30 de setembro de 2010

MotelX 2010 - Dia 1

(publicado com atraso devido a problemas de ligação)

Arrancou ontem a quarta edição do MoTeLx. A mostra cresceu e agora é um Festival com letra grande. Num renovado Cinema São Jorge começou aquela que promete ser se não a maior pelo menos a melhor edição do certame.

Não há melhor forma de começar o dia do que a ver filmes. E um bom filme é adequado para todas as horas. No festival de cinema de terror de Lisboa esforçam-se por levar isso à letra e por isso criaram uma sessão de curtas ao almoço, daquelas que tirariam o apetite aos estômagos menos acostumados a filmes de terror. São 45 ou 50 minutos de filmes numa hora que normalmente ninguém vai ao cinema. Indigesto? Não.
De tarde o panorama foi melhor. "Land of the Dead" de Romero (no festival para uma homenagem), "Cherry Tree Lane" que promete ser uma revelação nos festivais que se avizinham, o irlandês "The Eclipse" e o canadiano "The Wild Hunt" culminando em "Phobia 2", uma espécie de "Creepshow" asiático.
A cerimónia de abertura não teve filme, transmitiu "Noite Sangrenta" toda uma mini-série sobre o macabro golpe de estado de 1921. Duas horas de produção portuguesa com muito sangue e apenas o terror de ter sido realidade.


O segundo dia também promete. Hoje depois do almoço de terror teremos duas novas doses de Romero, recordaremos "The Descent" (Neil Marshall também cá está) e finalmente teremos a estreia nacional de "Pandorum". À noite teremos série Z em "Alien vs. Ninja". Os eventos paralelos aos filmes podem dar uma grande notícia, esperemos para ver.

29 de setembro de 2010

28 de setembro de 2010

Tempo para muita coisa

"127 Hours" de Danny Boyle

Quem diz que o exercício físico e o contacto com a natureza fazem bem à saúde não conhece Aron Ralston. O jovem montanhista partiu sozinho à aventura numa viagem pelo Utah. A adrenalina das rochas era maravilhosa até que... fica preso. Com 127 horas para pensar, vê a vida passar-lhe diante dos olhos.
O mais recente filme de Danny Boyle é um dos grandes candidatos aos Oscars, é baseado numa história real e tem sido falado porque alguns espectadores se sentem mal ao vê-lo. Publicidade mais do que suficiente para se querer ver.
Imdb

Trailer, posters e banners "Due Date"


Uma das comédias mais esperadas do ano é "Due Date". Reunindo o fenómeno cómico do momento Zach Galifianakis com o sempre competente Robert Downey Jr., Todd Phillips traz-nos um roadtrip movie com tudo para ser um sucesso.


27 de setembro de 2010

Um festival de contrários


Abundam os festivais por esse país fora. Com diversas idades, temáticas e feitios, há para todos os gostos (eu cá gosto de todos). Lá fora tirando Cannes e Sitges, os maiores do mundo nos seus géneros, sou um apaixonado pelos festivais galegos.

Ontem estive num caso raro de antónimos encontrados. Por um lado é um festival galego, mas pelo outro é português e afinal de contas não é de nenhum. Tem pessoas vindas de todo o nosso país e além-fronteiras, mas a única divisão entre ambos chama-se Amizade, Ponte da Amizade. Dispensa formalismos e cerimónias, mas na "gala" de encerramento tem presidente e vice-presidente da câmara de Cerveira, assim como a alcaldesa de Tomiño. É um jovem e pequeno festival, mas é o evento maior da sua terra, mesmo em dias com provas de jetski e bandas na praça. Dão-nos uma palestra de 20 minutos sobre o nosso passado cultural que mais parece uma conversa entre admiradores do que um monólogo de especialistas. Tem uma equipa que afirma o seu amadorismo enquanto projectam cópias de documentários em 16mm dos anos 70 (que a Cinemateca normalmente esconde para si) revelando grandes cineastas do nosso passado como Manuel Costa e Silva e Noémia Delgado. Saí de lá enriquecido e com pena de não ter visto mais.

Uma nota particular para a homenagem a Noémia Delgado. Enquanto tantos desconhecem que ela existe o Filminho convida-a, mesmo sabendo das dificuldades motoras. Se a convidada não pode subir ao palco, vem a cerimónia para o chão. É o culminar de várias grandes ideias que merecem ser aplaudidas.

Mas o festival não é perfeito e foi criticado no encerramento por um dos seus convidados. Por não ter condições de projectar um filme de 16mm! A grande distância do projector à tela escurecia o filme. Como a alternativa seria o filme continuar às escuras não importa muito que fique um pouco escuro. Ver com metade da qualidade ainda é melhor do que não ver.

Não recuar perante as adversidades é o que mantém um festival de pé e o Filminho tem pernas para andar muitos mais anos.

26 de setembro de 2010

Imagens e trailer de "Harry Potter and the Deadly Hallows - part I"












Para verem fotografias do filme

Teaser de "The Human Centipede II"

O primeiro filme passou um pouco despercebido no Fantasporto deste ano e isso é pena, foi o filme mais nojento dessa edição.

Um médico cose três pessoas para formar uma centopeia humana e cada um comia o que o anterior excretava. Estão a ver como era interessante?
Esse primeiro filme era 100% correcto do ponto de vista médico e o realizador em todas as entrevistas dizia que queria fazer uma sequela com mais gente.

Ora ouçam-no no primeiro teaser oficial (é adequado a quase todas as idades).

Basicamente diz "que se lixe o rigor científico, quero ver sangue e intestinos".

25 de setembro de 2010

Inscrições para o Ovarvídeo


Estão abertas as inscrições para a 15ª edição do OVARVÍDEO - Festival de Vídeo de Ovar, que terá lugar no Centro de Arte desta cidade, entre 23 e 28 de Novembro de 2010.

A data limite para a recepção de inscrições é o dia 11 de Outubro e a lista de filmes seleccionados será divulgada até ao dia 18 do mesmo mês. São admitidas obras nas suas mais variadas expressões (documentário, ficção, animação, videoarte, videodança, experimen...tal, videoclip, entre outros), com a duração máxima de 30 minutos. Todos os trabalhos inscritos devem ter data de produção posterior ao dia 1 de Janeiro de 2009.

O Ovarvídeo é uma iniciativa da Câmara Municipal de Ovar, que acontece desde 1996, sendo este ano produzido e organizado pela Casa da Animação – Associação Cultural e pela Associação Nómada para o Desenvolvimento de Ideias.

A secção competitiva do Ovarvídeo está aberta, exclusivamente, à produção nacional, singularidade que nos permite acompanhar e promover com especial destaque o que de mais significativo se produz entre nós na área do audiovisual em Portugal, nos seus mais variados registos.

Na secção competitiva, destaca-se o prémio Jovem Realizador, atribuído a um realizador com idade inferior a 26 anos, que assina um dos trabalhos seleccionados especialmente para este efeito.

O regulamento completo do festival pode ser consultado no site www.ovarvideo.com e www.casa-da-animacao.blogspot.com, e todas as dúvidas poderão ser tiradas através de mail(at)ovarvideo.com ou atendimento(at)casa-da-animacao.pt.

Filminho hoje e amanhã homenageia Carlos Velo


Estamos nos últimos dias do Filminho e a festa tem-se feito sentir.



Este fim-de-semana o festival centra-se no maior nome do cinema galego, o cineasta Carlos Velo.

A exibir sábado, dia 25, às 18h30 (hora galega) no Auditório de Goián, em Tomiño
A exibir domingo, dia 26, às 16h00 (hora portuguesa) no Cine-Teatro dos Bombeiros, em Cerveira

Esta é uma retrospectiva inédita e imperdível de um dos nomes mais importantes do cinema galego (e mexicano). Foi contemporâneo de Luis Buñuel, com quem estabeleceu contacto por via da sua formação académica, em biologia, num encontro fortuito e lendário, já que foi o responsável pelo aparecimento das formigas da célebre cena de Un Chien Andalou .

Data, por isso, do início dos anos 30 do século passado a paixão de Velo pelo cinema, o que o levou a fundar um cineclube, o FUE (Federación Universitaria Escolar), onde acaba por conhecer Federico García Lorca. Em 1934 realiza os seus primeiros documentários - "Almabradas" e "La Ciudad y el Campo", ambos presentes nesta retrospectiva.

Com o eclodir da Guerra Civil, Velo tenta fugir para Portugal, depois para França e acaba exilado no México. Na década seguinte, torna-se mais profícuo na realização e também na produção. Com Buñuel, viria a ter um papel relevante no renascimento do cinema mexicano. O ponto mais alto da sua carreira acaba por ser outro dos filmes presentes este ano no Filminho - "Torero", de 1956 que ganha prémios em Cannes e Veneza, chegando a ser seleccionado para um Oscar. É igualmente Carlos Velo o primeiro a transpôr a novela de Ruan Rulfo, "Pedro Páramo".

A obra de Velo encontra-se dispersa entre a Espanha e o México, o que criou naturalmente dificuldades acrescidas a um festival da nossa dimensão, mas as obras a exibir e a documentação recolhida, deixam-nos particularmente felizes pelos resultados obtidos e o público terá uma oportunidade única de conhecer esta fascinante figura do cinema galego, espanhol e mexicano.
Esta retrospectiva tem o apoio das filmotecas de Espanha e do México e as sessões serão acompanhadas por académicos da Universidade de Santiago de Compostela.

24 de setembro de 2010

23 de setembro de 2010

"Knight & Day" por Nuno Reis

Roy Milner: They'll tell you I'm mentally unstable and violent and dangerous and it will all sound very convincing.
June Havens: I'm already convinced.


Fez-se muitas comparações entre este filme e "Salt" que Cruise recusou e se tornou um pequeno fenómeno. Ou "The Tourist" que recusou por achar muito parecido com o seu espião da franchising. Claro que seria espiões com diferentes histórias e estilos e como tal não se deve comparar esses papéis com Ethan Hunt, mas considerando a frequência com que faz filmes (um por ano) pode ser insatisfatório para os fãs verem sempre mais do mesmo. A proposta escolhida por Cruise foi a mais segura. Realizador conceituado (a razão porque eu fui ver), uma actriz com que já trabalhou e um argumento divertido. Gostou tanto que além de ter cobrado apenas metade do habitual, ainda interpretou o filme sem duplos. Se bem se recordam quando foi Samurai ia perdendo uma orelha...



June foi a pessoa certa no local errado, à hora errada. Foi a pessoa certa porque todos a escolheram. Estava no local errado à hora errada porque o voo para o casamento da irmã a tornou no peão mais valioso num mortal jogo de espiões. Apesar de ter conseguido voltar para a vida normal, continua a estar marcada e para sobreviver vai ter de jogar. Num aventura que a leva em rápida digressão pela América, pelos Açores desconhecidos, pelos belos Alpes austríacos e algumas outras localizações variadas, vai aprender que não tem o que é preciso para ser uma espia. O responsável por isso é Roy Milner, um louco que choca com ela no aeroporto e que June vai desejar nunca ter conhecido. Ele pode não se saber comportar com uma senhora, mas sabe como deve agir quando se é perseguido por serviços secretos e terroristas. Juntos são uma improvável dupla que vai sobrevivendo, nem eles sabem como.

Fortemente virado para a comédia, peca no início de tão ridículo que parece. Quando o espectador está ambientado e já se sente confortável com a palhaçada até que é engraçado. Naquela adorável forma em que um filme é tão mau que até dá gozo ver. O argumento é previsível do início ao fim, com algumas excepções relativas a June, mas como nunca pretende ser um filme sério suporta-se. Já a fotografia é dos pontos mais fracos e não faz jus ao farto orçamento que teve (117 milhões de dólares).
O filme só começa a ser minimamente interessante após o salto de mota. É uma cena de acção convencional que despoleta adrenalina, algo em falta nas rocambolescas cenas iniciais. A partir daí vê-se perfeitamente em televisão num qualquer fim-de-semana.
Tom Cruise está estranho do início ao fim (não no bom sentido como vimos em “Tropical Thunder” que lhe valeu nomeação para vários prémios). Cameron Diaz nos vinte minutos finais tem o seu momento alto com a ajuda do guião, algum talento, e expressões faciais muito bem conseguidas.

Sendo blockbuster de Verão não se pode comparar com Cinema a sério. Comparando com algumas comédias recentes de espiões (sim, estou a insultar novamente "Kiss and Kill") é fenomenal.


Título Original: "Knight and Day" (EUA, 2010)
Realização: James Mangold
Argumento: Patrick O'Neill
Intérpretes: Tom Cruise, Cameron Diaz, Peter Sarsgaard, Jordi Mollà
Música: John Powell
Fotografia: Phedon Papamichael
Género: Acção, Comédia, Romance
Duração: 109 min.
Sítio Oficial: http://www.knightanddaymovie.com/

22 de setembro de 2010

"After.Life" por Nuno Reis

Eliot Deacon: You're a corpse. Your opinion doesn't count anymore.

Como prometido eis o outro filme onde namorar Justin Long prova ser perigoso para a saúde. Atendendo aos últimos exemplos estou com receio de ver "Going the Distance" onde faz casal com Drew Barrymore.

"After-Life" quase que começa com um esclarecedor funeral. A primeira cena é dedicada à vida, mas tirando isso é uma autêntica ode à morte. Na história principal temos um duelo de três dias. De um lado um cadáver a dizer que está vivo, que não pode ter morrido. Do outro o agente funerário diz que todos se acham vivos. Este filme narra esses angustiantes dias de pós-morte, com muitas emoções à flor da pele.

A personagem principal é Anna Taylor. Esta jovem professora parece sofrer de sociopatia pois raras são as pessoas com que se dá bem. Encara a morte dos outros com naturalidade, mas com a própria não corre tão bem. Os três dias que a separam do funeral vão servir para reflectir sobre a existência que levou, desprovida de vida.
O sofrimento dos que ficam está personificado em Paul Coleman. O namorado perde-a no pior dia possível e assume a culpa pelo acidente. Dividido entre o tormento de a ter morto e a convicção de que ela estará viva, vai entrar numa espiral de loucura, cometendo actos irreflectidos.
Em Deacon temos o vilão. Ele além de tratar dos cadáveres fala com os mortos para os ajudar a atravessar. Estar rodeado pela morte tornou-o indiferente aos apelos e à dor pelo que, apesar da cortesia com que trata os vivos, não revela sentimentos de empatia. Se para os familiares em choque isso é aceitável, para os mortos limitados à companhia dele para as últimas conversas é terrível. Neeson está péssimo neste papel.
Para completar temos o pequeno Jack. Este introvertido aluno de Anna acaba por fazer a ponte entre os três. Porque se sente desorientado sem a professora, porque é o único a compreender a dor de Paul, porque partilha o poder e o destino de Deacon.

Metáfora sobre o sentido da vida, teria como missão obrigar a reflectir sobre o que fazemos da vida no curto tempo que passamos neste mundo. Não proclama o culto da morte, mas homenageia-a combinando diversas etapas do processo de passagem: a família destroçada, a preparação do cadáver, a aceitação dos factos por parte do falecido. Para ser um filme sobre o tema faltou focar-se em muitos dos pequenos detalhes, para isso talvez tivesse de se centrar numa das personagens ou num ponto de vista em vez de saltar entre quatro.

Há muitas cenas bem feitas especialmente nos minutos de abertura e a realizadora revela enorme potencial, mas ainda é inexperiente. O desenvolvimento do filme é monótono e termina de forma insatisfatória.


Título Original: "After.Life" (EUA, 2009)
Realização: Agnieszka Wojtowicz-Vosloo
Argumento: Agnieszka Wojtowicz-Vosloo, Paul Vosloo, Jakub Korolczuk
Intérpretes: Christina Ricci, Justin Long, Liam Neeson, Chandler Canterbury
Música: Paul Haslinger
Fotografia: Anastas N. Michos
Género: Drama, Mistério, Thriller
Duração: 104 min.
Sítio Oficial: http://www.afterlifethefilm.com/

Fantasporto invade a Galiza

Em Outubro o Fantasporto invade a Galiza. A milenar cidade de Ourense é o alvo escolhido. O Festival Internacional de Cinema do Porto e o OUFF – Festival Internacional de Cinema de Ourense, têm uma parceria desde 2005 com vista ao reforço e intercâmbio de relações culturais e cinematográficas entre o Norte de Portugal e a Galiza. No dia em que passam 100 anos da Implantação da República Portuguesa, o Fantas é homenageado em Ourense, levando na bagagem alguns dos filmes que venceram a edição anterior do festival.

Apesar de muito se falar dos acordos económicos e políticos, a cultura é o que mais une os dois povos e o Fantasporto e o OUFF têm estado na primeira fila para a aproximação entre as duas regiões. Nesse âmbito o Fantasporto tem apresentado e premiado obras e autores galegos, em que o principal destaque foi para a completa retrospectiva do cinema galego realizada em 2009, bem como a partilha de ideias e de júris entre os dois festivais. Este ano o OUFF e o seu director Enrique Nicanor decidiram formalizar este protocolo com uma gala de homenagem que terá lugar (não por acaso) no próximo dia 5 de Outubro, feriado em que se comemora o centenário da República Portuguesa. Neste dia, dedicado ao Fantas, serão exibidos três dos filmes galardoados no Porto em 2010"Fish Tank" de Andrea Arnold premiado como melhor Filme e Argumento na Semana dos Realizadores, "Ward Nr 6" de Karen Shaknazarov Menção Especial do Júri, e "One" de Pater Sparrow vencedor de Melhor Argumento e Actor – obras que representam a diversidade cultural e vitalidade das cinematografias europeias e que se enquadram na perfeição nos objectivos do Fantasporto e do OUFF. Na sessão da noite o OUFF vai homenagear o Fantasporto, contando com a presença das mais importantes entidades regionais e culturais da Galiza e a direcção do Fantas.

A Galiza e o Norte de Portugal encontram através do cinema mais um importante elo de convergência, de debate de ideias e de um relacionamento cada vez mais próximo. Do Porto levaremos aos nossos irmãos da Galiza unha fuerte aperta.

O OUFF – Festival Internacional de Cinema de Ourense decorre nesta cidade Galega entre os dias 2 e 9 de Outubro, sendo o mais antigo e prestigiado festival de cinema da Galiza e um dos mais importantes eventos na divulgação do cinema português contemporâneo.

21 de setembro de 2010

Na mouche

Conhecem este rosto?

Dileep Rao tem uma carreira bastante pequena. Depois de duas aparições em TV e no popular concurso "Jeopardy" - onde se revelou brilhante e arrecadou uma pequena fortuna - chegou ao cinema. Digamos que como papéis mais importantes tem um trio de personagens secundárias: o médium em "Drag Me To Hell", o cientista-chefe em "Avatar" e o químico de "Inception". Além desses filmes fez... nada.
Faz três trabalhos e são o regresso do mestre Sam Raimi à realização de género, o maior fenómeno de bilheteiras de sempre e o filme melhor conseguido dos últimos anos. É possível fazer melhor e sem repetir realizadores? Eu no lugar dele viveria com receio de fazer asneira na próxima escolha de projecto.

Fazer dinheiro é simples

Como se devem lembrar George Lucas teve dificuldades em conseguir produzir a sua argumento "Star Wars IV: A New Hope". Quando finalmente conseguiu convencer alguém (Fox) eles tinham tanta confiança no fracasso do filme que ele tinha no contrato uma cláusula em que não recebia salário, apenas ficava com os direitos de merchandising e 40% dos lucros.

Ora o aglomerado dos filmes teve uma rentabilidade superior a 22 mil milhões de dólares, pelo que ele está bastante rico.


Fonte: SciFiWorld

"Drag Me To Hell" por Nuno Reis

Muitos ainda se lembrarão do fenómeno "Jeepers Creepers" em 2001. Francis Ford Coppola ajudou o desconhecido Victor Salva a fazer um filme de terror que recuperou alguma dignidade do género tão maltratado nos anos 90. Nesse filme um desconhecido Justin Long fazia a sua estreia como actor principal. Curiosamente com o passar dos anos ficou conhecido pelas comédias ("Dodgeball", "Herbie Fully Loaded", "The Break-Up", "He’s Just Not That Into You", voz de Alvin nos "and the Chipmunks"...), mas este ano está novamente em grande no terror, finalmente porque foram sete anos longe do género, finalmente porque ambos os filmes demoraram um ano a estrear cá.

Tanto em "Drag Me to Hell" como em "After.Life" (podem ler amanhã) é o namorado de uma mulher atormentada pela morte. Na obra de Sam Raimi Long é o Professor Clay Dalton e a namorada dele Christine Brown (Alison Lohman) é uma bancária especializada em empréstimos. Na luta por uma promoção ela decide negar um novo prolongamento do prazo a uma velhinha como forma de demonstrar dureza. Só que Christine escolheu a pessoa errada para provocar. Acaba a ser perseguida, atacada e amaldiçoada. Sentindo o stress pós-traumático convence o namorado a irem a um psíquico (Dileep Rao) para saber o que sente. Ao saber que a maldição é real Christine vai-se transformar. Tem três dias para acabar com o demónio que a persegue, transferir a maldição, ou morrer de forma agonizante. E entretanto ainda vai conhecer os sogros e enfrentar o concorrente pela promoção.Como se um demónio não bastasse...

A narrativa é previsível e mesmo assim o filme funciona, como terror divertido. Ao melhor estilo de Sam Raimi a história normal é fraquinha, mas a parte fantástica é viciante. Entre maldições ciganas, demónios, um psíquico que sabe psicologia, cadáveres estranhamente activos e animais possuídos, há para todos os gostos. Não é exactamente criativo, é diferente do habitual. Recupera o cinema que Raimi fazia há muitos anos, recorrendo a alguma nova tecnologia porque depois de ter feito os "Spider-Man" (2,3) até parecia mal não usar CGI.

Semi-Spoiler

Vendo como terror e fantasia pode não funcionar para todos, por isso sugiro que a história de Christine seja vista como se ela fosse louca e os médiums apenas alimentassem as estranhas ideias para a poderem explorar. Será o que vemos a realidade ou passa-se tudo na cabeça dela durante um momento de stress e degradação mental? Fica a dúvida e fica um filme bem ao gosto dos intelectuais. Escusam de me agradecer.

Título Original: "Drag Me To Hell" (EUA, 2009)
Realização: Sam Raimi
Argumento: Sam Raimi, Ivan Raimi
Intérpretes: Alison Lohman, Justin long, Dileep Rao, Lorna Raver
Música: Christopher Young
Fotografia: Peter Deming
Género: Terror
Duração: 99 min.
Sítio Oficial: http://www.dragmetohell.net/

20 de setembro de 2010

Trailers de "The Social Network"

Está a chegar o mais inesperado fenómeno do ano.

Quem diria que um biopic sobre alguém vivo, que tem como carreira passar o dia ao computador, e é mais novo do que eu seria aclamado como filme do ano meses antes de estrear? Mesmo sendo de David Fincher mais depressa acreditaria que Ficher tinha cometido um erro do que consideraria Zuckerberg tal fenómeno de popularidade...

























Se realmente gostam assim tanto do Facebook, porque não se juntam a nós por esse canal? Antestreia no Facebook.

19 de setembro de 2010

"Hot Tub Time Machine" por Nuno Reis

Há diversas formas de viajar no tempo. As máquinas em laboratório e os buracos negros no espaço são bem populares, mas os filmes mais memoráveis preferem ser criativos como através do poder da mente, da genética, ou em máquinas adaptadas como um DeLorean ou uma discreta cabine telefónica. Mas confortável mesmo só se fosse num jacuzzi. Ora alguém se lembrou disso mesmo e eis o "Jacuzzi - Desastre no Tempo.

Quatro amigos vão para Kodiak Valley passar um fim-de-semana de revivalismo. Voltando ao lugar onde foram felizes há 25 anos, esperam tirar Lou do estado suicida em que se encontra. Só que a vila fantasma com que se deparam a única coisa que consegue fazer é deixar todos deprimidos. Decididos a encarar a adversidade como uma oportunidade, vão embarcar numa noite de álcool e drogas no jacuzzi, e acordar no ano de 1986. Terão de repetir os momentos mais ou menos bons do fim-de-semana que tão bem recordam para manterem o mundo no seu rumo, ou arriscar uma noite e uma vida melhores no imprevisível mundo após o "efeito borboleta".

O filme foi claramente pensado para ser uma comédia retro, revivalista, saudosista ou como queiram chamar. A única coisa que se vê é um drama sobre homens que estão arrependidos das suas vidas e com medo de fazer algo para as mudar. As piadas são muito fracas e os anos 80 são apenas referidos como a época pré-internet onde ainda havia amor livre e muro de Berlim. Se Crispin Glover em "Back to the Future" era quase imperceptível aqui está pior. As atenções que recebe são pela eminência de perder o braço, um dos pontos máximos de humor no filme. Os restantes actores não estão mal.

É irónico que no ano após o fenómeno "Regresso ao Futuro" não houvesse referências a esse filme. As oportunidades não faltaram, mas não há uma única piada quando à exótica forma de vestir ou à futurística prancha de snowboard. Nem sequer quando se plagia música de outros tempos e se diz abertamente que são demasiados novos para isso como disse o Calvin Klein? Seria aquela gente tão viciada em álcool, sexo e rock’n’roll que não foram ao cinema durante um ano inteiro, mesmo sendo o maior blockbuster da época? Terão os argumentistas evitado as referências por respeito a Crispin Glover? Por saberem que nunca chegariam a esse nível? Ou apenas por azelhice? Realizado por Steve Pink, argumentista de "Grosse Point Blank" e "High Fidelity", esperava-se um filme muito melhor. O humor brejeiro a que se resume é uma enorme desilusão.


Título Original: "Hot Tub Time Machine" (EUA, 2010)
Realização: Steve Pink
Argumento: Josh Heald, Sean Anders, John Morris
Intérpretes: John Cusack, Clark Duke, Craig Robinson, Rob Corddry, Chevy Chase, Crispin Glover, Lyndsy Fonseca
Música: Christophe Beck
Fotografia: Jack N. Green
Género: Comédia, Ficção-Científica
Duração: 101 min.
Sítio Oficial: http://hottubtimemachinemovie.com/

Trailers e posters de "Megamind"

É incrível a variedade de filmes que o tema dos super-heróis tem motivado. Vejam o teaser do mais recente projecto da animação Dreamworks "Megamind".


O primeiro trailer é semelhante de forma mais elaborada.


Parece um argumento banal? Então agora o terceiro vídeo mostra como estavam enganados.




Para os posters é só carregar.

18 de setembro de 2010

Posters e trailer de "Priest"

"Priest" de Scott Stewart

Que tal um mundo futurista onde a religião controla todos e um padre é a última linha de defesa da humanidade contra os vampiros? Que tal se esse filme tiver Paul Bettany, Karl Urban, Cam Gigandet, Maggie Q e Christopher Plummer? Que tal se o realizador tiver como trabalho anterior de ciema fantástico "Legion"? E se tiver experiência de efeitos visuais em filmes de Tim Burton ("Mars Atacks!"), Steven Spielberg ("The Lost World"), Quentin Tarantino ("Sin City", "Grindhouse"), Mike Newell ("Harry Potter and the Goblet of Fire", Bryan Singer ("Superman Returns") além da saga dos Piratas das Caraíbas (episódios 2 e 3), "Iron Man", "Gwoemul" recuperação em 2008 de "Blade Runner"...

E se eu dissesse que esse filme chegava às salas na primeira semana de Março no que pensariam?
Imdb



17 de setembro de 2010

"Die Päpstin" por Nuno Reis

Quando o homem mais poderoso do mundo era uma mulher


No âmbito deste mês que seria dedicado às mulheres do cinema, temos a sorte de encontrar um filme onde uma mulher se imiscui no mundo dos homens. Mais do que isso, numa era em que as mulheres era tratadas como meros objectos, nunca se sentiu inferior a ninguém e provou ser melhor do que todos os homens.

Johanna nasceu numa família problemática. O pai, padre britânico numa pequena aldeia germânica, leva a sério a sua missão de evangelizador. Entre os ideais que apregoa estão a proibição de usar ervas medicinais e outras "bruxarias", os homens não se rebaixarem a fazer trabalho de mulheres e as mulheres não ousarem sonhar fazer algo que compete aos homens como aprender a ler ou escrever. Por ironia do destino depois de dois rapazes biblicamente baptizados como Mateus e João, nasce-lhe esta filha que vai desafiar todas as regras. A mãe ensina-lhe secretamente as lendas e mezinhas pagãs, o irmão mais velho ensina-a a ler e escrever e assim ela vai crescendo sendo mais do que a filha desprezada.
Quando chega à aldeia o mestre-escola fica impressionado pelas capacidades da pequena e oferece-se para a ensinar. Contrariando a vontade do pai, Johanna aprende grego, filosofia e outras ciências até então vedadas ao sexo fraco. Até que um dia um emissário enviado pela Escola da Igreja vem buscar uma criança de nome Johanna para que ela prossiga os estudos. O pai encolerizado convence-o que foi um erro e o nome referido no papel seria João, mas ela não se dá por vencida e parte sozinha para esse mundo de homens onde vai demonstrar novamente ser superior a todos eles. O destino vai levá-la pelos diversos caminhos da Igreja e todos esses caminhos levam-na a Roma. Com o crescimento da mentira, a punição também crescerá, mas como desde o início que enfrenta a morte, porque não ascender ao mais alto posto da Igreja e contribuir para um mundo mais bondoso, um mundo mais justo?

É fascinante a vida desta mulher. A sua inteligência torna-a importante, a sua sageza torna-a imbatível, a sua piedade torna-a uma santa. No entanto tem de andar constantemente mascarada para poder desempenhar a missão a que estava destinada. Por alguma razão se chamou à Idade Média a idade das trevas. Num mundo evoluído Ciência, Filosofia e Religião complementam-se, não se auto-excluem. Tal como Aesculapius ensinou a Johanna, “se cremos que Deus nos deu a razão, como pode ela dizer que Deus não existe?”
Além do elogio ao género, este filme também é uma crítica à Igreja passada e indirectamente à Igreja presente. Um mundo cheio de vícios e corruptos onde quem atirou mais pedras se tornou mais poderoso. O Vaticano mudou muito desde então, mas continua fechado às mulheres que, segundo o filme, fizeram mais em dois anos pela justiça social do que todos os homens em 800 anos.

Infelizmente o magnífico filme fica-se pelo argumento. A realização desilude nos detalhes e a equipa de montagem parece ter "perdido" metade de cada cena, cortando-a logo após o momento fundamental. Como se uma mini-serie de quatro a cinco horas (ou sete na opinião do autor do livro) tivesse sido reduzida a duas horas e meia. É lamentável, mas talvez a pressão da Igreja tenha forçado a procurar um meio de projectar o mínimo de vezes para o máximo de pessoas.


Título Original: "Die Päpstin" (Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido, 2009)
Realização: Sönke Wortmann
Argumento: Heinrich Hadding e Sönke Wortmann (baseados no livro de Donna Woolfolk Cross)
Intérpretes: Johanna Wokalek, David Wenham, John Goodman, Iain Glen, Anatole Taubman
Música: Marcel Barsotti
Fotografia: Tom Fährmann
Género: Histórico
Duração: 149 min.
Sítio Oficial:

Posters e trailer de "For Colored Girls"


"For Colored Girls" de Tyler Perry

Tyler Perry, conhecido por filmes como "Diary of a Mad Black Woman" e a saga de Madea, tem em mãos um dos melhores elencos negros dos últimos anos na adaptação do livro "For Colored Girls Who Have Considered Suicide When The Rainbow Is Enuf". A história é simplesmente sobre a vida, mais concretamente difícil existência, de duas dezenas de mulheres. Entre elas encontram-se Janet Jackson, Kerry Washington, Thandie Newton, Anika Noni Rose, Whoopi Goldberg e Macy Gray.

Os variados posters encontram-se ao alcance de um click.
Imdb


Quem quiser ver Goldberg noutro grande filme sobre a vida tem o grande "The Color Purple" em cena amanhã às 16h no Auditório do Grupo Musical de Miragaia. Entrada por um simbólico euro.



Posters e trailer de "Never Let Me Go"

"Never Let Me Go" de Mark Romanek

Três jovens cresceram num colégio interno. Ao longo do seu processo de amadurecimento, vão descobrir uma enorme quantidade de sentimentos que nutrem uns pelos outros. O elenco principal é composto por Keira Knightley, Carey Mulligan e Andrew Garfield, secundados por Charlotte Rampling e Sally Hawkins.
Imdb