31 de maio de 2012

Posters, banners e TV spots de "The Dark Knight Rises"

Antecipando um dois filmes mais aguardados do Verão, aqui está todo o material promocional do úlrimo capítulo da trilogia do morcego.







(basta carregar para mudar)





30 de maio de 2012

Woody Allen sempre igual a ele mesmo


Se há cineasta que pode ser reconhecido apenas pelo genérico é Allen. O blog Cinema Is My Life fez uma compilação onde se nota a predominância da fonte Windsor em fundo negro.
Ver um título assim escrito faz o filme parecer bom ainda antes de começar.


What's Up Tiger Lilly (1966)


Take the Money and Run (1969)


Bananas (1971)


Everything You Always Wanted to Know About Sex * But Were Afraid to Ask (1972)


Sleeper (1973)


Love and Death (1975)


Annie Hall (1977)


Interiors (1978)


Manhattan (1979)


Stardust Memories (1980)


A Midsummer Night's Sex Comedy (1982)


Zelig (1983)


Broadway Danny Rose (1984)


The Purple Rose of Cairo (1975)


Hannah and Her Sisters (1986)


Radio Days (1987)



September (1987)


Another Woman (1988)


Oedipus Wrecks


Crimes and Misdemeanors (1989)



Alice (1990)


Shadows and Fog (1991)


Husbands and Wives (1992)


Manhattan Murder Mystery (1993)


Bullets Over Broadway (1994)


Don't Drink the Water (1994)


Mighty Aphrodite (1995)


Everyone Says I Love You (1996)


Deconstructing Harry (1997)


Celebrity (1998)


Sweet and Lowdown (1999)


Small Time Crooks (2000)


The Curse of the Jade Scorpion (2001)


Hollywood Ending (2002)


Anything Else (2003)


Melinda and Melinda (2004)


Match Point (2005)


Scoop (2006)


Cassandra's Dream (2007)


Vicky Cristina Barcelona (2008)


Whatever Works (2009)


You Will Meet a Tall Dark Stranger (2010)


Midnight in Paris (2011)


29 de maio de 2012

"Dario Argento's Dracula 3D" por Nuno Reis

Estamos numa época controlada por vampiros. Depois de sagas juvenis, de série televisivas e de um ano de 2011 particularmente rico com o remake de “Fright Night, a incursão de Mary Harmon no género e o regresso de Coppola, 2012 tem duas referências óbvias se bem que não muito originais. Uma já cá estreou e chama-se “Dark Shadows”. A outra é a visão do conceituado Dario Argento da lenda de Bram Stoker.

Fugindo um pouco à história que conhecemos pelos olhos de Coppola, aqui Jonathan Harker já é um homem casado. Por sugestão da amiga Lucy vai trabalhar para um bondoso conde que pretende catalogar a inestimável biblioteca. O que Jonathan não sabe é que a verdadeira intenção do Conde é atrair e conquistar a bela esposa de Jonathan cujo retrato viu em casa de Lucy.

Após dois anos de anúncios no Marché, não surpreendeu que o filme estivesse na selecção oficial de Cannes. Argento é um nome lendário do terror e com a adaptação de tão popular história não se podiam fazer de depercebidos. Mas a verdade é que não só o festival não é muito dado ao terror, como o cinema de Argento não é para o público do festival. Em “Dracula 3D” se não fosse precisamente pelo 3D parecia que tinhamos simplesmente voltado trinta anos no tempo, quando o cinema de Argento era ousado e diferente. No século XXI parece fora de moda.

A sexualidade característica do realizador está adequada à história. O seu trio de noivas é composto por Asia Argento como Lucy, um pequeno papel que não tem como correr mal, Miriam Giovanelli como Tanya, a mais sensual, mas quase uma anedota pelo exagero, e finalmente Marta Gastini como Mina, que apesar de bonita é tão insossa e inexpressiva que até dói. Do lado masculino temos Unax Ugalde como um Harker que felizmente demora pouco a desaparecer e Rutger Hauer, a fazer o frete, parece contente pelo pouco tempo que fica em cena. Já Thomas Kretschmann como Dracula foi uma surpresa, mas também por si só não é motivo para ver o filme. Para piorar, falam quase todos num inglês de fugir, dizendo falas que era melhor terem improvisado.

Tecnicamente tem o problema recorrente do hiper-tridimensionalismo (quando até as letras do manuscrito saem do papel) e um abuso dos tons escuros que são obrigatórios no conto de Dracula, mas que precisavam de ser melhor doseados. Também a música de Simonetti nos remete para outra época do cinema recordando um período em que filmes de Argento eram obrigatórios.
Havia muitos outros pontos que podiam ser referidos, mas façamos isto da forma simples. Em suma, tudo o que não foi referido seria para ainda dizer pior. O melhor do filme são os primeiros minutos onde a construção dramática e o sexo são honestos. A partir daí sentimo-nos enganados e nem vendo como comédia se consegue aproveitar.

Dracula 3DTítulo Original: "Dracula 3D" (Itália, França, Espanha, 2012)
Realização: Dario Argento
Argumento: Dario Argento
Intérpretes: Thomas Kretschmann, Marta Gastini, Rutger Hauer, Miriam Giovanelli, Asia Argento, Unax Ugalde,
Música: Claudio Simonetti
Fotografia: Luciano Tovoli
Género: Horror, Romance, Thriller
Duração: 110 min.
Sítio Oficial: http://www.dracula3d.it/

28 de maio de 2012

"On the Road" por Nuno Reis

A obra auto-biográfica de Jack Kerouac “On the Road” chega finalmente ao cinema. A missão de Walter Salles não era fácil e isso nota-se. Primeiro pelas imensas personagens com que nos bombardeia, algo inesperado para quem não conheça o livro, e em segundo porque ao dinheiro extra correspondeu um elenco reforçado, fazendo com que pequenos papéis acabem por ter grandes actores o que será nova decepção para quem viu os posters, mas não conhece o livro. Era o meu caso. Mas façamos as coisas como deve ser e comecemos pelo início.

Esta é a história de três amigos. Sal, o escritor com bloqueio, Carlo, o poeta à espera de inspiração, e Dean, o galanteador. Por vezes a eles junta-se Marylou, mulher do último. Como o título sugere, este é um road movie. Passa-se nos anos 50 quando andar de carro ainda não era para todos e Sal e Dean vivem-no como uma constante necessidade e aventura. Tendo como único guia "Du côté de chez Swann" de Marcel Proust, os dois amigos vão partir em viagens constantes entre New York, Dallas, California, México e outros locais, em cada um deles conhecendo ou encontrando alguém, em cada um deles iludindo-se sobre os propósitos da sua existência.

Não é uma obra para ler ou ver de ânimo leve. É preciso estar predisposto para ver uma aventura numa época em que casar aos 16 é normal, o sexo em grupo ou homossexual é uma aventura que todos os jovens experimentam, o casamento não pressupõe responsabilidades… em suma, o sexo é a razão de viver de toda uma geração. Ao longo de duas horas vamos acompanhar especialmente Sal na sua odisseia. Através da imagem vamos perceber o que ele sente. Através do que ele escreve vamos perceber o que aprende. Através das relações que cria e mantém vamos perceber como cresceu ao longo destas viagens. É uma forma diferente de compreender o sonho americano. Aqui vemos as desilusões e os desafios que permitem ao indivíduo encontrar e lutar pelo seu lugar no mundo.

Mais uma vez é daqueles títulos que engana pelo conceituado elenco desperdiçado. O casal formado por Viggo Mortensen e Amy Adams aparece menos de cinco minutos, Terence Howard e Steve Buscemi são ainda mais fugazes. Mesmo Kirsten Dunst e Alice Braga parecem desaparecer demasiado depressa. Ordenando pelo tempo em cena temos Riley, Hedlund, Stewart, Sturridge, Dunst, Danny Morgan, Braga e depois os outros. Riley foi a escolha certa para liderar este elenco. O seu trabalho em "Control" já fazia prever que se saísse bem, mas está acima das expectativas com a frustração de quem não consegue fazer o que sabe que está destinado a fazer. Hedlund por outro lado rouba o espectáculo. Não é tão constante, mas a personagem também não o é e por entre as variações no estado de espírito são mais as vezes em que brilha do que as em que desilude. Stewart tem a personagem desestabilizadora (ironicamente o maior elo entre eles), mas está em modo automático e nunca chega a explodir. Sturridge está bem. Os restantes têm cada um a sua cena, por umas vezes boa, por outras vezes louca, por vezes simplesmente estranha. Foi engraçado reconhecer Tiio Horn entre tantas estrelas.

O objectivo do filme era retratar uma época e cumpre o seu dever sem deslumbrar. É demasiado parado para ser um digno road movie. Não atinge o elevado patamar do livro nem motivará muito para a sua leitura, apesar de a tradução "Swann’s Way" seguramente ganhar o seu lugar na lista de leitura de muita gente. Merece ser visto nem que seja para matar a curiosidade sobre a beat generation, mas convém descer as expectativas antes.

In the RoadTítulo Original: "In the Road" (Brasil, EUA; França, Reino Unido, 2012)
Realização: Walter Salles
Argumento: Jose Rivera (livro de Jack Kerouac)
Intérpretes: Sam Riley, Garrett Hedlund, Kristen Stewart, Tim Sturridge, Kirsten Dunst, Danny Morgan, Alice Braga, Amy Adams, Viggo Mortensen, Steve Buscemi, Elisabeth Moss, Terence Howard, Tiio Horn
Música: Gustavo Santaolalla
Fotografia: Eric Gautier
Género: Aventura, Drama
Duração: 137 min.
Sítio Oficial: http://www.ontheroad-themovie.com/?lang=en

Vencedores de Cannes

Num ano em que a selecção oficial não convenceu, o vencedor acabou por ser o meu favorito "Amour". Também "Behind the Hills" de Mungiu arrecadou dois prémios, incluindo o de Melhor Actriz para as suas duas estrelas o que foi um pouco surpreendente.
Basil da Cunha teve uma menção honrosa o que faz com que o cinema nacional tenha trazido prémio de San Sebastian, Locarno, Berlin, Cannes, faltando apenas Veneza para ter tido um ano de prestígio ímpar. Mesmo sem isso 2001-2012 foi o melhor ano de sempre do nosso cinema.



Selecção Oficial



Palma de Ouro
"Amour" de Michael Haneke

Grande Prémio
"Reality" de Matteo Garrone

Prémio do Júri
"The Angel's Share" de Ken Loach

Melhor Realizador
Carlos Reygadas por "Post Tenebras Lux"

Melhor Argumento
Cristian Mungiu por Dupa Dealuri

Melhor Actriz
Cosmina Stratan e Cristina Flutur em Dupa Dealuri

Melhor Actor
Mads Mikkelsen em "The Hunt"


Un Certain Regard



Melhor Filme
"Después de Lucia", de Michel Franco

Prémio Especial do Júri
"Le Grand Soir", de Benoît Delépine e Gustave Kervern

Prémio Especial
"Djeca", de Aida Begic

Melhor Actor/Actriz
Suzanne Clément em "Laurence Anyways" e Emilie Dequenne em "À Perde La Eaison"

Quinzena dos Realizadores



Prémio Art Cinema
"No", de Pablo Larraín

Prémio Label Europa Cinemas
"El Taaib", de Merzak Allouache

Prémio Sacd 2012
"Camille Redouble", de Noémie Lvosvky

Prémio Illy de Curta-Metragem
"The Curse", de Fyzal Boulifa

Menção Especial
"Os Vivos Também Choram", de Basil da Cunha

Prémios FIPRESCI



Melhor Filme - Selecção Oficial
"In the Fog", de Sergei Loznitsa

Melhor Filme - Un Certain Regard
"Beasts of the Southern Wild", de Benh Zeitlin

Melhor Filme - Quinzena dos Realizadores
"Rengaine", de Français Rachid Djaïdani

Juri Ecuménico



Melhor Filme
"The Hunt", de Thomas Vinterberg

Menção Honrosa
"Beasts of the Southern Wild", de Benh Zeitlin

Cinefondation



1st Prize Cinéfondation
"DorogaNade Taisia Igumentseva
2nd Prize - Cinéfondation
"Abigail" de Matthew James Reilly
3rd Prize Cinéfondation
"Los Anfitrionesde Miguel Angel Moulet

Caméra d'Or


"Beasts of the Southern Wild", de Benh Zeitlin