada nos personagens, com um pseudo-romance metido à pressão para dar linha de avanço à história e inverossimilhanças constantes, numa enorme desilusão do realizador do aclamado "American Gangster" (2007).




Título Original: "Body of Lies" (EUA, 2008)
Realização: Ridley Scott
Argumento: William Monahan, baseado no livro de David Ignatius
Intérpretes: Leonardo DiCaprio, Russell Crowe e Mark Strong
Fotografia: Alexander Witt
Música: Marc Streitenfeld
Género: Acção / Thriller
Duração: 128 min.
Sítio Oficial: http://bodyoflies.warnerbros.com

24 de novembro de 2008

O Ataque dos Clones


Hollywood é uma máquina imparável de fazer filmes. Todos os dias aparecem centenas de pessoas a tentar a sorte no mundo do cinema, alguns acham que têm talento e outros apenas trazem uma ideia. Se para os primeiros não é fácil, bem pior estão os segundos porque as ideias que os estúdios querem realmente são as que já foram testadas e aprovadas. As produções milionárias de super-heróis e de séries televisivas já passaram de moda, o novo nicho de mercado é com remakes. Pegar num filme que criou uma legião de fãs e inventar-lhe uma sequela dá trabalho, é mais simples voltar a fazê-lo. A semana passada ficou marcada por dois anúncios tenebrosos.

Primeiro Spielberg quer refazer "OldBoy", o filme de culto do século XXI. O protagonista nesta nova versão seria Will SMith. Não só o filme está perfeito e dispensa melhorias cosméticas, como não reconheço a Spielberg talento para se comparar a Park Chan-wook em tão ambiciosa trama. Felizmente já dizem que não é exactamente um remake, é um outro ponto de vista sobre o comic de Minegishi Nobuaki que inspirou o filme coreano. Vai contar a história de um homem que passou quinze anos encarcerado, mas não a mesma história. Agora a pergunta é: tirando o que vimos em "Oldboy" que mais pode merecer um filme?

No fim-de-semana o descalabro foi completo. Aparentemente também "The Host" vai ter direito a remake. Este já se imaginava. Tem tudo o que é preciso para ser um sucesso de bilheteiras e facilmente é deslocado para outro país. O problema é quem o vai fazer. Gore Verbisnki produz, mas a realização ficou entregue a Fredrik Bond que tem no currículo apenas uma curta e vários clips de Moby. Sendo um clássico assegurado, não poderiam dá-lo a alguém que soubesse o que fazer?

22 de novembro de 2008

Posters de "Star Trek"


Como se não bastasse faltar meio ano para o lançamento de "Star Trek", náo nos deixam pensar em mais nada, lançando nova informação aos poucos. Hoje saíram dois posters que apresentam duas novas personagens. Nero vai ser interpretado por Eric Bana, Uhura a ser interpretada por Zoe Saldana.

Nero Star Trek Uhura Star Trek


À quantidade de tripulantes que a nave tem poderiam lançar um por dia.

Trailers, trailers e mais trailers


Este fim-de-semana há muitos trailers para mostrar. Novos trailers para "Yes Man" e "Ice Age 3". Quem preferir televisão pode ver o trailer de promoção da nova temporada de "Lost".
Para culminar, apresentamos "The Wrestler", o mais recente trabalho de Darren Aranofsky e grande vencedor de Veneza.





"Yes Man" - Red Bull


Ice Age 3


Quinta temporada de"Lost"


The Wrestler

18 de novembro de 2008

Star Trek



A nova incursão no mundo de Spock e Kirk chega a passos largos. "Star Trek", realizado por J.J. Abrams, produtor do sucesso televisivo "Lost", junta um elenco de vasta qualidade. Spock será interpretado por Zachary Quinto (o vilão Sylar em "Heroes"), num grupo onde despontam ainda nomes como Eric Bana ("Hulk", 2003), Simon Pegg ("Hot Fuzz", 2007) e Winona Ryder ("The Age of Innocence", 1993).



Com este trailer que aqui deixamos, confirma-se o burburinho que o acompanha...


17 de novembro de 2008

Fincher regressa - parte II




Este vosso servo é um confesso fã de David Fincher. Desde "Alien³" a "The Game", especialmente de "Se7en" e de "Fight Club", com uma vénia especial a "Zodiac" (e, numa noite de maior etilicidade no corpus sanguíneo, o próprio "Panic Room"), sou ávido consumidor da sua explosiva criatividade visual.

É por isso que assisto impacientemente ao ultimar da mais recente obra do realizador norte-americano. "The Curious Case of Benjamin Button" (do qual já haviamos avançado o trailer) reúne um elenco de luxo, apontado à tela para época natalícia, reúne o génio de Fincher à criatividade de Eric Roth, oscarizado em 1994 pelo argumento de "Forrest Gump".

Como resta esperar, pode ser que estes posters aliviem a curiosidade. Até ver...


16 de novembro de 2008

10 de novembro de 2008

Watchmen



A adaptação da novela gráfica "Watchmen" está a criar grande expectativa - um facto inegável. Da imaginação dos seus criadores - Alan Moore, Dave Gibbons e John Higgins - saiu uma série limitada de doze volumes, com a chancela DC Comics, que resgatou Zack Snyder ("300", 2006) para uma adptação cinematográfica a estrear em 2009.

Mas se estes ingredientes não forem suficientes, a verdade é que os posters ajudam (e de que maneira) a aguçar o apetite para o que aí vem. O que aqui deixamos é o mais recente, e vale a pena desfrutar durante um pouco da sua intensidade.

Tempo livre e talento...

levam a que alguém faça isto. Via /film ficamos a conhecer um tributo a John Williams e a alguma da sua obra, num registo a capella extraordinário. Percorrendo alguns dos temas mais conhecidos do brilhante autor, assistimos a um desenrolar de músicas e filmes, com imagens constantemente a assaltarem-nos a imaginação. Fantástico!





9 de novembro de 2008

Prémios do Cinema Europeu


Foram dados a conhecer os nomeados para os importantes European Film Awards, cujos vencedores irão ser conhecidos a 6 de Dezembro em Copenhaga.
"Gomorra", "Il Divo", com cinco nomeações, e "El Orfanato" e "Waltz with Bashir" com quatro, são os favoritos, para a noite de Dinamarca. Aqui ficam os nomeados:


FILME EUROPEU 2008

"Il Divo", Italia
Paolo Sorrentino

"Entre Les Murs", França
Laurent Cantet

"Gomorra", Italia
Matteo Garrone

"Happy-Go-Lucky", Reino Unido
Mike Leigh

"El Orfanato", Espanha
Juan Antonio Bayona

"Waltz With Bashir", Israel/França/Alemanha
Ari Folman


REALIZADOR EUROPEU 2008

Laurent Cantet por "Entre Les Murs"
Andreas Dresen por "Wolke 9"
Ari Folman por "Waltz With Bashir"
Matteo Garrone por "Gomorra"
Steve McQueen por "Hunger"
Paolo Sorrentino por "Il Divo"


ACTRIZ EUROPEIA 2008

Hiam Abbass em "Lemon Tree"
Arta Dobroshi em "Le Silence de Lorna"
Sally Hawkins em "Happy-Go-Lucky"
Belen Rueda em "El Orfanato"
Kristin Scott Thomas em "Il Y A Longtemps Que Je T’Aime"
Ursula Werner em "Wolke 9"


ACTOR EUROPEU 2008


Michael Fassbender em "Hunger"
Thure Lindhardt e Mads Mikkelsen em "Flammen & Citronen"
James McAvoy em "Atonement"
Toni Servillo em "Gomorra" e em "Il Divo"
Jürgen Vogel em "Die Welle"
Elmar Wepper em "Kirschblüten - Hanami"


ARGUMENTISTA EUROPEU 2008

Suha Arraf e Eran Riklis por "Lemon Tree"
Maurizio Braucci, Ugo Chiti, Gianni di Gregorio, Matteo Garrone, Massimo Gaudioso e Roberto Saviano por "Gomorra"
Ari Folman por "Waltz With Bashir"
Paolo Sorrentino por "Il Divo"


Para ver os restantes nomeados, basta clicar aqui.


8 de novembro de 2008

Simplesmente Up


Como é quase hora de dormir deixo algo que nos costuma fazer sonhar. Falo do novíssimo trailer do próximo filme Pixar. Tal como "Wall-E" (que prometo escrever brevemente) pouco dizem acerca do filme. Apenas recordam o que já fizeram naqueles estúdios e pedem um voto de confiança ao público.
A história é de um homem idoso que aproveita os últimos dias de liberdade para viajar como era desejo da sua falecida mulher. Mais uma vez uma temática séria escondida num filme infantil. Só nos resta esperar um longo meio ano até estar nos cinemas.

O título é muito alusivo à original forma de viajar adoptada.




A pantera está de volta

Por muito que o primeiro filme tenha sido vaiado o que é certo é que Steve Martin vai voltar a tentar imitar Peter Sellers e fazer uma sequela para o seu "Pink Panther". No elenco voltam a estar Jean Reno e Emily Mortimer como os eficazes assistentes e juntam-se ainda John Cleese, Andy Garcia, Alfred Molina e Aishwarya Rai.

A história volta a girar em torno do diamante Pink Panther que é novamente roubado e o desastrado Clouseau é mais uma vez o agente mais qualificado para o recuperar e deter os ladrões. A realização desta vez está nas mãos do holandês Harald Zwart que tem em "Agent Cody Banks" o seu trabalho mais divulgado.

Teaser e Trailer estão aqui.





"Blindness" por Nuno Reis


Grande expectativa acompanha a estreia da mais mediática obra cinematográfica baseada num argumento português. Depois de meio ano a percorrer os mais diversos festivais chega hoje a Portugal, no festival do Funchal. A estreia no continente será já na quinta-feira.

Num local e tempo incertos - mas terrivelmente próximos – um homem de repente perde a visão. Apenas vislumbra branco. Sem que nenhum médico perceba o que se passa, subitamente todos começam a sofrer do mesmo e o governo tem de lidar com esta situação de emergência que coloca em risco o mundo.

O ser humano é terrivelmente assustadiço e obstinado quando enfrenta o desconhecido. Vendo-se perante algo que não consegue compreender ou controlar entra em desespero e aplica as mais estranhas medidas. Neste caso isso significa quarentena obrigatória para todos os infectados. Com o avanço da doença isso acaba por ser literalmente toda a população. Entre os infectados nem todos desejam o mesmo, enquanto uns pensam no bem comum, outros pensam apenas em si. E uma mulher, aquela que tudo vê, pensa em tanta gente que nem tem tempo para pensar em si mesma.

"Blindness" é um título pouco fiel ao tema que é tratado neste filme. "Ensaio sobre a Cegueira", como foi baptizado pelo homem que idealizou tudo isto, é bem mais apropriado pois indica quão complexo é aquilo que aqui se apresenta por trás da metáfora da cegueira. Nesse mundo novo onde nada é visto a humanidade vai ter de se redescobrir. Quando não há lei a escória da sociedade tenta ser alguém e faz valer a falta de princípios morais para se impor. O nojo que possam causar ao espectador infelizmente é um retrato possível daquilo que o ser humano reprime no mundo civilizado.
Temas tão diferentes como o direito à vida e à dignidade são alternados com a amizade, a dependência de alguém, e o sentido da vida. Ajuda também a compreender a vida dos cegos actuais, aqueles que por serem uma minoria não preocupante não são acompanhados pelas autoridades. É verdade que no filme os cegos reais são parte do mal (em terra de novos-cegos o velho-cego é rei), mas no final talvez sejam mais compreendidos.

O filme está bem feito apesar de por vezes parecer um pouco artificial. Não está ao nível do livro, mas cumpre plenamente a sua missão de obrigar a reflectir. Por isso é que o título ensaio se adequa tão bem. Interessa reparar que além da localização não ser especificada também as personagens são anónimas. Se a cidade raramente interessa para fazer uma história, cruzar uma mão-cheia de pessoas sem nome em livro é simplesmente inacreditável.


Título Original: "Blindness" (Brasil, Canadá, Japão, 2008)
Realização: Fernando Meirelles
Argumento: Don McKellar baseado no livro de José Saramago
Intérpretes: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Yusuke Iseya, Yoshino Kimura, Don McKellar, Danny Glover, Gael García Bernal
Fotografia: César Charlone
Música: Marco Antônio Guimarães
Género: Drama, Mistério, Romance, Thriller
Duração: 120 min.
Sítio Oficial: http://www.blindness-themovie.com/

Trailer de "Yes Man"


Em Julho apresentamos o poster de "Yes Man", agora trazemos o trailer da mais recente comédia de Jim Carrey.



Neste filme Carrey interpreta um homem que, numa tentativa de ser mais positivo, compromete-se a dizer sim a tudo durante um ano. Quem melhor para o papel do que o protagonista de "Liar Liar"?

O filme é baseado na biografia do comediante Danny Wallace que passou meio ano a fazer o mesmo. A realização está nas mãos de Peyton Reed, director de títulos tão diversos como "Bring It On", "Down With Love" e "The Break-Up". A estreia está agendada para a semana mais positiva do ano, a de Natal.

O trailer está aqui.

7 de novembro de 2008

"Eagle Eye" por Nuno Reis

Carro, telemóvel, Internet, cartão bancário. Com todos estes localizadores não é preciso ter um chip implantado para que alguém saiba exactamente onde estamos. Para saber essa localização em tempo útil é preciso concentrar muita informação. Mas será seguro para alguém que essa informação esteja reunida num só ponto? Com todo o mundo ligado qualquer um pode entrar em qualquer lado, e essa base de dados, mesma estando protegida pelo exército americano, será sempre um chamariz de problemas. Se quem controla essa informação também controlar remotamente todas as máquinas do mundo então a sociedade está condenada. É isso que acontece a Jerry e Rachel. Dois desconhecidos a viver momentos de grande fragilidade emocional são atirados para um jogo que não compreendem e onde as suas vidas estão em risco. Enquanto o governo está às aranhas quanto à identidade e origem do poder do novo inimigo, uma voz omnipresente e omnipotente vai dizendo aos protagonistas o que devem fazer e não têm alternativa além de obedecer.

"Eagle Eye" inicia como um thriller de enorme potencial, subitamente o segredo é revelado e tudo é percebido sem necessidade de mais explicações. Repescando uma ideia que já foi utilizada centenas de vezes – em estreias deste ano inclusivamente – o filme desenvolve-se já sem interesse e sem surpresas. Tragicamente o caminho tomado era mesmo o único possível. Nenhuma outra justificação seria credível ao passo que esta, depois de tantos avisos dados pela ficção-científica, terá mesmo de ser verdade algum dia.

Assim a história prolonga-se por duas horas, com muitas explosões e confusão para impedir o espectador de pensar. Recordando os outros filme que tratam do tema este era perfeitamente inútil. No início Spielberg esteve para ser o realizador, quando cedeu o lugar a Caruso a equipa deste reescreveu o guião. Como não imagino Spielberg a fazer algo tão mau posso agradecer aos argumentistas por conseguirem destruir o que o filme tinha de bom.


Spoiler (Reflexão negativista ou como queiram chamar)


Se até ao século XX o mundo era do ser humano, a partir do século XXI o mundo será das máquinas. Excluindo o cenário de ficção-científica em que andróides enfrentam humanos num luta até ao último homem (claro que a humanidade perde) podemos ver que na nossa sociedade já é isso que sucede. Inicialmente foram apenas os automóveis, mas agora toda a nossa vida depende de circuitos... e eles podem não estar num dia bom. Enquanto um humano é tradicionalmente indigno de confiança, nos computadores ainda confiamos. E esse será o último erro da Humanidade.



Título Original: "Eagle Eye" (Alemanha, EUA, 2008)
Realização: D. J. Caruso
Argumento: John Glenn, Travis Adam Wright, Hillary Seitz e Dan McDermott
Intérpretes: Shia LaBeouf, Michelle Monaghan, Rosario Dawson, Michael Chiklis e Billy Bob Thornton
Fotografia: Dariusz Wolski
Música: Brian Tyler
Género: Acção, Mistério, Thriller
Duração: 118 min.
Sítio Oficial: http://www.eagleeyemovie.com/

3 de novembro de 2008

"In Bruges" por Nuno Reis


Martin McDonagh como dramaturgo arrebatou os principais prémios ingleses, e já tem quatro nomeações para os americanos Tony. Quando um autor de teatro tem dez anos de sucesso e decide fazer cinema, não é surpreendente que ganhe logo o Oscar de melhor curta. Se depois disso fizer uma longa-metragem o sucesso já é esperado. Por isso mesmo "In Bruges" foi o filme de inauguração do festival de Sundance.

Ken e Ray são dois assassinos contratados britânicos que se escondem em Bruges quando um trabalho não corre bem. Enquanto Ken não tem problemas de consciência e pretende aproveitar a viagem para fazer turismo e conhecer a cidade medieval, Ray ainda busca redenção pelos seus pecados e acha que o inferno é ter de passar a eternidade em Bruges. Nas suas deambulações pelas velhas ruas vão falando da vida e da morte, vão convivendo a bem e a mal com a população local e vão fazer muita confusão. Os filmes de gangsters não voltarão a ser os mesmos depois deste.

Por ter escrito peças de rádio McDonagh dá muita atenção aos diálogos. Se o que atrai o espectador são as estrelas do elenco, de certeza que o que será recordado mais tarde (muito mais tarde) são os alucinantes diálogos. Esta comédia negra está recheada de frases brilhantes que aqui, inacreditavelmente, encontram contexto. Temas tão diversos como anti-americanismo, cinema, morte, homossexualidade, anões, droga, cavalheirismo, prostituição, guerras raciais, tudo aparece vindo não se sabe bem de onde e tudo encontra um lugar, tal como os actores que vêm de meia dúzia de países para criar um autêntico choque cultural.

Apesar de ser um filme inteligente "In Bruges" pode ser difícil de apreciar pelo uso de um novo humor britânico (aquele com sotaque irlandês). Por vezes é perturbador e para uma maioria não será totalmente apreciado à primeira. Contudo mesmo que não se queira é daqueles filmes que nos marca e recupera uma crueza que começava a faltar na arte cinematográfica.


Título Original: "In Bruges" (EUA, Reino Unido, 2008)
Realização: Martin McDonagh
Argumento: Martin McDonagh
Intérpretes: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Clémence Poésy, Ralph Fiennes, Thekla Reuten
Fotografia: Eigil Bryld
Música: Carter Burwell
Género: Coméda, Crime, Drama
Duração: 107 min.
Sítio Oficial: http://www.inbruges.co.uk/

2 de novembro de 2008

O regresso


Durante uns (poucos) anos, a blogosfera de cinema em português era povoada por meia dúzia de carolas, que se chegaram a reunir numa Associação de Blogues de Cinema.

Os anos passaram, e agora são incontáveis o número de blogues desta temática que surgiram - muitos deles, perdoe-se-me a falta de humildade, de uma pobreza de escrita e de conteúdo arrepiante. E aliada a esta profusão de blogues, verificou-se o final de muitos que ainda carregavam consigo uma maneira muito interessante de falar e discutir cinema, bem como de interagirem entre si, tendo como elo de ligação a sétima arte.

É por isso que observo com agrado, e aqui deixo umas palavras, o regresso do Miguel Lourenço Pereira, que em tempos idos registava audiências record no seu Hollywood. Agora num novo espaço, o weblog Cinema (com referência nossa na barra da direita), continuamos atentos ao seu trabalho, e propomo-nos já como visita diária.

P.S.: o roubo do banner é intencional, mas unicamente para motivos de propaganda!