30 de setembro de 2012

Blogger-a-week do SyFy

Outubro é um mês do fantástico em todos os sentidos. Não só temos Sitges daqui a uns dias, como estreiam filmes fabulosos desse género e, a partir de dia 1, serei blog da semana no Canal SyFy.
Para quem não conhece a iniciativa, durante uma semana um blogger é convidado a ser o espectador mais fiel do canal e a desafiar a atracção do zapping. Sete dias a ver apenas SyFy.

Se quiserem ter uma ideia do que esperar, espreitem o que fez um antecessor no Browserd.

Como devem ter reparado, neste espaço o cinema sempre teve primazia sobre a TV e nos últimos meses a programação de cinema fantástico do Antestreia foi deslocalizada para a SFW, não fazia sentido duplicar conteúdos. Isso foi complicado pois o cinema fantástico foi a alma deste blog durante nove anos e a limitação aos outros géneros não é a mesma coisa.
Espero que agora se sintam compensados com a análise intensiva do único canal exclusivo do fantástico e as suas dezenas de séries.

Oficialmente seria de Segunda a Domingo, mas como dia 6 estarei em Sitges pela SFW Portugal, comecei mais cedo e este fim-de-semana já tive manhãs SyFy. As publicações oficiais começam amanhã.

Vencedores do Curtas do Parque 2012

A primeira edição do Curtas do Parque chegou ao fim. Os prémios acabaram por não surpreender tendo em conta a selecção:

Melhor Actor/Actriz

José Pinto em "A Parideira"

Melhor Realização

André Lourenço e Paulo Valente por "A Dança de Sísifo"

Melhor Argumento

José Miguel Moreira por "A Parideira"

Melhor Filme

Conto do Vento" de Cláudio Jordão e Nelson Martins

O realizador e produtor de "A Parideira" marcaram presença no encerramento.

29 de setembro de 2012

Melhores Filmes de Agosto


1

Oslo, 31. August

Oslo, 31 de Agosto
Joachim Trier8,14
2

The Dark Knight Rises

O Cavaleiro das Treas Renasce
Christopher Nolan7,67
3

Kiseki

O Meu Maior Desejo
Hirokazu Koreeda7,4
4

Brave

Brave - Indomável
Mark Andrews, Brenda Chapman, Steve Purcell7,14
5

2 Days in NY

2 Dias em Nova Iorque
Julie Delpy7
6

Das Letzte Schweigen

O Silêncio
Baran bo Odar6,5
7

La Princesse de Montpensier

A Princesa de Montpensier
Bertrand Tavernier6,33
8

Jin Líng Shí San Chai

As Flores da Guerra
Yimou Zhang6,29
9

The Eye of the Storm

O Coração da Tempestade
Fred Schepisi6,2
10

The Bourne Legacy

O Legado de Bourne
Tony Gilroy6,17
11

The Cabin in the Woods

A Casa na Floresta
Drew Goddard6,11
12

The Expendables 2

Os Mercenários 2
SimonWest5,25
13

360

360 - A Vida é um Círculo Perfeito
Fernando Meirelles5,25
14

4:44 Last Day on Earth

4:44 Último Dia na Terra
Abel Ferrara5,2
15

The Future

O Futuro
Miranda July5
16

Total Recall

Desafio Total
Len Wiseman4,2
17

Piranha 3DD

Piranha XXL
John Gulager3
18

ATM

ATM - Armadilha Mortal
David Brooks2,86
19

Dark Tide

Dark Tide - Águas Profundas
John Stockwell2

28 de setembro de 2012

Curtas do Parque começa hoje

Hoje e amanhã, a Senhora da Hora é o local de eleição para ver curtas. O Antestreia vai acompanhar o novo evento cinematográfico para quem não puder ir pessoalmente.


Programa

Dia 28
21h
1111 (2009) de M.F.Costa e Silva
O Risco (2011) de José Pedro Lopes
A Parideira (2011) de José Miguel Moreira
Dança de Sísifo (2011) de André Lourenço e Paulo Valente
Auto do Cordeiro (2009) de Pedro Rocha Nogueira
Conto do Vento (2010) de Cláudio Jordão
O Relógio de Tomás (2010) de Cláudio Sá
Os Últimos Dias (2011) de Francisco Manuel Sousa
Escadas (2011) de Ricardo Salgado
O Membro Decaído (Brasil 2012) de Lucas Sá
Zapping (2011) de Francisco Rodrigues

Dia 29
21h
A Ria, a Água, o Homem (2010) de Matos Barbosa
Quadro Branco (2011) de Tatiana Saavedra e Carolina Catrola
Noite Gélida em Castelo Branco (2011) de Luís Diogo
Ontem Hoje e Amanhã (2012) de Anna Escobar
StandBy (2011) de Alexandre Cardoso e Paula C. Lopes
Mutter (2011) de Rafael Antunes e Tony Costa

22:30 Cerimónia de entrega dos prémios.

27 de setembro de 2012

"The Dark Knight Rises" por Nuno Reis

Para começar um conselho: não se deve ver "The Dark Knight Rises" sem antes rever os antecessores. Podem-nos obrigar a recordar Harvey Dent praticamente na abertura, mas além disso é preciso recordar Ra's Al Ghul e a Liga das Sombras, é preciso saber perfeitamente quem é Bruce Wayne e quem é o Batman. Quem são os aliados e os inimigos de cada um deles, qual o arsenal que as empresas Wayne cederam ao vingador mascarado... Em suma, se não quiserem rever é melhor que sejam fanáticos pois em sete anos muito fica esquecido.

Quando o segundo filme termina, o Batman fica com as culpas da morte de Dent para que a proposta de lei possa seguir e tornar Gotham mais segura. Gordon simplifica esse feito com o monólogo mais simples e mais bonito da trilogia:
Because he's the hero Gotham deserves, but not the one it needs right now. So we'll hunt him. Because he can take it. Because he's not our hero. He's a silent guardian, a watchful protector. A dark knight.

Chegados ao terceiro filme as coisas estão um pouco diferentes. Wayne é um eremita que não voltou a ser visto. Batman está desaparecido e a polícia desistiu de o procurar. Quando alguém fala do “mascarado” não se refere ao homem-morcego, mas a Bane, uma lenda que ninguém viu. Gotham não voltou a ser assombrada pelos super-criminosos de outrora e Gordon que está preparado para um ataque eminente é acusado de excesso de zelo. Tudo estava bem até que uma sedutora ladra se apodera das impressões digitais de Wayne. Esse roubo peculiar confunde o próprio que não encontra uma justificação. Algo de grande se vai passar e ninguém está preparado para isso.

Como admirador dos filmes de Burton desde tenra idade e vítima indefesa dos filmes que o seguiram, esperava muito deste capítulo. Não só porque sabia quão sedutora pode ser a Cat Woman com a actriz certa numa roupa justa, como me lembrava de um Bane tão mau que só poderia melhorar.
Se acabaram de sair de um buraco onde o sol não entrava e não se recebiam notícias do exterior, 1) voltem para lá que deve ser melhor do que a superfície; 2) fiquem a saber que a coisa aqui está preta. A desigualdade na distribuição da riqueza tem vindo a ser um problema e com a crise ainda é mais sentida. Este filme vai-se aproveitar desse estado de espírito para propor uma nova ordem social, onde a polícia não é necessária ou desejada, onde o cidadão anónimo é respeitado, onde todos os crimes são punidos ou com a morte do indivíduo ou com a de toda a cidade. E deixar a cidade está na lista de infracções. Este é o modelo proposto por Bane, libertador de Gotham que delega o governo no povo, com as ressalvas referidas. Este é o cenário que o herói caído vai ter de reverter antes de perder a sua cidade para sempre.
Apesar de a economia e o governo serem pontos nevrálgicos da narrativa, serão dos menos importantes. O que realmente está a acontecer é o culminar de uma trilogia e tudo mais é secundário. O primeiro acto, se assim podemos chamar, vai revisitando personagens que já conhecemos e trazendo outras que não cativam por aí além. É mais do que satisfatório descobrir o que vai na alma de Alfred (já merecia uma nomeação a Oscar), podia ser mais eficaz a mostrar as trevas onde Wayne mergulhou. Ver Gordon a enfrentar tudo e todos é tão surreal que sabemos logo, isto vai azedar. Depois ainda há as duas femmes fatales (isso porque Nolan continua a desperdiçar actrizes, podiam ser três) e finalmente há Bane. Esclareço já que Bane não é o Joker. A voz dele não é intimidante como a do anterior arqui-inimigo nem é tão malvada como a máscara à Darth Vader sugeria. Bane é como se não tivesse identidade própria. É uma mera extensão de Ra's Al Ghul e aproveita-se do medo que vem do primeiro filme. Apenas isso.

Com tantas personagens, e ainda faltou referir algumas, "The Dark Knight Rises" demora a arrancar. Por muito épico que seja o filme é demasiada gente para acompanhar! Passando ao segundo acto, as coisas começam a desenrolar-se melhor. Mas muito melhor mesmo. A única coisa que falta ao filme é a capacidade de surpreender. Já tanto se falou e especulou, que todos os cenários possíveis tinham sido colocados sobre a mesa e a obra final não tinha por onde escapar. Por isso mesmo é ainda mais meritória. Com um Batman que envergonha, sem ter um vilão convincente, foge à imagem criada por comics e por Burton e por aquele que não merece ser pronunciado e mesmo à figura de herói que o próprio Nolan ergueu, e no entanto é um filme eficaz que funcionaria mesmo sem ser parte do universo Batman.
A grande surpresa será a reforma do homem-morcego. O próprio a retirar-se, o médico a recomendar descanso, a incapacidade de superar as barreiras que não detiveram uma criança! Este herói pode ter envelhecido, e pode ser indiferente à morte, mas ficou mais real do que alguma vez foi. Com a queda de do Caveleiro das Trevas surge um novo herói: o povo de Gotham. Se no segundo filme mostra o seu lado pior (a recordar a cena dos barcos), aqui mostra um novo lado. Com alguma apatia, mas uma postura decente e onde a coragem de poucos compensa a cobardia de muitos, é a população anónima, com pequenos gestos, e não a mascarada, com exibições heróicas, que faz a diferença. Gordon tinha razão e Gotham finalmente encontrou o herói que precisava. Mais uma vez a contenção foi a chave para criar uma história credível onde era muito fácil exagerar e ser falso.

O ajuste das pontas soltas é feito a despachar, com a angústia da despedida, mas fechando bem a porta para que não seja preciso voltar. Satisfaz o espectador? Não, ainda ficaram muitos vilões por explorar e conflitos por resolver. Conclui uma das mais importantes trilogias do século? Certamente, e dá vontade de voltar ao primeiro DVD e ver novamente a saga do início.
The Dark Knight RisesTítulo Original: "The Dark Knight Rises" (EUA, Reino Unido, 2012)
Realização: Christopher Nolan
Argumento: Christopher Nolan, Jonathan Nolan, David S. Goyer
Intérpretes: Tom Hardy, Joseph Gordon-Levitt, Anne Hathaway, Marion Cotillard, Morgan Freeman, Michael Caine, Juno Temple, Liam Neeson, Cillian Murphy
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Wally Pfister
Género: Acção, Crime, Thriller
Duração: 165 min.
Sítio Oficial: http://www.thedarkknightrises.com/

26 de setembro de 2012

DocLisboa e o serviço público de televisão


No momento em que se decide o futuro da televisão pública em Portugal, estando em discussão a privatização da RTP1 e a extinção da RTP2, o Doclisboa'12 promove, durante o festival, uma mesa redonda sobre o tema. Esta iniciativa tem como objectivo, por um lado, lançar um debate público sobre a continuidade de um serviço público de televisão e, por outro, a continuidade de um trabalho específico de relação entre a televisão e a produção de documentários, a partir da identificação e análise das consequências desta situação e das suas consequências sociais e políticas.

Numa sondagem realizada junto das produtoras do meio audiovisual português, a Apordoc - Associação pelo Documentário, verificou, «objectivamente, a contribuição da RTP2 para o documentário nacional: nos últimos seis anos, a RTP2 trabalhou com 110 realizadores/produtores, estando presente, em maior ou menor escala, na estrutura financeira de 180 projectos de cariz documental, entre os quais 30 séries, que abarcam temas nacionais e contemporâneos, mapeando a realidade social, ambiental e cultural, mas também a História e memória colectiva.»

Sobre a relevância deste debate, a Associação considera importante perguntarmo-nos «qual a relação de custo-benefício da extinção da RTP2 quando esta tem sido, na realidade, o que de mais próximo existe, no panorama nacional, de serviço público. (...) Citando o Contrato de Concessão de Serviço Público de Televisão, assinado em 2008 e válido até 2024, 'a Televisão de Serviço Público tem que se constituir como um referencial de qualidade, que não se submeta a uma lógica exclusiva de mercado e preencha os objectivos sociais e culturais, numa sociedade diversificada como a portuguesa, ajudando a formar públicos exigentes, motivados e intervenientes.'»

Segundo a Associação, «a política de envolvimento da actual direcção da RTP2 na produção de documentários contribuiu para o alargamento da presença deste género cinematográfico em Portugal e para o alargamento do nosso património audiovisual e cinematográfico, (...) bem como para a sustentação de algumas das nossas produtoras de cinema e audiovisuais. Interromper agora este trabalho e percurso constituirá uma medida de retrocesso, esquecendo o factor fundamental para todas as políticas culturais: pensamento a longo prazo.»

25 de setembro de 2012

Filmes de Avanca nos Açores

Quem estiver em S. Miguel pode apriveitar para ver um pouco da produção que é feita no continente.

Cláudia Jacques que protagoniza com António Capelo e o jovem Miguel Moreira o filme de longa-metragem “A Parede”, vai estar no Teatro Ribeiragrandense, na Ilha de S. Miguel (Açores), na próxima sexta-feira dia 28, onde irá apresentar as primeiras imagens do filme, a convite do “III Festival de Curtas-metragens da Ribeira Grande”.

Realizado por Carlos Costa e produzido pelo Cine-Clube de Avanca e Filmógrafo, este filme foi rodado integralmente no Porto, onde a actriz reside.
"A Parede" aborda as questões da violência doméstica e do “bulling” numa história de amizade entre dois personagens divididos por quase tudo. Cláudia e Miguel, confidentes um do outro, vitimas de agressões, mostram-nos uma realidade que o mundo onde vivemos gosta de esquecer. Uma realidade exposta por uma parede, “a única parede que parece dar ouvidos”.

Cláudia Jacques tem aqui o seu primeiro papel no cinema, depois de ter feito televisão.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi manequim, empresária ligada à moda e comentadora social na Sic. Actualmente desenvolve o trabalho nas áreas de relações públicas, moda, publicidade e televisão. Autora de artigos sobre beleza, saúde e bem-estar, tem dado apoio a várias causas e organizações de solidariedade social. Escreveu em co-autoria com Sérgio Figueira o livro “O Meu Segredo”, publicado em 2011 que inspirou também o lançamento de uma coleção de jóias em parceria com o joalheiro Eugénio Campos. Nesse mesmo ano participou no programa da Tvi “Perdidos na Tribo”, publicando já em 2012 o relato dessa experiência no livro “Perdida na Etiópia”.

A decorrer até domingo dia 30, o III Festival de Curtas-metragens da Ribeira Grande (Açores), exibe 42 filmes destinados a várias faixas etárias: pré-escolar, infanto-juvenil, juvenil e sénior, para além das sessões programadas para o público em geral.
A iniciativa, que decorre no Teatro Ribeiragrandense e em escolas do concelho, é organizada pela Câmara Municipal, em parceria com o Clube de Cinema da Ribeira Grande, Cineact - produções audiovisuais e multimédia e CCA. Visa, essencialmente, traçar uma perspetiva global da contemporaneidade no cinema, na televisão e no vídeo, bem como promover uma cultura cinematográfica na comunidade.

O evento exibe filmes da Alemanha, Bélgica, Bulgária, China, Espanha, Estónia, Grécia, Holanda, Irlanda, Roménia e Venezuela, além de Portugal. Os filmes seleccionados concorrem aos prémios “Fuso de Basalto”, sendo possível assistir á exibição de várias curtas-metragens portuguesas como “50 pesos argentinos” de Bernardo Cabral, "A Parideira" e "Falha do Sistema" de José Miguel Moreira, "Prescrição" de Marco Miranda e “Lágrimas de um palhaço” de Cláudio Sá.

Um dos convidados do festival é o director de fotografia Francisco Vidinha, que sendo o responsável pela imagem do filme "A Parede", irá orientar um workshop durante o festival.

Outro filme que estará no festival é a curta "Cool" (exibida dia 29 às 20:30), antes de seguir para Castelo Branco (dia 3, 21:30).

Quanto ao filme "A Parede" estivemos no conferência de apresentação no início do ano e temos alguma informação para divulgar quando for conveniente.

24 de setembro de 2012

DocLisboa 2012 - primeiras informações

Esta quinta-feira terá lugar a conferência de imprensa para apresentação do DocLisboa. Até lá podemos adiantar o cartaz com as datas e apresentar a nova secção:


No seu 10.º ano de existência, o Doclisboa abre uma nova secção, PASSAGENS, que nasce da confluência de dois movimentos recentes: a saída do cinema para os museus e a entrada do documentário na arte contemporânea. «Documentary turn», «expanded documentary» são algumas das expressões utilizadas nestes últimos dez anos para caracterizar este cenário cuja diversidade e complexidade tem vindo a redesenhar a prática e a abrir novas perspectivas para a reflexão do cinema documentário.

O Doclisboa'12 organiza, por um lado, uma exposição - entre 20 de Outubro e 30 de Novembro - que irá acolher obras marcantes, com várias instalações de Chantal Akerman, em relação com a retrospectiva integral da filmografia que o festival dedica a esta cineasta belga, num diálogo com instalações de Pedro Costa. Por outro lado, será realizado um colóquio internacional - nos dias 25, 26 e 27 de Outubro -, organizado em colaboração entre o Doclisboa, a Universidade de Lisboa e a Universidade Paris 1 - Panthéon-Sorbonne, promovendo o debate entre críticos e artistas, em Lisboa.

Neste sentido, Jacinto Lageira, professor de Estética, Françoise Parfait, professora de Artes e Novos Media, ambos em Paris 1 ou Nicole Brenez, professora de Estudos de Cinema em Paris 3, entre outros teóricos e críticos, são alguns dos docentes destas reconhecidas universidades que estarão em Lisboa para o encontro. Será um momento para pensar e discutir os cruzamentos entre o documentário e a arte contemporânea, os modos como a prática documental foi apropriada por uma série de artistas, e como alguns realizadores constroem a sua prática cinematográfica, assimilando nela uma ideia de instalação. A exposição de Chantal Akerman e Pedro Costa terá lugar na Carpe Diem Arte e Pesquisa, Galeria Palácio Galveias e Cinemateca Portuguesa e o colóquio internacional será realizado na Culturgest.

Esta secção nasce como consequência da experiência iniciada no ano passado, com a exibição da retrospectiva de Harun Farocki, em simultâneo com a apresentação da exposição «Três duplas projecções».

23 de setembro de 2012

CineEco chega à maioridade daqui a duas semanas

Um evento único que o nosso país acolhe anualmente vai celebrar a 18ª edição na segunda semana de Outubro. Abaixo podem ler o comunicado sobre esta edição:

O Cine’Eco-Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, vai atingir a sua maioridade com a sua 18ª edição, a decorrer de 6 e 13 de Outubro próximos na Casa Municipal de Cultura de Seia. A Seleção Oficial do 18º Cine’Eco está pronta e vai ser a melhor de sempre, com um verdadeiro conceito de programação coerente, pedagógico, abrangente, acessível a todo o tipo de público (s) e não apenas dirigido aos especialistas em ambiente ou aos apreciadores dos documentários televisivos sobre a vida selvagem.

Esta Seleção é constituída pelos melhores filmes de 2011/12, sobre as grandes questões ambientais prementes para o futuro da humanidade, das cidades e do campo, (temas da biodiversidade, sustentabilidade, energias renováveis, requalificação urbana e social, tratamento de lixos e detritos, alimentação biológica, água como recurso escasso, destruição das florestas, espécies animais e comunidades indígenas), que tocam ao cidadão comum, mas sempre mostradas de uma forma positiva, agradável, consciencializante e às vezes até divertida, para sensibilizar e entreter os espectadores. O programa inclui, grandes obras apresentadas e premiadas em festivais do género, pertencentes à Green Network Festivals. Aliás a maior rede de festivais de cinema sobre o tema ambiente, na qual o Cine’Eco tem uma participação muito ativa.
Vão ser apresentados cerca de 80 filmes, a maioria deles são estreia absoluta em Portugal. Primeiro nas Competições: Internacional (curtas e longas-metragens), Lusófona (curtas e longas-metragens) e Panorama Regional, com filmes produzidos por cineastas da região da Serra da Estrela, que concorrem simultaneamente à Competição Lusófona. E depois um conjunto de filmes que integram as secções paralelas: Panorama Ano do Brasil, Panorama Internacional e Nacional, Panorama Infantil e Sénior e uma homenagem ao grande diretor de fotografia e realizador português: António Escudeiro, um Eco-Cineasta. O Cine’Eco proporciona este ano ainda uma Extensão do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, através da Mostra Inclusão Social pelo Cinema.

O júri internacional é constituído por figuras de renome, entre eles os diretores dos festivais de Ambiente de Turim (Itália), Gaetano Capizzi e de Goiás (Brasil), Lisandro Nogueira.

Local de descoberta e de reflexão sobre a preservação do meio-ambiente, o Cine’Eco apresenta em complemento à programação de cinema, um conjunto de atividades paralelas, das quais se destacam a GLOCAL 2012 - Conferência Internacional da Agenda 21 Sustentabilidade Local, uma iniciativa única que terá lugar em Seia nos dias 11 e 12 de Outubro.

Das atividades paralelas fazem ainda parte uma exposição de Pintura de Sérgio Reis, um concerto com a Orquestra da EPSE.

Mais informações: http://www.cineecoseia.org

22 de setembro de 2012

Comparando os Planos Nacionais do Cinema

Aqui fica para os mais curiosos a comparação integral das listas propostas pelos blogers e a lista oficial:
FilmeAnoRealizadorNossa listaMinistério
101 Dalmatians1961Clyde Geronimi, Hamilton Luske, Wolfgang ReithermanSimNão
12 Angry Men1957Sidney LumetSimNão
2001 - A Space Odyssey1968Stankey KubrickSimNão
4 Luni, 3 Saptamâni si 2 Zile2007Christian MungiuSimNão
A Bola2001Orlando Mesquita LimaNãoSim
À Bout de Souffle1960Jean-Luc GodardSimNão
A Esperança Está Onde Menos se Espera2009Joaquim LeitãoSimNão
A Night at the Opera1935Sam WoodSimNão
A Noite1999Regina PessoaNãoSim
A Noiva Cadáver2005Tim BurtonNãoSim
A Suspeita1999José Miguel RibeiroNãoSim
Adeus Pai1996Luís Filipe RochaSimSim
Afterschool2008Antonio CamposSimNão
Agora2009Alejandro AménabarSimNão
Akeelah and the Bee2006Doug AtchisonSimNão
Ana1982António Reis, Margarida CordeiroSimNão
Aniki Bobó1942Manoel de OliveiraSimSim
As Armas e o Povo1975Alberto Seixas SantosSimNão
As coisas lá de Casa2003José Miguel RibeiroNãoSim
Babe1995Chris NoonanSimNão
Bambi1942David HandSimNão
Being John Malkovich1999Spike JonzeSimNão
Belarmino1964Fernando LopesSimSim
Blackboards2000Samira MakhmalbafSimNão
Blade Runner1982Ridley ScottSimNão
Blazing Saddles1974Mel BrooksSimNão
Blindness2008Fernando MeirellesSimNão
Block-Heads1938John G. BlystoneSimNão
Bronenosets Potyomkin1925Sergei M. EisensteinSimNão
Canção de Lisboa1933José Cottinelli TelmoSimNão
Capacete Dourado2007Jorge CramezSimNão
Capitães de Abril2000Maria de MedeirosSimNão
Casablanca1942Michael CurtizSimNão
Chelovek s Kino-Apparatom1929Dziga VertovSimNão
Children of a Lesser God1986Randa HainesSimNão
Chronos1985Ron FrickeSimNão
Cidade de Deus2002Fernando Meirelles, Kátia LundSimNão
Citizen Kane1941Orson WellesSimNão
City Lights1931Charles ChaplinNãoSim
Com Quase Nada2000Margarida Cardoso, Carlos BarrocoNãoSim
Crash2004Paul HaggisSimNão
Das Cabinet des Dr. Caligari1920Robert WieneSimNão
Das Weisse Band2009Michael HanekeSimNão
Dead Poets Society1989Peter WeirSimNão
Der Himmel über Berlin1987Wim WendersSimNão
Der Name der Rose (The Name of the Rose)1986Jean-Jacques AnnaudSimNão
Det sjunde inseglet (The Seventh Seal)1957Ingmar BergmanSimNão
Die Welle2009Dennis GanselSimNão
Douro, Faina Fluvial1931Manoel de OliveiraNãoSim
Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb1964Stanley KubrickSimNão
E.T.: The Extra-Terrestrial1982Steven SpielbergSimSim
Edward Scissorhands1990Tim BurtonSimSim
Elephant2003Gus Van SantSimNão
Entre Les Murs2008Laurent CantetSimNão
Estória do Gato e da Lua1995Pedro SerrazinaNãoSim
Få meg på, for faen (Turn Me On, Goddammit)2011Jannicke Systad JacobsenSimNão
Fado Lusitano1995Abi FeijóNãoSim
Fantasia1940VáriosSimNão
Finis Terræ1929Jean EpsteinSimNão
Forrest Gump1994Robert ZemeckisSimNão
Gandhi1982Richard AttenboroughSimNão
Grapes of Wrath1940John FordSimNão
História Trágica com Final Feliz2005Regina PessoaNãoSim
Hugo2011Martin ScorseseSimSim
Inglorious Basterds2009Quentin TarantinoSimNão
It's A Wonderful Life1946Frank CapraSimNão
Jaime1974António ReisNãoSim
Judgment at Nuremberg1961Stanley KramerSimNão
Khaneh-ye dust kojast?1987Abbas KiarostamiNãoSim
La Dolce Vitta1960Federico FelliniSimNão
La Passion de Jeanne d'Arc1928Carl Theodor DreyerSimNão
Ladri Di Biciclette1948Vittorio De SicaSimNão
L'âge d'or1930Luis BuñuelSimNão
L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat1896Irmãos LumièreSimNão
Lawrence of Arabia1962David LeanSimNão
Le Ballon Rouge1956Albert LamorisseSimNão
Le Royaume des Fées1903Georges MélièsSimNão
Le Voyage Dans la Lune1902Georges MélièsSimSim
Les 400 Coups1959François TruffautSimSim
L'Esquive2004Abdelatlif KechicheNãoSim
Life of Brian1979Terry JonesSimNão
Lord of the Flies1990Harry HookSimNão
Mary Poppins1964Robert StevensonSimNão
Metropolis1927Fritz LangSimNão
Microcosmos1996Claude Nuridsany, Marie PérennouSimNão
Mistérios de Lisboa2010Raoul RuizSimNão
Modern Times1936Charles ChaplinSimNão
Nanook of the North1922Robert J. FlahertySimNão
Nuit et Brouillard1955Alain ResnaisSimNão
Nuovo Cinema Paradiso1988Giuseppe TornatoreSimNão
O Barão2011Edgar PêraNãoSim
O Estranho Caso de Angélica2010Manoel de OliveiraNãoSim
O Leão da Estrela1947Arthur DuarteSimNão
O Pátio das Cantigas1942Francisco RibeiroSimNão
One week1920Buster Keaton, Edward F. ClineSimNão
Os Mutantes1998Teresa VillaverdeSimNão
Os Respigadores e a Respigadora2000Agnès VardaNãoSim
Os Salteadores1993Abi FeijóNãoSim
Paths of Glory1957Stanley KubrickSimNão
Patton1970Franklin J. SchaffnerSimNão
Pauvre Pierrot1892Émile ReynaudSimNão
Persepolis2007Marjane Satrapi, Vincent ParonnaudSimSim
Pickpocket1959Robert BressonSimNão
Pinocchio1940Ben Sharpsteen, Hamilton LuskeSimNão
Qualquer um dos Monty PythonSimNão
Rafa2012João SalavizaNãoSim
Rashomon1950Akira KurosawaSimNão
Rear Window1954Alfred HitchcockSimNão
Rebecca1940Alfred HitchcockSimNão
Romeo + Juliet1996Baz LuhrmanSimSim
Rope1948Alfred HitchcockSimNão
Rumble Fish1983Francis Ford CoppolaSimNão
Saída de Pessoal Operário da Camisaria Confiança1896Aurélio da Paz dos ReisNãoSim
Sangue do Meu Sangue2011João CanijoSimNão
Saving Private Ryan1998Steven SpielbergSimNão
Scent of a Woman1992Martin BrestSimNão
Schindler's List1993Steven SpielbergSimNão
Sen to Chihiro no Kamikakushi (Spirited Away)2001Hayao MiyazakiSimNão
Senhor X2010Gonçalo Galvão TelesNãoSim
Shane1953George StevensNãoSim
Shichinin no Samurai1954Akira KurosawaSimNão
Silly Symphonies: Flowers and Trees1937Burt Gillett SimNão
Singin' in the Rain1952Stanley Donen, Gene KellySimNão
Singin' In the Rain1952Stanley DonenNãoSim
Sleeper1973Woody AllenSimNão
Smultronstället (Wild Strawberries)1957Ingmar BergmanSimNão
Snow White1937David HandSimNão
Speak2004Jessica SharzerSimNão
Stand By Me1986Rob ReinerSimNão
Star Wars1977George LucasSimNão
Steamboat Willie1928Ub IwerksSimNão
The Beauty and the Beast1991Gary Trousdale, Kirk WiseSimNão
The Blue Lagoon1980Randal KleiserSimNão
The Breakfast Club1985John HughesSimNão
The General1926Buster Keaton, Clyde BruckmanSimNão
The Godfather1972Francis Ford CoppolaSimNão
The Gold Rush1925Charles ChaplinSimNão
The Great Dictator1940Charles ChaplinSimNão
The Great Train Robbery1903Edwin PorterSimNão
The Hound of the Baskervilles1939Sidney LanfieldSimNão
The Iron Giant1999Brad BirdSimNão
The Kid1921Charles ChaplinSimSim
The Lion King1994Rob Minkoff, Roger AllersSimNão
The Miracle Worker1962Arthur PennSimNão
The Nightmare Before Christmas1993Henry SelickNãoSim
The Pianist2002Roman PolanskiSimNão
The Princess Bride1987Rob ReinerSimNão
The Royal Tenenbaums2001Wes AndersonSimNão
The Searchers1956John FordSimNão
The Secret Garden1993Agnieszka HollandSimNão
The Shawshank Redemption1994Frank DarabontSimNão
The Times of Harvey Milk1984Rob EpsteinSimNão
The Tree of Life2011Terrence MalickSimNão
The Wizard of Oz1939Victor FlemingSimNão
Thirteen2003Catherine HardwickeSimNão
To Kill A Mockingbird1962Robert MulliganSimNão
Tonari no Totoro1988Hayao MiyazakiSimNão
Torn Curtain1966Alfred HitchcockNãoSim
Toy Story1995John LasseterSimNão
Trainspotting1996Dannny BoyleSimNão
Tren de Sombras1997José Luis GuerínSimNão
Um Amor de Perdição2008Mário BarrosoSimNão
Um Outro País1999Sérgio TréfautNãoSim
Uma Abelha na Chuva1972Fernando LopesSimNão
Unforgiven1992Clint EastwoodSimNão
Up2009Pete Docter, Bob PetersonSimNão
Wall-E2008Andrew StantonSimNão
Whale Rider2002Niki CaroSimNão
Wo Hu Cang Long (Crouching Tiger Hidden Dragon)2000Ang LeeSimNão
Zona J1998Leonel VieiraSimNão

21 de setembro de 2012

Plano Nacional do Cinema - versão oficial

Foi hoje apresentado o Plano Nacional do Cinema. Apesar de ter recebido um convite para estar na sessão de apresentação, afazeres profissionais impediram-me de acompanhar o evento in loco e posso apenas comentar o resultado palpável: a lista.

5.º ano

– "Estória do Gato e da Lua", de Pedro Serrazina (Portugal, 1995)
– "O Estranho Mundo de Jack", de Henry Selick (EUA, 1993)
– "A Bola", de Orlando Mesquita Lima (Moçambique, 2001)
– "Com Quase Nada", de Margarida Cardoso e Carlos Barroco (Portugal e Cabo Verde, 2000)
– "Aniki-Bobó", de Manoel de Oliveira (Portugal, 1942)
– "As coisas lá de Casa", de José Miguel Ribeiro (Portugal, 2003)

6.º ano

– "O Garoto de Charlot", de Charles Chaplin (EUA, 1921)
– "ET, o Extraterrestre", de Steven Spielberg (EUA, 1982)
– "Diz-me Onde Fica a Casa do Meu Amigo", de Abbas Kiarostami (Irão, 1987)

7.º ano

– "História Trágica com Final Feliz", de Regina Pessoa (Portugal, 2005)
"A Noiva Cadáver", de Tim Burton (EUA, 2005)
– "Saída de Pessoal Operário da Camisaria Confiança", de Aurélio da Paz dos Reis (Portugal, 1896)
"A Invenção de Hugo", de Martin Scorsese (EUA, 2011)
– "Serenata à Chuva", de Stanley Donen (EUA, 1952)
– "Shane", de George Stevens (EUA, 1953)

8.º ano

– "Adeus, Pai", de Luís Filipe Rocha (Portugal, 1996)
– "Eduardo Mãos-de-Tesoura", de Tim Burton (EUA, 1990)


9.º ano

– "Romeu + Julieta", de Baz Luhrman (EUA, 1996)
– "A Suspeita", de José Miguel Ribeiro (Portugal, 1999)
– "O Barão", de Edgar Pêra (Portugal, 2011)
– "Um Outro País", de Sérgio Tréfaut (Portugal, 1999)

10.º ano

"Persépolis", de Marjane Satrapi, Vicent Paronnaud (França, 2004)
– "A Noite", de Regina Pessoa (Portugal, 1999)
– "Douro, Faina Fluvial", de Manoel de Oliveira (Portugal, 1931)
– "Jaime", de António Reis (Portugal, 1974)
– "Rafa", de João Salaviza (Portugal, 2012)
– "Luzes da Cidade", de Charles Chaplin (EUA, 1931)

11.º ano

– "Os 400 Golpes", de François Truffaut (França, 1959)
– "Senhor X", de Gonçalo Galvão Teles (Portugal, 2010)
– "A Esquiva", de Abdellatif Kechiche (França, 2004)

12.º ano

– "Belarmino", de Fernando Lopes (Portugal, 1964)
– "Fado Lusitano", de Abi Feijó (Portugal, 1995)
– "Os Respigadores e a Respigadora", de Agnès Varda (França, 2000)
– "Viagem à Lua", de Georges Méliès (França, 1902)
– “O Estranho Caso de Angélica”, de Manoel de Oliveira (Portugal, 2010)
– "Os Salteadores", de Abi Feijó (Portugal, 1993)
– "A Cortina Rasgada", de Alfred Hitchcock (EUA, 1966)

Nâo sendo uma lista propriamente ousada ou variada, é de louvar a variedade do cinema nacional. Nos pontos contra, a ausência do cinema asiático ou sequer espanhol. É Portugal e lusofonia, EUA, pouca França e um do Irão. Quanto à criatividade na escolha, vendo quatro títulos dos últimos dois anos parece que não pensaram muito e foram os primeiros que lhes ocorreram. Para o ano saíria algo diferente.
Como ainda está na fase piloto, só podemos esperar que venha a melhorar. Em especial na distribuição pelos anos de escolaridade onde o desequilíbrio é enorme.

Amanhã poderão comparar com a selecção dos bloggers convidados do Antestreia. Metade dos filmes estavam nas sugestões.

20 de setembro de 2012

MOTELx 2012: Prémio dos blogs


Numa sondagem feita entre os bloggers presentes,confirmou-se o ano terrível da produção nacional num MOTELx muito bom. O número de votos foi muito pequeno (8), mas foi um bom reflexo da cobertura que o evento teve. Todos os filmes foram vistos por pelo menos um. As notas indicadas são duma escala ente 0 e 10. Foram perguntados filmes de todas as secções excepto Curtas Internacionais.

Das nossas curtas "O Reino" foi o menos mau com uma média abaixo de 5, secundado por "Mutter" e "A Bruxa de Arroios". Em último "Leito de Maldição" (de 1) foi o pior.

Entre os clássicos em retrospectiva, Argento liderou com três dos quatro filmes acima da nota 8. A excepção foi "Black Cat Mansion". "O Território" com 4 foi o único abaixo dos 6.

Finalmente nas longas actuais, a melhor foi o documentário "Corman's World" (8,3), seguido de "Revenge: A Love Story", "The Raid: Redemption" e "Father's Day", entre 7,5 e 7,8. "Urban Explorer" com 1,5 foi o ódio de estimação.

19 de setembro de 2012

18 de setembro de 2012

"To Rome With Love" por Nuno Reis

Alguns acontecimentos cíclicos fazem com que se repare no passar dos anos. Há quem se reja pelos aniversários, por feriados especiais, pela Primavera ou pelas férias de Verão. Os cinéfilos preferem a regularidade de Woody Allen que desde 1977 realiza anualmente uma longa-metragem para cinema (excepto 1981 que nao fez nenhuma e 1987 que fez duas). 2012 não abre terceira excepção e por isso foi filmar para Roma com amor. Nova Iorque era o seu campo de eleição e foi lá que deixou a sua marca. Ultimamente tem percorrido o mundo e em Paris também tem sido extremamente sem sucedido. Seria a capital italiana uma cidade tão acolhedora? Roma não é Paris e nunca será Nova Iorque. É pouco mais que uma cidade anónima e não sendo um filme de Allen seria um filme a evitar.

Logo no início o narrador é original. O nosso guia pela cidade e pelas pessoas que a habitam é um polícia sinaleiro, figura em vias de extinção que é encarada como produto típico italiano (ou não fossem eles famosos por gesticularem demasiado). As pessoas que este agente da autoridade nos aponta são recém-casados vindos da província, alguns estrangeiros a passear pelos locais pitorescos e o comum cidadão da capital. A visão que Allen nos traz de Roma para turista ver é muito simples e não é mais cativante que um postal turístico. A componente que importa é sempre o retrato humano e aqui esmerou-se. Vamos simplificar e dizer que tem uma dúzia de personagens relevantes. Enquanto alguns são meros decoros, ou escapes humorísticos, tem também indivíduos retirados do teatro clássico. O elenco de vedetas esbanja talento como nunca - Alec Baldwin subaproveitado, Ellen Page a repetir o que Scarlett Johansson já foi, assim como Penelope Cruz não chega aos pés de Mira Sorvino e Jesse Eisenberg repete frases que Larry David usou - apenas Allen igual a ele mesmo e Roberto Benigni idem aspas se pode dizer que salvam o filme. Já tinhamos saudades destes dois comediantes e são os actores/realizadores que se sacrificam em prol da sátira social.

Allen é o reformado que não o quer ser e tudo faz para retomar a actividade artística onde era incompreendido, arrastando muita gente inocente pelo caminho. Benigni tem outro conto para brilhar sozinho a ser ele próprio, o Allen europeu. É o anónimo que revela o ridículo do culto das celebridades, da importância dada às frases vazias, da demência em que parecemos viver. Quase que numa história à parte temos um encantador casal a tentar adaptar-se à grande cidade e a manter a sua integridade numa sociedade sem valores. E finalmente a história da actriz desiludida com a vida que vai arejar e arruina a vida de todos os que a rodeiam. Uma tragédia eminente para quebrar a alegria das restantes histórias e onde finalmente se vê uma Ellen Page sensual.

A sequência que tomam não segue qualquer lógica, podendo uma das tramas avançar ao ritmo de minutos enquanto outra galopa horas ou dias, mas por entre o emaranhado que nos é apresentado como retalhos aleatórios de uma cidade vibrante onde as pessoas são abençoadas todos os dias, passam as quatro morais. É demasiado, pois assim talvez nenhuma seja lembrada. Isso vai obrigar a rever o filme algumas vezes.
To Rome With LoveTítulo Original: "To Rome With Love" (EUA, Espanha, Itália, 2012)
Realização: Woody Allen
Argumento: Woody Allen
Intérpretes: Judy Davis, Flavio Parenti, Roberto Benigni, Alison Pill, Alessandro Tiberi, Alessandra Mastronardi, Alec Baldwin, Riccardo Scamarcio, Woody Allen, Jesse Eisenberg, Greta Gerwig, Penélope Cruz, Ellen Page
Fotografia: Darius Khondji
Género: Comédi, Drama, Romance
Duração: 112 min.
Sítio Oficial: http://sonyclassics.com/toromewithlove/

17 de setembro de 2012

Allen pelo mundo e por cá

Fascinante pesquisa da Empire sobre a localização dos filmes de Allen.


Por falar em Allen, parece que a Sábado vai editar alguns dos filmes em DVD por 4,95€ a partir de dia 27.
  • A Maldição do Escorpião de Jade
  • Poderosa Afrodite
  • Vigaristas de Bairro
  • Balas sobre a Broadway
  • As Faces de Harry
  • A Vida e Tudo o Mais
  • Através da Noite
  • Toda a Gente Diz Que te Amo
  • Celebridades
  • Wild Man Blues: Um retrato de Woody Allen

    Esta semana estreia o mais recente título de Woody "From Rome With Love" que não tendo o encanto do último Paris continua a ser recomendável. A crítica sairá amanhã neste vosso espaço.
  • 16 de setembro de 2012

    Q&A com Paulo Branco no MOTELx

    Sexta-feira o MOTELx recebeu Paulo Branco para nos falar dos seus históricos filmes de género fantástico. Entre exibições de "O Território" e "O Estado das Coisas" falou por uma hora de um momento único do cinema português e de como equilibrou as filmagens simultâneas de Manoel de Oliveira, João Botelho e João César Monteiro, ao mesmo tempo que rodava com Raul Ruiz e era visitado por Wim Wenders.

    Quem perdeu, pode ver. Quem viu, pode recordar.

    15 de setembro de 2012

    "As Linhas de Wellington" por Nuno Reis

    A história de Portugal é imensa e rica. No entanto se alguma coisa se manteve foram as fronteiras terrestres - quase iguais há 800 anos e as mais antigas da Europa – e a aliança mais antiga do mundo, com Inglaterra. Isso trouxe-nos dissabores por duas vezes. A mais aborrecida foi o ultimato do mapa cor-de-rosa, que poderia ter mudado o rumo da História, mas a mais importante foi sem dúvida a do Bloqueio Continental.

    Napoleão conquistou o coração da França e os territórios da Europa. Como mandava a tradição secular dos dois países, apenas as ilhas do Reino Unido lhe escapavam e, numa tentativa de os enfraquecer, ordenou um embargo comercial de todo o continente. A Europa acatou essa jogada militar. Toda a Europa? Não. Um pequeno país recusou-se a trair o seu maior aliado e teve a coragem de o dizer a plenos pulmões. Napoleão e Espanha decidiram conquistar aquele pequeno terreno e por três vezes o tentaram, sendo sempre corridos. O nosso rei pode ter tido pouca confiança e zarpou para além-mar, mas o povo desgovernado fez não o que lhe mandavam - as ordens eram vagas - mas o que sabia ser correcto. Se não conseguiam defender o país, morreriam por ele.

    Cada invasão teve a sua história. Na primeira as ordens que ficaram no ar eram para não resistir. Foi o que fizemos até chegarem os ingleses para defender os seus interesses e os franceses de Soult fugiram de Lisboa com o saque que conseguiram. Na segunda invasão o alvo foi o Norte, mas nem tiveram tempo de se acomodar, pois logo foram corridos. A terceira era a decisiva. O exército francês com a sua estratégia de terra queimada suplantava o português em homens, em energia e em alimentos, mas nunca em astúcia. Wellington utilizou a geografia a seu favor, causando numerosas baixas no inimigo em solo desnivelado. Os franceses acreditavam que com os reforços conseguiriam romper a resistência. O que não sabiam é que Wellington tinha outra carta na manga. Tinha construído em total segredo um sistema de fortificações para proteger a península de Lisboa. O inimigo nem suspeitava, mas quando chegou o momento de marchar para Lisboa, tinham perante eles as Linhas de Torres Vedras - talvez o maior segredo militar da Europa - a nossa própria Grande Muralha, construída do nada e intransponível. Não só as torres tinham sido erguidas pelos nossos homens que deram o seu melhor, como eram defendidas pelos nossos soldados que iriam dar o seu melhor. Nenhum português queria ser responsável pela queda do Império.

    Este filme narra o que se passou em Portugal entre a batalha do Buçaco e a defesa de Torres Vedras. Soldados, meretrizes, freiras e civis, em batalha, em fuga ou escondidos, todos tiveram o seu papel numa guerra interminável. Ao longo de duas horas e meia – não parece tão longo como soa – fazem os possíveis para sobreviver por entre a morte. Uns A visão de Ruiz transposta a filme pela sua viúva não tem magia nem é tão brutal como se esperaria de um filme de guerra, mas não é mau. O filme tenta abarcar um pouco de tudo e não consegue ser completo como se desejaria. Não substitui os livros de História, apenas motiva para os irem procurar. A prioridade foi ir além do conflito que pode ser lido nos livros e mostrar as pessoas. Pessoas, especialmente mulheres, e a batalha que travaram como guerreiras deste Portugal, como líderes de famílias que a guerra reduziu, como vítimas da luxúria dos estrangeiros.

    Os planos de câmara são fora do comum (nem bons, nem maus), tem algumas cenas inúteis como o desfile de vedetas francesas numa refeição sem sentido, e Wellington não é tão imponente como se gostaria de imaginar, no entanto em todo o filme a única falha a apontar é a direcção de figurantes. Sejam os soldados em festa que não se sabem divertir e têm uma ridícula forma de dançar, ou os trabalhadores que se mexem lentamente em vez de parecerem cansados, o filme falha muito nesse ponto. Do lado positivo há uma excelente circulação entre personagens, os desempenhos dos actores são aceitáveis, e os vários idiomas falados (português, castelhano, francês, inglês e um pouco de polaco) alternam-se como seria de esperar numa situação real.

    Como filmes temático para as escolas tem demasiada nudez e sexo - já nem falo da violência que o próprio Wellington a determinada altura diz ser excessiva - mas mesmo assim pode bem chegar aos 100000 espectadores só em Portugal e bem melhor no estrangeiro devido ao seu elenco internacional. Enquanto se conseguir filtrar os aspectos menos bons a História de Portugal é um motivo de orgulho.

    As Linhas de WellingtonTítulo Original: "As Linhas de Wellington" (França, Portugal, 2012)
    Realização: Valeria Sarmiento
    Argumento: Carlos Saboga
    Intérpretes: Nuno Lopes, Soraia Chaves, Marisa Paredes, John Malkovich, Carloto Cotta, Victória Guerra, Marcello Urgeghe, Jemima West, Afonso Pimentel, Miguel Borges, Mathieu Amalric, Filipe Vargas, Adriano Luz, Catherine Deneuve, Isabelle Huppert, Michel Piccoli, Chiara Mastroianni, Maria João Bastos, Paulo Pires
    Música: Jorge Arriagada
    Fotografia: André Szankowski
    Género: Drama, Guerra, História
    Duração: 151 min.
    Sítio Oficial: http://www.linesofwellington.com/


    Votem em nós por favor.

    14 de setembro de 2012

    E o Oscar vai para...


    Ou melhor, "e ... vai para o Oscar". O candidato nacional para os Oscares é "Sangue do Meu Sangue".

    O júri composto pelo produtor Paulo Trancoso, os actores Virgílio Castelo e Susana Borges, os realizadores José Carlos Oliveira e Luis Galvão Teles, e o crítico Lauro António optou pelo filme de João Canijo entre todos os filmes estreados comercialmente em Portugal de Outubro a Setembro. O filme foi seleccionado para festivais tão variados como Toronto, Busan, Rio de Janeiro, e claro, San Sebastian onde arrecadou dois troféus. A esse juntam-se ainda os prémios da SPA, do Caminhos, Globo de Ouro e o facto de ter sido o filme nacional mais visto do ano.



    Concordam, discordam? Que filme nomeariam? E o que acham de todos os anos a escolha ser feita tão antes de o prazo de estreia acabar?

    13 de setembro de 2012

    12 de setembro de 2012

    Dois novos workshops Filmes da Mente

    2012 vai ter dois workshops para quem quiser aprender mais sobre cinema.

    Novas Edições Workshops Filmesdamente



    Cinema C/ DSLR
    6 e 7 de Outubro de 2012/ Porto (99 €)

    Realização
    15 e 16 de Dezembro 2012 / Porto (159€)

    Estão abertas as inscrições para os workshops de Cinema c/DSLR e de Realização.

    Houve uma redução dos preços e existem descontos para quem se inscrever nos dois workshops.

    Para mais informações visitem http://cineworkshops.blogspot.pt/ ou contactem: workshops@filmesdamente.com

    11 de setembro de 2012

    Dois prémios para Cineclube de Avanca



    O filme de animação “O Circo”, realizado por jovens estudantes da Escola Egas Moniz de Avanca acaba de ganhar ex-aequo o “Prémio Nueva Mirada para a melhor obra de animação” do “11º Festival Internacional de Cine NUEVA MIRADA para la Infancia y la Juventud”, Buenos Aires (Argentina).

    Numa acção conjunta do Agrupamento de Escolas e do Cine-Clube de Avanca, com apoio do programa VER - MC/ICA, o filme O CIRCO integrou a formação em cinema que o Cine-Clube de Avanca tem vindo a realizar em diversos estabelecimentos de ensino, com natural preponderância para o Agrupamento de Escolas de Avanca.

    “O Circo” é um filme sem palavras que faz descobrir ao espectador um especial e fantástico dia no circo, onde a música tem um papel fundamental. A obra musical “L`Apprenti Sorcier” de Paul Dukas foi inspiradora do trabalho de animação desenvolvido pelos alunos da Escola de Avanca. Este é mesmo um projecto que se iniciou com o apoio da Casa da Música, por sugestão do Prof. Paulo Rodrigues, tendo Nuno Peixoto ajudado a descobrir esta peça musical.

    Os alunos Orlando Sá Silva, Filipe Matos, Ricardo Matos, Maria Manuel Sousa, Victoria Alici, Yuliana Alici, André Rodrigues e João Pedro Silva foram os responsáveis pela realização deste filme, todo ele feito em recortes de papel desenhado e pintado.
    O realizador Vitor Lopes coordenou e supervisionou todos os trabalhos, com o apoio de Carlos Silva, J. Paulo e sobretudo Rui Teixeira.

    Estreado no AVANCA 2011, este filme foi já premiado na República Checa e seleccionado para festivais internacionais de cinema no Chile, Reino Unido, Eslovénia, Hungria e Portugal.

    O festival NUEVA MIRADA, que se realizou na capital da Argentina durante a primeira semana de Setembro, é o evento internacional dedicado ao cinema para a infância e juventude mais conhecido do continente sul-americano.

    Com este prémio, é a segunda vez que na mesma semana, filmes produzidos pelo Cine-Clube de Avanca são distinguidos em festivais de cinema. Na noite de sábado passado tinha sido a vez de Luís Diogo receber o Prémio Melhor Filme no “Festival Quinta Praia” em Famalicão com a ficção “Noite Gélida em Castelo Branco”.

    10 de setembro de 2012

    Cinema nas escolas


    O cinema começa a chegar às escolas, quanto mais não seja como estratégia de marketing.

    Se Torres Vedras tem o nome por causa da linha de torres usada contra os franceses, faria todo o sentido que o filme que recupera esse capítulo da nossa história lá fosse exibido. E parte da campanha de lançamento do filme fará isso mesmo, exibindo excertos do filme num contexto educativo e promocional. Seguramente as escolas irão propor uma ida aos cinemas para ver o resto do filme ficando ambos a ganhar com a experiência cinematográfica.

    A abertura do ano escolar em Torres Vedras será diferente desta vez. Nela participam, além de responsáveis do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (Direcção Geral da Educação) e da CÂMARA MUNICIPAL, também o produtor PAULO BRANCO e os actores NUNO LOPES, VICTÓRIA GUERRA e FILIPE VARGAS, entre outros.

    Na sessão serão apresentados pela primeira vez excertos do filme LINHAS DE WELLINGTON, filmado na região com o apoio e o entusiasmo da Câmara Municipal de Torres Vedras, e haverá tempo para debate sobre os aspectos históricos e educativos da obra realizada por Valeria Sarmiento.

    Os três actores referidos são apenas alguns entre as dezenas que participaram nesta obra de contornos épicos sobre o período das Invasões Francesas - em particular, sobre a terceira invasão, comandada pelo General Massena.

    O filme é recomendado pelo MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.

    Os dois filmes mais vistos do fim-de-semana são nacionais

    Morangos com AÇúcar o FilmeBalas e BOlinhos 3

    Chegaram os números oficiais e confirmou-se o bom momento do cinema nacional. Eis os números recolhidos pela ZON, distribuidora dos filmes em questão.

    Dois filmes produzidos em Portugal ocuparam, pela primeira vez, os dois primeiros lugares da tabela de filmes mais vistos em sala de cinema no passado fim de semana (6 a 9 de Setembro). Um resultado de bilheteira inédito para o cinema português.

    O filme “Balas e Bolinhos: O Capítulo Final”, do realizador Luís Ismael, com 55 mil espectadores surge em primeiro lugar, no fim de semana de estreia.

    Este filme marca o fim da primeira trilogia do cinema Português, reúne um elenco único (que inclui atores como Octávio Matos, Jel, Fernando Rocha, Francisco Menezes e, até, Jason Ninh Cao, ator vietnamita que entrou em "Snatch - Porcos e Diamantes") e foi filmado em vários pontos do norte do país e também no Vietname.

    Em segundo lugar e com 36 mil espectadores no fim de semana e 175 mil espectadores desde o lançamento, está “Morangos com Açúcar - O Filme”. Um fenómeno que já bateu vários recordes de bilheteira para um filme português com o melhor dia de estreia de sempre (36 mil espectadores), o melhor primeiro fim de semana de sempre (95 mil espectadores) e melhor primeira semana de sempre (138 mil espectadores).

    A ZON Audiovisuais, distribuidora dos dois filmes no mercado nacional, felicita as produtoras Lightbox (Balas e Bolinhos 3) e Plural (Morangos com Açúcar – O Filme) e todos os colaboradores envolvidos nestes projetos pela excelente aceitação que os seus filmes estão a ter junto do público português.


    Aqui fica a opinião de alguns espectadores de "Balas & Bolinhos - o Último Capítulo".

    9 de setembro de 2012

    Filipe Coutinho procura fundos para "Autumn Leaves"

    Depois de ter filmado Black Mask com recurso ao crowdfunding, Filipe Coutinho volta a usar essa forma de financiamento para o seu novo filme, "Autumn Leaves".

    A sinopse refere que trata de temas como o cancro e a família e pretnde fazer com que o espectador repense a vida.
    "Autumn Leaves" conta-nos a história de Peter Sanders, um homem de trnta anos confinado a uma cadeira de rodas que volta a casa para morrer quando lhe diafnosticam cancro do fígado. A história acompanha a sua relação com Joanne, uma esposa adúltera que tenta retomar o contacto, e Lindsay, a filha de seis anos que o tenta o quer curar com amor e músicas de Bob Dylan. Peter vai assim perceber que o que enfrenta não é o cancro, mas os seus próprios medos e frustrações.



    Site oficial

    Se quiserem ajudar, basta contribuirem via IndieGogo.

    8 de setembro de 2012

    Premiados de Veneza

    A parceria com o Youtube está a dar frutos em Veneza. A tal ponto que o mundo pela primeira vez esteve muito atento e em tempo real aos prémios de um festival, apenas para confirmar que "The Master" é um dos grandes filmes do momentos e para descobrir que "È Stato Il Figlio" pode bem ser uma das surpresas.



    VENEZIA 69



    Leão de Ouro para o Melhor Filme


    PIETA de Kim Ki-duk (Coreia do SUl)

    Leão de Prata para o Melhor Realizador


    THE MASTER de Paul Thomas Anderson (EUA)

    Prémio Especial do Júri


    Paradies: Glaube de Ulrich Seidl (Áustria, Alemanha, França)

    Coppa Volpi para o Melhor Actor


    Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix
    em THE MASTER de Paul Thomas Anderson (EUA)

    Coppa Volpi para a Melhor Actriz


    Hadas Yaron em LEMALE ET HA’CHALAL de Rama Bursthein (Israel)

    Premio Marcello Mastroianni para Melhor Jovem Actor ou Actriz


    Fabrizio Falco em BELLA ADDORMENTATA de Marco Bellocchio (Itália) e È STATO IL FIGLIO de Daniele Ciprí (Itália)

    Melhor Fotografia


    APRES MAI de Olivier Assayas (França)

    Melhor Contribuição Técnica (Fotografia)


    Daniele Ciprì pelo filme È STATO IL FIGLIO de Daniele Ciprì (Itália)

    Leão do Futuro – “LUIGI DE LAURENTIIS” Prémio para Primeira Obra


    KÜF (MOLD) de Ali Aydin (Alemanha, Turquia) e Prémio da Crítica

    Secção Orizontti


    Melhor Filme

    Three Sisters de Wang Bing

    Prémio do Júri

    Tango Libre de Frederic Fonteyne

    Melhor Curta-Metragem

    Cho-De de Yoo Min-young

    European Film Awards

    Titloi Telous de Yorgos Zois

    Leão de Ouro de Carreira

    Francesco Rosi

    Prémio Jaeger-Lecoultre Glory to the Filmmaker

    Spike Lee

    Prémio Persol

    Michael Cimino

    Prémio L'Oréal Paris para o Cinema

    Giulia Bevilacqua

    7 de setembro de 2012

    Como o cinema nacional reconquistou espectadores

    Se nos basearmos nos dados do ICA e formos ver o top 20 dos filmes nacionais mais vistos desde 2004, não haverá muitas surpresas. O surpreendente é ver esta lista a ter mexida como não se via há muito tempo.

    Em 2011 "Complexo Universo Paralelo" chegou a 27º e "Sangue do Meu Sangue" a 24º. Um ano deveras fraco para as bilheteiras.
    Em 2010 foi melhor com o 7º lugar de "A Bela e o Paparazzo" e o 9º de "Contraluz" e uma média acima dos 90000 bilhetes a que se poderiam juntar os quase 30000 bilhetes de "Filme do Desassossego" e de "José e Pilar". Em 2009 quatro das estreias posicionaram-se entre o 6º e o 12º lugar com uma média de 75000 espectadores.

    Tudo vai mudar e vamos sentir nos números. Não são os quase 12000 espectadores de "Assim Assim" ou os 20000 de "Tabu" ou os 30000 de "Cosmópolis" e os 40000 de "Florbela" que fazem mossa, mas sim os 130000 de "Morangos com Açúcar" numa semana e os outros tantos milhares que se esperam na estreia de "Balas e Bolinhos - o Último Capítulo". O ano em curso vai ter quatro filmes no top 20 - cinco se "Linhas de Wellington" superar as críticas iniciais - e provavelmente terá dois no top 5.

    Já sabíamos que o sexo vende. Três dos quatro primeiros na lista provam-no.
    Achamos que literatura vendia, mas nem na ficção ("O Mistério da Estrada de Sintra", 30000), nem no documentário ("José e Pilar", 26600), nem sequer no biopic ("Florbela", 40700) os nossos autores conseguiram números fabulosos. Sabemos que a adaptação de Eça não está em primeiro pela fiel transposição e a coincidência de "Uma Aventura na Casa Assombrada" ter chegado à tela quando uma das autoras era Ministra também deve ter tido mais peso no seu sucesso que a fama da obra.
    Ter realizadores convidados tambem seria uma boa ideia se os resultados de Ruiz, Saura e Cronenberg não fossem uma desilusão. Claro que "Comboio Nocturno para Lisboa" vai provar que ainda se pode pensar assim, mas até lá foram os autores nacionais os principais contribuidores para o nosso cinema.

    O que é então necessário para ter um sucesso de bilheteiras nas mãos? Pelos vistos basta ter um produto sem ambições de conquistar prémios, sem perspectivas de vender ao estrangeiro, mas vocacionado para o público e feito a pensar nele. Ajuda muito se for de encontro a uma necessidade premente do público que, mesmo não sabendo, esperou uma década para ver esse trabalho.
    Agora se o querem fazer em três anos ou em dois meses é um mero detalhe ao gosto de cada um.

    6 de setembro de 2012

    5 de setembro de 2012

    4 de setembro de 2012

    3 de setembro de 2012

    2 de setembro de 2012

    "Balas&Bolinhos - o Último Capítulo" por Nuno Reis

    Ontem foi o dia pelo qual tanta gente aguardou cerca de oito anos. Se o primeiro filme foi uma completa surpresa e o segundo um fenómeno, este terceiro sempre descrevi como o primeiro blockbuster português. No Verão do ano passado acompanhei a rodagem e vi várias cenas que não sabia como encaixariam no produto final. Após um ano finalmente tudo fez sentido.

    Na chegada ao Rivoli a multidão correspondia às expectativas. Os mais de 700 lugares estavam esgotados - se mais houvesse, mais venderiam - e como as portas só abririam depois das 21 horas, os espectadores formaram um magote no exterior. Quando as vedetas chegaram tiveram uma recepção eufórica.
    Ao entrar para o Rivoli tive aquela habitual sensação de regresso ao Fantas - as primeiras mil vezes que entrei no Rivoli foram para o festival, por isso para mim entrar lá por outro motivo é sempre confuso - mas por alguma razão (o segundo filme ter estreado no Fantas? a sala estar cheia?) isto fazia sentido. O “Balas” estava em casa.
    De notar ainda que não me recordo de mais algum filme nacional ter tido tal aparato de lançamento e certamente que não foi no Porto.

    Quando começa a projecção há uma sensação de estarmos no filme errado. Não se preocupem, é mesmo assim. O “Balas 3” vai buscar inspiração a diferentes géneros e épocas. Tão depressa estamos num filme de artes marciais com cinquenta anos, como vemos planos usados por um John Woo ou um Alfred Hitchcock. Mesmo com tudo isso, 95% deste trabalho pode apenas ser comparado ao universo Balas, o mais bem sucedido projecto amador do cinema nacional que finalmente se juntou ao cinema profissional. Além da grande variedade temática no argumento, percorreram o país em busca das melhores localizações, usaram câmaras topo de gama, fizeram tudo para que fosse um motivo de orgulho do cinema nacional. Ao longo destas duas horas acontece tudo o que se esperava. Tone volta novamente do estrangeiro para fazer a diferença (nada de persianas), Rato continua a ser um artista, Culatra anda envolvido em novos esquemas e Bino, bem, Bino é das figuras mais únicas da ficção nacional.
    Neste último capítulo volta a haver um tesouro perdido, mas agora há muitas mais armas, explosões e inimigos. Se num instante parece que estamos numa média produção de Hollywood, logo aparece um destes quatro indivíduos com um palavrão ou uma atitude completamente estúpida a provar que é, ainda e sempre, um Balas e Bolinhos, autêntico e português.

    O público-alvo é claramente quem gostou dos anteriores. A esses garanto que não se sentirão defraudados com o aumento na qualidade de produção. Para os restantes poderá ser um pouco difícil de ver. O ordinário tem uma enorme presença que pode ferir susceptibilidades. Mas quem são os restantes? Se viram os dois primeiros para se prepararem para este e mesmo assim quiseram ir ao terceiro, sabem bem ao que vão. Todo o material promocional previne que a linguagem é extremamente ofensiva e os actores convidados Fernando Rocha e Jaimão não são conhecidos pelas palavras doces. Os outros convidados como Jel/Nuno Duarte, Octávio Matos e Francisco Menezes também facilmente se adaptam a este mundo trazendo novas personagens inesquecíveis. É um novo Balas feito para os fãs e para revitalizar o cinema português.

    Se ficarem até ao final dos créditos poderão ver os bloppers habituais, mas a seguir ainda há melhor: o Antestreia está nos agradecimentos pela intensa campanha de apoio. E não é só, tenho outro dos meus empregadores favoritos entre as entidades listadas fazendo com que me identifique muito com este projecto e lhe deseje todo o sucesso.

    A ovação final foi tal que superou mesmo as minhas melhores expectativas. Não me lembro de aquela sala ficar assim ao rubro muitas vezes. Isso faz supor que o público gostou, mas de qualquer forma a pressão está enorme. Há dias outra produção nacional - Morangos com Açúcar - arrasou os recordes de bilheteira com o melhor resultado para primeiro dia que um filme de imagem real conseguiu este ano. Com apenas 25 salas. Se esse recorde cair uma semana depois e novamente para uma produção nacional (Balas vai ter mais de 40 salas), só nos podemos dar por contentes. Enquanto competimos em festivais de topo como Veneza e Nova Iorque contra alguns dos melhores filmes do mundo, temos dois blockbusters por cá a agradar às massas. 2012 pode muito bem ser o melhor ano de sempre para o cinema nacional.


    Balas&Bolinhos - o Último CapítuloTítulo Original: "Balas&Bolinhos - o Último Capítulo" (Portugal, 2012)
    Realização: Luís Ismael
    Argumento: Luís Ismael
    Intérpretes: Luís Ismael, J.D. Duarte, Jorge Neto, João Pires, Jason Ninh Cao, Octávio Matos, Francisco Menezes, Fernando Rocha
    Música: Filipe Damião
    Fotografia: Edgar Sousa
    Género: Acção,Aventura,Comédia,Crime,Drama
    Duração: 125 min.
    Sítio Oficial: http://balas3.ofilme.pt

    O blogger foi à antestreia a convite da LightBox..

    1 de setembro de 2012

    Reserva de bilhetes para "Balas e Bolinhos 3"


    Daqui a menos de 12 horas estarei a ver o filme. Quem não vai à antestreia pode desde já reservar o bilhete para dia 6 para as salas ZON Lusomundo Colombo, MaiaShopping, NorteShopping e Parque Nascente aqui.

    O filme vai ser exibido em mais de quarenta salas de todo o país estabelecendo um novo máximo para um filme nacional nos últimos dois anos.