18 de julho de 2013

Locarno recorda Paulo Rocha


Como foi já tornado público, a última obra do realizador português Paulo Rocha, “Se Eu Fosse Ladrão… Roubava”, terá a sua primeira exibição pública mundial no próximo Festival de Locarno, durante o mês de Agosto, no âmbito de uma homenagem ao cineasta que inclui ainda a projecção dos seus dois primeiros filmes, “Os Verdes Anos” (que em Locarno ganhou, em 1964, o prémio para melhor primeira obra) e “Mudar de Vida”.

A exibição de todos estes filmes é tornada possível pela Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, entidade à qual Paulo Rocha deixou, em testamento, toda a sua obra e todo o seu património cinematográfico. A Cinemateca levou a cabo todas as operações técnicas necessárias para a apresentação destas obras em Locarno, contando ainda com a colaboração do Instituto do Cinema e Audiovisual para a edição de um folheto promocional dedicado a “Se Eu Fosse Ladrão… Roubava”. A estreia deste último filme no contexto do festival de Locarno corresponde a um desejo manifestado por Paulo Rocha, que pretendia mostrá-lo num festival que fora para ele importantíssimo na fase inicial da sua carreira.

Ao contrário do que tem vindo a ser anunciado, “Se eu Fosse Ladrão… Roubava” não é uma obra inacabada. O filme foi terminado por Paulo Rocha. No momento da sua morte, estavam apenas por realizar pequenas operações técnicas ligadas à feitura das cópias finais – em formato digital, DCP – e à legendagem para apresentação no estrangeiro. A concepção e a execução da obra, que articula uma ficção baseada nas memórias da vida do pai de Paulo Rocha com imagens de quase todos os filmes anteriores do realizador, resultaram da vontade e do trabalho de Paulo Rocha, contando com várias colaborações importantes, nomeadamente as de Regina Guimarães (argumento e diálogos), Edgar Feldman (montagem) e Nuno Carvalho (som).

Os dois filmes iniciais de Paulo Rocha, “Os Verdes Anos” e “Mudar de Vidar”, serão apresentados em cópias da Cinemateca, o primeiro em 35mm, e o segundo numa nova versão restaurada digitalmente pela Cinemateca, num trabalho de restauro que contou com a colaboração do realizador Pedro Costa sob indicações de Paulo Rocha.

Posteriormente, “Se Eu Fosse Ladrão… Roubava” virá a ser exibido e divulgado, em Portugal e no estrangeiro. É ainda intenção da Cinemateca fazer, até ao final do ano, uma nova homenagem a Paulo Rocha, mostrando o conjunto da sua obra, havendo igualmente o desejo de que toda a sua obra venha a ser editada em DVD, assim que possível.

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