31 de outubro de 2011

"Siberia, Monamour" por Nuno Reis

A radioactiva Hiroshima foi chamada Mon Amour há alguns anos e agora é a gélida Sibéria a receber esse nome carinhoso francês. Na verdade é apenas um título irónico pois parte da acção passa-se numa terra de nome Monamur, mas podia-se passar em qualquer local da enorme taiga siberiana.

Numa aldeia há muito abandonada pelos habitantes o velho Ivan permanece. Vive com o neto Leisha de sete anos e espera o regresso do filho. No meio do nada, rodeados por pouca vegetação e ainda menos animais a fome é um desafio constante. Por vezes Yuri visita-os com mantimentos, na esperança de os convencer a mudarem-se para a aldeia onde ele tem a família. Até que a mulher de Yuri o proíbe de continuar a tirar comida às próprias filhas para dar a quem opta por estar longe e Yuri vai visitá-los numa última viagem. O caminho é perigoso pois lá circulam bandidos e lobos. Um dos lobos é amigo de Leisha, os bandidos não são amigos de ninguém. Para proteger a população há o exército, sem sentido de orientação e mais preocupado em encontrar uma prostituta para o chefe do posto do que em melhorar a vida dos concidadãos. É assim a vida na Sibéria, o que há para não gostar?

Além da óbvia crítica social com um tom de fatalismo há também um apurado sentido estético. Os planos dos lobos a correr por entre as árvores ou na estrada, sejam filmados no chão ou pelo ar, provocam sempre uma sensação de autenticidade que muitos documentários gostariam de conseguir. A cena de um lobo baleado é talvez demasiado credível, mas assumindo que a Sociedade Protectora acompanhou o filme, é tudo devido aos efeitos de qualidade.
O drama humano é o principal ingrediente e as vidas daquelas pessoas isoladas do mundo têm um toque quase mágico. As personagens têm um mentalidade russa a fazer lembrar os clássicos da literatura. Por vezes o argumento entra no previsível, como quando se debruça sobre o ramo da história dos militares, mas só pela beleza das paisagens e pela arte em capturá-las "Siberia, Monamour" merece ser visto.

Sibir, MonamurTítulo Original: "Sibir, Monamur" (Rússia, 2011)
Realização: Slava Ross
Argumento: Slava Ross
Intérpretes: Pyotr Zaychenko, Nikolai Kozak, Sergey Novikov, Mikhail Protsko, Sonya Oleynik
Música: Aidar Gainullin
Fotografia: Yuri Rajsky
Género: Drama
Duração: 102 min.
Sítio Oficial: http://www.siberiemonamour.com/

Argumentistas procuram estúdio

A melhor forma de vender a ideia de um filme é tendo o filme já pronto. Foi quase isso que fizeram Brandon Bestenheider & Allen Bey. Escreveram o guião de "Grim Night", acrescentaram também um trailer e apresentaram-no aos estúdios. Entre os sete interessados foi a Universal a comprá-lo e Bryan Bertino ("The Strangers") deve ser o realizador.



Esta história apareceu vinda do nada numa completa surpresa, por isso ainda não há muita informação. A sinopse diz que uma noite por ano os Grim Reapers visitam a Terra e levam as almas dos humanos. Vamos esperar para ver.

30 de outubro de 2011

"The Off Hours" por Nuno Reis

Mas porque tem o cinema independente americano de ser sempre passado numa pequena aldeia vila perdida do interior onde nada se passa e o único sonho dos habitantes é fugir de lá? Esta afirmação é um pouco redundante, porque quando o filme é bom não se repara nisso, mas quando é mau começa-se a reparar nas irritantes semelhanças com tantos outros...

A premissa era boa. Uma empregada do único café num raio de 50 quilómetros fazia o horário da noite, tendo tempo livre para pensar na vida. Esperava algo estilo “Cash Back”. O que temos aqui é uma história que não só acompanha Francine, como aqueles que a rodeiam. A colega, em tempos uma noiva por encomenda, tem uma vida solitária e miserável. O chefe é divorciado, ignorado pela filha adolescente, e tem um problema com o álcool. O irmão de Francine é um inútil desempregado que não faz nada para mudar a situação e o namorado dela é simplesmente parvo. Até que aparece um camionista que só faz trajectos curtos e por isso pára muitas vezes no café. Educado, bem-parecido, apenas por fazer um pouco de companhia a Francine vai-lhe mudar a vida e fazê-la sonhar com outro tipo de vida, para o qual não se sente preparada.

Se a nível de temática é pouco original, o maior problema do filme reside em se centrar em todas as personagens. Amy Seimetz tem uma performance cativante, mas com as constantes trocas não consegue dar personagem suficiente ao filme. Os restantes não estão mal, mas também não fazem o filme melhor. Ao longo da hora e meia de filme há talvez três momentos que poderiam ter sido arrebatadores e levar o espectador a ficar preso na trama, mas falta sempre um bocado. É essa constante desilusão que estraga o filme. Se fosse inteiramente mau era uma coisa, mas ver tanto potencial a cair em saco roto é algo que simplesmente não se pode admitir.

Atenção que apesar de eu não encontrar o que o filme tem de bom, ele foi seleccionado para Sundance e saiu de Ourense com uma surpreendente dupla vitória no Prémio Especial do Júri e Melhor Realizadora pelo que lá no fundo deverá ter algum valor.

The Off HoursTítulo Original: "The Off Hours" (EUA, 2011)
Realização: Megan Griffiths
Argumento: Megan Griffiths
Intérpretes: Amy Seimetz, Ross Partridge, Tony Doupe, Scoot McNairy, Lynn Shelton, Bret Roberts, Madeline Elizabeth
Música: Jeramy Koepping, Joshua Morrison
Fotografia: Benjamin Kasulke
Género: Drama
Duração: 93 min.
Sítio Oficial: http://www.theoffhoursfilm.com/

"180° - Wenn Deine Welt Plötzlich Kopf Steht" por Nuno Reis

O tema das comunidades imigrantes é muito querido aos portugueses e aos galegos. Em 2007 a Semana dos Realizadores do Fantas foi ganha por "Um Franco 14 Pesetas", filme sobre os imigrantes galegos na Suíça. Nesse mesmo ano "True North", sobre imigrantes ilegais na Escócia venceu o Grande Prémio de Ourense. A comunidade turca na Alemanha também vai tendo alguns filmes dedicados como "Unschuld" que passou no Fantas em 2008, ou "Almanya" (que espero para ver pela terceira vez), ambos com Aylin Tezel. Cruzando dois destes cenários poderíamos também ver os turcos na Suíça e é essa a proposta de Cihan Inan, mas “180º” vai um pouco além. Este é um filme sobre a sociedade suíça. Os turcos têm destaque por serem uma parte fundamental da mesma.

Três casais jovens vêem a vida com os olhos de quem está apaixonado. Um homem telefona para o filho e a mãe zanga-se por ele não respeitar os horários acordados na separação. Ele pouco se importa com isso, acabou de matar a própria equipa a tiro. Esse acidente vai marcar todos os casais atrás referidos, pois as alterações que isso causa na cidade vão ter um profundo impacto nas suas vidas. Um instante basta para separar sociedade e indivíduo, inocência e culpa, vida e morte. Suíços, turcos e alemães misturam-se num breve intervalo temporal em que a importância de conceitos como tradição, nacionalidade e promoção deixam de existir. Porque basicamente somos todos humanos e a vida é um breve instante.

Segundo o realizador o seu primeiro projecto foi literalmente roubado (a película com as filmagens desapareceu) e escreveu este para se abstrair da situação. Após alguns anos sem conseguir financiamento para uma história tão invulgar, o sucesso de "Crash" deu-lhe a ajuda que precisava. O resultado foi uma história visualmente cativante, em parte sobre acontecimentos reais, com críticas à sociedade e um toque de esperança. Quem souber distinguir alemão de turco conseguirá saborear muito melhor este filme do que quem se deixar guiar pelas legendas, pois o toque especial reside nos desentendimentos.

180° - Wenn Deine Welt Plötzlich Kopf StehtTítulo Original: "180° - Wenn Deine Welt Plötzlich Kopf Steht" (Alemanha, Suíça, 2010)
Realização: Cihan Inan
Argumento: Cihan Inan
Intérpretes: Christopher Buchholz, Sophie Rois, Michael Neuenschwander, Benjamin Grüter, Carla Juri, Güven Kiraç, Siir Eloglu, Mehmet Atesci, Asli Bayram, Firat Kaplan, Umut Yildirim, Hirschfeld Nurit
Música: Diego Baldenweg
Fotografia: René Richter
Género: Drama
Duração: 93 min.
Sítio Oficial: http://www.180-film.com/

"If the Seed Doesn't Die" por Nuno Reis

O melhor de ir a um festival de cinema independente é que os títulos não só são desconhecidos do público, como por vezes também o são da crítica. Poucas sensações se parecerão com a de entrar numa sala sem fazer a mínima ideia do que se vai ver pelo que evito mesmo ler a sinopse no catálogo antes de ver a obra completa. E este “Daca Bobul Nu Moare” (Sérvia)/“Ako Zrno Ne Umre” (Roménia) foi sem dúvida o filme mais estranho que passou em Ourense.

No início parece um filme nornal passado numa província rural perdida nos Balcãs. Tudo começa a complicar num barco onde se cruzam estas personagens: um homem vai buscar o cadáver do filho, um militar desertor; outro leva uma mulher algemada para que ela não se desgrace mais; outro procura a filha, perdida para uma qualquer rede de prostituição. Estas histórias que se encontram acidentalmente num barco que cruza o Danúbio, seguirão caminhos separados ao longo do filme, intercaladas com o relato de uma igreja que há 200 anos também fez uma viagem.

Na primeira aventura temos uma comédia. Os Balcãs divertem-se muito com o tema da morte (relembro "Bal-Can-Can") e aqui também há algumas peripécias em busca do cadáver. A dupla das algemas é a primeira a desfazer-se pois Nora prefere divertir-se sem restrições físicas ou morais e fá-lo imediatamente com o jovem que acompanha o senhor da história anterior. Acabará por escapar com o homem da terceira história na sua cruzada nobre em busca da filha e por dar um toque de irreverência a uma aventura demasiado dramática. Finalmente há a história da igreja sobre rodas que mantém uma aura de mistério até ao final do filme. Explica também que a loucura não é contemporânea, provavelmente terá séculos.

No seu todo é um filme fácil de ver. Tem uma mensagem social e política muito forte, mas o toque de humor dado está muito bem feito (por exemplo Nora é interpretada por Simona Stoicescu do Teatro de Comédia de Bucareste). Será decerto uma experiência única para quem for ver. Mais um exemplo da criatividade das cinematografias sérvia e romena.

Após um ano pelo circuito dos festivais, estreará na Roménia dentro de dias.

Daca Bobul nu MoareTítulo Original: "Daca Bobul nu Moare" (Áustria, Roménia, Sérvia, 2010)
Realização: Sinisa Dragin
Argumento: Sinisa Dragin
Intérpretes: Bryan Jardine, Dan Condurache, Franz Buchrieser, Simona Stoicescu, Milos Tanaskovic, Ioana Barbu
Música:
Fotografia: Dusan Joksimovic
Género: Drama
Duração: 113 min.
Sítio Oficial: http://www.facebook.com/dacabobulnumoare.ro

29 de outubro de 2011

28 de outubro de 2011

Fintar o IVA no Fantas

O Fantas não é apenas o maior festival do país, é também o primeiro. Por ser bem antes dos demais festivais é também a este que cabe arranjar formas criativas de fintar o aumento do IVA para a cultura.

O preço dos bilhetes tem-se mantido estável ao longo dos anos. Quatro euros certos, que em tempos significavam 3,80€ + 5% de IVA e ultimamente 3,77€+6% de IVA. Com o disparo do IVA para valores ridículos (a cultura teoricamente é essencial, mas nem tem ministério, nem tem orçamento, nem tem IVA mínimo...) vai haver um ligeiro ajuste nos preços para cinco euros certos. Este primeiro aumento em anos significa que o preço base do bilhete passa para 4,06€, ainda assim abaixo do que as salas comerciais praticaram ao longo dos últimos cinco anos.

Como todos os bilhetes de 6€ vão passar para 6,96€ apenas com o ajuste do IVA é conveniente pensar "quantos filmes vou ver no Fantas?". Se a resposta for um número próximo dos 12 (nem chega a um por dia em 14 dias de festival, ou três por dia nos fins-de-semana) então compensa comprar o livre-trânsito este ano. Por apenas 60€ têm acesso a todos os filmes do festival - com lugar marcado se for no Grande Auditório - e com a vantagem de lixarem o Governo porque até Dezembro pagarão apenas 6% de IVA e o resto fica para o festival.

O Iva para a cultura vai subir de 6 para 23%... Ao fim de 10 anos os bilhetes do Fantasporto vao aumentar 1 euro... aproveite para comprar os livres-transito do Fantas a 60 euros... um valor que corresponde a 12 bilhetes!
O Livre-Trânsito “Participante”: permite a entrada em todas as sessões do Fantasporto, quer para o Grande Auditório (onde tem lugar marcado) quer para o Pequeno Auditório;
Preço: agora ATÉ 30 DE DEZEMBRO – 60 euros (numero limitado).
Os livres-trânsito Participante estão à venda na sede do Fantasporto na Rua Aníbal Cunha, 84 - sala 1.6, 4050-046 Porto, entre as 10.30h e as 13.00h e das 14.30h às 18.00h dos dias úteis.


O Fantasporto decorrerá no Teatro Rivoli entre os próximos dias 20 de Fevereiro e 4 de Março de 2012. Importante será de referir que na 31ª edição do Fantasporto, que decorreu em Fevereiro passado, foi alcançado o número de 47 395 espectadores com bilhete pago, sendo que este número representa 87% de ocupação das salas do Festival, e um total de 75 332 visitantes que participaram em todas as iniciativas paralelas que decorreram no Rivoli e em outros espaços da cidade.
Em 2012, o Festival Internacional de Cinema do Porto admite poder vir a ter um número ainda mais elevado de visitantes e de espectadores, até porque no seio desta crise que vivemos, a cultura tem sido o escape para esquecer o quotidiano, como tem sido notório na maioria dos eventos que se vêm realizando em Portugal, sobretudo nos Festivais de música que se vêm realizando em todo o País. A 32ª edição do Fantasporto contará, ainda, com mais motivos de atracção nas mais diversas valências da Cultura, continuando "passo a passo" a transformar-se num autêntico “Fórum das Artes” que vem tornando o festival num evento muito mais ecléctico e logicamente abrangente.

Estátua com 125 anos de Liberdade

A mais famosa estátua do mundo completa hoje o centésimo vigésimo quinto ano como símbolo mundial. Amanhã fechará para obras de remodelação fazendo com que Nova Iorque perca o principal motivo de visita turística.

Em mais de um século há um momento em particular em que a popularidade dela disparou em flecha e até ajudou a salvar um filme que de resto teria pouco interesse. Recordemos hoje o momento de maior actividade desde que foi erguida.

27 de outubro de 2011

Posters de "Hunger Games"

Parece que a extensa gama de posters de "Hunger Games" está quase completa por isso aqui fica essa lista:



26 de outubro de 2011

Festivais de curtas - A Curta 2011

No mesmo dia em S. João da Madeira outro festival de curtas, o quarto Mostra A Curta, nos Paços da Cultura, decorre ao longo de três dias e apenas tem sessões nocturnas (21:30).

A Curta SJM


O programa tem várias categorias:

Animação


"Condamné à vie" de Hannah Letaïf
"Entache" de Iris Alexandre e Lucie Tocaven
"Hot car and crasy coyote" de Jerome Cauwe
"La maison des singes" de Berthe Adrien
"La nuit des L'ours" de Pascal Giroud, Alexis Fradier, Julien Renard
"Le bapteme du feu" de Pierre Mousquet
"Les arbres naissent sous terre" de Manon, Sara Brûle
"L'oeil du Paon" de Gerlando Infuso
"Soudain on sonne" de Maria Körkel
"Walkman" de Nora Juncker

Documentário


"O toque da gaita de foles" de Luís Margalhau
"O mundo ao contrário" de Sara Barros Mendes
"A aldeia do mito" de André Tadeu, Sandra Fernandes e Sara B. Mendes
"Entre Línguas" de Vanessa Vilaverde, João Aveledo, Eduardo Maragoto

Experimental


"Terapia do Bandido" de Bruno Miguel Resende e Fátima Vale

Ficção


"Escadas" de Ricardo Salgado
"Weakest Part" de Bernardo Gomes De Almeida
"O voo da papoila" de Nuno Portugal
"Este país não é para super heróis" de Tiago Marques e Vicenzo Notardo
"Em Terra Frágil" de Bruno Carnide
"A Corrida" de Rui Madruga e Caratina Carola
"Quando os monstros se vão embora" de Bernardo Gramaxo
"Wish's Irony" de Ana Francisca Bernardo
"Alegoria dos Sentidos" de Nelson de Castro e Wilson dos Santos Pereira
"O tenente" de Rafael A. Martins
"Mateus" de Augusto Fraga
"Rapaz ou rapariga?" de André Santos
"Ossos do ofício" de André Santos
"Retrato" de Rita Matos e Nuno Costa
"A senhora da floresta" de Paulo César Fajardo e Renato G. Ferreira


Festivais de curtas - Cortex 2011


Começa amanhã a segunda edição do Cortex no Olga Cadaval, Sintra.


Dia 27 21:30


"Um Dia Longo" de Sérgio Graciano (16:47 minutos)
"Desassossego" de Lorenzo degl’Innocenti (20 minutos)
"Justino" de Carlos Amaral (7:27 minutos)
"Infinito" de André Santos, Marco Leão (9:15 minutos)

Intervalo


"A Cova" de Luís Alves (12:30 minutos)
"O Voo da Papoila" de Nuno Portugal (15 minutos)
"Viagem a Cabo Verde" de José Miguel Ribeiro (17 minutos)

Dia 28 21:30


"Carne" de Carlos Conceição (20 minutos)
"Homenagem a quem não tem onde cair morto" de Patrick Mendes (25 minutos)
"Conto do Vento" de Cláudio Jordão, Nelson Martins (12 minutos)

Intervalo


"Vicky and Sam" de Nuno Rocha (14 minutos)
"O Tenente" de Rafael Martins (12 minutos)
"Nocturnos" de Aya Koretzky, Rodrigo Barros (27 minutos)

Dia 29 21:30


"Verónica" de António Gonçalves, Ricardo Oliveira (18’18 minutos)
"Pickpocket" de Joáo Figueiras (20’ minutos)
"O Universo de Mya" de Miguel Clara Vasconcelos (10’43 minutos)

Intervalo


"Lisboa – Província" de Susana Nobre (20’ minutos)
"Os Milionários" de Mário Gajo de Carvalho (14’38 minutos)
"Mariana" de Maria João Carvalho (7’43 minutos)
"Broken Clouds" de Yuri Alves (22’ minutos)

Dia 30 17:30


"Le frère" de Jullien Darras (39’20 minutos)
"Ctin!" de Cyrelle Trevon (14’ minutos)
"Yoni & Tadeo" de Rómeo De Melo Martins (14’20 minutos)

Intervalo


Cerimónia de entrega dos prémios
Exibição das 2 curtas vencedoras nacionais

20h00


Encerramento

25 de outubro de 2011

Dia Mundial da Massa

Não falo do western spaghetti, mas hoje é um dia especial para os amantes de pasta pois é o seu dia mundial.

A palavra "massa/pasta" pode fazer lembrar italianos e filmes de mafiosos, mas o alimento tem um lugar por si só no cinema. O momento mais marcante será talvez aquela perfeita combinação de comida, atmosfera, música e romance no clássico Disney "The Lady and the Tramp" que é sempre saudável recordar.

Para outros grandes momentos de vários géneros, visitem este Top10 de cenas com esparguete.


De que género são os Marretas?

Os marretas são tantos que haverá algum para todos os gostos. Já o género do filme que nunca mais chega pode parecer que será um bocado menos abrangente, mas para descansar os espectadores deixaram quatro posters prometendo excitação, romance, atitude e comédia. É exactamente o que lhes peço.

MuppetsMuppets
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24 de outubro de 2011

O trailer do ano

Podem dizer bem ou mal do filme, e é provável que venham a dizer mal, mas o trailer já é um sério candidato a vídeo do ano:
-recupera personagens míticas da TV;
-vai buscar personagens que tinham morto do filme anterior da saga e plagiam/homenageam descaradamente filmes melhores;
-aumentaram a copa aos peitos que mostram (calma, o trailer ainda não mostra, para isso paguem bilhete).

Falta dizer o título, "Piranha 3DD".

23 de outubro de 2011

Halloween em Lisboa

Devem estar fartos de ver que a noite de Halloween em Barcelona tem ofertas irresistíveis não é? Pois Lisboa tem algo também muito interessante.

Falo da Zombie Walk 2011 de dia 31. Já estão quase 400 mortos-vivos confirmados para a gigantesca marcha que partirá da Praça Luís de Camões às 19:30! Tentem vir caracterizados pois os maquilhadores no local não vão chegar para todas as encomendas. Além disso há prémios para os mais originais, não podem ir todos de igual...

Os mortos irão depois divertir-se no Club Noir numa festa que promete durar até às 6, hora a que regressarão às tumbas.

Se quiserem sustos cinematográficos o melhor será visitarem o Cine Incrível em Almada, mas para isso escusam de esperar por dia 31.
Curioso que nesta super-selecção, dos filmes com menos de 30 anos só dois não são títulos de culto do Fantas.

Ourense 2011 – um balanço

Num ano em que Valencia perdeu a Mostra e Madrid o Anima, foi com muito receio que regressei a Ourense. Esta razia aos festivais também ameaçou o OUFF e por isso mesmo o director dos últimos quatro anos preferiu afastar-se.

Em 2007 foi a mudança política que levou à queda da direcção. Enrique Nicanor pegou no festival a dois meses da abertura! Para evitar falhas por inexperiência nesse ano de transição chamou alguns amigos de outros festivais (como o PlayDoc) e fez o que parecia impossível, um evento grandioso do qual fiz parte com muito orgulho. Ao longo destes anos foi em Ourense que descobri imenso cinema independente - inclusivamente alguns títulos que viriam a ser premiados no Fantas – e muitas cinematografias desconhecidas, mas acima de tudo onde aprendi como se faz um festival. Não só Nicanor é um senhor cinema com quem se aprende todos os dias, como a sua equipa, herdada de edições anteriores e transformada a cada ano para melhor, sabe fazer um festival. A saída voluntária do director teve um propósito claro: dar à equipa autonomia e tempo suficiente para prepararem uma edição. os alunos aprenderam bem com o mestre.

O OUFF parece mais pequeno, mas não perdeu muito. É verdade que fundiu secções que por mudanças de mentalidade na sociedade não são tão relevantes e também quis chegar a um público mais alargado com uma secção de comédia, mas continua a ser um festival com oito salas de espectáculo e muitas secções competitivas com prémios para atribuir. E tem a vantagem de só ter filmes a partir das 17 para que se possa desfrutar das termas locais.

Era impossível ver todo o programa do festival, mas nesta edição pela primeira vi quase toda a oferta de categorias. Vi Longas, vi Curtas, vi muitos Documentários, vi América Latina, vi Europa Atlântica, vi Comédia, faltaram-me apenas Novos Media e Igualdade. Também podia dizer que me faltou o Panorama Galiza, mas como vi mais de uma dúzia dos filmes em concurso para o Prémio Miño (produções Galiza ou Portugal) fiquei com uma boa ideia do que se faz no eixo atlântico.
Nos eventos paralelos acabei por apenas participar num Q&A e as palestras passaram-me ao lado, confesso que só fui ver o que havia no programa quando já tinham terminado. Pelo que li sobre elas e pelos números apresentados de bilheteira foi uma edição digna da herança de quinze anos e de aplaudir pela capacidade de resistir à crise. É ainda um dos cinco festivais generalistas mais importantes do país e o maior da Galiza.

Quanto aos filmes propriamente ditos nas longas tive uma grande desilusão, nos documentários dois não teriam nível para competir e nas curtas encontrei alguns candidatos que estavam… mais para competir e mostrar o cinema que se faz em países recônditos do que para vencer. Mas nenhuma sessão era tão má que desse vontade de fugir da sala. Brevemente críticas a algumas delas.


O jornalista viajou a convite do festival.

Gala de encerramento de Ourense 2011


Por muito que as massas apreciem todo e cada dia de um festival, os eventos conseguem os seus apoios pelo espectáculo que fazem nas galas. Seja na abertura ou no encerramento, é daí que vem o dinheiro pelo que convém impressionar. Ourense costuma ser ousado e esta edição primou pela leveza e profissionalismo.

Entre prémios um piano tocava ao vivo bandas sonoras inesquecíveis como "The Godfather", "Amelie" e "Chariots of Fire". Quando algum dos vencedores não estava presente, vinha um divertido carteiro receber o prémio e em seguida um vídeo mostrava o galardoado a receber a mensagem. O magnífico trabalho da organização e a boa disposição dos vencedores ausentes fez com que esta festa se esticasse da Sibéria aos Estados Unidos.

Outro dos pontos altos era quando passava o genérico da secção. O tema do festival foi usado em todos esses vídeos e estar nos bastidores foi uma experiência incomparável. Porque a equipa tão depressa estava em comunicação por auriculares fazendo o óbvio "trabalho de bastidores" como ao ouvir estes acordes se deixava contaminar pela febre da dança.



No meio de tudo tive sorte. Precisaram de mim para entregar um prémio e calou-me o único dos premiados que conhecia. Marcos Nine continua a bater recordes de prémios conquistados e não só pude assistir pela primeira vez como tive a honra de o entregar.

Para encerrar Maria do Ceo interpretou uma canção do filme de encerramento, realizado por Laura Gárdos, neta do cineasta que dá nome aos prémios de melhor realizador do festival, Carlos Velo.

Palmarés de Ourense 2011

Novos Media

Melhor Filme Novos Media: "Ich AleinAuf Fremde Wegen" de Félix Fernández (Galiza)
Menção Especial: "Le Rocher" de Etienne Massy (Canadá)

Animação

Melhor Filme de Animação: "Ámár" de Isabel Herguera (Espanha)

Curtas-metragens de Ficção

Menção Especial: "Zaspiewaj Mi Do Snu" de Magnus Arnesen (Polónia)
Menção Especial: "Vicky and Sam" de Nuno Rocha (Portugal)
Menção Especial: "Little Fighters" de Ivana Lalovic (Suíça, Bósnia-Herzegovina)
Prémio Especial do Júri: "Suiker" de Jeroen Annokee (Países Baixos)
Melhor Realizador: Ivan Goldschmidt (Bélgica, Burondi) por "Na Wéwé"
Melhor Curta-metragem: "Le Piano, Dashnamoure" de Levon Minasian (Arménia, França)

Documentários

Menção Especial: "El Edifício de los Chilenos" de Macarena Aguiló (Chile, Cuba, França, Países Baixos)
Menção Especial: "Smakelijk Eten! Hoe Voedsel de Wereld Verandert" de Walther Grotenhuis (Bélgica, Países Baixos)
Prémio Especial do Júri: "The Green Wave" de Ali Samadi Ahadi (Alemanha, Irão)
Melhor Realizador: Marcos Nine (Galiza) por "Radiografía Dun Autor de Tebeos"
Prémio do Público: Robert Bllsolá (Brasil, Galiza) por "Brasil Somos Nós"
Melhor Documental: "La Broma Infinita" de David Muñoz (Espanha)

Prémio Miño

Melhor Filme Galaico-português: "Brasil Somos Nós" de Robert Bllsolá (Brasil, Galiza)

Longas-metragens de Ficção

Menção Especial: "Das Lied In Mir" de Florian Cossen (Alemanha)
Menção Especial: "Quelques Jours de Répit" de Amor Hakkar (Argélia, França)
Prémio do Júri Universitário: "Siberia, Monamour" de Slava Ross (Rússia)
Melhor Actor: Nikolay Kozak em "Siberia, Monamour" (Rússia)
Melhor Actriz: Jessica Schwarz em "Das Lied In Mir" (Alemanha)
Melhor Argumento: "180º" de Cihan Inan (Suíça)
Prémio Especial do Júri: "The Off Hours" de Megan Griffiths (EUA)
Melhor Realizador: Megan Griffiths por "The Off Hours" (EUA)
Prémio do Público: "Siberia, Monamour" de Nikolay Kozak (Rússia)
Melhor Filme: "Siberia, Monamour" de Nikolay Kozak (Rússia)

22 de outubro de 2011

Klowns Halloween (também em Barcelona)

A equipa do Klowns Asesinos em colaboração com a Sociedade Coral L´Espiga de Les Corts tem o prazer de anunciar a terceira edição de KlownsHalloween.

Convidamo-los a passar uma divertida e sangrenta noite de Halloween connosco. Para isso preparamos para as 20 horas de dia 29 um interessante programa com três títulos muito diferentes entre si. Primeiro projectaremos a intensa e claustrofóbica proposta de Neil Marshall "The Descent". O cinema asiático estará presente com a excêntrica, divetida e sangrenta "Gothic & Lolita psycho" de Go Ohara. Teremos ainda um regresso aos anos 80 pela mão de Dan O'Bannon com a divertida comédia zombie "The Return of the Living Dead". Nessa noite projectaremos também os últimos trabalhos de dois dos realizadores do triunfal "Brutal Relax", Rafa Dengrá ("Alastor") e Adrián Cardona ("Metal Creepers").

O evento consistirá numa exibição de três films aterrorizadores que farão desta noite a mais aterrorizadora Noite das Bruxas das vossas vidas!

Para começar a noitada, nada melhor do que The Descent, brutal filme do britânico Neil Marshall, autor do filme de culto Dog Soldiers e que nos mergulhará na escuridão mais absoluta junto a um grupo de espeleólogas ue nem imaginal o que encontrarão no fundo da terra.

Seguiremos com a loucura japonesa de Gothic and Lolita Psycho, um filme para os amantes das aberrações cinematográficas nipónicas fiel ao estilo de Tokyo Gore Police ou Helldriver. Dos criadores de Machine Girl, o filme conta a história de Yuki, una lolita gótica que pretende assassinar um gangue yakuza para vingar a morte dos seus pais, o que fará com métodos muito pouco ortodoxos.

E sem mais demoras a estrela da noite: The Return of the Living Dead, do grande Dan O´Bannon, o filme de culto que nos demonstrou que os zombiessão mais assustadores se correm atrás de nós como animais selvagens e desesperaremos ao ver que não há maneira de acabar com eles nem sequer queimando-os!!! Para muitos o mais divertido filme de zombies jamais rodado.

Finalmente, duas curtas-metragens quase inéditas, de dois dos creadores da aclamada Brutal Relax, projectada na úlyima edição de KlownsHalloween.

A primeira, ALASTOR, realizada por Rafa Dengrá, vai-nossubmergir na loucura de um assassino especial. A segunda, METAL CREEPERS, resultado da colaboração entre o cineasta Adrián Cardona, e LaOscuraCeremonia, projectado no Festival de Sitges, apresenta-nos a um grupo de Glam Metal que devido a una invocação maligna, vão passar um mal bocado.!


KlownsHalloween 2011

29 de Outubro às 20:00 horas

ENTRADA GRATUITA!!!

Societat Coral Espiga de Les Corts

Calle Joan Gamper 30 (junto à Illa Diagonal)

Barcelona

L3 de metro - Les Corts

Nova temporada de Phenomena

Falei-vos há algum tempo da experiência Phenomena. Desde então descobri que os vôos disponíveis não permitem no final de um dia de trabalho ir a Barcelona ver os Goonies e voltar a tempo de trabalhar na manhã seguinte.

Na semana passada foi-nos adiantado um pouco do programa do Phenomena Sitges (já passou), falou-se do Phenomena Madrid e finalmente, do Phenomena Barcelona nesta segunda temporada. Resumidamente está a decorrer um especial de Spanish Bizarre (sessões duplas Sexta, Sábado e Domingo) e aproxima-se um especial Halloween. Depois disso será mais um ano recheado de convidados e filmes sonantes que toda a gente tem o direito e obrigação de ver em tela gigante, na companhia de 1800 pessoas que cantem o genérico. Por essa é a única forma de ver cinema.

Para verem toda a conferência (em castelhano) é só usar o play. Especial atenção ao vídeo resumo do primeiro ano e aos teasers para o que virá. No Youtube estão assinalados e podem saltar directamente.



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21 de outubro de 2011

Workshop em Documentário no CCP

O Cineclube do Porto apresenta, para a reactivação da sua secção de formação, o workshop de Documentário orientado por Miguel Gonçalves Mendes, realizador dos filmes “Floripes – ou a morte de um mito” , “Autografia” e “José e Pilar”, candidato português aos Óscares do próximo ano.

WORKSHOP de DOCUMENTÁRIO



8,9,10 de Dezembro ( 20h)

Formador: Miguel Gonçalves Mendes

O workshop terá uma dinâmica interactiva, com actividades de grupo, partilha de experiências e debate. Para facilitar a interiorização dos principais conceitos serão desenvolvidos exercícios práticos com recurso a exemplos: exercicios de montagem, case studies, entre outros.

Alguns pontos abordados serão:
-História geral do cinema: o que é, como apareceu;
-Novas vertentes do documentário: documentário clássico vs documentário com narrativa;
-Doc-Fic e Fic-Doc: o que é, como se constroí, o impacto no espetador;
-Como vender um documentário:noções de pitching;
-A importância da promoção em todos os géneros cinematográficos;
entre outros.

Um maximo de 16 inscritos.

Preços:
Público em geral:180 €
Sócios CCP: 130 €

info | inscrições: producao@cineclubedoporto.pt

Entrevista a Peter Szewczyk - "ColourBleed"

Peter Szewczyk trabalhou no departamento de efeitos visuais de muitos blockbusters que todos viram. O Antestreia teve uma entrevista exclusiva com ele logo após a sua estrondosa vitória em Sitges.

Antestreia: Como tem sido a sua carreira até agora?
Peter Szewczyk: Foi um misto de trabalho duro, sacrifício e muita sorte. Tive a minha grande oportunidade quando fui contratado para o pequeno departamento de arte e animação do George Lucas's Skywalker Ranch. de lá segui para a Dreamworks, e continuei a trabalhar em animações como “Ice Age 2”, antes de me mudar para Londres para Harry Potter. Depois de dois Harry Potters, senti que a minha contribuição creativa estava a ficar diluída. Comecei a dedicar mais tempo a projectos pessoais. Finalmente quando fui trabalhar em “Avatar”, percebi que me tinhas desviado demasiado do lado criativo de fazer cinema e decidi experimentar a realização. Comecei em ponto pequeno, mas a cada projecto fico mais ousado. Actualmente dedico apenas uma pequena parte do tempo em efeitos visuais e a maior parte a escrever e a investigar novos projectos para dirigir.


A: Algum projecto ou momento que gostasse de destacar?
PS: “Shrek 2” é o que me ocorre. Por vezes trabalhas muito e o projecto não vai a lado nenhum. Outras vezes sentes que não fizeste assim tanto, mas todos adoraram o filme. Este foi um projecto em que tudo bateu certo. Trabalhei muito nele e as pessoas parecem ter gostado do filme. Os realizadores e o argumento para ele eram tão divertidos que até os dias stressantes eram suportáveis.
Outro projecto de que estou muito orgulhoso é o meu vídeo musical para os The Maccabees, "Young Lions". A banda deixou-me fazer o que me apetecesse e criei uma bonita história épica. Quando disse às pessoas que pretendia filmar em três países com um mini-orçamento persaram que tinha enlouquecido. Mas como eu era produtor, realizador, editor, animador e mesmo actor, fui capaz de manter os custos baixos e fazer EXACTAMENTE o tipo de filme que tinha em mente. Mais tarde foi nomeado para um UK Music video Award, o que me deixou bastante satisfeito por não ter dado ouvidos a todos os que pensavam que iria falhar.


A: Também na música o seu trabalho é muito visível. Como foi essa mudança de formato?
PS: Na verdade fiz um video musical ainda bastante novo (22) e por a música ser uma parte tão importante da minha vida os promos musicais sempre me pareceram um formato interessante. É o único tipo de trabalho fílmico que me consigo lembrar em que podes ser completamente criativo, não ter qualquer experiência, e ainda assim atingir milhares, ou mesmo milhões, de pessoas.


Um pequeno papel em enormes filmes, uma enorme tarefa em pequenos filmes. Aqui fica uma curta criada por Peter Szewczyk:


A: Como apareceu “Dark Clouds”?
PS: “Dark Clouds” foi o primeiro projecto sobre o qual me debrucei quando decidi que queria experimentar a realização. Estava muito ocupado com “Avatar”, mas consegui algum tempo nos fins-de-semana para trabalhar no “Dark Clouds”. A maioria do projecto fiz no meu portátil, na cozinha. A ideia de um insecto a navegar por entre a destruição e o caos estava na minha mente há anos, sabia que mais cedo ou mais tarde a iria experimentar. São as ideias que não te largam durante anos que parecem ser as melhores.

A: I depois "Colourbleed". O que nos pode dizer sobre a história?
PS: Foi o completo oposto de “Dark Clouds”. A ideia apareceu-me tão depressa, tão nítida e tão completa que tive de lhe dar uma oportunidade. Pela minha experiência há sempre muita gente que te desejam o melhor, mas há sempre alguém que só te quer ver falhar. Por isso fiz esta história sobre uma sonhadora naive que se cruza com uma dessas pessoas cínicas e amrgas. O resultado é um misto de triunfo e tragédia.


A: Aqui são usados actores fazndo com que seja menos sobre computação e mais na área das curtas. Sentiu a diferença?
PS: Sim! Aos computadores não tens de dar sanduiches baratas ou esperar que lhes acabe a ressaca para começar a trabalhar! Vou sempre adorar a animação, mas é um processo tão lento, de trabalho tão intenso e nada nela é espontâneo como na imagem real. Com a animação podes ser um exército de um homem o que é simplesmente impossível na imagem real. A animação também me treinou a fazer com que cada segundo conte para a narrativa.

A: De onde veio a ideia de a enviar para festivais?
PS: Estava dividido entre lançar ColourBleed online ou esperar que fizesse o circuito dos festivais. No fim pensei assim, os festivais permitem exibir o filme para um público cativo. Oito minutos é demasiado tempo para ficar sentado numa página web enquanto se faz uma dúzia de outras coisas. Um festival tem uma audiência que está preparada para ficar imóvel durante toda a curta. Além disso ColourBleed é bastante intenso no final, por isso fica bem quando é visto em grande e com som alto.

A: Teve oportunidade de o ver em grande ecrã com público e de interagir com os espectadores?
PS: Por duas vezes que o vi com público em Londres. Para mim é excelente ouvi-lo com um bom som e ver os planos amplos a brilhar. Ouvir a reacção dos espectadores à cena da cozinha é sempre divertido. Mas normalmente estou tão arrebatado pelos outros filmes que são exibidos que quando chega a vez do meu filme só quero rastejar para debaixo da cadeira e ficar escondido.

A: Mesmo um pouco fora de época o filme foi escolhido para festivais e ganhou prémios ao longo do Verão. Onde?
PS: Foi finalista do Rushes em Londres, onde competiu contra duas curtas incrivelmente boas. Uma fez-me rir cada minuto que estava no ecrã e a outra tinha o John Hurt! Por isso senti-me em boa companhia. A outra vitória foi em Hollywood, num festival chamado HolyShots. Ganhou o pémio internacional, mas era candidato em várias categorias.

A: E na semana passada Sitges, provavelmente o maior festival para filmes do fantástico. Qual foi a sensação?
PS: Fiquei completamente chocado. E permaneci chocado por 24 horas até que comecei a absorver a ideia. Sitges está bem estabelecido, para a fantasia, para os festivais europeus, e mesmo entre os festivais internacionais. Soube de Sitges mesmo antes de saber que havia um circuito de festivais! Dar nas vistas num evento como este motiva-me para fazer mais filmes.

A: Também teve um efeito secundário a nível nacional, tornando “ColourBleed” eligível para mais alguns prémios...
PS: Sim! Espero que isso me abra novas portas e dê origem a mais convites! Penso que o Fantasporto seria um belo festival onde exibi-lo. Adoraria conhecer o Porto. Um dos meus colaboradores mais próximos é de lá e quero conhecer o lugar de que tanto me fala.

A: Entretanto completou a sua terceira curta num momento de improvisação, mostrando um lado mais sensível. Há alguma história por detrás?
PS: Como mecionei anteriormente, as ideas que permanecem contigo por muito tempo são uma boa aposta para alicerçar um projecto em torno delas. O poema que uso no filme já conhecia há mais de 15 anos. Também queria MESMO fazer algo com voice over. Sou um enorme fã de Terence Mallick e essa é a assinatura da maioria dos seus filmes. Por último senti que estava a ser demasiado meticuloso ao planear os projectos e quis experimentar algo rápido e solto. Estou orgulhoso do que conseguimos nessa noite, todo o mérito vai para os dois actores e o raciocínio rápido do Oskar Kudlacik, que estava por trás da câmara.


A: Esteve recentemente em Portugal. O que pensa do país e, do nosso cinema?
PS: Tive uma oportunidade para filmar em Lisboa um anúncio durante a Primavera. Lisboa foi uma grande surpresa para mim. Fiquei impressionado pela qualidade da luz que lá têm. É uma luz limpa e brilhante. As pessoas também foram incrivelmente amigáveis. Preciso de voltar porque não tive oportunidade de ver a vida nocturna e percebi que os portugueses se sabem divertir.

A: E iremos ver as suas curtas?
PS: Espero que sim. de momento estou a trabalhar numa curta de formato longo, cerca de 25 minutos. Quero usar como base para longas-metragens. Vai ter uma boa dose de SFX, mais terá muito diálogo e será focada nas personagens.

Livro Fantas chega ao Brasil


Para se irem habituando ao acordo ortográfico, aqui segue um comunicado dos parceiros brasileiros do festival portuense.

Antologia intercontinental de contos de FC em parceria entre Portugal e Brasil

O Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto, é o maior festival de cinema de Portugal e nesta sua 32ª edição, que ocorrerá de 20 de fevereiro a 4 de março de 2012, apresentará a literatura de ficção científica em alto foco. Neste ano o Fantasporto promoveu um Concurso Internacional de Contos de Ficção Científica relacionado a chamada do evento deste ano, que é “O Futuro Agora, Agora o Futuro”, em consonância com a Comemoração Oficial dos 30 anos do filme clássico “Blade Runner”, de Ridley Scott.

O concurso teve coordenação de Rogério Ribeiro, e concorreram mais de 100 trabalhos, vindos de 4 países, incluindo aí o Brasil, e representando 3 continentes. Desses contos foi realizada uma seleção fantástica, onde os melhores textos serão publicados na “Antologia de Contos de Ficção Científica do Fantasporto 2012”, em conjunto com autores convidados.

Esta edição comemorativa do festival será publicada simultaneamente em Portugal, pela 1001 Mundos (Editora ASA), uma das mais conhecidas chancelas de literatura especulativa de Portugal, e no Brasil, pela Tarja Editorial, a maior editora de literatura fantástica do país.

A antologia está sendo coordenada por Rogério Ribeiro, ex-editor da revista Bang! e organizador da convenção Fórum Fantástico e das palestras Conversas Imaginárias. A edição portuguesa está sob os cuidados de Pedro Reisinho, editor da 1001 Mundos. A edição brasileira está sob os cuidados de Richard Diegues, editor da Tarja Editorial e autor de diversos romances, incluindo o renomado livro de FC, “Cyber Brasiliana”, além de participações em dezenas de antologias de contos e coletâneas de novelas.

Para saber mais, visite:

Site oficial do evento: www.fantasporto.com
Blog do Concurso: www.contos-fantas.blogspot.com
Blog da 1001 Mundos: www.1001mundos.blogs.sapo.pt
Site da Tarja Editorial: www.tarjaeditorial.com.br
Facebook da Tarja Editorial: www.facebook.com/tarjaeditorial

Twitter:
@Fantasporto
@1001Mundos
@TarjaEditorial

20 de outubro de 2011

Entrevista a Edgar Pêra - "O Barão"


Entrevistamos Edgar Pêra no MotelX a propósito do seu projcto em exibição, a longa-metragem "O Barão".


Como houve uns problemas na captação de som devido ao inesperado ruído ambiente aqui fica uma transcrição da entrevista.

Antestreia: De que trata o filme?
Edgar Pêra: “O Barão” tanto pode ser considerado como uma história de amor como de terror e sobretudo vive dessa relação ambígua entre um Barão que é um marialva e um vampiro decadente, e aquilo que resta do poder que tem sobre os outros, sobre a região da serra do Barroso. Mas também é uma personagem contemporânea, apesar de ser baseado numa obra dos anos quarenta é o típico caciqueiro ou o chefe de família sentado à espera que lhe sirvam o jantar.

A: O Barão é uma personagem ambiciosa pela características draculeanas. O interior de Portugal tem potencial para albergar monstros clássicos ou mesmo para inventar os seus?
EP: Os limites somos nós que os impomos, pelo menos em termos de imaginação, depois há a questão dos meios. Se falarmos de fazer cinema de efeitos especiais hoje em dia é mais fácil, mas não deixa de ser complexo.

Antestreia: Foi o seu filme com mais apoios, mas tem parte propositadamente amadoras, a fazer lembrar teatro, para dar um toque mais intimista ao filme.
EP: O filme tem uma relação com a montanha apesar de ser totalmente de estúdio, mas há alturas em que a representação se aproxima mais daquilo que é o teatro popular, mas noutras alturas é exactamente o contrário, é o teatro mais contemporâneo que pode haver em termos de representação, sobretudo se falamos do Nuno Melo, ele nunca entra nesse registo. Só deixo que a personagem espectador – que é uma espécie de não-profissional, o inspector – pode entrar nesse registo, uma certa distância relativamente ao seu próprio papel, porque a personagem é assim mesmo.

Antestreia: O filme tem também um tom desafiador como tinha o livro quando foi publicado e como a peça de teatro que não foi encenada. As críticas são as mesmas de então?
EP: O Branquinho da Fonseca era um desalinhado. Nesse sentido identifico-me com ele. Ele não tem um programa político entre uma espécie de realismo e surrealismo. O que faz é tentar pôr o leitor no papel do observador e fá-lo viajar de cenário para cenário quase sem que o leitor se dê conta disso. Tentei fazer isso com o filme também.

Antestreia: O filme é assumidamente 2D de um pioneiro do 3D em Portugal. Tenta ser clássico e numa fase em que o cinema está a evoluir - cor e 3D - tenta ser o oposto. É por uma questão de respeito ao original?
EP: Cada problema tem a sua solução. Para mim era fundamental pôr-me dentro do espírito de um cineasta dos anos 40 que trabalhasse dentro de um esquema série B, com poucos dias de rodagem. O filme foi feito em 25 dias, não é muito para um filme destes, com tantos planos e movimentos de câmara sofisticados enfim, há ali todo um trabalho de iluminação e cenários que realmente é difícil poder conjugar tudo simultaneamente, fazer em pouco tempo.

Antestreia: Outra questão técnica é o formato das legendas em inglês.
EP: Nós somos obrigados em Portugal a ter legendas. Para mim é uma vantagem porque pelo menos não destrói a banda sonora do filme. Por outro lado é também um obstáculo ao visionamento. O que tentei foi conjugar graficamente as legendas com a imagem do filme.

Antestreia: Este filme está a ser feito para o mercado internacional?
EP: Eu não faço filmes para mercados. A única área que tem de se preocupar com o mercado é a promoção do filme e não o próprio filme em si. Tem de haver uma promoção bastante agressiva e uma estatégia de marketing que permita que os filmes apareçam nas televisões, nos programas, etc. Aí é que tem de se fazer um investimento muito grande e às vezes não é possível. Aquilo que se pode dizer é que o filme apela a uma certa cinefilia e os espectadores projectam a sua própria cinefilia naquelas imagens. Vão buscar referências.

Antestreia: A maioria dos espectadors não espera pelo final dos créditos para sair e o Barão não gosta disso. Quem abandonar a sala antes do tempo vai-se arrepender?
EP: Um dos problemas das ficas técnicas é que ou são mutiladas na televisão ou muitas vezes acendem logo as luzes na sala de cinema e aquilo que eu tentei fazer foi, ao incluir um bónus depois dos créditos, fizesse com que as pessoas ficassem até ao fim e ao mesmo tempo houvesse uma descompressão de toda aquela história. Porque o filme tem muitos registos mas tem um final grave e sombrio e eu quis desconstruir essa impressão. Que as pessoas saíssem do cinema com um estado de espírito mais alegre, mais divertido.

Antestreia: Algo mais que queira dizer aos espectadores?
EP: Vão ver o filme. Às vezes os filmes em Portugal têm boas críticas, fala-se bastante, mas depois as pessoas parece que têm dificuldade em chegar à sala, há umas forças magnéticas que as impedem de lá chegar. Espero que ultrapassem essa barreira.

Programação do Filminho 2011


Aqui está na versão bilingue e com dois horários, o programa do Filminho que começa dentro de poucos dias.

Sábado, dia 22

Cerveira

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Local: Porta XIII

Dia: 22 de Outubro


Hora: 16h00 (hora portuguesa)

Sessão de Poesia dedicada a Eliseo Alonso

A propósito da inauguração da exposição de fotografia é dedicada a sessão de poesia na Porta XIII desta semana à obra poética de Eliseo Alonso. Tal como acontece em relação à fotografia, é propósito do Filminho examinar outras vertentes da obra de Eliseo Alonso para além da prosa, visível sobretudo nos Contos do Miño, e permitir ao público redescobrir este grande autor da fronteira em toda a sua riqueza transdiciplinar.


Local: Porta XIII

Inauguração: Dia 22 | Hora: 17h30 (hora portuguesa)

Exposição: de 22 a 30 de Outubro, no horário normal da Porta XIII


O Pai Miño – As miradas sobre o rio Miño de Eliseo Alonso

exposição de fotografia

O escritor de Goián, Eliseo Alonso, é sobretudo conhecido pela obra Contos do Miño. No entanto, ao longo da sua vida, desenvolveu também um trabalho fotográfico pouco divulgado mas muito valioso. São fotos da vida no rio Minho, onde os pescadores aparecerem retratados com enorme cumplicidade e talento. O Filminho pretende recuperar para o público a obra fotográfica de Eliseo Alonso e mostrar a complexidade artística do autor.


 


Local: Cineteatro dos Bombeiros


Dia: 22 de Outubro


Hora: 21h30 (hora portuguesa) 


Lanzo das Imaxes


Documentário,  estreia



Estreia do documentário Lanzo das Imaxens. Este filme, apoiado pelo Filminho através do Fórum de Criadores é o resultado de 12 meses de rodagem sobre o evento do Lanzo da Crus celebrado entre as localidades de Torrón, em Tomiño e Cristelo Covo, em Valença. Nesta tradição da Páscoa, os padres e a população atravessam o rio abençoando os barcos e as redes e visitando a outra margem. No regresso uma lampreia é pescada e entregue ao padre, como símbolo daquela que era a recompensa real antigamente atribuída pela benção das redes: os peixes colhidos ao longo dessa mesma benção.


 


Local: Cafetaria do Musgo Azul


Dia: 22 de Outubro


Hora: 0h00 (hora portuguesa)


Benshi no Musgo


Performance


O Benshi era uma figura fundamental nos primórdios do Cinema Japonês. Como parte da população era analfabeta as legendas nos filmes estrangeiros eram inúteis surgia então esta figura que, ao vivo, durante o filme, o explicava à plateia. Colhendo a inspiração nesta técnica o nosso projecto consiste dar a liberdade a um grupo de actores de escolherem as suas cenas preferidas de cinema e sobre elas improvisarem uma nova interpretação, tenha ela um efeito cómico, dramático ou poético.


 


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Domingo, dia 23


Cerveira


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Local: Cine-Teatro dos Bombeiros


Hora: 16h00 (hora portuguesa)


Chakall na fronteira


documentário


O famoso chef Chakall e a sua companheira Pulga visitam a fronteira: um passeio informativo e bem-humorado pelas tradições gastronómicas de Cerveira e Tomiño.



De Porta En Porta


documentário


Documentário de Lisi González sobre a tradição dos bombos, chamados de Zés Preiras em Portugal e de Troboadas na Galiza. Com especial incidência na fronteira, o documentário analisa os grupos de Tomiño e de Vila Nova de Cerveira.


 


 


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Sexta-feira, dia 28


Goián


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Local: Auditório de Goián


Hora: 22h00 (hora galega)


Outras fronteiras: Brasil, Peru e Bolívia


O Filminho já não olha apenas para a sua fronteira, mas também para outras fronteiras mais distantes e para os ecos que se escutam. Neste caso, Brasil, Peru, Bolívia


PACHAMAMA


documentário


O filme Pachamama – título que significa para os indígenas andinos mãe-terra e designa a deusa agrária dos camponeses narra a viagem do diretor pela floresta brasileira em direção ao Peru e à Bolívia, onde encontra a realidade de povos historicamente excluídos do processo político de seus países e que, pela primeira vez na história, buscam uma participação efetiva na construção do seu próprio destino. É uma pequena odisséia de trinta dias pela realidade amazônica e andina, que revela uma América Latina em ebulição, perpassada pela cultura milenar dos Andes, que irradia pelo continente substância primordial na constituição de novos paradigmas políticos.


 


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Sábado, dia 29


Goián


O Nosso Tempo: Manual de Instruções


Selecção de filmes e espectáculos que se debruçam sobre as instabilidades sociais que vivemos actualmente, analisando questões distintas como o da igualdade social ainda não conseguida ou o da crise económica actual que vivemos, aqui revista no papel da Grécia. O tempo que vivemos não é apenas complicado, é também um desafio.


……….


 


Local: Auditório de Goián


Hora: 17h00 (hora galega)


Digna Rabia



documentário


Un conxunto de mulleres reflexionan sobre o impacto que o franquismo tivo nas súas vidas. Repasan a soidade das mulleres na posguerra, a súa reclusión no mundo doméstico, a ideoloxía da muller falanxista, a responsabilidade da Igrexa Católica na submisión da muller, a violencia de xénero, as dificultades para instruírense, o Servizo Social e o seu infatigábel compromiso co traballo malia non contar co recoñecemento do que gozaban os homes. Son mulleres que nos contan a súa experiencia co contrabando, co traballo irregular, coas tarefas do campo, como canteiras, como traballadoras asalariadas, como mozas de servir, como esmoleiras, como costureiras, como mariscadoras… En todas esas historias resoan a desigualdade e a invisibilidade das mulleres nun mundo gobernado por homes.


Contra esa violencia permanente vanse rebelar as primeiras mulleres antifranquistas con conciencia feminista. Organizadas dentro dos partidos e sindicatos de esquerda, crean novos espazos cívicos onde cuestionar o status de control, xerarquía e dominio masculino. Van construír os alicerces do ideario feminista democrático contemporáneo. Non sen problemas. Aínda no inicio da segunda década do século XXI, os avances conseguidos na igualdade social entre homes e mulleres están sen completar. Un grupo de mulleres libres e concienciadas formulan algunhas solucións.


 


Local: Auditório de Goián


Hora: 19h00 (hora galega)


Deudocracia


documentário


Aris Hatzistefanou e Katerina Kitidi, jornalistas e realizadores, juntaram-se a Leonidas Vatikiotis, jornalista e economistas especializados em crises económicas, e montaram uma campanha de recolha de donativos nas redes sociais para recolherem dinheiro suficiente para produzir “Debtocracy”. O filme apresenta uma explicação detalhada sobre as causas da crise financeira que a Grécia atravessa neste momento, relacionando-a com toda a complexa situação mundial e apontando soluções possíveis para uma saída.



 


Local: Centro Cultural Goianês


Hora: 22h00 (hora galega)


Manipulieren Mich 3.0


Performance por Colectivo Enfarte


Esta performance é mais uma exploração à volta da manipulação mediática e dos jogos económicos explorando o cruzamento entre o vídeo, o desenho, a dança e o movimento.


 


Fausto, de Murnau


Filme-Concerto por La La La Ressonance


Os La La La Ressonance regressam ao Filminho com mais um filme-concerto, desta vez criando uma banda-sonora para uma das obras-primas do expressionismo alemão, o filme Fausto, do realizador Murnau.



Sinopse do filme: Deus e o Diabo estão em guerra pelas almas da Terra. Para equilibrar a disputa, decidem aliciar a alma de Fausto, um brilhante alquimista. Durante uma praga, Fausto desespera e queima todos os livros, depois de não conseguir parar a Morte. O Diabo envia à Terra Mephisto para aliciar Fausto, primeiro com o tratamento para a praga, depois com a promessa de juventude eterna. Fausto vende a alma ao Diabo, em troca dessa juventude.


O mito de Fausto adaptado da obra de Goethe. Fausto é o apogeu do expressionismo alemão, num magistral “combate” entre a luz e as trevas, o anjo do bem e do mal. Jannings é um inesquecível Mefistófeles e o filme de Murnau a quintessência do cinema fantástico.


 


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Domingo, dia 30


Goián


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Local: Centro Cultural Goianês



Hora: 16h00 (hora galega)


Reciñeira


+ filmes do obradoiro “às voltas com Rosiña, Miña Gamela”


espectáculo musical de Esperanza Vázquez


O principal obxectivo é o de dar a coñecer a figura literaria e a obra infantil de Eliseo Alonso, escritor goianés que tanto fixo por difundir a cultura propia no seu país e alén das nosas fronteiras.


A montaxe de “REICIÑEIRA”, son os contos que aparecen no libro do mesmo título, publicado por Edicións do Castro no ano 1981, adaptados para ser cantados e musicados por Esperanza Vázquez López.


Son persoaxes tenras, actuais, que defenden a importancia da inocencia, a solidariedade, o respecto pola natureza e outros tantos sentimentos que non poden nin deben esmorecer se non ir a máis para que comprendamos a importancia dun mundo sostible.


Por este motivo os bonecos que dan vida as persoaxes do conto e o atrezzo que forman parte do espectáculo, están feitos a man ou son obxectos reciclados que se daban por perdidos, porque…Que mellor xeito de conservar que non destruir?


 


19 de outubro de 2011

A ficção-científica no Fantas


Abaixo o comunicado do festival sobre o concurso de contos que fechou agora inscrições e uma breve apresentação da próxima edição.

O Fantasporto 2012 promoveu um Concurso de Contos de Ficção Científica a propósito do seu programa autónomo “O FUTURO AGORA. AGORA O FUTURO” e que se enquadra no âmbito da Comemoração Oficial dos 30 anos do filme clássico “Blade Runner”. A esse concurso, que teve coordenação do director do Fórum Fantástico das Conversas Imaginárias, Rogério Ribeiro, concorreram mais de 100 trabalhos, vindos de 4 países e representando 3 continentes. Os contos vencedores vão ser publicados na “Antologia de Contos de Ficção Científica do Fantasporto 2012”, conjuntamente com outros contos de autores convidados nacionais e estrangeiros. A edição está a cargo da ASA, Grupo Leya.

O Programa “O FUTURO AGORA. AGORA O FUTURO” é realizado em colaboração com diversas entidades e personalidades de reconhecido mérito no âmbito da Ciência, do Saber e das Artes em geral, num cruzamento com o Cinema. O objectivo é fazer um levantamento das múltiplas visões do Futuro em áreas como o teatro, o cinema, a literatura, ou a arquitectura, a par das artes plásticas, da óptica, da robótica, das ciências bio-médicas ou dos têxteis.

O Fantasporto, Festival Internacional de Cinema do Porto, é considerado nacional e internacionalmente o maior festival de cinema em Portugal e inclusivamente a revista norte-americana Variety volta a referi-lo como “um dos 25 mais importantes do Mundo”, estando a caminho da sua 32ª edição em Fevereiro 2012. Mais concretamente entre 20 de Fevereiro a 4 de Março.

Para além do Cinema eixo fulcral do evento, o Fantasporto tem sabido sempre inovar com programas especiais realizados em parcerias com Universidades e outras estruturas de prestígio, em projectos nos quais que faz o cruzamento do Cinema com as Artes e as Ciências. Só para referir os últimos programas concretizados o festival abordou anteriormente a Arquitectura em 2009 com a Ordem dos Arquitectos, Robótica com a Sociedade Portuguesa de Robótica e diversas Universidades, Efeitos Especiais em 2010 com a presença de nomes importantes do panorama mundial nesta valência, tais como Colin Arthur, co-responsável pelos efeitos especiais de “2001 Odisseia no Espaço” ou as Artes Plásticas em 2011, onde para além de exposições, workshops, conferências concretizou com a colaboração da Faculdade de Belas Artes e a Universidade Católica 17 filmes de média metragem sobre outros tantos artistas plásticos de prestígio nacional. A música tem sido igualmente uma área que sempre tem sido trabalhada em cruzamento com o festival propriamente dito.

Sobre o programa “O FUTURO AGORA. AGORA O FUTURO” mais notícias surgirão a curto prazo sobretudo no âmbito da sua ligação ao cinema através da produção e exibição de filmes de ficção e científicos, de entre os quais o filme de culto que o Fantas antestreou em Portugal: “Blade Runner” e que será exibido na sua versão original, a primeira realizada por Ridley Scott.

Conto do Vento em Sitges 2011


O "Conto do Vento" tem percorrido os festivais com relativo sucesso. Vencedor em Avanca 2010, seleccionado para Annecy, Fantasporto, Porto7 e diversos outros festivais, ainda em Setembro foi o vencedor do MotelX. Agora que chegaram a Sitges (de onde saíram sem prémio) nós fomos entrevistá-los.



"Detention" por Nuno Reis

Quando os festivais fazem maratonas há sempre um lado positivo e outro negativo. O negativo é que por vezes somos obrigados a um visionamento total de 500 minutos apenas por causa um filme, estrategicamente colocado no final. O aspecto positivo é que por vezes no meio desse longo compasso de espera descobrimos pérolas que por si só não nos levariam a uma sala de cinema. Em Sitges este ano fiz apenas duas maratonas. Algumas eram compostas maioritariamente por filmes que já tinha visto pelo que me desculpei. A primeira, como foi referido noutra crítica, era com temática erótica e desisti às 4 da manhã. A segunda prometia thrillers poderosos e obriguei-me a ver até ao fim, mesmo que logo no primeiro tivesse Dane Cook e fosse realizador por um autor de videoclips…

Primeira parte da melhor maratona feita na edição 44 de Sitges, “Detention” vem provar que um castigo pode ser divertido. A melhor forma de apresentar a ideia base é dizendo que é uma homenagem/sátira à saga Scream. A principal diferença reside no facto de a comédia e as viagens no tempo também terem o seu lugar.
Logo ao arranque temos uma jovem gira e facilmente odiável a ser morta à facada por um vilão ridículo. Após essa introdução invulgar vamos conhecer as personagens que interessam. Como é habitual a história não se preocupa com os alunos populares, mas com os socialmente excluídos. Riley é a heroína e considera-se a segunda pessoa mais infeliz na história daquela escola. Até que percebe que é perseguida por um serial killer e tudo fará para o impedir. Só que as suas actividades extra-curriculares resultam numa suspensão. Fechada numa sala com todos são suspeitos de homicídio, terá de resolver o mistério para sobreviver.

Por norma o cinema americano define as regras pelas quais os outros se regem. Dizemos que um filme é normal quando as segue. Pois este não segue o padrão internacional e é claramente um filme apenas para o público americano, como se tivesse sido feito para TV local e não para o grupo Sony distribuir mundialmente. É uma experiência diferente, algures entre o cinema mainstream e o independente, mas falado numa língua estranha.
Tem como vantagem gozar com os filmes dentro dos filmes ao mesmo tempo que alerta os distribuidores para o facto de a pirataria ser mais rápida do que eles. Depois brinca com os paradoxos temporais e com os anacronismos resultantes. E finalmente, é muito divertido de assistir, especialmente pela falta de nexo.

Acabou por ser um dos felizes vencedores (talvez o mais surpreendente) em Sitges e talvez o seu futuro resida precisamente nos festivais e nas sessões da meia-noite. É que um filme aparentemente para adolescentes por vezes precisa de um público mais velho para ser devidamente apreciado.

DetentionTítulo Original: "Detention" (EUA, 2011)
Realização: Joseph Kahn
Argumento: Joseph Kahn, Mark Palermo
Intérpretes: Shanley Caswell, Josh Hutcherson, Spencer Locke, Walter Perez, Dane Cook
Música: Brain Mantia, Melissa Reese
Fotografia: Christopher Probst
Género: Comédia, Horror
Duração: 88 min.

18 de outubro de 2011

"Drive" por António Reis

O último cowboy americano

Esqueçam “Speed” e “Velocidade Furiosa”. “Drive” não é isso. Estaria mais próximo de um “Taxi Driver”. Badalado como filme do ano, premiado em Cannes, aclamado pela crítica, talvez haja um certo exagero nesta unanimidade de elogios. Mas compreende-se que “Drive” tenha atraído as atenções. É de um romantismo desmesurado e um pouco fora de moda, tem um personagem que se aproxima do antigo herói americano, actualiza a versão do lonesome cowboy e tem uma visão redentora da humanidade: os bons são tão bons que até enjoam e ainda por cima triunfam. Os maus já sabem o que os espera. Filme que se apresenta como um road movie de uma só cidade, que pisca o olho ao cinema de gangsters, thriller mas pouco, sobretudo um melodrama sobre amores imperfeitos.

Um habilidoso mecânico e duplo de cenas de automóveis vê-se envolvido num esquema de roubo em que tudo corre mal. A mulher por quem se apaixona está casada com outro. O seu patrocinador está associado com um mafioso. Contratam-no como condutor para um assalto fatal. A mala com um milhão de dólares que lhe aparece no carro só lhe traz problemas. As únicas coisas em que ele é efectivamente bom é a conduzir e vingar-se de todos que se atravessam no seu caminho.

Filmado com gosto e servido por uma banda sonora de uma eficácia narrativa envolvente, “Drive” consegue satisfazer dois tipos de público. Os do cinema de acção e os românticos incuráveis. Não admira que Cannes tenha reconhecido as inegáveis qualidades de realização.

DriveTítulo Original: "Drive" (EUA, 2011)
Realização: Nicolas Winding Refn
Argumento: Hossein Amini (livro de James Sallis)
Intérpretes: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston, Albert Brooks, Ron Perlman, Oscar Isaac, Christina Hendricks
Música: Cliff Martinez
Fotografia: Newton Thomas Sigel
Género: Acção, Crime, Drama, Thriller
Duração: 100 min.
Sítio Oficial: http://www.drive-movie.com/

"El Paramo" por António Reis

O cinema latino-americano tem sido uma das grandes surpresas dos últimos anos estando num momento particularmente feliz tanto em termos de espectadores como de aceitação da crítica. Se o México é por tradição uma cinematografia pujante, o cinema argentino não lhe tem ficado atrás. E o êxito está a espraiar-se com propostas muito interessantes oriundas da Colômbia, Chile e Uruguai. Convém estar atento aos novos autores destas paragens.

“El Paramo”, filme distribuidor com a chancela da reputada Wild Bunch, pode não ter estreia comercial assegurada em Portugal, mas revela uma qualidade técnica assinalável que é o melhor cartão-de-visita para um cineasta em busca de afirmação que constrói uma metáfora com vários níveis de leitura, um micro-cosmos da complexa sociedade colombiana. Paramo é o tipo de paisagem andina de floresta tropical a uma cota elevada. É o espaço onde se movimenta a guerrilha das FARC, o narcotráfico e as tropas de elite do exército colombiano que os combatem. Por esta introdução poder-se-ia pensar que estamos perante um filme de guerra e acção. Só que a realidade é apenas o pretexto para a criação de um ambiente de tensão intensa e de suspense permanente, no limiar de um certo tipo de terror. Um pelotão de elite tem como missão recuperar um reduto do exército com que se perdeu o contacto. O local está deserto e dos seus ocupantes não há rasto. O mistério do destino destes homens não é elucidado pelas estranhas mensagens do diário, nem pelo interrogatório a uma prisioneira que perdeu a razão. A única certeza é que algo de indefinido e terrível se esconde no acampamento. Pior que a ameaça invisível que a selva esconde são os medos, os traumas e a fúria que cada um destes soldados esconde dentro de si e está pronta a explodir a qualquer momento. Os demónios do interior do grupo são o mais terrífico inimigo.

O que é um apreciável filme de acção e guerra, com uma notável mestria do domínio da câmara à mão, servido por interpretações de grande intensidade dramática, é apenas perturbado por manter continuamente um insuportável clima de tensão de onde não consegue encontrar uma saída. Sai-se do filme com a sensação de uma obra forte, mas a que falta aquele golpe de génio que o permita distinguir de um mais convencional filme militar. A merecer um visionamento, se não for possível em ecrã grande onde ele ganha dimensão, ao menos em versão doméstica.

El ParamoTítulo Original: "El Paramo" (Argentina, Colômbia, Espanha, 2012)
Realização: Jaime Osorio Marquez
Argumento: Diego Vivanco, Jaime Osorio Marquez
Intérpretes: Juan David Restrepo, Andrés Castañeda, Mateo Stevel, Alejandro Aguilar, Nelson Camayo, Juan Pablo Barragan, Mauricio Navas, Andres Torres, Julio César Valencia
Música: Ruy Folguera
Fotografia: Alejandro Moreno
Género: Horror, Thriller
Duração: 100 min.
Sítio Oficial: http://www.elparamolapelicula.com/

Kubrick em saldo


Que tal 7 filmes de Kubrick por menos de30€? E se forem em Blu-Ray e Region Free?
A Clockwork Orange
Lolita
2001: A Space Odyssey
Barry Lyndon
The Shining
Full Metal Jacket
Eyes Wide Shut
Documentários de Jan Harland: "A Life in Pictures" e "O Lucky Man"

É só seguir para a loja do costume.



Comparando com a versão anterior (10 DVD, Região 2, 5 filmes+ documentários) é bem melhor.

17 de outubro de 2011

"Le Moine" por António Reis

O diabo anda à solta

O fantástico e lendário popular têm sido subaproveitados para o cinema de terror e de fantástico. Nos casos em que serve de inspiração, os resultados não têm sido brilhantes, excepção feita a “Ladyhawke”. A mistura de misticismo, feitiçaria e religião com ambientes da Idade Média, apesar de todo o potencial que encerrariam só por si, acabam por ser desperdiçados de forma inglória. O cinema europeu não consegue construir narrativas eficientes e visualmente atraentes. “The Monk” é o exemplo perfeito deste desleixo no tratamento do fantástico. Esta história de um diabo ansioso por almas e capaz de usar de todos os artifícios para fazer cair na tentação os homens e mulheres enclausurados nos conventos, arrasta-se de forma indolente e muito previsível, com uma aridez de alternativas para manter o espectador preso à história.

Uma criança é abandonada à porta do convento capuchinho. Salva de ser devorada por um corvo, é educada pelos monges e torna-se o melhor dentre eles. Os seus sermões atraem multidões, a sua fama granjeia-lhe admiração e inveja. Mas o diabo vai tecendo as teias da sedução e a luxúria do pecado torna-se irresistível para Ambrósio. O diabo acabou de ganhar mais uma alma.

Desaproveitando o património arquitectónico disponível, insistindo de forma redundante e pouco criativa nas sequências oníricas, cuidando muito da oratória, mas desprezando os rituais de religiosidade medieval que poderiam dar conteúdo ao filme, “The Monk” é um filme onde até o sexo é entediante. O diabo pode dar-se ao luxo de ser preguiçoso.

Exibido na sessão de gala do Méliès em Sitges 2011, sessão que pretende promover o cinema europeu, é um exemplo típico de que a publicidade saiu gorada. Este cinema europeu não convence, nem do ponto de vista cinéfilo, nem do ponto de vista de atracção de públicos. Apesar da idade revejam “LadyHawke” as vezes que for preciso para se perceber como se constrói e se filma uma história.


Le MoineTítulo Original: "Le Moine" (Espanha, França, 2011)
Realização: Dominik Moll
Argumento: Anne-Louise Trividic. Dominik Moll (adaptando a novela de Matthew Lewis)
Intérpretes: Vincent Cassel, Déborah François, Joséphine Japy, Sergi López
Música: Alberto Iglesias
Fotografia: Patrick Blossier
Género: Thriller
Duração: 101 min.
Sítio Oficial: http://diaphana.fr/film/le-moine

"Killer Joe" por António Reis

William Friedkin tem um gosto peculiar pela violência gratuita e por uma abordagem do sexo que provoca o espectador, na tradição do cinema de Sam Peckinpah. Mas tem também aquele toque de magia que agarra no espectador desde a primeira cena é só o largo exausto no final do genérico, mantendo a acção a um ritmo alucinante. Com o prestígio que os seus filmes lhe garantiram Friedkin pode dar-se ao luxo de uma ironia cáustica face aos clichés do sonho americano e à caricatura dos seus ícones.

O lugar uma aldeola no coração do Texas. O género poderia ser o thriller. Só que a receita para este crime anunciado é bem mais elaborada porque o objectivo do realizador é fustigar os espectadores. O culto do excesso torna-se a razão de ser do seu cinema. Colocados desde a primeira cena no cenário de uma família disfuncional, temos uma receita para um crime, puzzle em que as peças não encaixam. Killer Joe é um assassino a contrato que por acaso é polícia (a analogia com o “Polícia sem Lei” de Abel Ferrara) não pode ser mera coincidência. Os seus serviços são requisitados para despachar uma mãe mal-amada que tem o azar de ter um seguro de vida chorudo. Temos o móbil, temos o criminoso e temos os mandantes. O que poderia ser um policial normal descarrila por completo numa teia de personagens demasiado perturbadas e envolvidas em interesses muito obscuros. O serviço é concluído com eficácia. Para quem acredita que o dinheiro traz a felicidade constata-se que ele apenas vai trazer sangue e morte.

A escolha dos actores constitui um dos grandes trunfos do filme porque para compor personagens tão únicas só mesmo grandes nomes. Juno Temple é uma Lolita de doze anos, manipuladora e perturbada. Matthew McConaghey é o Killer Joe cheio de tiques e maneirismos. Emile Hirsch é o infortunado causador de todos os problemas. Thomas Haden Church é o pai, um autêntico idiota da família, e Gina Gershon, mais velha do que em “Bound” mas igualmente magnífica, é a madrasta.

Num filme de estereótipos e caricatural, a divisa poderia ser “cinema é acção e Friedkin é o seu profeta”.

Killer JoeTítulo Original: "Killer Joe" (EUA, 2011)
Realização: William Friedkin
Argumento: Tracy Letts
Intérpretes: Matthew McConaughey, Emile Hirsch, Juno Temple, Thomas Haden Church, Gina Gershon
Música: Tyler Bates
Fotografia: Caleb Deschanel
Género: Thriller
Duração: 100 min.

Cine Más Comics 9

Mais um número da Cine Más Comics chega à rede. Este mês com muita informação sobre Sitges como não podia deixar de ser, mas também sobre Tintin, sobre ambos os "The Thing", sobre "Intruders" - o novo filme de Juan Carlos Fresnadillo - e ainda o fenómeno actualmente em exibição por estes lados "Capitan Trueno" (ainda vos escrevo de Espanha).

Cine Mas Comics 9


16 de outubro de 2011

"The Thing" por António Reis

Há sempre duas questões prévias que uma remake de um filme famoso nos suscita. Para quê copiar um filme e o que é que ele aporta de novo à versão original? Esta versão de “The Thing” é a terceira cópia e considerando que as edições anteriores se tornaram cult movies é natural que a fasquia seja mais elevada.

O terror vindo do espaço que hibernou durante milhares de anos e se esconde sob gelos eternos é um dos temas mais caros à ficção-científica de terror. Sabendo-se o outline da história e o seu desenlace, resta esperar de que forma as novas tecnologias dos efeitos especiais poderiam trazer uma mais valia significativa a esta remake. De facto é este o ingrediente principal que sustenta a narrativa: a localização é a mesma; o encontro da nave alienígena é exactamente igual; a ideia de um grupo isolado segue as pisadas do original e até um sósia de Kurt Russell compõe a equipa. Num ano dominado por ficções mais ou menos científicas, mais ou menos de terror, este monstro do espaço parece dever mais ao Oitavo Passageiro. Afinal os humanos são bons hospedeiros para os aracnídeos do espaço e a nossa biologia é terreno fértil para a sua propagação.
Se as linhas essenciais se mantêm, as versões originais apostavam mais no medo psicológico associado à claustrofobia da estação polar e menos na pirotecnia do fogo e dos efeitos digitais. Por isso eram filmes que atingiam de forma mais marcante e duradoura o espectador. No fundo o terror vindo do espaço é apenas o reflexo dos nossos medos mais escondidos. Também a metáfora política associada à Guerra Fria já não faz sentido nesta versão.

A resposta às duas questões iniciais é que na prática esta produção não adianta nem atrasa nada ao original, pelo que não se augura que tenha expectativas de fazer história. Quando muito há um lifting visual para agradar às gerações mais jovens de espectadores para quem os clássicos possam estar fora de moda.


The ThingTítulo Original: "The Thing" (Canadá, EUA, 2011)
Realização: Matthijs van Heijningen Jr.
Argumento: Eric Heisserer (baseado no livro de John W. Campbell Jr. )
Intérpretes: Mary Elizabeth Winstead, Joel Edgerton, Ulrich Thomsen, Eric Christian Olsen, Adewale Akinnuoye-Agbaje
Música: Marco Beltrami
Fotografia: Michel Abramowicz
Género: Ficção-Científica, Horror, Thriller
Duração: 103 min.
Sítio Oficial: http://www.thethingmovie.net/

Palmarés completo Sitges 2011

Competição de Cinema Fantástico


Júri: J. A. Bayona, Quim Casas, Lisa Marie, Ryoo Seung-Wan, Richard Stanley

Melhor Curta (ex-aequo)
Dirty Silverwear, de Steve Daniels
The Unliving, de Hugo Lilja

Melhor Desenho de Produção
Marc Thiébault por Livide (Alexandre Bustillo & Julian Maury)

Melhor Caracterização
Steven Kostanski por The Divide (Xavier Gens)

Melhores Efeitos Especiais
Lluís Castells e Javier García por "Eva" (Kike Maíllo)

Melhor Banda Sonora Original
Steven Price por Attack the Block (Joe Cornish)

Melhor Fotografia
Markus Förderer e Tim Fehlbaum por Hell (Tim Fehlbaum)

Melhor Argumento
Lucky Mckee e Jack Ketchum, per "The Woman" (Lucky Mckee)

Melhor Actriz
Brit Marling por Another Earth (Mike Cahill)

Melhor Actor
Michael Parks por "Red State" (Kevin Smith)

Melhor Realizador
Na Hong-jin por The Yellow Sea

Prémio Especial do Júri
Attack the Block, de Joe Cornish

Melhor Filme
"Red State" de Kevin Smith


Competição Órbita


Júri: Àlex Aguilera, Paco Cabezas, Manlio Gomarasca

Prémio Especial do Júi
Colour Bleed, de Peter Szewczyk (curta)

Melhor Filme
Guilty of Romance, de Sion Sono


Júri Carnet Jove


Júri: Eric Antonell, Gerard Fossas, Alberto Martin, Sergi Marí, David Vilaplana

Melhor Filme
Bellflower, d’Evan Glodell

Melhor Filme Midnight Extreme
Detention, de Joseph Kahn


Novas Visões


Júri: Anaïs Emery, Javi Giner, Loris Omedes

Melhor Filme
Night Fishing, de PARKing CHANce (Park Chan-wook i Park Chan-kyong)

Melhor Filme Não-Ficção
Knuckle, d’Ian Palmer

Melhor Filme Discovery
Invasion of Alien Bikini, d’Oh Young-doo

Melhor Filme Ficção Negra
Kill me please, d’Olias Barco

Melhor Curta Metragem
Coup de grace, de Clara van Gool

Menção Especial
Underwater Love, de Shinji Imaoka


Casa Ásia


Júri: Jordi Ojeda, Carles Santamaria, Pil Sung-Yim

Melhor Filme
The Unjust, de Ryoo Seung-wan


Prémio do Público


Attack the Block, de Joe Cornish


Nova Autoria


Júri: Arnau Bataller, Sílvia Munt, Maria Ripoll

Melhor Realizador
La gota, de Daniel Piera i Beatriz Escolar (Universitat Ramon Llull-Blanquerna).

Melhor Argumento (ex-aequo)
Camille, de Carme Puche (Universitat Oberta de Catalunya – UOC)
Exercici, de Raúl Pérez (Bande à Part).

Melhor Música Original
Chroma, de Juan Andrés González (Universitat Pompeu Fabra).

Menção Especial (pelo interesse do trabalho documental)
Me llamo Peng, de Jahel Guerra e Victoria Molina de Carranza (Universitat Autònoma de Barcelona – UAB).

Menção Especial (pelo interese do trabalho de animação)
Desde el averno, de Raúl García, Núria Argemí, Mariona Consuegra, Saúl Darú, Maria Moreira, Clara Vallvé e Bernat Vilaseca (Escola d’Animació de Catalunya, 9 Zeros).


ANIMA'T – Premi Gertie


Júri: Jordi Ojeda, Carles Santamaria, Pil Sung-Yim

Melhor Longa
Tatsumi, d’Eric Khoo

Melhor Curta
Dripped, de Léo Verrier

Melhor Longa para a família
Leafie, d’Oh Sung-yoon


MÉLIÈS D’ARGENT


Júri: Àlex Aguilera, Paco Cabezas, Manlio Gomarasca

Melhor Longa Europeia de Fantástico
Kill List, de Ben Wheatley

Menção Especial
Hell, de Tim Fehlbaum
Krokodyle, de Stefano Bessoni

Melhor Curta Europeia de Fantástico
The Unliving, d’Hugo Lilja

Menção Especial
Magic Piano 3D, de Martin Clapp


MÉLIÈS D’OR



Melhor Longa Europeia de Fantástico
Balada Triste de Trompeta, d’Álex de la Iglesia

Melhor Curta Europeia de Fantástico
Suiker (Sugar), de Jeroen Annokkee


Prémio da Crítica


Júri: Desirée De Fez, Carlos Losilla, José Luis Losa

Attack the Block, de Joe Cornish

Prémio Citizen Kane


Realizador revelação (ex-aequo)
El páramo, de Jaime Osorio
Trabalhar cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra


Prémio Brigadoon Paul Naschy


Júri: Adrián Cardona, Rafa Dengrà, Leticia Dolera

Melhor curta
8, de Raúl Cerezo