29 de fevereiro de 2012

"Meat" por Nuno Reis

Intragável

Tinha sido alertado que era um filme experimental e sabia qual era o tema, mas nada me tinha preparado para o que ia ver. O talho onde a maior parte da acção se desenrola tem um aspecto quase normal, contudo os seus ocupantes não são exactamente o que se pode considerar normal. Escrito pela ousada Maartje Seyferth, tem uma visão pouco simpática dos homens.

Titus Muizelaar é o talhante. Obcecado pelo sexo, fá-lo quando pode, onde pode, com quem pode. Não se preocupa com as mulheres que trata como meros objectos. A outra personagem masculina importante é o detective, interpretado pelo mesmo actor e também ele enxovalhado pela perspectiva feminina. Preguiçoso, incompetente, incapaz de fazer a sua parte do trabalho em manter uma relação. Os restantes são quase adereços cénicos, sem identidade. Não, Seyferth não tem boa opinião dos homens.
Do lado feminino há três personagens. Uma bastante activa sexualmente que se move com destreza no meio masculino, não se percebendo se é usada ou se usa os homens. Uma fraca que é destruída pela indiferença masculina. E finalmente uma terceira, a jovem e influenciável Roxy, que define a sua sexualidade pelo exemplo destas personagens. Não se pode dizer que a visão sobre as mulheres seja muito melhor...

Por entre o negócio da carne (não é eufemismo, estou mesmo a falar do talho) Roxy vai observando e filmando os comportamentos marginais. Essa câmara nas mãos da personagem dá-nos planos complementares da narrativa principal e permite-nos assistir a uma das cenas mais poderosas do filme. Excepção rara desta longa-metragem dominada pelos planos artísticos poucos convencionais que aumentam a perturbação visual numa obra cujo argumento já não era fácil. A realização a quatro mãos entre uma argumentista e um director de fotografia não é autónoma desses interesses. Foi sujeitada aos desejos de quem queria contar uma história e de quem queria mostrar essa história por imagens, não sendo nunca a entidade moderadora das várias componentes da arte cinematográfica.

Tal como um prato gourmet, podem todos dizer que é melhor, mas para a maioria, apesar de não saber propriamente mal, saberá sempre a pouco.

VleesTítulo Original: "Vlees" (Países Baixos, 2010)
Realização: Victor Nieuwenhuijs, Maartje Seyferth
Argumento: Maartje Seyferth
Intérpretes: Titus Muizelaar, Nellie Benner, Elvira Out, Hugo Metsers
Música:
Fotografia: Victor Nieuwenhuijs
Género: Drama
Duração: 85 min.
Sítio Oficial:

28 de fevereiro de 2012

Baile dos Vampiros 2012

O Baile dos Vampiros realiza-se, este ano, no Hard Club no Mercado Ferreira Borges, a 3 de Março! Em destaque, o regresso dos ZEN aos palcos do Porto e uma verdadeira maratona temática de bandas sonoras cinéfilas dos anos 1960 até aos dias de hoje, protagonizada por Nuno dos Tornados, André Tentúgal, Schizzofrenik Records vs. Lovers and Lollypops e Mister Teaser.

Os ZEN deixaram saudades. O Baile dos Vampiros tem a honra de apresentar a banda mítica do Porto, após uma década afastada dos palcos. A banda de "UNLO", "11.00 am" e "Step on" volta como cabeças de cartaz com a sua formação original composta por Rui Silva a.k.a. Gon (voz), Miguel Barros (baixo) e André Hollanda (bateria), tendo como convidado Marco Nunes (guitarra). Num regresso inesperado, e depois de um primeiro concerto com lotação esgotada, voltam ao palco do Hard Club com a mesma energia do seu rock de fusão groove e funk, para aquilo que será certamente um dos grandes momentos da noite.
Serão ainda nomeados o Rei e a Rainha do Baile, com um prémio aos que envergarem o melhor disfarce: Bilhetes para o Super Bock Super Rock com tratamento vip no evento da Praia do Meco.

Passamos a apresentar os restantes convidados deste evento especial.

À meia-noite, Nuno dos Tornados (Why Radio) vai passar pelo Hard Club e fará as delícias dos adeptos dos 60's e 70's, desde bandas-sonoras de filmes italianos a hits funky pornográficos. Tudo dentro dos conformes, numa sessão de bons costumes e bailarico à moda antiga no Mercadinho de Horrores.

André Tentugal não vem com We Trust mas sim em nome próprio. O realizador que se revelou um caso sério da música nacional neste início de 2012, parará o tempo para reencarnar a década de 80.

Logo depois, a Schizzofrenik Records, a label e responsável pela direcção artística do Baile dos Vampiros e a Lovers & Lollypops, igualmente editora e promotora do Milhões de Festa, apresentam-se juntas em palco numa batalha pelos anos 90, cujo desafio é ter o maior número de pessoas em palco e aumentar o índice de transpiração e décibeis. Tudo entre amigos, com muitas máscaras e cocktails à mistura.

A preparar-se para a música de 2000 a 2012, Luís Liberal a.k.a. Mister Teaser receberá todos ao ritmo do melhor disco/funky house, new wave e electro. Nos últimos meses, partilhou a cabine com Erol Alkan, Russ Chimes, Xinobi ou Anoraak, nomes que ilustram bem a sua sonoridade de eleição.

O evento assume-se como uma festa temática de máscaras e cocktails, cujo “dress code” de personagem de cinema transformou a última edição num sucesso, com a maior concentração de mascarados até hoje.

A festa de encerramento do Fantasporto realiza 12 anos, pelo Baile dos Vampiros já passaram nomes como Peaches, Buraka Som Sistema, Ricardo Villalobos, Spektrum, Alexis Taylor dos Hot Chip, Micro Audio Waves, The Gift e Late of the Pier entre muitos outros.

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Bilhetes à venda:
Rivoli Teatro Municipal no secretariado do Fantasporto e Hard Club a partir de dia 20 de Fevereiro.

Preço: 10€

27 de fevereiro de 2012

Cine-clube de Avanca com sessão especial no Fantasporto 2012

Oito filmes produzidos recentemente pelo Cine-Clube de Avanca vão estar em exibição, integrando uma sessão especial, no FANTASPORTO 2012.

Neste ano, em que o Festival Internacional de Cinema do Porto comemora a sua 32ª edição, os filmes de Avanca serão exibidos amanhã terça-feira dia 28 pelas 17.15h no Rivoli Teatro Municipal do Porto.

Do realizador Luís Diogo serão exibidas as curtas-metragens de ficção "Noite Gélida em Castelo Branco" e "Noite Fria em Castelo Branco", ambos protagonizados pelos actores Margarida Carvalho e Rui Oliveira. O primeiro destes filmes foi recentemente nomeado para a competição oficial do "ÉCU - European Independent Film Festival" que irá acontecer em Paris durante o início do próximo mês de Abril.

"Mulher Sombra" de Joana Imaginário, que foi distinguido com o Prémio Animação dos Caminhos do Cinema Português, é um dos filmes de animação de curta-metragem que serão exibidos. "Bruxas" de Francisco Lança e "Shlager" de Xavier Almeida, animações que se estrearam no Festival AVANCA 2011, fazem parte igualmente da sessão.

Também a série de animação "Brincarolas" de Graça Gomes integra esta sessão. Recentemente nomeada como um dos 3 finalistas do Prémio para a Melhor Animação “Stoke Your Fires Awards 2012” no Reino Unido, aguarda programação na televisão portuguesa.

Entre os filmes em exibição, estão duas obras que integraram um projecto de aprendizagem da arte cinematográfica envolvendo estabelecimentos escolares da região, nomeadamente a Escola Egas Moniz de Avanca. Os filmes são o filme experimental "Estátua" e a curta-metragem de animação "O Circo" que tem sido seleccionado em variadíssimos festivais de cinema para a infância.

Para além desta sessão especial organizada a convite da organização do Fantasporto, um outro filme co-produzido pela Filmógrafo / Cine-Clube de Avanca integra a programação deste festival.
Trata-se da curta-metragem de ficção "Falha do Sistema" do realizador José Miguel Moreira. Este filme concorre para o Prémio Melhor Filme Português e tem no FANTASPORTO a sua estreia mundial.

Oscares 2012 - vencedores e perdedores


Numa edição muito equilibrada (dois filmes com 5 prémios) e em que os favoritos não tinham particular interesse, acabei por estar apenas a torcer pelo Oscar dos Marretas. E ganharam. Entre os eternos derrotados Meryl Streep desta vez não perdeu, e John Williams perdeu duas vezes no mesmo ano pois tinha sido nomeado como compositor pela dupla colaboração com Spielberg.

MELHOR FILME


  • The Artist
    The Descendants
    Extremely Loud & Incredibly Close
    The Help
    Hugo
    Midnight in Paris
    Moneyball
    The Tree of Life
    War Horse

    MELHOR ACTOR


    Demián Bichir em "A Better Life"
    George Clooney em "The Descendants"
  • Jean Dujardin em "The Artist"
    Gary Oldman em "Tinker Tailor Soldier Spy"
    Brad Pitt em "Moneyball"

    MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO


    Kenneth Branagh em "My Week with Marilyn"
    Jonah Hill em "Moneyball
    Nick Nolte em "Warrior"
  • Christopher Plummer em "Beginners
    Max von Sydow em "Extremely Loud & Incredibly Close"

    MELHOR ACTRIZ


    Glenn Close em "Albert Nobbs"
    Viola Davis em "The Help"
    Rooney Mara em "The Girl with th e Dragon Tattoo"
  • Meryl Streep em "The Iron Lady"
    Michelle Williams em "My Week with Marilyn"

    MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA


    Bérénice Bejo em "The Artist"
    Jessica Chastain em "The Help"
    Melissa McCarthy em "Bridesmaids"
    Janet McTeer em "Albert Nobbs"
  • Octavia Spencer em "The Help"

    MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO


    A Cat in Paris
    Chico & Rita
    Kung Fu Panda 2
    Puss in Boots
  • Rango

    MELHOR DIRECÇÃO ARTÍSTICA


    The Artist (Production Design: Laurence Bennett, Set Decoration: Robert Gould)
    Harry Potter and the Deathly Hallows Part 2 (Production Design: Stuart Craig, Set Decoration: Stephenie McMillan)
  • Hugo (Production Design: Dante Ferretti, Set Decoration: Francesca Lo Schiavo)
    Midnight in Paris (Production Design: Anne Seibel, Set Decoration: Hélène Dubreuil)
    War Horse (Production Design: Rick Carter, Set Decoration: Lee Sandales)

    MELHOR FOTOGRAFIA


    Guillaume Schiffman por "The Artist"
    Jeff Cronenweth por "The Girl with the Dragon Tatoo
  • Robert Richardson por "Hugo"
    Emmanuel Lubezki por "The Tree of Life"
    Janusz Kaminski por "War Horse"

    MELHOR GUARDA-ROUPA


    Lisy Christl por "Anonymous"
    Mark Bridges por "The Artist"
  • Sandy Powell por "Hugo"
    Michael O’Connor por "Jane Eyre"
    Arianne Phillips por "W.E."

    MELHOR REALIZADOR


  • Michel Hazanavicius por "The Artist"
    Alexander Payne por "The Descendants"
    Martin Scorsese por "Hugo"
    Woody Allen por "Midnight in Paris"
    Terrence Malick por "The Tree of Life"

    MELHOR DOCUMENTÁRIO


    Hell and Back Again
    If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front
    Paradise Lost 3: Purgatory
    Pina
  • Undefeated

    MELHOR DOCUMENTÁRIO CURTA-METRAGEM


    The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement
    God Is the Bigger Elvis
    Incident in New Baghdad
  • Saving Face
    The Tsunami and the Cherry Blossom

    MELHOR MONTAGEM


    Anne-Sophie Bion, Michel Hazanavicius por "The Artist"
    Kevin Tent por "The Descendants"
  • Kirk Baxter, Angus Wall por "The Girl with the Dragon Tattoo"
    Thelma Schoonmaker por "Hugo"
    Christopher Tellefsen por "Moneyball

    MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA


    Bullhead (Bèlgica)
    Footnote (Israel)
    In Darkness (Polónia)
    Monsieur Lazhar (Canadá)
  • A Separation (Irão)

    MELHOR CARACTERIZAÇÃO


    Martial Corneville, Lynn Johnston, Matthew W. Mungle por "Albert Nobbs"
    Nick Dudman, Amanda Knight, Lisa Tomblin por "Harry Potter and the Deathly Hallows Part 2"
  • Mark Coulier, J. Roy Helland por "The Iron Lady"

    MELHOR BANDA SONORA


    John Williams por "The Adventures of Tintin"
  • Ludovic Bource por "The Artist"
    Howard Shore por "Hugo"
    Alberto Iglesias por "Tinker Tailor Soldier Spy"
    John Williams por "War Horse"

    MELHOR CANÇÃO ORIGINAL


  • Bret McKenzie por "Man or Muppet" em "The Muppets"
    Sergio Mendes, Carlinhos Brown, Siedah Garrett por "Real in Rio" em "Rio"

    MELHOR CURTA METRAGEM DE ANIMAÇÃO


    "Dimanche/Sunday"
  • The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
    La Luna
    A Morning Stroll
    Wild Life

    MELHOR CURTA-METRAGEM IMAGEM REAL


    Pentecost
    Raju
  • The Shore
    Time Freak
    Tuba Atlantic

    MELHOR SOM


    Lon Bender, Victor Ray Ennis por "Drive"
    Ren Klyce por "The Girl with the Dragon Tattoo"
  • Philip Stockton, Eugene Gearty por "Hugo"
    Ethan Van der Ryn, Erik Aadahl por "Transformers: Dark of the Moon"
    Richard Hymns, Gary Rydstrom por "War Horse"

    MELHOR MISTURA DE SOM


    David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce, Bo Persson por "The Girl with the Dragon Tattoo"
  • Tom Fleischman, John Midgley por "Hugo"
    Deb Adair, Ron Bochar, Dave Giammarco, Ed Novick por "Moneyball"
    Greg P. Russell, Gary Summers, Jeffrey J. Haboush, Peter J. Devlin por "Transformers: Dark of the Moon"
    Gary Rydstrom, Andy Nelson, Tom Johnson, Stuart Wilson por "War Horse"

    MELHORES EFEITOS ESPECIAIS


    Tim Burke, David Vickery, Greg Butler, John Richardson por "Harry Potter and the Deathly Hallows Part 2"
  • Rob Legato, Joss Williams, Ben Grossman, Alex Henning por "Hugo"
    Erik Nash, John Rosengrant, Dan Taylor, Swen Gillberg por "Real Steel"
    Joe Letteri, Dan Lemmon, R. Christopher White, Daniel Barrett por "Rise of the Planet of the Apes"
    Scott Farrar, Scott Benza, Matthew Butler, John Frazier por "Transformers: Dark of the Moon"

    MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO


  • Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash por "The Descendants"
    John Logan por "Hugo"
    George Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon por "The Ides of March"
    Stan Chervin, Steven Zaillian, Aaron Sorkin por "Moneyball"
    Bridget O’Connor, Peter Straughan por "Tinker Tailor Soldier Spy"

    MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL


    Michel Hazanavicius por "The Artist"
    Annie Mumolo, Kristen Wiig por "Bridesmaids"
    J.C. Chandor por "Margin Call"
  • Woody Allen por "Midnight in Paris"
    Asghar Farhadi por "A Separation"
  • 26 de fevereiro de 2012

    Para ver no Fantas: The Slut

    The Slut

    de Hagar Ben Asher
    www.imdb.com/title/tt1546421/
    Estreia da jovem realizadora israelita Hagar Ben Asher com um tema, ainda, tabu em grande parte das sociedades - uma mulher viciada em sexo. Além da realização, Hagar é responsável pelo argumento e é a protagonista. Tamar é uma bonita mulher de 35 anos. Vive sozinha com os seus dois filhos. Não consegue controlar o seu desejo sexual e, por isso, entrega-se a vários homens da vila onde viveThe Slut

    Para ver no Fantas: Rose

    Rose

    de Wojciech Smarzowski
    http://www.imdb.com/title/tt2043979/
    Verão de 1945. Tadeusz, um soldado polaco a quem a guerra tirou tudo, chega a Masuria, uma terra alemã antes do conflito, mas oferecido depois aos polacos. É neste lugar perdido que ele encontra Rose. Um drama poderosíssimo passado no final da Segunda Guerra Mundial. Com uma brilhante reconstituição histórica, “Rose” é um tocante conto sobre sobrevivência nas mais difíceis condições.Rose

    Para ver no Fantas: Avé

    Avé

    de Konstantin Bojanov
    http://www.facebook.com/ave.the.movie
    À boleia de Sofia para Roussé onde assistirá a um funeral, Kamen, um estudante de arte, conhece Avé, uma fugitiva de 17 anos. Curiosamente, Avé também vai para Roussé, pelo que decidem ir juntos, mas nada em Avé é o que ela diz.Avé

    Para ver no Fantas: Calibre 9

    Calibre 9

    de Jean-Christian Tassy
    http://www.imdb.com/title/tt1820407/
    Muito estilo e acção num thriller sangrento e com uma edição sonora frenética. Um homem encontra uma arma possuída pela arma de uma prostituta. Srah tentou deixar a vida durante anos e um cliente rico parecia ser o bilhete que precisava. Mas há quem não a queira perder e Sarah acaba como uma assombração vingativa.Calibre 9

    Para ver no Fantas: Glorious 39

    Glorious 39

    de Stephen Poliakoff
    http://www.imdb.com/title/tt1319694/
    Um drama histórico com o carimbo de qualidade da BBC Films, um épico que antecede uma das grandes guerras com um elenco de luxo. Romola Garai é a protagonista. A seu lado estão o veterano Christopher Lee, Bill Nighty e David Tennant entre muitos outros. No Verão de 1939, Anne, uma actriz de algum sucesso e seguidora da aristocracia da época, é apanhada na conspiração silenciosa que irá desaguar na Segunda Guerra Mundial.Glorious 39

    Para ver no Fantas: The Theatre Bizarre

    The Theatre Bizarre

    de Richard Stanley,Buddy Giovinazzo,Tom Savini,Douglas Buck,Karim Hussain,David Gregory
    http://image-entertainment.com/product/theatre-bizarre-the/456c2bda-6828-45a1-e00e-af4fb17cce08
    Enola Penny vive obcecada com um teatro que acha estar abandonado. Quando arranja coragem e entra no decrépito auditório, vai descobrir seis contos de horror e bizarria apresentados por um fantoche humano (Udo Kier).The Theatre Bizarre

    Para ver no Fantas: Savages Crossing

    Savages Crossing

    de Kevin James Dobson
    http://www.savagescrossingmovie.com/
    Um thriller psicológico com muita acção e sangue. Um grupo de estranhos é forçado a abrigar-se numa quinta quando uma inundação por causa do mau tempo isola a região. À medida que o nível das águas vai subindo, também a tensão entre este conjunto de pessoas vai tomando conta do seu dia-a-dia. O perigo dentro da casa é bem maior que as ameças externas.Savages Crossing

    Para ver no Fantas: Shiver

    Shiver

    de Julian Richards
    http://www.shivermoviesite.com/
    Companheiro de há já longos anos, Julian Richards volta ao Porto com um seu novo filme, desta feita em Antestreia Mundial. Vencedor de diversos prémios no Festival, traz-nos agora, numa produção com o Canadá, a violenta história de um psico-killer que tem um particular prazer por pescoços de mulheres....Shiver

    Para ver no Fantas: Hotel Lux

    Hotel Lux

    de Leander Haussmann
    http://hotel-lux-film.de/
    Com um argumento cheio de voltas e reviravoltas “Hotel Lux” consegue aligeirar acontecimentos negros e assustadores da história Mundial, como são os regimes nazi e estalinista. Berlim, anos 1930. O comediante e estrela do cabaret Hans Zeisig nunca falha quando apresenta o seu espectáculo sobre Hitler e Stalin.Hotel Lux

    Para ver no Fantas: Madonna's Pig

    Het Varken van Madonna

    de Frank Van Passel
    http://www.imdb.com/title/tt1664662/
    Esta é a história de Porki. Bem, não exactamente. Um vendedor e o porco mecânico que transportava ficam retidos na aldeia de Madonna depois de um acidente. Ele quer sair, mas há quem precise de ajuda e nenhum porco recua quando é chamado.Het Varken van Madonna

    25 de fevereiro de 2012

    Para ver no Fantas: Afro Samurai 1 e 2


    Afro Samurai

    de Takashi Ozaki
    Samuel J. Jackson é Afro Samurai. Baseado no manga de Takashi Okazaki e inspirado no movimento Rap/Hip-Hop, “Afro Samurai” é uma das séries mais caras de animação Japonesa. A sua produção durou três anos, e o projecto ganhou uma nova vida ao chegar às mãos de Samuel L. Jackson. Ao actor americano juntou-se Ron Pearlman e Kelly Hu que deram voz aos personagens principais.Afro Samurai


    Afro Samurai: Ressurection

    de Fuminori Kizaki
    http://www.imdb.com/title/tt1265998/
    Afro Samurai: RessurectionAfro tem um coração de pedra e uma atracção incontrolável por vingança. O seu caminho é longo e violento. A saga iniciada em “Afro Samurai” encontra o seu auge em “Afro Samurai: Resurrection”, filme galardoado com um Emmy de “Outstanding Individual Achievement in Animation”, em 2009. Aqui o nosso herói, a quem Samuel L Jackson (que é também co-produtor) empresta a voz, é forçado a entrar novamente no “jogo” por uma bonita e letal mulher (voz de Lucy Liu) que conheceu no passado.



    Nota: Os filmes são distribuidos em Portugal pela NCreatures e o DVD de Ressurection tem data prevista de lançamento em Maio. O volume um já pode ser adquirido nas lojas FNAC.

    Para ver no Fantas: Adventure in Plymptoons!

    Adventure in Plymptoons!

    de Alexia Anastasio
    Um documentário sobre Bill Plympton, o norte-americano realizador de animação nomeado duas vezes para Óscar pelos filmes e vencedor do Fantasporto 2009 com a longa-metragem “Idiots and Angels”. Este é o retrato do animador, com entrevistas à família, amigos e colegas, críticos e fãs. De Moby a “Weird Al” Yankovic, passando pelos actores Keith Carradine e Martha Plimpton, ao realizador do “The Simpsons Movie”, David Silverman e à voz de “SpongeBob” , Tom Kenny, são muitos os testemunhos sobre este verdadeiro artista.Adventure in Plymptoons!

    Para ver no Fantas: Untitled

    (Untitled)

    de Jonathan Parker,Manfred Baumann
    http://www.untitled-themovie.com/
    Nesta deambulação pelo mundo artístico nova-iorquino do século XXI, um compositor (Adam Goldberg) e o seu irmão artista (Eion Bailey) estão ambos apaixonados pela bela proprietária de uma galeria de arte (Marley Shelton).(Untitled)

    Encontro de Blogs no Fantasporto 2012

    Dentro de uma semana teremos novo encontro de blogs no Fantasporto. Até agora já estão confirmadas as presenças de diversos site e blogs nacionais, da Take, da SciFiWorld Portugal e Espanha. Realizadores e empresas produtoras também são uma possibilidade.

    Se tiverem ou quiserem criar um blog de cinema, se fazem cinema, se se interessam por cinema, não percam mais uma oportunidade de estar onde todos os anos se faz história.
    Evento

    Para ver no Fantas: Bellflower

    Bellflower

    de Evan Godell
    http://www.bellflower-themovie.com/
    Dois amigos passam o tempo livre a modificar carros e construir lança-chamas. Este é o resultado de cruzar uma simples história de amor com pessoas que vivem a vida no limite, guiados pelos ideias de Mad Max, aguardando o apocalipse.Bellflower

    Para ver no Fantas: Life in One Day

    Life in One Day

    de Mark de Cloe
    http://www.medialuna.biz/films/descr_life-in-one-day.html
    Uma simples e bela história de amor, com toques fantásticos e com uma premissa pouco usual, mas também uma apurada reflexão sobre a importância do tempo. E se vivesse a sua vida inteira em apenas um dia? E se só tivesse uma oportunidade para apreciar todos os sentimentos que estamos habituados a repetir ao longo dos anos? Um beijo, ir à escola, crescer, fazer amor - apenas uma vez e em 24 horas. Um dos filmes surpresa do Fantas que só não está a concurso dado ter sido produzido no final de 2010.Life in One Day

    Para ver no Fantas: Eddie, The Sleepwalking Cannibal

    Eddie, The Sleepwalking Cannibal

    de Boris Rodriguez
    http://www.imdb.com/title/tt1480658/
    Eddie segue um caminho muito original dentro do género de comédia de horror. Com uma história que mistura amizades retorcidas, amor e, claro, canibalismo sonâmbulo com muito, muito, gore.Eddie, The Sleepwalking Cannibal

    24 de fevereiro de 2012

    E no primeiro dia de Fantas

    Shame

    de Steve McQueen
    http://www.foxsearchlight.com/shame/
    Shame é um drama sobre um viciado em sexo que vai ser forçado a mudar de vida quando a irmã o visita. Com a britânica Carey Mulligan e o alemão Michael Fassbender.Shame


    Blade Runner (Final Cut)

    de Ridley Scott
    Em 2029, um futuro não muito longínquo, a humanidade está à beira do fim. Os andróides, ou replicantes modelo Nexus 6, são quase tão humanos como os humanos, demasiado humanos mesmo. Quatro deles fugiram ao controlo e vagueiam pela Terra, misturados nas caóticas metrópoles futuristas. Um detective privado - um caçador de robots - é contratado para os destruir.Blade Runner (Final Cut)


    Bag of Bones

    de Mick Garris
    O escritor de sucesso Mike Noonam (Pierce Brosnan) é incapaz de deixar o luto pela morte repentina da mulher Jo. Durante um dos seus bloqueios de inspiração, um sonho leva-o à casa de campo onde passou momentos felizes em família. Na vida real, Mike decide seguir o sonho e vai para o Maine onde conhece uma atraente viúva, Mattie (Melissa George), e a sua filha.Bag of Bones


    Cursos de escrita

    Escrita Criativa


    A OFICINA — DESCRIÇÃO
    As sessões desenrolam-se em torno de um programa progressivo mas flexível de desenvolvimento das competências genéricas do criativo e das caraterísticas específicas do escritor.
    O trabalho centra-se no género narrativo (ficcional), sobretudo no formato de miniconto (flash fiction). Os primeiros exercícios servem para desenferrujar a escrita. Ao longo dos três meses, os exercícios tornam-se progressivamente mais complexos e mais voltados para a estrutura narrativa.

    OBJETIVOS GERAIS
    Tomar contacto com as técnicas de escrita criativa
    Conhecer a escrita e a voz de cada um
    Desenvolver capacidades criativas e literárias através do exercício

    PARA QUEM É
    Escritores de gaveta que queiram mostrar e enriquecer os seus textos
    Escritores no ativo (incluindo também publicitários, jornalistas, argumentistas) que pretendam desenvolver técnicas de escrita literária
    Escritores preguiçosos que precisem dum empurrãozinho


    PARA QUEM NÃO É
    Quem queira aprender a escrever sem erros, ou segundo qualquer dos acordos ortográficos (o treino da criatividade na escrita pressupõe um domínio prévio das ferramentas básicas — noções de ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação —, que não são matéria desta oficina)
    Quem queira aprender noções teóricas de gramática normativa, narratologia ou qualquer outra matéria
    Quem precise de saber como fazer relatórios, pareceres, papers ou trabalhos não literários em geral
    Quem nunca tenha escrito nada e pretenda terapia ocupacional

    Link


    Escrita para Atores, Encenadores e Realizadores


    Como pensam os guionistas, os argumentistas, os dramaturgos, quando escrevem? Como criam as suas personagens? Como criam histórias com essas personagens? Como criam relações entre elas? O que fazem para dar a entender qual é o passado e a personalidade de uma personagem apenas pelas suas falas, ações e emoções? Como conseguem criar falas que não são reais mas parecem? Como criam frases memoráveis, que ninguém diria mas que são credíveis vindas daquela personagem? Como escolhem o sumo da história, dos diálogos, das emoções, de modo a que não haja nada a mais ou a menos? O que esperam do ator que vai interpretar uma personagem? O que esperam de uma direção de atores?

    Escrita para Atores, Encenadores e Realizadores pretende responder a estas perguntas através da análise de textos já escritos e de exercícios de escrita criados com este fim.

    Os módulos 1 a 3 incluem análise de guiões e outros textos dramáticos, comparando-os com o produto final, além de uma série de exercícios progressivamente mais complexos.

    Destinatários
    Escrita para Atores, Encenadores e Realizadores destina-se a atores e futuros atores que sintam que têm um dedo para a escrita; a encenadores, realizadores e diretores de atores; e aos que querem simplesmente conhecer os modos de pensar, e de trabalhar, dessas personagens reais que são os guionistas, argumentistas e dramaturgos.
    São também bem-vindas as candidaturas de gente da escrita que nunca pisou um palco, e de estudantes das áreas do cinema, vídeo e teatro.
    A seleção dos candidatos determinará a composição do grupo que vai integrar este workshop, procurando aliar a diferença de estilos e abordagens com uma proximidade tão grande quanto possível do nível de interesse e qualidade.

    Formadores
    O curso é coordenado por Luís Miguel Viterbo, que segue também o decurso dos trabalhos até ao projeto final. Os restantes formadores - Virgílio Almeida, Filipe Homem Fonseca, João Tordo, Possidónio Cachapa e Margarida Fonseca Santos - têm todos extensas provas dadas nas respetivas áreas e experiência de formação.

    Informações
    MEIOS.COM- Instituto de Comunicação e Multimédia
    Campo Grande, 376
    1749-024 Lisboa
    contacto direto: 96 173 62 69
    Tel. 21 751 55 00 | Fax. 21 757 70 06
    informacoes@meioscom.pt

    23 de fevereiro de 2012

    "Hell" por Nuno Reis

    "Hell" não é um filme anglófono. "Hell" não significa inferno, mas bem que poderia ser. A palavra significa brilhante e refere-se a um mundo pós-apocalíptico em que as radiações solares ultrapassaram a camada de ozono e destruíram fauna e flora. Não é o calor que torna o mundo um inferno, mas a ausência de vida. Uma ficção que não estará muito longe da realidade. Alguns seres humanos deambulam por estradas desertas em busca de água e alimento, sempre resguardados da luz mortífera. A história acompanha duas irmãs e o namorado da mais velha na sua viagem arriscada pelo interior de uma Alemanha irreconhecível. Ao som da tão familiar sonoridade de Neunundneunzig Luftballons, que há tantos anos serve de banda sonora para viagens de lazer, vamos conhecendo os seus problemas e as suas personalidades numa situação difícil. Até que se cruzam com outros humanos e aí começam as verdadeiras adversidades.

    O que começa como um apelativo drama sobre as relações humanas em tempo de crise, depressa muda para um thriller. É nesse ponto que o interesse atinge o seu pico por estarmos perante uma situação nova de elevado stress em que as falhas num género são colmatadas pelo outro. Só que subitamente e com tanta facilidade como entrou o segundo género, já estamos a entrar num terceiro, o do terror fácil, com todos os clichés que nem vale a pena enumerar.
    Com a intensidade ao máximo, este filme é conduzido sem sobressaltos até ao final, tanto na luminosidade como na escuridão, permitindo experiências de terror para vários gostos sem nunca exagerar no gore, mas com alguma violência sugerida. Hannah Herzsprung, junta-se à extensa lista de actrizes europeias com trunfos dados no terror e capacidade para aguentar o filme sozinha.

    A produção de Roland Emmerich pode ter bastado para levar seguidores do cinema mainstream a experimentar o fantástico alemão menos convencional. Quem está acostumado ao cinema fantástico francês não ficará surpreendido, Do ponto de vista técnico está bem feito e tem actores competentes, mas não traz nada de novo ao género.


    HellTítulo Original: "Hell" (Alemanha, Suíça, 2011)
    Realização: Tim Fehlbaum
    Argumento: Tim Fehlbaum, Oliver Kahl, Thomas Woebke
    Intérpretes: Hannah Herzsprung, Lisa Vicari, Lars Eidinger, Stipe Erceg
    Música: Lorenz Dangel
    Fotografia: Markus Förderer
    Género: Ficção-Científica, Horror, Thriller
    Duração: 89 min.

    22 de fevereiro de 2012

    "Glen or Glenda" por Nuno Reis

    Quão mau pode um filme ser?

    Glen or Glenda” é dos filmes menos falados de Wood. Isso percebe-se visto que trata de um tema normalmente marginalizado, o travestismo, mas vai muito mais além. Este será dos piores filmes de sempre, e no mau sentido.

    Após o suicídio de um travesti, um inspector da polícia vai falar com um psiquiatra especializado em distúrbios desse género. No consultório o médico vai-lhe contar a história de Glen e do seu alter-ego Glenda, e a da Alan que vivia como Ann, dois casos com que lidou. Como se essa narração não fosse suficiente, há uma outra a um nível superior, quase divino, feita por Bela Lugosi, que filosofa sobre a sociedade.

    Se excluirmos a extravagante função de Lugosi, “Glen or Glenda” começa como um curioso falso-documentário sobre uma personagem - que até cativa alguma simpatia - que tem como único inconveniente não ter actores capazes de dizer frases de forma natural. Ao fim de algum tempo o interesse começa a esmorecer e aí a estória de Glen entra num experimentalismo perturbador, só superado pela perturbação que é cada nova cena de diálogo entre investigador e doutor. E eis que surge a curta história de Alan, bem mais linear e rápida (deve ter acabado o orçamento como é habitual).

    A maior curiosidade deste filme é ter sido usado por Wood para expor o seu travestismo e a paixão por angorá. Apesar do pseudónimo ele é Glen e por isso entregou-se de corpo e alma ao filme, sendo inclusivamente o melhor actor, por estar a ser ele próprio. Só que, por muita vontade que se tenha de aceitar o filme e apoiar a ousada sujeição ao público nos anos 50, Ed Wood não sabe filmar. Usar relâmpagos nos momentos dramáticos não impressiona o público. Ter Bela Lugosi não basta para o sucesso na bilheteiras. Por muito bom que fosse o argumento - os diálogos não são tão maus como parecem - para fazer um filme é preciso uma coisa básica que se chama realizador e isso é uma coisa que “o pior realizador do mundo” simplesmente não tem.

    O “tão mau que é bom” nos outros casos pode ser verdade por se levar na brincadeira, mas como “Glen or Glenda” tenta ser um filme sério a frase será mais próxima de verdade se corrigirmos para “tão mau que não há pior”.

    Glen or GlendaTítulo Original: "Glen or Glenda" (EUA, 1953)
    Realização: Ed Wood
    Argumento: Ed Wood
    Intérpretes: Ed Wood, Dolores Fuller, Lyle Talbot, Timothy Farrell
    Fotografia: William C. Thompson
    Género: Drama
    Duração: 65 min.

    Fantasporto: Conferências do Futuro - dia 23


    Não se esqueçam que entre os 20 temas em discussão nas Conferências do futuro às 16.30h de dia 23 falamos de cinema com dois especialistas.

    Luís Rosales - crítico de cinema, director da revista Sci-fi World (Espanha)
    Mário Augusto - jornalista e crítico cinematográfico da RTP

    21 de fevereiro de 2012

    "Bride of the Monster" por Nuno Reis

    Bride of the Monster

    Se não fosse este especial do Fantasporto, quantos de vós teriam a coragem de, por iniciativa própria, ver a filmografia de Ed Wood? Ainda bem que há a possibilidade de ver em cinema não só porque a qualidade técnica é ainda mais hilariante em grande ecrã, mas especialmente porque o consumo de Ed Wood deve ser feito apenas com vigilância pois tem elevado risco de causar riso excessivo.

    Em "Bride of the Monster" a população de uma terriola junto ao pântano tem sido vítima de numerosos desaparecimentos. Uma jornalista diz que é um monstro, um especialista diz que é uma criatura pré-histórica, a polícia não sabe o que é. Estes três grupos vão convergir na Herdade do Salgueiro Velho, a única residência na região e que por sorte não foi vítima desse suposto monstro.

    Que se desengane quem pensa que isto é mais um filme de Ed Wood. Este foi o único financeiramente viável, apesar de isso não dizer muito pois a produção foi interrompida ao fim de três dias por falta de dinheiro. Claro que nas despesas não incluiram nada que fosse custoso. Por exemplo, o monstro foi roubado a um filme de John Wayne. Esqueceram-se do motor que o controlava. O actor principal tem aqui a sua única experiência séria em cinema porque era filho do produtor. Produtor esse que aprendeu com o erro e nunca mais produziu um filme. Há uma infinidade de histórias assim em cada filme de Wood e por isso é que ele é tão adorado, porque continua a tentar.

    Ver um filme destes será para ver como fazer cenários e efeitos especiais low cost, para ver as falhas de continuidade tão abundantes que parecem propositadas, para ver o monstro mortífero menos assustador da história do cinema, para ouvir e ver diálogos e actores tão maus que superam os pesadelos de qualquer um... Em suma, para recordar Bela Lugosi ou para rir. Podem dizer que eram outros tempos e o cinema de então não era igual ao que temos hoje, mas no mesmo ano em que saíram filmes como "Les diaboliques", "The Night of the Hunter" e "East of Eden" já a indústria e o público tinham valores bem definidos. Ed Wood filmava com uma tecnologia do tempo de Méliès, quando o simples facto de ser cinema bastava para seduzir multidões, e se não fosse Lugosi perdido lá pelo meio poderíamos dizer que não tinha actores profissionais. Permitir que um filme destes (e todos os outros) vejam a luz do dia é prova mais do que suficiente para o título de pior realizador do mundo.



    Bride of the MonsterTítulo Original: "Bride of the Monster" (EUA, 1955)
    Realização: Ed Wood
    Argumento: Ed Wood
    Intérpretes: Tony McCoy, Bela Lugosi, Loretta King
    Música: Frank Worth
    Fotografia: Ted Allan, William C. Thompson
    Género: Ficção-Científica, Terror
    Duração: 69 min.

    20 de fevereiro de 2012

    Especial Alain Robbe-Grillet no Fantas


    Alain Robbe-Grillet


    Para a maior parte dos cinéfilos Robbe-Grillet é sobretudo conhecido pelo fantástico argumento de “No Ano Passado em Marienbad”, dirigido por Alain Resnais e vencedor do Leão de Ouro de Veneza. História labiríntica pelos percursos da memória, o jogo de Marienbad tornou-se um dos mais curiosos desafios matemáticos que subverte a própria ideia de jogo uma vez que o primeiro a jogar ganha sempre. O filme fez furor tornando Resnais um dos mais prestigiados realizadores franceses à margem da nouvelle vague e despertando o interesse pela obra deste escritor.

    Robbe-Grillet é a par com Marguerite Duras, um dos grandes nomes da literatura francesa, criadores e chefes de fila do movimento do nouveau roman e curiosamente ambos cederam à tentação irresistível de passar da escrita para o ecrã.
    Figura ímpar de um tempo em que o cinema francês era o farol da cultura, a obra deste escritor-cineasta tem a marca inconfundível de autor. Com uma escrita densa mas poética, uma atração pelo universo onírico e surreal, sempre no limiar do fantástico e com um toque de erotismo chique, Robbe-Grillet tornou-se um dos mais interessantes directores de culto das décadas de 60 e 70.

    Nascido em Brest em 1922 e de formação científica, aos trinta anos muda de rumo e envereda por uma carreira literária com “Les Gommes”, a sua obra de estreia. A colaboração com Alain Resnais abre-lhe as portas da fama, mas Grillet sempre preferiu ser ele próprio o realizador dos seus argumentos. A sua filmografia de apenas dez longas-metragens é composta por “L’Immortelle”, “Trans-Europ-Express”, “L’homme Qui Ment”, “L'éden et après”, “N. a pris les dés...”, “Glissements progressifs du plaisir”, “Le jeu avec le feu”, “La belle captive”, “Un bruit qui rend fou”, “Gradiva”. Em todos eles essa visão singular de um cinema onde a palavra é rainha, onde o estilo marca a diferença e a imagem seduz o espectador enquanto o provoca nos seus desejos mais íntimos e preversos. Robbe-Grillet teve a felicidade de distribuição comercial em Portugal logo após o 25 de Abril, quando o fim da censura permitiu o acesso aos seus filmes sem cortes. O Fantasporto vai homenagear este autor mítico, mas hoje quase ignorado, no que vai ser uma viagem ao passado quando o cinema francês era feliz.

    Para uns é arte, para outros pode ser pornografia. Certo é que ninguém fica indiferente e isso é o melhor do cinema.

    Abertas as inscrições para Valadares 2012

    O Festival de Curtas Metragens de Valadares está de volta.


    1. O objectivo do concurso consiste em realizar uma curta-metragem.
    2. A participação não implica um limite de idade e está aberta a todos os residentes no país, incluindo ilhas.
    a. Os interessados deverão preencher a ficha de inscrição seguindo as instruções do site. www.curtasvaladares.com As inscrições manter-se-ão abertas até dia 29 de Abril de 2012.
    3. A curta-metragem pode ser realizada individualmente ou em grupo, não havendo número limite de realizadores.
    4. O tempo limite de duração da curta-metragem é entre 2 minutos (mínimo) a 8 minutos(máximo).
    5. A curta deve ser gravada exclusivamente em formato AVI e QuickTime, caso contrário será desqualificada.
    6. A curta deverá ser entregue em suporte de DVD, dentro de um envelope fechado e devidamente identificado com o(s) nome(s) do(s) realizador(es) e com o título da curta-metragem, na Junta de Freguesia de Valadares ou através de correio até dia 29 de Abril de 2012.
    a. A morada da Junta de Freguesia de Valadares é a seguinte:
    Av. António Coelho Moreira, 706 - Valadares - Apartado 31
    Código Postal – 4406-901, Valadares, Vila Nova de Gaia.

    7. O tema é livre.
    8. A curta deverá conter, obrigatoriamente, uma ficha técnica.
    9. Será feita uma pré-selecção das curtas-metragens. O não cumprimento de qualquer regra implica a exclusão imediata da curta.
    10. No dia 2 de Junho de 2012 (sábado), todas as curtasmetragens seleccionadas serão exibidas publicamente no festival no Cine-Teatro Eduardo Brazão e avaliadas por profissionais da área do cinema e da música.
    11. O primeiro lugar do pódio receberá uma quantia de 500€, o segundo de 250€ e o terceiro de 150€. Todos os concorrentes têm ainda direito a um diploma de participação.
    a. O prémio é denominado Prémio António Reis, em homenagem ao cineasta valadarense.


    Para mais informações consultem o site do festival.

    Um prémio condicional de Salaviza para o Governo

    A nova lei do cinema está a preocupar muita gente, mas quando alguém que acabou de ganhar um Urso de Ouro utiliza esse palco para chatagear o governo, percebemos as consequências de uma lei podem ter.


    Bravo João Salaviza, e esperemos que o governo faça por merecer esse prémio, para que ele se repita muitas vezes mais.

    Goyas equilibrados num ano sem grandes favoritos


    Nos últimos anos o cinema espanhol costumava dar muitos prémios a poucos filmes. Agora começa a ser mais equilibrado e a dar vários a muitos filmes. Ora vejamos:

    Seis Goyas para o thriller "No Habrá Paz Para los Malvados" (filme, realizador, argumento original, actor, montagem, som)
    Quatro para o western "Blackthorn" (fotografia, produção, direcção artística, guarda-roupa) e para o thriller "La Piel que Habito" (actriz, actor revelação, banda sonora, maquilhagem)
    Três para a ficção-científica "Eva" (novo realizador, efeitos especiais, actor secundário) e para "La Voz Dormida" (actriz secundária, actriz revelação, canção)
    Dois para a animação "Arrugas" (animação, argumento adaptado)

    Com estes galardões vão todos muito bem servidos para a distribuição internacional. Quanto a nós "La Piel que Habito" já estreou e poderemos ver "Eva" e o melhor filme ibero-americano "Un Cuento Chino" no Fantas.


    Aqui ficam os trailers dos multi-premiados. Mais abaixo podrão ver as curtas integralmente.












    Melhor Filme
    "No Habrá Paz Para los Malvados"

    Melhor Realizador
    Enrique Urbizu por "No Habrá Paz Para los Malvados"

    Melhor Actor Principal
    José Coronado em "No Habrá Paz Para los Malvados"

    Melhor Actriz Principal
    Elena Anaya em "La Piel que Habito"

    Melhor Actor Secundário
    Lluis Hommar em "Eva"

    Melhor Actriz Secundária
    Ana Wagener em "La Voz Dormida"

    Melhor Actor Revelação
    Jan Cornet em "La Piel que Habito"

    Melhor Actriz Revelação
    María León em "La Voz Dormida"

    Melhor Novo Realizador
    Kike Maíllo por "Eva"

    Melhor Argumento Original
    "No Habrá Paz Para los Malvados"

    Melhor Argumento Adaptado
    "Arrugas"

    Melhor Banda Sonora Original
    Alberto Iglesias por "La Piel que Habito"

    Melhor Canção
    "Nana de la hierbabuena" em "La Voz Dormida"

    Melhor Fotografia
    "Blackthorn. Sin Destino"

    Melhor Direcção de Produção
    "Blackthorn. Sin Destino"

    Melhor Direcção Artística
    "Blackthorn. Sin Destino"

    Melhor Maquilhagem
    "La Piel que Habito"

    Melhor Montagem
    "No Habrá Paz Para los Malvados"

    Melhor Som
    "No Habrá Paz Para los Malvados"

    Melhor Guarda-Roupa
    "Blackthorn. Sin Destino"

    Melhores Efeitos Especiais
    "Eva"

    Melhor Filme Estrangeiro falado em espanhol
    "Un Cuento Chino (Argentina)

    Melhor Filme Europeu
    "The Artist (França)

    Melhor Documentário
    "Escuchando al Juez Garzón

    Melhor Filme de Animação
    "Arrugas"

    Melhor Curta-metragem de Animação
    "Birdboy"


    Melhor Curta-metragem de Ficção
    "El Barco Pirata"


    Melhor Curta-metragem Documental
    "Regreso a Viridiana

    19 de fevereiro de 2012

    Programação do Fantasporto 2012


    O Fantasporto começa a fica demasiado grande para esta aplicação! Inserir manualmente o programa de cinco espaços quando isso significa 400 filmes dá bastante trabalho. Por enquanto aqui estão os programas dos quatro espaços mais frequentados: Grande Auditório, Pequeno Auditório, Foyer do Piso 3 e Hard Club. A Cidade do Cinema chegará nos próximos dias.



    Até amanhã?

    18 de fevereiro de 2012

    Berlim rendido a Portugal



    Foi realmente um ano excepcional em Berlim para o cinema nacional. Depois do desejado sucesso de Miguel Gomes (dois prémios), também João Salaviza venceu (e logo um Urso de Ouro!) com "Rafa".

    Urso de Ouro para Melhor Filme
    "Cesare deve morire" de Paolo e Vittorio Taviani

    Urso de Prata Grande Prémio do Júri
    "Csak a Szél" de Bence Fliegauf

    Urso de Prata para Melhor Realizador
    Christian Petzold por "Barbara"

    Urso de Prata para Melhor Actriz
    Rachel Mwanza por "Rebelle"

    Urso de Prata para Melhor Actor
    Mikkel Boe Folsgaard por "En Kongelig Affære (A Royal Affair)"

    Urso de Prata de Mérito Artístico
    Lutz Raitemeier pela fotografia em "Bai lu yuan"

    Urso de Prata para Melhor Argumento
    "En Kongelig Affære (A Royal Affair)" de Nicolai Arcel e Rasmus Heisterberg

    Prémio Alfred Bauer (para um filme que alargue os horizontes da arte cinematográfica9
    "Tabu" de Miguel Gomes

    Menção Especial do Júri
    "L´Enfant d’en Haut" de Ursula Meier

    Melhor Primeira Obra
    "Kauwboy" de Boudewijn Koole



    Curtas-metragens


    Urso de Ouro
    "Rafa" de João Salaviza

    Urso de Prata
    "Gurehto Rabitto" de Atsushi Wada.


    Infantil Generation Kplus


    Urso de Cristal para Melhor Filme
    "Arcadia" de Olivia Silver

    Menção Especial
    "Kikoeteru, furi wo sita dake" de Kaori Imaizumi

    Urso de Cristal para Melhor Curta
    "Julian" de Matthew Moore

    Menção Especial
    "B I N O" de Billie Pleffer

    Trailer de "The Amazing Spiderman"


    Peter Parker é um adolescente normal que vive com os seus tios Ben e May nos subúrbios de Nova York. A sua rotina é drasticamente alterada quando é mordido por uma aranha que lhe confere poderes sobrenaturais. Com grande poderes vem grande responsabilidade e Peter terá de lidar com isso enquanto salva a cidade.



    Trailer de "Abraham Lincoln: Vampire Hunter"


    Abraham Lincoln no seu discurso de tomada de posse não reveou uma das missões que pretendia levar a cabo. Ele jurou exterminar os vampiros para vingar a violenta morte da mãe.



    O filme foi realizado por Timur Bekmambetov e conta com Benjamin Walker, Dominic Cooper, Anthony Mackie e Mary Elizabeth Winstead.

    Trailer de "Intruders"

    Duas crianças geograficamente afastadas têm apenas uma coisa em comum. Todas as noites são visitadas por um ser sem rosto que as quer levar.

    Este filme de Juan Carlos Fresnadillo com Clive Owen, Daniel Bruhl e Carice van Houten marcou presença em Sitges no passado Outubro e em Março estreia nos EUA. Veremos quando chegará a nossa vez. Até lá, fiquem com o novo trailer:




    Trailer para "Prometheus"


    O regresso de Ridley Scott à ficção-científica na companhia de Charlize Theron, Noomi Rapace, Idris Elba e Michael Fassbender é um dos filmes mais aguardados do ano.



    Uma equipa de exploradores parte numa viagem de descoberta e conhecimento onde os seus limites físicos e mentais serão testados. Num planeta distante vão descobrir as respostas para as questões mais importantes e antigas da humanidade

    Site recomendado: Worth 1000

    A maior arma no marketing cinematográfico é o poster. Com a difusão dos media os trailers abundam, mas os cartazes ganham em número e em qualidade até porque, ao contrário dos trailers, podem ser feitos com muito menos material oficial permitindo a participação dos fãs.

    Aqui fica um site de artes gráficas que costuma ter belos concursos de criação ou manipulação de poster: Worth 1000.

    Por exemplo:
  • posters minimalistas
  • cruzamento de filmes

    Passem por lá para se deliciarem.
  • Selecção de filmes SciFiWorld no Fantas




    Os melhores classificados da última edição do SHOTS, festival organizado pela SciFiWorld, serão exibidos por diversas ocasiões no Fantasporto:

    Dead Happy - Nicky Lianos – GB - 11'44"

    Vicenta - Sam - Esp - 22'13"

    Jugando con la muerte - Paul Urkijo - Esp - 17'46"

    Lo siento te quiero - Leticia Dolera - Esp - 11'15"

    Deus Irae - Pedro Cristiani – Argentina - 13'33"

    Dead Hungry - Will Bridges – GB - 10´

    Daisycutter - Enrique García, Rubén Salazar – Esp - 6'41"

    Por acaso entre eles estão alguns dos meus favoritos.

    Procurem no programa pela Selecção de filmes SHOTS. Filmes que desejem participar na próxima edição do festival podem ver as regras na página do evento.

    Play Doc pede doações

    A crise quando chega, é para todos, mas no sector cultural tem sido especialmente violenta. O Festival Documental de Tui, PlayDoc, um dos maiores eventos do audiovisual galego também começa a ver a situação complicada e por isso pede ajuda ao público.
    Devido à falta de financiamento, a organização solicita que os interessados em ajudar façam doações através do seu site. Para quantias acima dos dez euros ganham direito a descontos nos espectáculos e projecções desta oitava edição.

    Entre a variada oferta do festival o destaque vai para a sempre surpreendente produção galega, que conta com dez títulos nesta edição como por exemplo "Vikingland" de Xurxo Chirro e "Tralas Luces", de Sandra Sánchez.
    O festival terá lugar de 21 a 25 de Março em Tui e atribui prémios monetários. Entre os patrocinadores do ano passado contavam-se diversos organismos públicos de apoio à cultura e uma bebida alcoólica. A lista deste ano ainda não foi publicada pelo que o cenário estará mesmo muito negro.

    17 de fevereiro de 2012

    A imprensa internacional reconhece "Tabu"

    A O som e a Fúria fez um apanhado do que foi dito sobre o filme na imprensa que acompanha a Berlinale. Veio mesmo a propósito, porque logo depois anunciaram que venceu o prémio FIPRESCI da Berlinale.


    O regresso de Portugal à Competição Oficial deste certame não podia ter tido melhor recepção.

    O último filme de Miguel Gomes, produzido pela O Som e a Fúria em co-produção com Komplizen Film (Alemanha),Gullane (Brasil) e Shellac Sud (França), causou sensação depois da exibição na passada terça-feira na 62ª edição do Festival de Cinema de Berlim.

    "Num preto e branco sumptuoso, um prólogo mitológico, em dois capítulos, o primeiro na Lisboa de hoje, o segundo numa ex-colónia portuguesa em início de libertação, este filme, sob a asa de Murnau, é uma magnífica proposta romanesca e cinematográfica".
    Jean-Michel Frodon in Slate.fr

    "Mais do que em AQUELE QUERIDO MÊS DE AGOSTO, Miguel Gomes começa TABU de uma forma aparentemente ridícula e, inesperadamente, desloca-se para algo enriquecedor e surpreendentemente poético.
    Jay Weissberg in Variety

    "TABU é um filme fantástico, tão comovente quanto agradável e certamente um dos favorios ao Urso de Ouro. Jogando com a melancolia dos dias de hoje e o calor e aparente simplicidade da vida no passado, é uma apaixonante facada numa sociedade aprisionada num manto nostálgico.
    Patrick Gamble in Cine Vue

    "TABU é mais um exercício encantadoramente excêntrico de Gomes na meta-ficção, desenhando o realizador as suas personagens sem seguir qualquer regra narrativa, tornando lugares e experiências comuns num estranho entretenimento contemporâneo".
    Deborah Young in Hollywood Reporter

    "Num quebra-cabeças liríco imerso na metáfora colonialista e na memória histórica, o português Gomes alcança as experiências oníricas de Apichatpong com uma obra de uma estrutura arrojada a desafiar as especificidades do género. Gomes fez uma obra cinematograficamente decisiva na tradição dos clássicos mas, simultaneamente, subvertendo-os numa consistente narrativa.
    Eric Kohn in Indiewire

    "É impressionante quando as luzes das sala se acendem e se vê o olhar sonhador dos espectadores encantados com o filme que acabaram de assistir.[…] TABU é ingénuo e engenhoso, desesperadamente trágico e energicamente cómico, falador e mudo. A preto e branco, do príncipio ao fim".
    Thomas Sotinel in Le Monde

    Depois de tão calorosa recepção vem o reconhecimento do mercado. TABU tem já estreia assegurada em mais de uma dúzia de paises – nos países co-produtores (Portugal, Alemanha, Brasil e França), e no Canadá, Grécia, Suissa, Áustria, Sérvia, Bósnia, Montenegro, Austrália, Estados Unidos da Améria, Reino Unido, México e Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo).

    "Sherlock Holmes: A Game of Shadows" por Nuno Reis


    Como adaptar Sherlock Holmes está na moda, hoje em dia existem versões para todos os gostos. Isto começou em 2009 quando Guy Ritchie ressuscitou o génio investigador para personagem de uma comédia de época. Com um realizador de créditos confirmados que consegue atrair investidores e um elenco de luxo - Robert Downey Jr., Jude Law, Mark Strong, Rachel McAdams, Kelly Reilly - a única coisa básica a poder falhar seria o argumento. Até que ponto seria esta transformação do clássico de Sir Arthur Conan Doyle bem recebida?

    É fácil não gostar do Sherlock de Guy Ritchie. Desvirtua o detective de tal forma que por vezes nem Watson o suporta. E então Irene Adler, talvez a maior criminosa da literatura, foi tão traída na adaptação que um adorador dos livros corre sérios riscos de não gostar dela por algo mais do que os atributos de McAdams. Para a sequela precisavam de algo maior e só havia um nome possível no universo de Doyle: o professor James Moriarty, a mais brilhante mente que alguma vez serviu o mal.

    Para quem desconhece os livros, o filme começa quase da mesma forma. Sherlock na ausência de Watson embrenhou-se num caso maior do que alguma vez teve. Vários acontecimentos soltos pelo globo que passariam despercebidos ao comum mortal, para ele são meras jogadas de um génio do mal que prepara algo enorme. Ou Holmes o detem, ou o mundo será a próxima vítima.

    Quem quiser voltar a acusar Ritchie de destruir os livros terá aqui argumentos com fartura: Este Mycroft é uma sombra da personagem original; a senhora Watson passa o filme na sombra para subitamente ser crucial; Adler tem uma entrada fulgurante que nos arrebata para subitamente desaparecer. Ao fim de meia hora o filme está simplesmente sem argumentos e só dá pena que tão bom material se esteja a estragar. Só as ocasionais simulações mentais de Holmes vão servindo para entreter nesta longa viagem pela Europa que de tão espalhafatosa e física (e pelo objectivo em si) faz lembrar “League of Extraordinary Gentlemen” em vez de um qualquer thriller sobre confronto de intelectos.

    Pelo meio desta travessia de duas horas há momentos bem realizados e nada de substância. Até que chegamos ao momento decisivo neste jogo de xadrez (metáfora que já anteriormente foi muito bem usada). As duas maiores mentes do mundo enfrentam-se num jogo duplo onde a pressão é quase insuportável. Tal como num jogo de xadrez cada um tem de antecipar a jogada do adversário, por vezes adivinhar intenções, fazer sacrifícios. Até que chegamos a um momento onde quem ainda depositava esperanças no livro subitamente sabe o que tem de acontecer e que não podemos contar com Ritchie para isso. Numa concessão rara, ele cumpre os desígnios para satisfazer os leitores e, para evitar que o filme se mantenha no rumo certo, descarrila com uma cena final inútil. Enfim, era o que se estava à espera.

    Sherlock Holmes: A Game of ShadowsTítulo Original: "Sherlock Holmes: A Game of Shadows" (EUA, 2011)
    Realização: Guy Ritchie
    Argumento: Michele Mulroney, Kieran Mulroney (baseados nas personagens de Arthur Conan Doyle)
    Intérpretes: Robert Downey Jr. Jude Law, Noomi Rapace, Rachel McAdams, Jared Harris, Stephen Fry
    Música: Hans Zimmer
    Fotografia: Philippe Rousselot
    Género: Acção, Aventura, Crime, Mistério, Thriller
    Duração: 129 min.
    Sítio Oficial: http://sherlockholmes2.warnerbros.com/

    "The Artist" por Nuno Reis

    O filme mais falado do ano não é falado. Visto que algumas pessoas pediram o dinheiro do bilhete de volta por se terem sentido enganadas, convém avisar logo à partida que é um filme mudo. A história acompanha a ascensão e queda das estrelas numa das maiores mudanças da sétima arte.

    Quando o digital chegou, rapidamente matou a Kodak que era das empresas mais antigas no ramo cinematográfico e isso faz pensar. Quando a cor chegou, ninguém perdeu o emprego por ter o tom de pele errado. Quando o 3D chegou ninguém perdeu o emprego no cinema por ter as formas erradas. Aliás, André De Toth era cego de um olho quando fez o 3D “House of Wax” em 1953. Mas se recuarmos até quando o som chegou, então veremos como a indústria foi cruel para tantos artistas. Como nos contam neste filme.

    No tempo do cinema mudo, o importante era ter presença e ser expressivo. George Valentin e o seu cão faziam a delícia das multidões em todos os filmes onde entravam. Eram os anos 20 e a projecção de um filme era sonorizada por uma orquestra ao vivo, como se o filme fosse uma peça de teatro e a tela fosse apenas uma forma de diluir os custos em cenários e pessoal, ao mesmo tempo que maximizava a qualidade interpretativa. Valentin como senhor absoluto do cinema é uma pessoa bem disposta que espalha alegria. Uma das pessoas bafejadas com a sua boa disposição é Peppy Miller, uma aspirante a actriz que ele acolhe e aconselha. Só que os tempos evoluem e o som prepara-se para mudar as regras do jogo. Valentin recusa-se a gravar com som, enquanto Peppy, deslumbrada com o admirável mundo novo, está preparada para conquistar um lugar na indústria.

    Quando se fala de filmes sobre o apogeu e queda das estrelas de cinema, “Sunset Boulevard” é o patamar que ninguém consegue atingir. Aqui a fórmula é muito semelhante, mas em vez de vermos uma estrela caída, vemos uma estrela cadente, caindo escadas abaixo numa luta por uma causa perdida. E mais, é contado recorrendo às técnicas disponíveis nos anos do cinema mudo, com a tecnologia actual. Os sons são muito raros, apesar de a música ser omnipresente. Os ainda mais raros efeitos especiais são próximos dos que Méliès fazia. Os actores dispensam entretítulos para serem percebidos.

    O que tem de extraordinário o filme de que todos falam? Posso dizer em apenas uma palavra e aqui fica: é mudo.
    As interpretações não são incomparáveis e merecedoras de Oscar. São personagens simpáticas e tanto Valentin como Peppy são carismáticos à sua forma muito especial, mas o melhor actor é Ugie e esse já ganhou tanto o prémio de melhor cão em Cannes como há dias nos Movie Dog Awards. Nos secundários James Cromwell está muito bem, Malcolm McDowell tem um cameo e John Goodman grita no silêncio é engraçado. Para um elenco adjuante deste nível o argumento deve ter sido apelativo. Sim, a história é simpática. Como se fosse um filme de Keaton.

    É bom poder mergulhar num filme assim tão diferente de vez em quando - sem conversas da treta, sem zooms inúteis, sem cortes desnecessários nos planos - mas a sensação ao sair da sala é a de que simplesmente nos plantaram no subconsciente um enorme desejo de ver filmes da época em que o cinema era amador.

    No final somos presenteados com uma triste realidade que é o ponto algo. O sincronismo coreografado dos filmes só é real na película. Quando assistimos à rodagem eles estão desalinhados como pessoas reais. A vantagem da magia do cinema é sabermos que para a posteridade ficará apenas a perfeição.

    The ArtistTítulo Original: "The Artist" (Bélgica, França, 2011)
    Realização: Michel Hazanavicius
    Argumento: Michel Hazanavicius
    Intérpretes: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell
    Música: Ludovic Bource
    Fotografia: Guillaume Schiffman
    Género: Comédia, Drama, Romance
    Duração: 100 min.
    Sítio Oficial: http://www.warnerbros.fr/the-artist

    16 de fevereiro de 2012

    Quando más notícias são um bom sinal


    Nos últimos 27 dias foram vistas mais de 200000 imagens no Antestreia. Isso fez com que voltassemos a ter um problema que não nos perseguia há meses: o banco de imagens foi fechado.
    Isso é mau porque só vamos recuperar as imagens no domingo.
    Isso é bom porque prova que batemos recorde de audiências. Só o gadget das estreias disparou 50% desde Outubro e o blog desde o Natal aumentou uns 25%. No Facebook temos mais 20% seguidores que no ano passado e no Twitter foram mais de 10%.

    Os posts nos próximos dias serão de texto para que sejam apreciados na totalidade.

    15 de fevereiro de 2012

    Círculo de Críticos Online Portugueses começa hoje

    Estas iniciativas não param!

    Hoje será o dia de arranque do primeiro top do CCOP. Em que consiste? Muito boa pergunta. É um grupo restrito fundado pelo Tiago do Split Screen e presentemente composto por:
  • Catarina D'Oliveira (Close-Up)
  • Gonçalo Trindade (Ante-Cinema)
  • Inês Moreira Santos (Espalha-Factos)
  • João Pinto (Portal Cinema)
  • João Samuel (Dial P for Popcorn)
  • Jorge Rodrigues (Dial P for Popcorn)
  • Miguel Ferreira (A Última Sessão)
  • Nuno Reis (Antestreia)
  • Pedro Ponte (Ante-Cinema)
  • Samuel Andrade (Keyzer Soze's Place)
  • Tiago Ramos (Split Screen)

    A sua missão, nas palavras do próprio, é a seguinte:
    O Círculo de Críticos Online Portugueses (CCOP) é um grupo seleccionado de críticos online de cinema portugueses, cuja acção se centra essencialmente na classificação dos filmes estreados mensalmente nas salas de cinema portuguesas, de forma a produzir um conjunto de tops mensais, com oportunos dados estatísticos. O CCOP poderá dedicar-se ainda à elaboração de tops de temáticas especiais (décadas, realizadores, géneros) e um prémio anual (cujo nome será posteriormente definido) dedicado aos melhores filmes do ano. Este projecto nasceu em colaboração com o projecto, de origem brasileira, Liga dos Blogues Cinematográficos.

    Os membros do CCOP deverão participar em todas as actividades do grupo (tops mensais, especiais, repescagem e prémio anual). A participação nos tops mensais é obrigatória. No caso de um membro não ter visto qualquer filme exibido no circuito comercial português naquele mês, deverá informar a direcção do CCOP de tal facto. Três meses consecutivos sem participação, levará à sua exclusão como membro. Os tops especiais (décadas, festivais, realizadores, etc) são facultativos, mas recomendamos a participação de todos, de forma a obter dados mais fiáveis e abrangentes. A participação no prémio anual é obrigatório. Em caso de não participação, este será excluído da qualidade de membro.

    Os membros do CCOP deverão manter o seu espaço online actualizado regularmente e publicar, com periodicidade mínima de 3 meses, críticas de filmes (onde se incluem filmes estreados naquele mês em sala, filmes antigos, edições em DVD ou Blu-Ray).


    O primeiro top mensal acabou de sair, passem por lá para espreitar.

  • 14 de fevereiro de 2012

    SciFiWorld abriu portas

    Temos SciFiWorld. Quem acompanha a revista estrangeira sabe o que isto significa para o cinema em Portugal, o que isto faz em termos de prestígio ao nosso cantinho. E o trabalho que isso acarreta. Enquanto a revista espanhola tem uma equipa de cinquenta pessoas nós começamos por algo mais pequeno, com dez. O tempo dirá até onde chegaremos.

    Enquanto em Espanha a SFW tem um quartel-general com uma extensa rede montada em seis anos, aqui temos de confiar que as mesmas condições será conseguidas em menos tempo. Os interesses da indústria dirão o que permitem fazer cá dentro. Uma coisa é certa e disso podem estar descansados. O projecto é para durar e com dedicação total da minha parte.

    Isso deve levantar outra dúvida. O que acontecerá a este espaço que seguem há tanto tempo? Não se preocupem que os 103 meses de blogosfera não foram apenas um compasso de espera. O Antestreia é para manter e para durar e também aqui podem contar com a minha dedicação total. Enquanto este espaço é generalista e focado no cinema, o outro é fantástico e divide-se por várias artes. Se seguirem só um perderão muita informação, se seguirem ambos no máximo poderão ter alguma sensação de duplicação. Experimentem e vejam as diferenças.

    Se o mundo acabar, sobrevives comigo?

    "Seeking A Friend For The End Of The World" de Lorene Scafaria

    Hoje é um dia em que o amor está no ar. Neste filme é um asteróide que está no céu e se aproxima rapidamente da Terra. Temendo o fim do mundo muita gente entra em pânico, incluindo a mulher de Dodge. Desiludido com a mulher com quem casou, Dodge decide ir em busca da sua velha paixão e como não é homem para abandonar alguém indefeso, leva consigo a vizinha naquela que pode ser a última viagem de ambos.
    Steve Carell e Keira Knightley protagonizam esta estreia na realização da argumentista de "Nick and Norah's Infinite Playlist ".
    Seeking A Friend For The End Of The World
    Imdb
    j

    13 de fevereiro de 2012

    O próximo de Elizabeth Olsen

    "Silent House" de Chris Kentis, Laura Lau

    Já que falamos de Elizabeth Olsen, aproveito para apresentar a sua próxima aparição perante as câmaras. Neste remake do filme uruguaio "La Casa Muda" Laura Sarah e o pai trabalham na recuperação de casas. Os seus clientes têm uma casa para reparar antes de vender e por isso pai e filha acampam na casa durante a noite para na madrugada seguinte começarem as obras. Até que ouvem um grito e o pai sobe para ver o que se passa deixando Sarah sozinha. Estes são os 88 minutos em plano-sequência que mostram essa noite.Silent House
    Imdb

    Posters, trailer e banner para "The Pirates! Band of Misfits"

    "The Pirates! Band of Misfits" de Peter Lord, Jeff Newitt

    Os barcos ingleses voltaram aos mares neste mega-produção Aardman, animada e em 3D. Entre a tripulação de piratas encontramos Hugh Grant, Brendan Gleeson, Salma Hayek, Martin Freeman, Jeremy Piven, David Tennant, Imelda Staunton
    Imdb
    The Pirates! Band of MisfitsThe Pirates! Band of Misfits
    Pirates Band Misfits

    "Martha Marcy May Marlene" por Nuno Reis

    Um dos mais aclamados indie do ano passado foi este “Martha, Marcy May, Marlene”. Aqui somos apresentados a Martha que, apesar de jovem, já passou por muito. Numa das suas deambulações de adolescente foi parar a uma comunidade nas montanhas Catskill. Com a lavagem cerebral que lhe é feita pelo culto não só muda de nome para Marcy May como perde a capacidade de decidir e de julgar. Até que um dia não aguenta mais e foge. A história acompanha Martha no regresso à vida normal junto da irmã mais velha a quem esconde o seu passado. Só que o passado não permanece escondido. Alucinações da vida como Marcy assombram-lhe o presente a tal ponto que não sabe onde e quando está colocando em risco os que a rodeiam.

    Este filme foi profundamente aclamado pelos círculos de críticos por todo o país e em Sundance, mas acabou por fracassar nos prémios maiores. Isso talvez seja fácil de explicar pois a maioria dos prémios que teve foram de realizador ou actriz revelação e nessa área percebe-se que tenha dizimado a concorrência. Os estados em que ganhou contra gente grande ( Arizona, Ohio, Vancouver) podem simplesmente ter sentido empatia por esta história, tão perturbadora para o comum americano. É que esta família é em tudo semelhante aos cultos que loucos como Charles Manson criavam. Os pseudónimos, o sexo ritual, a hierarquia, os ideais, a relação com o mundo, as consequências para os membros e para o exterior.... Por isso há duas formas de ver o filme: como uma criação de um imaginário doentio; ou como um retrato de uma realidade escondida que persiste até aos nossos dias. Aqueles que conseguiram tirar o corpo dos cultos continuam com a mente presa a falsos costumes e valores. Mazelas que os impedem de se reintegrarem na sociedade convencional e os deixam perdidos entre dois mundos.

    Entre os actores destacam-se Sarah Paulson (de “Studio 60”) como a irmã compreensiva e John Hawkes (“Winter’s Bone”) como líder do culto. E a actriz que faz o filme sozinha é Elizabeth Olsen. A personagem é uma mulher frágil, manipulável, que como cada eleemnto do grupo tem a sua parte de culpa no facto de ter a vida arruinada. E no entanto não conseguimos deixar de sentir pena dela e de tentar culpabilizar a comunidade. O desempenho da jovem Olsen (é irmã daquelas gémeas actrizes que se tornaram as mais jovens trabalhadoras de sempre a chegarem a milionárias) é bom - não é por culpa dela que o conjunto falha - e é com agrado que se vê que tem novos filmes a caminho. Esta moda hollywoodesca de ir buscar as irmãs mais nova de actrizes conhecidas (Fanning, Mara, Olsen) continua a dar bons resultados.

    A realização de Sean Durkin é extremamente competente, a fusão das realidades está bem feita e o lote de actores é mais do que adequado. A fotografia tem aquele toque de realidade que só num indie se consegue sentir. Só que o argumento precisava de ser melhor trabalhado. O passado ser revelado aos poucos é um trunfo muito bem aproveitado, mas o presente fica perdido por entre os devaneios, tal como se o espectador fosse a personagem que não sabe onde está. E quanto ao futuro é uma valente incógnita. Ora quando nos fazem apegar à indefesa Martha (não confundir com a manipulada Marcy May de quem não queremos saber) queremos saber mais. Precisamos de saber mais. Assim parte rumo ao esquecimento, tal como o filme e o alerta que quisesse transmitir.

    Nota: Quanto à Marlene, estejam atentos para a descobrirem.

    Martha Marcy May MarleneTítulo Original: "Martha Marcy May Marlene" (EUA, 2011)
    Realização: Sean Durkin
    Argumento: Sean Durkin
    Intérpretes: Elizabeth Olsen, John Hawkes, Sarah Paulson, Hugh Dancy, Brady Corbet
    Música: Daniel Bensi, Saunder Jurriaans
    Fotografia: Jody Lee Lipes
    Género: Drama, Thriller
    Duração: 102 min.
    Sítio Oficial: http://www.foxsearchlight.com/marthamarcymaymarlene/