30 de abril de 2013

29 de abril de 2013

28 de abril de 2013

"Marty" por Nuno Reis

Ao inscrever o nosso filme num festival conceituado a dúvida é “será que me aceitam?”. Num novo festival é “será que quero ser seleccionado?”. Muita gente tem receio de enviar o filme para o desconhecido. Claro que anos depois, quando o festival cresceu e ganhou prestígio, o orgulho de ter estado lá desde o início compensa tudo isso.
O primeiro vencedor de Cannes foi "Union Pacific" de Cecil B. DeMille. Depois vieram os anos da guerra e o ano de premiar todos os que ficaram pelo caminho. O festival demorou um pouco a retomar a normalidade. Foi em 1955 que apareceu aquele galardão conhecido como Palme d’Or. O seu primeiro vencedor foi Delbert Mann com "Marty", o primeiro dos apenas três realizadores que conseguiram vencer a palma dourada e o Oscar de Realizador com o mesmo filme (os outros foram Wilder e Polanski). Presidente do DGA entre 1967 e 1971, teve em "Marty" - adaptação de um trabalho do próprio para televisão - o ponto alto da carreira.

Marty é um talhante que encontramos a ser massacrado pelas clientes. Todas lhe perguntam quando se casa porque já tem trinta e quatro anos e os cinco irmãos e irmãs mais novos já estão arrumados. Marty não o admite lá, mas confessa mais tarde a um amigo que desistiu de procurar. Está farto de levar tampas, de ser rejeitado, de se deixar levar em sonhos de uma vida a dois. Esta noite de sábado e todas as próximas vão ser para passar em casa, bem descansado.
Claro que não é só isso que o incomoda. Está num ponto de viragem também profissionalmente e tem decisões importantes para tomar. O bom senso diz que é melhor estar concentrado nisso, mas o destino, como sempre, não nos apresenta só uma oportunidade de cada vez. A tia dele, por tanto arreliar a nora, vai despoletar uma série de acontecimentos que vão causar uma reviravolta na vida de Marty.

Mais do que a história de uma vida em particular, é a história de uma vida que pode ser de qualquer um de nós. Solteiro e bom rapaz, um pouco desajeitado com as mulheres, todos dizem que tem de arranjar uma, mas inconscientemente estão a impedi-lo de ter sucesso nessa busca. Só com uma enorme força de vontade, auto-confiança e sorte conseguirá alguém. "Marty" é sobre descobrirmos quem somos e distinguir aquilo que os outros nos dizem de conselhos. A grande interpretação de Ernest Borgnine dá vida a Marty, uma daquelas personagens mesmo autênticas e adoráveis que o cinema ocasionalmente nos traz.

Ganhar a Palma e o Oscar não fizeram muito por “"Marty" que tem sido esquecido ao longo dos anos, ao contrário de outros que mesmo sem os prémios persistem na memória colectiva. Este é um filme muito simpático e intimista que se deve ver por muito dificil que seja encontrar. Se aparecer em algum ciclo, é para aproveitar!
MartyTítulo Original: "Marty" (EUA, 1955)
Realização: Delbert Mann
Argumento: Paddy Chayefsky
Intérpretes: Ernest Borgnine, Betsy Blair, Esther Minciotti, Jerry Paris
Música: Roy Webb
Fotografia: Joseph LaShelle
Género: Drama, Romance
Duração: 90 min.

27 de abril de 2013

Porto7 2013 volta a ser gratuito


Boas notícias para quem quer ver curtas. O festival portuense está de volta ao Rivoli e de volta aos bilhetes com custo 0.
Curtas metragens de 36 países divididas pelas secções de Ficção, Documentário, Animação e Videoclip vão animar a baixa por 5 dias.

Numa pequena nota também relacionada com as curtas, este ano o festival de Curtas-Metragens de Valadares está de volta. Deixou de ser competitivo, mas organizará uma mostra. O site não funciona, mas podem pedir informações pelo Facebook.


26 de abril de 2013

A Cinemateca em Maio

Programa da Cinemateca para Maio. O primeiro com aquele inconveniente de não ter ciclos. Continua a ter bom aspecto dentro do habitual. Só mesmo que lá vai é que poderá dizer se faz diferença porque vendo de fora continua a ter bons filmes e a ser para gostos variados.

25 de abril de 2013

Filmes para 25 de Abril

Neste dia festivo a grande notícia é a caminhada do herói de Salazar para os cinemas.
Para quem quer outra visão de como eram esses tempos, aqui ficam duas curtas de época da Persona Non Grata. Uma das minhas favoritas "Deus Não Quis" de António Ferreira, sobre o Estado Novo. E "O Voo da Papoila" de Nuno Portugal sobre o 25 de Abril, ambos escritos por Miguel Triantafillo.



Cinema para todos

Belas notícias que nos chegam neste dia de orgulho nacional.
O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, anunciou hoje no Parlamento, em Lisboa, que o programa Cinema Português em Movimento vai exibir filmes em 51 localidades do país com carência de oferta cinematográfica entre Junho e Setembro de 2013.

O programa foi anunciado na Assembleia da República, durante uma audição da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. O secretário de Estado referiu que o programa é lançado numa altura em que o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) comemora 40 anos, e que apesar de não estarem previstas celebrações oficiais, será lançado um programa para “promover o cinema português junto das populações que vivem fora dos grandes centros urbanos, ou que habitam em regiões desfavorecidas de oferta cinematográfica”.

De acordo com a tutela, entre Junho e Setembro deste ano, o programa Cinema Português em Movimento vai decorrer em 51 localidades escolhidas entre os 95 concelhos “que entre 2004 e 2012 registaram menos de 500 espectadores não tendo tido nenhuma exibição comercial de filmes portugueses nos últimos nove anos”. Serão projectados apenas filmes portugueses apoiados pelo ICA e que estão fora do circuito comercial, e, segundo Barreto Xavier, serão as câmaras a escolher os filmes.

O ciclo começará pela aldeia de Monsanto. As outras localidades escolhidas são Alcáçovas, Alcoutim, Alfândega da Fé, Almeida, Almodôvar, Alpedrinha, Alte, Alter do Chão, Alvito, Amareleja, Arraiolos, Avis, Barrancos, Belmonte, Casa Branca, Castelo de Vide, Castelo Novo, Cernache de Bonjardim, Ciborro, Crato, Cuba, Évoramonte, Fornos de Algodres, Fronteira, Ladoeiro, Marialva, Marvão, Miranda do Douro, Mogadouro, Monchique, Monforte, Monsaraz, Mourão, Nisa, Penamacor, Penha Garcia, Portel, Proença-a-Nova, Rio de Moinhos, Santo Aleixo da Restauração, Sendim, Sortelha, Terena, Torre e Moncorvo, Trancoso, Viana do Alentejo, Vidigueira, Vila Verde de Ficalho e Vinhais.

24 de abril de 2013

Cinemateca em Maio não terá ciclos

Cinema é sempre Cinema e poucos terão possibilidades de assitir a um ciclo completo, mas é um pouco aborrecido constatar que nem algo tão básico como isto temos.

Ao longo dos últimos meses, devido aos constrangimentos orçamentais, a programação da Cinemateca tem sido baseada cada vez mais na colecção permanente da instituição, o que, pese embora o enorme esforço para manter a qualidade e diversidade da mesma, não pôde deixar de implicar algum afastamento dos padrões que marcaram esta atividade nas décadas anteriores.

É importante lembrar que o trabalho de programação cultural levado a cabo pelas mais importantes cinematecas da FIAF (Federação Internacional dos Arquivos de Filmes) se baseia correntemente na combinação de cópias existentes na instituição com cópias oriundas de fontes externas, nisso incluindo outros arquivos da mesma rede internacional ou distribuidores cinematográficos. É isso que permite a organização de grandes ciclos temáticos ou de autores fundamentais do cinema mundial, para os quais é sempre necessário recorrer, pelo menos, a algumas cópias importadas temporariamente para o efeito, além de ser necessário proceder à sua legendagem electrónica. Foi isso que fizemos ao longo das últimas décadas e é isso que começámos a não poder fazer, numa redução que, em última análise, impede a manutenção dos níveis de referência da atividade anterior.

Neste momento, porém, dois factores limitativos sobrepostos impõem uma restrição ainda mais radical. Por um lado, o recente despacho de Sua Excelência o Ministro de Estado e das Finanças relativo aos compromissos financeiros dos organismos do Estado, tendo caído sobre a fase final da preparação do nosso programa para o mês de Maio, e tornando inviável a directa assunção de compromissos por parte da Cinemateca, impede, para já no que respeita a este mês, o recurso a quaisquer cópias oriundas de fontes externas importadas pela própria Cinemateca, assim como a respectiva legendagem. Por outro lado, a acentuadíssima quebra da receita geral (resultante do decréscimo dos proveitos da taxa sobre a publicidade televisiva) atingiu níveis que, doravante, a menos que haja possibilidade de um reforço, inviabilizam quaisquer encargos com aluguer, transporte ou legendagem electrónica de cópias.

Em resultado disto, a Cinemateca anuncia para o próximo mês de Maio um programa de características distintas do habitual, em que, à excepção do que é importado temporariamente no âmbito de parcerias previamente acordadas (neste caso, com a FLAD), e uma vez que se trata exclusivamente de material existente no acervo (próprio ou depositado) da instituição, o princípio organizador é apenas o das sessões individuais, sem os normais ciclos temáticos ou de autor.

Em 24 de Abril de 2013
A Direcção da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema

Continuo a achar que com números claros de quanto se poderia gastar por filme, se conseguia dar automomia à Cinemateca. Enquanto esta não sair do buraco nenhuma outra pode aparecer.

23 de abril de 2013

Cinema e Arquitectura



CINEMA ÀS SEXTAS - CICLO CINEMA DE ARQUITECTURA EM MAIO
A Sétima Arte vai dominar as atenções em Maio na Ordem dos Arquitectos. Todas as sextas-feiras ao final do dia, o auditório da Ordem dos Arquitectos abre-se, sempre às 21h30, para uma sessão de cinema de arquitectura, num total de cinco ao longo do mês. A iniciativa resulta de uma parceria entre a OASRS e a Zero em Comportamento.

O ciclo prevê a exibição de fimes, seguida em alguns casos, de uma conversa com convidados. Pelo Auditório da OA passarão os realizadores Graça Castanheira, Tiago Hespanha, Filipa Reis e João Miller Guerra, bem como João Roquette, CEO do Grupo Esporão, e os arquitectos José Charters Monteiro e João Botelho do atelier João Botelho+Miguel Oliveira Arquitectos.
Os bilhetes, à venda no próprio dia de exibição no edifício da Ordem dos Arquitectos, são de 2,50€ para membros da OASRS, de 3,00€ para público em geral e 12,50€ para o ciclo completo.


PROGRAMA EM SÍNTESE
3 de Maio - 2 filmes: “Quinta dos Murças – O Projecto” e Alto Relevo – Canto ao Douro e ao Vinho + Conversa com Graça Castanheira, Pedro Roquete e João Botelho.
Degustação de vinhos, cortesia Quinta dos Murças.
10 de Maio - “The Human Scale”
17 de Maio - 3 curtas: “The Future Will not be Capitalist”, “Unfinished Italy” e “Bela Vista” + Conversa com Filipa Reis, João Miller e José Charters Monteiro.
24 de Maio - “The New Rijksmuseum”
31 de Maio - “Mark Lewis: Nowhere Land” + Conversa com Tiago Hespanha.




PROGRAMA EM DETALHE
3 de Maio, 21h30
Quinta dos Murças – O Projecto
Graça Castanheira, 40', 2011, Portugal, Esporão + Pop Filmes 2011
A história por trás do novo momento do Esporão com os vinhos do Douro.
Trailer: https://vimeo.com/20267537

Alto Relevo – Canto ao Douro e ao Vinho
Graça Castanheira, 14’, 2011, Portugal, Esporão + Pop Filmes 2011
Para celebrar o lançamento dos vinhos da Quinta dos Murças, o Esporão decidiu encomendar um filme documentário à realizadora Graça Castanheira. O "Alto Relevo" nasce da visão da realizadora sobre o Douro e o Vinho.

10 de Maio, 21h30
The Human Scale
Andreas M. Dalsgaard, 2012, 77’, Dinamarca
Trailer: https://vimeo.com/51436648
50 por cento da população mundial vive em áreas urbanas. Em 2050, este número crescerá 80 por cento. A vida numa mega-cidade é ao mesmo tempo encantadora e problemática. Hoje enfrentamos o pico da exploração petrolífera, mudanças climáticas, solidão e problemas de saúde dramáticos por causa do nosso estilo de vida. Porquê? O holandês Jan Gehl, professor e arquitecto, estudou o comportamento humano nas cidades durante 40 anos e documentou a forma como as cidades modernas repelem a interacção humana. Gehl defende que podemos construir cidades de forma a respeitarem as necessidades humanas de inclusão e intimidade.
The Human Scale consulta pensadores, arquitectos e urbanistas em todo o mundo, questionando as nossas presunções sobre modernidade, explorando o que sucede quando se colocam as pessoas no centro do nosso planeamento.

17 de Maio, 21h30
1 - The Future will not be Capitalist
Sasha Pirker, 20’, 2010, Áustria | Sixpack Film
Trailer: https://vimeo.com/59052487
No final dos anos 60 do século passado, Óscar Niemeyer desenhou o quartel-general do partido comunista francês. Este filme estuda a relação entre este edifício, com as suas características futuristas, e a situação contemporânea de projectos políticos, realidade económica e atitudes estéticas. São utilizados diferentes métodos cinematográficos para fornecer diferentes pontos de vista sobre este tão incomum edifício enquanto um espaço fisíco, uma insttuição e um documento histórico, analisando assim o seu efeito estético, a sua utilização, o seu uso e o seu sentido politico e simbólico.

2 - Unfinished Italy
Benoit Felici, 33’, 2011, Itália | Zelig Film
Edifícios num limbo entre a perfeição e o nada. Desistiram deles a meio da construção e tornaram-se ruínas antes mesmo de serem usados. Estes edifícios fazem parte da paisagem arquitectónica de Itália. O filme estuda o valor potencial dos prédios inacabados em Itália e a capacidade do homem para adaptá-los às suas necessidades diárias. Estas ruínas, cujo futuro já passou e cujo presente carrega o sabor de uma eterna espera, são um convite para meditarmos sobre o tempo.
Trailer: http://vimeo.com/17796072

3 - Bela Vista
Filipa Reis e João Miller Guerra, 30’, 2012, Portugal | Vende-se Filmes
Vivências, palavras, gestos e olhares cruzam-se à nossa frente, num caos ordenado pelo quadriculado das janelas e varandas. Fileiras de prédios interligados por corredores debruçados sobre pátios. Portões definem a propriedade de cada um. A geometria da vida de um bairro: a Bela Vista.

24 de Maio, 21h30
The New Rijksmuseum
Oeke Hoogendijk, 120’, 2008, Holanda, Pieter van Huystee Film
Trailer: https://vimeo.com/59052519
A demolição e o desmantelamento deveriam dar origem a algo novo e belo, mas revelou-se mais fácil destruir do que construir. Desde o início, a renovação do Rijksmuseum pareceu assombrada por múltiplas comissões, pela Associação dos Ciclistas de Amesterdão, por diversos regulamentos para a construção e por muita “politiquice”, pelo que a reabertura teve de ser adiada diversas vezes. Os anos foram passando e a frustração ganhou terreno.

31 de Maio, 21h30
Mark Lewis: Nowhere Land
Reinhard Wulf, 82’, 2011, Alemanha
Trailer: https://vimeo.com/59052139
O documentário é a segunda longa-metragem de Reinhard Wulf depois do sua estreia com "James Benning - Circling the Imagem" (2003) que acompanha o artista canadiano Mark Lewis em trabalho em Toronto. Normalmente projectados em loop, os pequenos e silenciosos filmes de Mark Lewis - a maior parte gravados em Londres e Toronto -, exibem áreas urbanas e arquitectura moderna. Os filmes exploram meios cinematograficos básicos e mais recentemente técnicas de projecção mais sofisticadas.
Mark Lewis nasceu em 1957 em Hamilton, no Canadá. Vive em Londres. Representou o Canadá na Bienal de Veneza 2009.
O documentário acompanha o artista enquanto gravava o seu filme mais recente "Mid Day Mid Summer, Corner of Yonge and Dundas", num cruzamento no centro de Toronto. Enquanto regressa a locais na cidade e às paisagens deslumbrantes de Algonquin Park, onde filmou a sua obra anterior, Mark Lewis fala eloquentemente do seu interesse pela arquitectura, o seu fascínio por não-lugares, os seus métodos de trabalho e as suas convicções como artista e realizador.

CINEMA ÀS SEXTAS
Ciclo de Cinema de Arquitectura
Maio - 3, 10, 17, 24 e 31 às 21h30
Auditório da Sede da Ordem dos Arquitectos
Bilhetes: membros OASRS - 2,50 € | público - 3,00 €, Ciclo completo - 12,50
Organização:
Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos com a Zero em Comportamento
Apoios: Quinta dos Murças

22 de abril de 2013

A película ameaçada de extinção

A Federação Internacional de Arquivos Fílmicos (FIAF) deverá pedir à UNESCO para declarar o cinema analógico Património Mundial da Humanidade, propuseram hoje o director de fotografia Guillermo Navarro e a artista Tacita Dean.

Não podemos permitir que a película desapareça porque seria um genocídio cultural diz o oscarizado director de fotografia.

Claro que é preciso proteger o analógico, mas o mudo e o preto e branco não desapareceram só porque veio algo novo. Se formos a entrar em extremos, podemos dizer que as curtas e o 2D só sobrevivem porque são mais formatos baratos de filmar!

O suporte, a cor, o som, o país, são detalhes que fazem parte do filme e o tornam único e inimitável. Mas um Filme daqueles com F grande, é algo demasiado grande para ser decomposto. É como dizer que querem proteger um corte de cabelo porque ao falar com alguém que antes usava esse penteado, se distraem com o novo aspecto do cabelo e não prestam atenção ao que essa pessoa diz. O aspecto ajuda a conhecer a personalidade, isso é mais do que sabido, mas a mensagem está além do visível. É uma mistura da comunicação oral e gestual.

Da mesma forma que para "Zelig" foi preciso encontrar os técnicos que ainda sabiam operar com as máquinas antigas, o maior receio deles não deve ser que a película desapareça, mas que a técnica se perca. Ora isso nunca acontecerá, tal como a fotografia permanece em ambos os formatos. O digital tornou o primeiro contacto com a arte mais acessível, o que vai permitir criar mais e melhores artistas. Mas os verdadeiros artistas, saberão sempre quando devem usar um suporte ou o outro. Mesmo que não o façam para o público.

A película está longe de desaparecer e este movimento só faz sentido se for visto como um gesto simbólico. O Cinema (e alguns filmes em particular) é património da humanidade quer queiram quer não.

21 de abril de 2013

Televisão na internet


Que o mercado das séries televisivas é o mais afectado pela internet todos sabemos. Um episódio ao estrear num país fica imediatamente disponível para todo o mundo.
A hipótese de vender episódios online nos sites dos canais ou plataformas indepndentes como o Hulu não estão a ter o sucesso esperado em comparação com a versão ilegal/gratuita. No entanto a Amazon que conhece o online como poucos está a entrar nesse mercado sem medo (oferecem o piloto de Zombieland a custo zero!).

Ponho-me a pensar:
De que forma fazer séries para internet pode ajudar mentalidades?
Quantas visitas são necessárias para que a publicidade no site compense o custo de produção?
Dentro de vinte anos quando as boxes permitirem fintar a publicidade e todo o conteúdo estiver online, quais serão as fontes de receita das televisões? Farão conteúdos para o online?

Estamos a viver o início de uma revolução dos media, só ainda não percebemos até que ponto os pesos-pesados se vão adaptar aos novos tempos, ao aparecimento de novos intervenientes, e aos novos públicos que exigem tudo imediatamente em vez de se regerem pela regra ultrapassada de cumprir os horários.

20 de abril de 2013

Melhores Filmes: Março

Este mês que passou houve maia discordâncias do que o habitual entre mim e a média do grupo, mas também me faltaram alguns dos unanimemente bons pelo que pode ter sido apenas uma questão de pontaria.

1

Jagten

A Caça
Thomas Vinterberg8,2
2

Blancanieves

Branca de Neve
Pablo Berger8
3

En Kongelig Affære

Um Caso Real
Nikolaj Arcel7,5
4

L'Enfant d'en Haut

Irmã
Ursula Meier7,33
5

De Rouille et d'Os

Ferrugem e Osso
Jacques Audiard7,29
6

Side Effects

Efeitos Secundários
Steven Soderbergh7
7

Seven Psychopaths

Sete Psicopatas
Martin McDonagh6,89
8

Promised Land

Terra Prometida
Gus Van Sant6,63
9

Robot and Frank

Robô e Frank
Jake Schreier6,33
10

The Croods

Os Croods
Chris Sanders, Krik DeMicco6,25
11

Mama

Mamã
Andrès Muschietti6
12

Deep Blue Sea

O Profundo Mar Azul
Terence Davies5,86
13

The Tall Man

The Tall Man - O Homem das Sombras
Pascal Laugier5,2
14

Comboio Noturno Para Lisboa

Comboio Noturno Para Lisboa
Bille August4,75
15

Oz, the Great and Powerful

Oz: O Grande e Poderoso
Sam Raimi4,67
16

Safe Haven

Um Refúgio Para a Vida
Lasse Halström3,25

19 de abril de 2013

Nostalgia... Anita em DVD

Quem achava que o mercado de antiguidades de conteúdos audiovisuais estava a abrnadar, pode ficar chocado. A ZOM vai lançar a colecção Anita em DVD. Uma colecção de livros que atingiu uma fama sem igual, vai tentar rentabilizar esse culto com uma nova geração e num novo formato.

Anita, a mais famosa personagem dos livros infantis, está de volta para encantar os mais novos, desta vez em DVD, com a chancela da ZON Audiovisuais. A primeira adaptação em vídeo das aventuras desta personagem universal e intemporal estará à venda a partir de 24 de Abril, nos locais habituais. Anita e o Dia da Mãe” e “ Anita salva a Árvore” são os primeiros dois lançamentos da série, que inclui 15 capítulos, com um preço de venda de aproximadamente 10€ cada.

Sobre a série “Anita”

Anita é uma referência da cultura portuguesa: a menina que acompanhou avós, mães e filhas está agora disponível em DVD, também para as netas. Depois de 60 livros, com 15 milhões de exemplares vendidos em Portugal, as aventuras da Anita regressam numa série de animação produzida por Les Armateurs.

Com a duração de 12 minutos cada episódio conta uma história onde Anita descobre o mundo, com situações do quotidiano, convidando os mais pequenos a acompanhar a conhecida personagem e a aprender com ela. Educativa, Anita ensina a valorizar os amigos, promove o espírito curioso das crianças e o respeito pela natureza. A série apresenta uma forte envolvente visual e referências que cativam facilmente as crianças no universo da Anita.

Dar 10€ por um episódio de 12 minutos é excessivo, mas até estou curioso para saber como aquelas histórias seguramente datadas se enquadram no século XXI. Quem for comprar é favor dizer o que achou.

18 de abril de 2013

Selecção oficial em Competição para Cannes 2013

Esta edição de Cannes mantém a tradição de convidar os anteriores nomeados e por isso encontramos muitos nomes nossos conhecidos e aspenas quatro novidades.

Dos estranhos os favoritos são Asghar Farhadi, vencedor de Berlim e Tribeca e realizador do oscarizado "A Separation", e Abdellatif Kechiche (ganhou prémios em Veneza com "Venus Noire" e " La Graine et le Mulet"). O inesperado Arnaud des Pallières com um elenco muito europeu que inclui Danis Lavant, Mads Mikkelsen, Bruno Ganz e Sergi López poderá ser o grande outsider. Uma agradável surpresa foi a inclusão do mais recente filme de Alex Van Warmerdam que em 1994 foi seleccionado para o Fantas.

"Behind the Candelabra" de Steven Soderbergh (4a)
"Borgman" de Alex Van Warmerdam (1a)
"Un Chateau en Italie" de Valeria Bruni-Tedeschi"The Great Beauty (La Grande Bellezza)" de Paolo Sorrentino (2a)
"Grisgris" de Mahamat-Saleh Haroun (2a)
"Heli" de Amat Escalante (2a)
"The Immigrant" de James Gray (4a)
"Inside Llewyn Davis" de Joel e Ethan Coen (3a)
"Jimmy P (Un Indien des Plaines)" de Arnaud Desplechin (5a)
"Just 17 (Jeune & Jolie)" de François Ozon (2a)
"Like Father Like Son (Soshite Chichi Ni Naru)" de Koreeda Hirokazu (3a)
"Michael Kohlhaas" de Arnaud des Pallières (1a)
"Nebraska" de Alexander Payne (2a)
"Only God Forgives" de Nicolas Winding Refn (2a)
"The Past (Le Passé)" de Asghar Farhadi (1a)
"Straw Shield (Wara No Tate)" de Takashi Miike (2a)
"Tian Zhu Ding" de Zhangke Jia (3a)
"Venus in Fur (La Venua a la Fourrure)" de Roman Polanski (3a)
"La Vie D'Adele" de Abdellatif Kechiche (1a)


17 de abril de 2013

Novo festival para o cinema nacional


O Portugal Fantástico juntou-se ao Teatro Rápido para levar o cinema nacional ao Chiado. A partir de Junho, mensalmente, nas segunda e última 5ª Feira de cada mês, às 21h30, serão exibidas várias curtas-metragens nacionais no magnifico espaço do bar lounge do Teatro Rápido.

As mostras serão exibidas no âmbito do "PFShortsFest" onde, em cada sessão, uma das curtas-metragens será escolhida pelo público como a a melhor da sessão. Trimestralmente, as seis curtas-metragens escolhidas como melhores em cada sessão, estarão presentes numa mostra final onde será seleccionada a vencedora à qual será atribuído um prémio.

É aidna dada a possibilidade de realizadores de videoclips e animação apresentarem os seus trabalhos nas sessões do PFShortsFest.

A primeira edição será num dia que nos é muito querido: o décimo aniversário do blog.

16 de abril de 2013

Avanca 2013 começa na Letónia


Filmes de animação presentes no Avanca 2012 são exibidos em Alūksne

O primeiro momento do festival internacional de cinema AVANCA 2013 irá acontecer já no próximo dia 23 de Abril na cidade de Alūksne, no nordeste da Letónia.

Um conjunto de oito curtas-metragens de animação, seleccionadas de entre os filmes que em Julho último foram exibidos em competição no festival AVANCA, serão projectados nesta cidade, situada nas margens do lago de mesmo nome, perto da fronteira com a Estónia e a Rússia.

"15 Bilhões de Fatias de (-t) + Deus" de Cláudio Jordão e "Lágrimas de um Palhaço" de Cláudio Sá, serão os filmes portugueses em exibição, no contexto deste evento.

O filme alemão "Loom" de Jan Bitzer, Ilija Brunck e Csaba Letay, vencedor do Prémio Animação no AVANCA 2012 e "Borderline" do suiço Dustin Rees, distinguido com uma Menção Especial Animação no mesmo evento, fazem parte desta selecção de obras em exibição.

A programação é complementada pelos filmes "Koffie" (Holanda) de Sjaak Rood, "Itsihitanantsu" (Rússia) de Natalia Ryss, "Moirai" (Alemanha) de Kerstin Unger, Jasper Diekamp e "Prohveti Sünd" (Estónia) de Rao Heidmets, realizador de quem o AVANCA tem regularmente exibido a sua obra, tendo em 2000 dirigido em Avanca um workshop sobre animação de bonecos tridimensionais.

Todos estes filmes tiveram estreia no nosso país no decorrer do AVANCA 2012 – Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia.

Esta 1ª Mostra de Animação do AVANCA 2012 em Alūksne, é a primeira colaboração entre o festival e a instituição local ABJC (Alūksnes Bērnu un Jauniešu Centrs), programada por Clarissa Rodrigues e Eunice Castro.

Esta iniciativa de partilha audiovisual entre as duas vilas procura estabelecer uma primeira ponte entre dois países dos extremos da Europa.

Sendo a primeira vez que o Festival de Cinema AVANCA realiza uma extensão nos países Bálticos, esta não é no entanto a primeira vez que o festival se apresenta noutros países. Anteriormente o AVANCA foi alvo de mostras em Cuba, França, Grécia, Itália e Japão, mantendo parcerias com diversas organizações internacionais.

Entretanto, ultimam-se os preparativos para o AVANCA 2013 que este ano irá acontecer a partir de 20 e terá a sua competição internacional entre 24 e 28 de Julho próximo. Sendo habitualmente uma organização do Cine-Clube de Avanca com a Câmara Municipal de Estarreja, conta com o apoio do ICA/Secretaria de Estado da Cultura, IPDJ, Região de Aveiro, Junta de Freguesia, Agrupamento de Escolas e Paróquia de Avanca, para além de várias entidades locais.

15 de abril de 2013

Vencedores dos MTV Movie Awards 2013

Uma das cerimónias de prémios mais ignoradas do ano e no entanto, uma das que mais diz sobre quais são os gostos do público. Este ano primou pela qualidade (dentro do possível), homenageando actores que até foram nomeados a Oscar e filmes que no geral não desapontaram.
Ou os gostos do público melhoraram, ou os da crítica pioraram, ou a MTV começou a perceber o que tinha de fazer para recuperar algum crédito.

Melhor Filme

“The Avengers”

Melhor Actor

Bradley Cooper, “Silver Linings Playbook”

Melhor Momento WTF

Jamie Foxx and Samuel L. Jackson, “Django Unchained”

Melhor Luta

“The Avengers”

Trailblazer Award

Emma Watson

Mleohr Beijo

Jennifer Lawrence e Bradley Cooper, “Silver Linings Playbook”

Génio da Comédia

Will Ferrell

Prémio Revelação

Rebel Wilson, “Pitch Perfect”

Melhor Actuação em tronco nu

Taylor Lautner, “Breaking Dawn, Part 2″

Melhor Vilão

Tom Hiddleston, “The Avengers”

Prémio Geração MTV

Jamie Foxx

Melhor Performance Musical

Rebel Wilson em “Pitch Perfect”

14 de abril de 2013

Poster e trailer para "The Bling Ring"

"The Bling Ring" de Sofia Coppola

Um grupo de adolescentes obcecados com a fama controla as celebridades online para lhes poder invadir e roubar as casas.The Bling Ring
Imdb
Sofia Coppola volta a embrenhar-se no mundo dos famosos para os mostrar como vítimas ("Lost in Translation" - a solidão da fama, "Somewhere" - o que se deixa para trás). E parece que Emma Watson faz uma dança interessante.

13 de abril de 2013

Trocar Cannes por Nocturna

Algumas pessoas já o sabem, é hora de o tornar oficial. Este ano o Antestreia não vai a Cannes. Pela primeira vez em seis anos não estaremos na Plage de Palme a acompanhar as novas tendências do cinema mundial. Há vários motivos:
  • enquanto não tiver preços decentes não justifica ir em grupos de menos de quatro pessoas;
  • os filmes não são assim tão bons para se passar uma semana nisso;
  • há coisas melhores para fazer nessa altura como o Black&White (estamos novamente como media partner)
  • há coisas melhores para fazer depois, como a primeira edição do Nocturna que promete ser um dos grandes eventos do cinema fantástico durante muitos anos e que irei acompanhar desde o início pela SFW Portugal;
  • sobra mais tempo para trabalhar no site.

    E o melhor é que agora sobram dias de férias para ir a outros festivais. A pergunta difícil é, daqueles que ainda não são acompanhados pelo Antestreia, quais são os imperdíveis?

  • 12 de abril de 2013

    PANORAMA - 7ª Mostra do Documentário Português

    O PANORAMA - 7ª Mostra do Documentário Português, organizado pela Apordoc - Associação pelo Documentário e pelo Arquivo Municipal de Lisboa - Videoteca, realiza-se de 3 a 11 de Maio, no Cinema São Jorge, na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema e no Teatro do Bairro.

    Dedicada à exibição de documentários portugueses, esta mostra não competitiva exibirá filmes incluídos em duas grandes rubricas: sessões Contemporâneas, que incluem filmes produzidos maioritariamente em 2012; e sessões Percursos do Documentário Português, com filmes da época/autores do tema selecionado em cada ano.
    Este ano, a Mostra vai contar com um novo espaço de programação intitulado Lisboa, que dará visibilidade a um conjunto de olhares sobre as componentes sociais, culturais e arquitectónicas da capital portuguesa. "Pensamos que existe aqui um fértil universo que merece um olhar mais atento, potenciando assim uma maior reflexão sobre a cidade que deu luz ao PANORAMA", referem os programadores da mostra. No Teatro do Bairro será apresentada uma selecção do que se viu no Doclisboa’12.

    No ano em que a cidade de Guimarães foi Capital Europeia da Cultura e o Festival de Curtas Metragens de Vila do Conde comemorou 20 anos, o PANORAMA mostra uma seleção de documentários produzidos nesses contextos específicos, filmes que retratam, de uma ou outra forma, as memórias e vivências dessas cidades e sua região envolvente.

    E, mais uma vez, na rubrica Percursos no Documentário Português, o PANORAMA revisita a história do cinema português, centrando-se no tema Documentário no Cinema Novo e na produção documental da década de 1960 e inícios de 1970, momentos cruciais para o cinema nacional, fundador do trabalho de autores como Fernando Lopes, Paulo Rocha, Manuel Costa e Silva, José Fonseca e Costa, Manuel Faria de Almeida, António de Macedo, João César Monteiro, António-Pedro Vasconcelos, António Escudeiro, Alfredo Tropa e Fernando Matos Silva.

    A Mostra do Documentário Português teve a sua primeira edição em 2006 e, desde o primeiro momento, pretende ser um espaço privilegiado para dar a conhecer documentários feitos em Portugal ou por portugueses, contribuindo para um encontro entre quem faz e quem vê. É uma plataforma de exibição e discussão, um lugar onde o documentário português é retratado de forma abrangente, na sua diversidade e riqueza, procurando perceber caminhos futuros.

    O PANORAMA procura constituir um retrato largo e desafogado da paisagem documental portuguesa, apresentando um conjunto de filmes de cada ano de produção.

    Páginas oficiais: www.panorama.org.pt / www.facebook.com/PanoramaMostra

    11 de abril de 2013

    FESTin terminou com 11 prémios atribuídos

    Na 4.ª edição do FESTin, o júri constituído por Rosa Helena Volk, Pedro Ramalhoso, João Rosário e Sara Carinhas (presidente do júri) elegeu A Coleção Invisível, filme de estreia do realizador Bernard Attal, como a Melhor Longa-Metragem em competição.

    Inspirado num conto de Stefan Zweig, este filme foi também o último trabalho do ator Walmor Chagas, antes do seu falecimento recente. Bernard Attal recebeu o troféu e um prémio monetário no valor de 2.500 euros, proveniente da campanha de financiamento colectivo lançada pelo FESTin na plataforma da Zarpante.

    Pela primeira vez, foi também atribuído o Prémio CPLP, concedido ao filme Cartas para Angola, dos realizadores Coraci Ruiz e Júlio Matos (Brasil), no valor de 1.200 euros.

    O júri atribuiu dois prémios aos melhores actores: Leandra Leal, da longa Bonitinha, mas Ordinária, de Moacyr Góes (Brasil), e a Lázaro Ramos pela interpretação na longa O Grande Kilapy, do realizador Zezé Gamboa (Portugal/Brasil/Angola), que recebeu o prémio em nome do actor.

    Colegas, de Marcelo Galvão, recebeu uma menção honrosa do júri e foi ainda escolhido pelo público como a melhor longa-metragem do festival.

    Na competição de curtas-metragens, o júri composto por Antónia Pimentel, Tiago Bastos e Zeca Brito (Presidente do júri) elegeu Cowboy, do realizador Tarcísio Lara Puiati (Brasil) a melhor curta do FESTin 2013. Para além de um troféu foi ainda atribuído um prémio monetário no valor de 500 euros, igualmente através da campanha de financiamento coletivo através da plataforma Zarpante.

    O júri de curtas-metragens atribuiu ainda três menções honrosas: a Fernanda Montenegro pela sua interpretação na curta-metragem A Dama do Estácio; ao actor português Cristóvão Campos, da curta Nylon da Minha Aldeia, do realizador Possidónio Cachapa (Portugal), que recebeu o prémio em nome do actor; e ainda a Água Boa, Vida Saudável, do realizador são-tomense Kalú Mendes, pela relevância da temática em foco no filme.

    O Bebé, do realizador iraniano, radicado em Portugal, Reza Hajipour foi a curta preferida pelo público.

    10 de abril de 2013

    9 de abril de 2013

    Molly Ringwald recorda "The Breakfast Club"

    Molly Ringwald não teve uma carreira muito famosa, mas aquele clube onde fazia de Claire atingiu um estatuto de culto.
    Quase trinta anos depois tem uma carreira musical e no primeiro álbum recorda o tema ao som do qual o filme acaba: "Don't You" dos Simple Minds.


    Assim não a conseguimos esquecer...

    8 de abril de 2013

    7 de abril de 2013

    Vencedores do OnMoving Film Festival 2013

    Teve lugar no Auditório do FEUP este fim-de-semana o OnMoving Film Festival. Por entre as 22 curtas a concurso, as eleitas como melhores pelo júri composto por Nuno Rocha, José Miguel Moreira e João Alves de Sousa foram:

    Melhor Filme
    "O Rapaz que Ouvia Pássaros" de Inês Rueff e João Seguro

    Melhor Argumento
    "O Som do Silêncio" de Paulo Grade e João Lourenço

    Melhor Edição
    "O Abominável - Nada passa sem ficar" de Telmo Ferraz

    Prémio Jovem Realizador
    Rui Pilão com "Aqui jaz a minha casa"

    Prémio do Público
    "Vermelho como o Teu Nariz" de Francisco Miranda

    6 de abril de 2013

    "G.I.Joe: Retaliation" por Nuno Reis

    Nova ida ao cinema depois do interregno. Preparava-me para escolher o filme quando descobri que sofria de um grave caso de brucewillite. Porque de entre as duas dezenas de títulos disponíveis, estava indeciso entre "Die Hard 5" e "G.I.Joe Retaliation". A hora das sessões pode ter ajudado, mas em qualquer dos casos Bruce Willis é um boa guia para o regresso ao cinema de acção. Para a dose não ser muito forte (e também porque ia ficar chateado pelo micro-papel que deram à menina McClane) comecei pelos Joe. Haveria tempo para o outro e muitos mais filmes noutro dia.

    Confesso que com o tempo melhorei a minha opinião em relação a G.I.Joe Rise of Cobra. Não é uma obra-prima, mas entretém, tem um elenco de qualidade, a história tem o nexo expectável e os efeitos especiais eram bons. Só aquela gralha no cartaz incomodava. Mas se na altura referi que o melhor do filme era o caminho aberto para a sequela, devido ao fracasso financeiro do primeiro capítulo eles optaram por poupar dinheiro e eliminar praticamente todos os actores que pudessem ser reaproveitados. Ou eram demasiado caros (nem por isso), ou tinham carreiras demasiado boas para voltarem a isto (metade deles não). Tendo de recriar os Joe, começaram com uma versão muito low cost onde apenas repetem quatro actores do primeiro filme (cinco se contarmos os três segundos de Vosloo). O corte com o passado foi radical, especialmente porque eliminaram de forma iremediável muitas personagens.
    Nesta sequela aparecem heróis e vilões dos desenhos animados, dos comics e dos filmes “G.I.Joe” que eram populares nos anos 80 e 90. Já ninguém se lembra deles e esse detalhe pode ter sido desnecessário (ou mesmo falta de imaginação), mas é simpático para os fãs que não tomem demasiadas liberdades.

    Para quem viu o trailer não há muito mais a dizer. Os Joe estão numa situação complicada e apenas um homem os pode ajudar. O mundo ainda não sabe, mas depende deles.
    Desenrolam-se duas histórias em paralelo. Uma no mundo ocidental e médio oriente, com tecnologia de ponta e exércitos onde os Joe se movem com naturalidade. Roadblock, Lady Jaye e Flint enfrentam Zartan, Cobra Commander e Firefly. Outra no oriente secreto, onde os Arashikage mantêm as suas tradições e as artes marciais são a única forma de resolver conflitos. Aqui Snake Eyes e Jynx enfrentam Storm Shadow e muitos ninjas. Haverá talvez demasiados ninjas em G.I.Joe, resquícios dos anos 80 onde era fixe. Neste filme não se deixam perder tanto como seria de supor nessa distracção, apesar de se alongarem mais do que o necessário. E o que é certo é que respeita quase integralmente o legado dos comics.

    Muitas acrobacias, mortes e acções heróicas depois, "Retaliation" deixa uma sensação de insatisfação. O primeiro era muito mais completo e mesmo divertido. Esta tenta ser sério e fiel às origens, mas nem entretém nem cativa novos públicos. Fica demasiado fechado no seu mundo de brincar. Se tinha intenção de ruptura com o anterior para dar novo rumo à saga, compreende-se, mas olhando para o filme isolado parece que lhe destruiram as bases.

    FIca ainda uma nota para o abuso que tem sido divertirem-se à custa da Coreia do Norte em filmes recentes. Por incrível que pareça "The Dictator" até terá sido o mais respeitoso, comparando com o gozo que "Iron Sky", "Red Dawn" (onde também entra Adrianne Palicki) e agora "Retaliation" têm à custa deles. Estando uma guerra eminente, ainda se poderão arrepender de espalhar essa (falsa?) sensação de superioridade.

    G.I.Joe: RetaliationTítulo Original: "G.I.Joe: Retaliation" (EUA, 2013)
    Realização: Jon M. Chu
    Argumento: Rhett Reese, Paul Wernick
    Intérpretes: Dwayne Johnson, Adrianne Palicki, D.J. Cotrona, Jonathan Pryce, Byung-hun Lee, Ray Park, Elodie Yung, Ray Stevenson, Bruce Willis, Channing Tatum
    Música: Henry Jackman
    Fotografia: Stephen F. Windon
    Género: Acção, Aventura, Ficção-Científica, Thriller
    Duração: 110 min.
    Sítio Oficial: http://www.gijoemovie.com/

    "Comboio Noturno para Lisboa" por Nuno Reis

    Passaram-se várias semanas desde a última vez que fui a uma sala de cinema comercial. Para o regresso escolhi, num misto de curiosidade e obrigação, o filme português. É divertido chegar às bilheteiras e pedir um bilhete de comboio como se fossemos partir em viagem. Em especial para um comboio nocturno. A sala escura do cinema ganha logo uma aura mística, como um túnel onde entrassemos de comboio para sair num mundo mágico. Para quem há três semanas não entrava numa sala de cinema, ver os créditos desfilarem por entre as paisagens suíças é mágico. Foi assim, como alguém que acabava de redescobrir a magia do cinema, que parti nesta viagem no Comboio Noturno Para Lisboa.

    Os nomes nos créditos não disfarçavam a dimensão internacional da obra. Alguns nomes ou apelidos portugueses destoavam, mas quase nem se dava por eles. Foi quando temi que me tivessem enfiado um barrete. Ser co-produção lusa e rodado cá, não significava que fosse um filme nacional. Não era Jeremy Irons e muitos actores nacionais. Era Jeremy Irons, Christopher Lee, Melanie Laurent, Bruno Ganz, Lena Olin, Charlotte Rampling...
    Felizmente também isso era apenas uma questão de marketing. Os nomes nos créditos eram os mais sonantes, mas havia muitos portugueses no elenco. Papéis menores, é certo, mas não foram ignorados no casting. E assim encontramos Nicolau Breyner, Beatriz Batarda, Marco d’Almeida, Adriano Luz e cameos de João Lagarto e José Wallenstein. Se preferia ter mais dos nossos artistas nesta produção? Claro, pelo menos porque saberiam falar português ao contrário dos visitantes, mas pelo menos aproximamo-nos do tão bem-sucedido modelo espanhol de fazer grandes produções internacionais em inglês, com realizadores e estrelas consagradas nos papéis de relevo e a prata da casa em segundo plano (actores e equipa técnica), a acumular créditos para saltos maiores.

    Escrito por um suíço, tem uma história com muito de português. Não é um ponto de vista de quem sempre morou em Lisboa, é de quem a visitou e se foi apaixonando. Raimund estava afectado quando decidiu entrar no comboio para Lisboa. Tinha acabado de salvar uma vida. No entanto em Lisboa começa a deixar-se envolver nas pessoas, nos jeitos, e em especial na vida de Amadeu de Prado, um médico revolucionário que escreveu os seus pensamentos ousados em período de ditadura. Até que Raimund está totalmente incapaz de partir sem saber o que aconteceu a cada um dos intervenientes anónimos dessa falada revolução. Haverá algo mais português do que a vontade de ajudar o próximo, de partir rumo ao desconhecido, de conhecer os outros e de fazer a diferença por onde passa, mesmo que isso pareça impossível? Gostaria de pensar que não.
    Esta epopeia filosófica pautada pela citações do tal Amadeu tem uma aura de mistério que a aproxima de um descontraído thriller. Os flashbacks para os tempos negros da ditadura ajudam muito a criar essa atmosfera. No fundo temos um estranho numa terra estranha, à procura de respostas que estiveram escondidas durante décadas. Conseguirá um elemento imparcial reunir pessoas que durante quarenta anos não se quiseram ver?

    É um filme envolvente, que conta muito mais do que se esperaria pela duração. As duas narrativas paralelas, e por diferentes pontos de vista, são completamente diferentes. A do presente serve apenas para organizar e dosear os retalhos que vamos tendo da história principal, aquela que se passa nos anos sessenta e setenta. E assim, enquanto vamos sorvendo a trama que parece ter moldado o nosso presente, vamos criando afeição por aquele suíço que nos veio visitar num impulso e, graças a um livro, se torna também parte da nossa história.
    Esse livro será talvez o ponto mais exigente do filme. Não só obriga a escutar em vez de apenas ver, como obriga a reflectir no que estamos a ouvir. Leva-nos numa viagem para a vida de outra pessoa, noutra época, e ao mesmo tempo deixa a nossa mente a pensar na vida e no pouco que fazemos com ela. E enquanto isso, o filme avança para outros territórios.

    Gostaria muito mais de ter visto um filme totalmente português e em português. Faz-me impressão que personagens portuguesas não consigam dizer o próprio nome bem! Tal como me faz impressão que nas memórias uma pessoa tanto fale português como inglês, por vezes na mesma cena. E especialmente, detesto traduções mal feitas na legendagem. Sim, aqui há disso. Mas se tirar esse desapontamento, se o encarar como um estrangeiro que nada sabe de Lisboa e da Revolução dos Cravos, tem algo mágico, quase a fazer lembrar “Lost in Translation”.
    Não há muito mais a apontar. Apesar de tudo, é um filme que se vê com gosto e uma história que era preciso contar. O nosso cinema podia aprender alguma coisa com este exemplo.
    Comboio Noturno para LisboaTítulo Original: "Comboio Noturno para Lisboa" (Alemanha, Portugal, Suíça, 2013)
    Realização: Bille August
    Argumento: Greg Latter, Ulrich Herrmann (baseados no livro de Pascal Mercier)
    Intérpretes: Jeremy Irons, Mélanie Laurent, Jack Houston, Martina Gedeck, Tom Courtenay, August Diehl, Charlotte Rampling, Beatriz Batarda, Marco D'Almeida, Bruno Ganz, Lena Olin, Christopher Lee
    Música: Annette Focks
    Fotografia: Filip Zumbrunn
    Género: Mistério, Romance, Thriller
    Duração: 111 min.
    Sítio Oficial: comboionoturnoparalisboa.ofilme.pt

    5 de abril de 2013

    Ebert e o fim de uma era

    Esta semana o Cinema, e em especial a arte de o críticar, ficaram mais pobres com a partida de Roger Ebert, o mais lendário dos críticos vivos.

    Goste-se muito ou pouco, Ebert estava naquela mão-cheia de críticos que todos conheciam. Com textos publicados desde os anos sessenta - a 3 de Abril comemorou 46 anos no Chicago Sun-Times - não se deixou parar no tempo e além dos duzentos jornais para os quais trabalhou, era blogger e presença assídua e pertinente no Twitter. Mesmo depois de ter perdido a voz (cancro da tiróide), nunca parou de informar.

    Primeiro na sua área a vencer um Pulitzer (1975), primeiro a ter uma estrela na Walk of Fame (2005), autor de trinta livros e argumentista do clássico "Beyond the Valley of the Dolls", marcou o cinema de forma indelével, em especial pelas pequenas coisas. Por exemplo, o "Two Thumbs Up" que tanto se usa, vem dos tempos em que apresentava "Sneak Previews" com Gene Siskel, o programa que popularizou a crítica cinematográfica na televisão.


    Na semana passada revelou que a doença o ia impedir de escrever tanto como era costume (200 críticas anuais, por vezes 300). E acertou. Não publicou mais nenhuma.

    Descanse em paz.

    4 de abril de 2013

    Videoclube no Facebook

    Já tiveram vontade de ver um filme quando estão no Facebook?

    O cinema chegou ao Facebook. Pela primeira vez no nosso país, são disponibilizados filmes em streaming para aluguer na plataforma do Facebook (página Play On Videoclube).

    Este lançamento inédito surge da parceria entre a ZON Audiovisuais, responsável pela distribuição de filmes e conteúdos para o videoclube em Portugal, com a Screenburn, empresa inglesa que disponibiliza aplicações de aluguer de filmes no Facebook.

    Os títulos escolhidos para a estreia deste formato e disponíveis a partir de hoje são:

    "Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus", uma co-produção europeia (Portugal/Espanha/Bélgica), que retrata a vida do diplomata português (Vitor Norte) que, durante a II Guerra Mundial salvou mais de 30.000 vidas da perseguição Nazi;

    "A Arte de Passar o Tempo", uma produção independente nomeada para o Grande Prémio do Júri em Sundance e para os Teen Choice Awards, que conta a história de um adolescente solitário (Freddie Highmore) que conhece uma rapariga que muda o seu mundo.

    Ambos os filmes estão disponíveis para aluguer até Setembro de 2013 por €3.49, podendo o utilizador visionar previamente o respectivo trailer..

    Para alugar um destes conteúdos basta clicar no botão Ver Já da página de Facebook Play On Videoclube, pagar por PayPal ou através de créditos do Facebook, e o filme fica disponível para visionamento, onde e quando se quiser, durante as 48 horas seguintes.

    Esta iniciativa da ZON Audiovisuais apresenta-se como uma resposta a um segmento de mercado por explorar em Portugal, permitindo o aluguer de filmes online através da rede social mais popular no mundo.

    A Screenburn acredita que a sua aplicação "É uma boa forma de rentabilizar os fãs da página de Facebook, fazer crescer a distribuição de conteúdos e encontrar novos fãs”, acrescentando “Este é o primeiro lançamento da Screenburn em Portugal e estamos muito satisfeitos com esta parceria com a ZON Audiovisuais na oferta de conteúdos aos mais de 37.000 fãs da página de Facebook play on videoclube."

    Por acaso cada vez considero o Facebook mais fora de moda e aguardo o novo site para onde migrarão os milhões sempre em busca da nova tendência. Mas até lá, sempre é uma experiência diferente. Lembrem-se é de fechar as notificações para não serem sempre interrompidos a meio do filme.

    3 de abril de 2013

    Cineclube do Porto: aniversário e angariação de fundos

    O Cineclube do Porto celebra este mês de Abril o seu 68.º aniversário.

    São 68 anos de histórias que contribuíram para a própria História do Cinema Português. São livros, revistas, fotografias e filmes que vêm sendo guardados e preservados por todos os que têm passado pelo Cineclube. São as histórias que as pessoas guardam e que contam quando se encontram.

    Neste aniversário queremos marcar novo encontro para que essas histórias voltem a ser contadas, para que possam saltar de ouvido em ouvido e possam mais tarde ser recontadas.

    Mas este é também o momento em que tomamos a importante decisão de dar o primeiro passo no sentido de tratar e organizar, de forma séria, o acervo que se tem construído ao longo de todos estes anos.

    Com a organização de um Jantar de Recolha de Fundos pretendemos obter o contributo de todos no sentido de assumirmos cabalmente uma das responsabilidades que herdamos com a assunção da Direcção do Cineclube do Porto: a de manter conservado e de disponibilizar ao público uma das mais importantes bibliotecas de cinema em Portugal, não só pelos livros como pelos documentos únicos que a compõem.

    A meta a alcançar é ambiciosa, uma vez que os custos desta intervenção são significativos. Não é que esperemos, numa noite de angariação de fundos, reunir os €20.000 que seriam idealmente necessários para o tratamento e disponibilização totais do acervo do Cineclube, mas o que quer que consigamos reunir com o apoio de todos os presentes, será certamente suficiente para dar início a um trabalho que já não poderá ser mais adiado sob pena de perda irreparável.

    Temos que salientar que tem sido fundamental a disponibilidade do Museu Nacional de Soares dos Reis em todo o nosso percurso recente, especialmente no que diz respeito à preservação do acervo do Cineclube do Porto. Este jantar é também um agradecimento aos imensuráveis apoios institucionais que temos recebido não só do Museu Nacional de Soares dos Reis como do Instituto do Cinema e Audiovisual, da Cinemateca Portuguesa, do Centro Nacional de Cultura - Núcleo do Porto, do Cinema Passos Manuel e da empresa FlyMedia. Os nossos agradecimentos estendem-se, a nível pessoal e em particular, à amizade e dedicação de Alexandre Alves Costa, Helena Santos e Maria João Vasconcelos que, ao longo dos últimos anos, nos têm ajudado a definir o caminho.

    Preparamos, assim, para esta noite tão importante, um programa especial:

    CELEBRAÇÃO DO 68.º ANIVERSÁRIO DO CINECLUBE DO PORTO
    Sexta-feira, 12 de abril de 2013
    Museu Nacional de Soares dos Reis

    20h00 Filme-concerto
    A Propos de Nice de Jean Vigo
    Música ao Vivo: Eliana Veríssimo

    21h00 Jantar de aniversário e de angariação de fundos
    Preço: €30

    Reservas: até 10 de Abril através dos seguintes contactos:
    ccp@cineclubedoporto.pt |t. 91 646 5347

    2 de abril de 2013

    FESTin - a memória do Cinema

    Com o arranque da quarta edição amanhã, aqui ficam alguns dos detalhes musicais do festival.

    A temática musical continua presente nesta edição do FESTin em diversos filmes que integram as variadas secções do festival.

    Logo no dia 4 de Abril, às 20h00, na Mostra de Cinema Brasileiro – curtas-metragens, duas propostas bem diferentes: a animação Guitarrista no Telhado, de Guto Bozzetti, inspira-se no concerto dos Beatles no terraço da gravadora Apple, em Londres, e apresenta Cláudio André, um músico que também quer ser famoso e monta um show no telhado do prédio onde mora. Na mesma sessão, a curta Feijoada Completa baseia-se na canção homónima de Chico Buarque e reconta a história da canção de um modo um pouco diferente, num filme protagonizado pela actriz Sônia Braga.

    Na Mostra de Curtas do Festival de Cinema de Gramado (6 de Abril, 20h00), vale a pena ver o documentário Fez a Barba e o Choro, realizado por Tatiana Naquete. Premiado na 40ª edição do Festival de Gramado com melhor fotografia e melhor música, a curta apresenta uma barbearia de calçada na cidade de Porto Alegre onde todos os sábados à noite, desde há 40 anos, as barbas e cabelos dão lugar a animadas sessões de chorinho.

    No mesmo dia, às 22h00, viajamos para a Buenos Aires contemporânea, onde uma discussão no tradicional café Tortoni entre quatro grandes conhecedores de tango desperta a atenção de um turista brasileiro. Ele tem uma informação: o primeiro tango registado na história foi gravado no Brasil. Assim começa A Casa Elétrica, filme baseado em factos reais sobre a história de Salvério Leonetti, a sua fábrica de gramofones e a sua gravadora de discos, em Porto Alegre, no começo do século XX.

    Também na Mostra de Inclusão Social (7 de abril, 18h00), há espaço para um pezinho de dança na curta Aquém das Nuvens, onde o ritmo da roda de samba marca o tempo de uma bonita história de amor.

    Por fim, e já nos últimos dias do FESTin, entre na Maratona de Documentários para ver Dona Tututa (8 de abril, 21h50), um documentário de João Alves da Veiga sobre a lendária pianista cabo-verdiana Epifânia Évora (Dona Tututa). Para esta nonagenária cabo-verdiana, filha do “inventor da coladera” e mãe 14 vezes, a vida só faz sentido com aplausos. Amigos, familiares e admiradores, entre os quais alguns dos mais proeminentes músicos cabo-verdianos de diferentes gerações (Cesária Évora, Bana, Mayra Andrade, Tito Paris e muitos outros) testemunham a sua importância e decisivo contributo para a música popular do seu país.

    1 de abril de 2013