9 de agosto de 2011

O fim do reinado e da crise

Com a estreia na China o último Harry Potter ultrapassou definitivamente "LOTR: Return of the King" e daqui a algumas horas conseguirá o terceiro melhor resultado de sempre para um filme fora dos EUA ao ultrapassar os 798 milhões dos "Pirate of the Caribbean 4" (de momento tem 791). No mercado americano nem pertence ao top10 com os seus míseros 343 milhões.
Ironicamente vendeu menos bilhetes do que o último Senhor dos Anéis ou do que o primeiro capítulo da própria saga. À custa do 3D e da inflação o mês de Julho foi o mais rentável de sempre para os cinemas americanos e 2011 teve três títulos a entrarem directamente para o top 10, mesmo sem ter nenhum outro nos cinquenta primeiros. Podemos portanto festejar o fim da crise?

O top 20 com seis capítulos de Harry Potter confirma que é a saga mais rentável de sempre, pelo menos até chegarem novos capítulos para Avatar. Por falar em sequelas de Avatar, é preciso recuar até 2002 para encontrar um campeão de bilheteiras que não tenha sido sequela (Spider-Man) e 2002 para encontrar um que não tenha gerado sequelas (Grinch).
É triste se compararmos com a década anterior onde tíulos como "Independence Day", "Titanic" e "Saving Private Ryan" mostravam que se podia fazer um filme e ficar quieto. O resto dos anos 90 teve como campeões "Terminator 2" (sequela), "Forrest Gump" (a sequela não saiu do papel), e as estreias de algumas sagas que entretanto foram nascendo: Home Alone, Aladdin, Toy Story, Jurassic Park, Phantom Menace...
Mas se formos ver os anos 80 estão também repletos de sagas como Back to the Future, Indiana Jones, Star Wars, Beverly Hills Cop, Batman e apenas quatro trabalhos unitários.
Por isso talvez o problema não seja de agora. O público sempre preferiu pagar para ver um filme que conhece. Por muito baixas que sejam as expectativas, é sempre melhor do que ir para algo completamente às escuras. Curioso, porque para mim cinema é para ver às escuras.

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