29 de novembro de 2011

A propósito dos 13% na Cultura

Quando pouco é demasiado

É curioso que nos ministérios deste governo o corte mais radical tenha sido na cultura que deixou de existir. O único comparável foi a fusão na educação que eu achava fazer todo o sentido, até ver quanto tencionavam cortar financeiramente nessa área... Vamos ver os passos que foram dados pelos nossos governantes:

Passo 1: acaba-se com a educação e com a cultura, a partir daí tudo é permitido pelos ignorantes.
Passo 2: define-se salários e horários piores que os de terceiro mundo e diz-se "quem está mal que se mude para outro país" em referência à juventude formada desempregada.
Passo 3: taxa-se ao valor máximo direitos fundamentais e adquiridos do Homem como água e electricidade, garantindo que nem a simples geração eléctrica escapará dos 23%.
Passo 4: anuncia-se IVA máximo para todo o tipo de eventos em que as pessoas se reunam como espectáculos culturais e desporto, ou um simples restaurante.
Passo 5: recua-se o IVA da Cultura para o dobro do que era antes visto que não convém desagradar pessoas informadas. O governo continua a ganhar mais dinheiro do que merece e continua a roubar às pessoas que recusam permanecer nas sombras da caverna. Afirma-se magnânimo pelo desconto de 10% dado, mas vai recuperar esse dinheiro e muito mais nos cortes aleatórios às entidades culturais que se vêem forçadas a subir os preços do serviço público que prestam. E se o preço-base sobe em 10%, os 13% começam a valer 14,3%...

Esta espiral descendente algum dia chegará ao fundo?

Sempre ouvi dizer que um livro é um refúgio. Pois aproveitem o que resta de subsídio de Natal para comprar livros suficientes para alguns anos de austeridade.

(perdoem o mau humor, recebi há momentos o recibo de vencimento em que faço uma doação forçada do subsídio natalício)

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