Por mais eficaz que seja a campanha mediática dos blockbusters de Verão e nos convençamos que temos mesmo de ir ver este último filme de super-heróis, a verdade é que o género não tem muito de novo a oferecer. Quando surgem novos heróis vai-se com esperanças e quando são sequelas/prequelas já se sabe com o que contar, mas quando fazem um reboot exigem que se confie que desta vez vai ser diferente. Desta é que vai ser? Ok, até posso concordar que alguns não saíram bem à primeira, mas, e quando gostei do anterior? Vão mesmo fazer melhor, ou vão arruinar completamente? No ano de 2002 saiu "Spiderman" de Sam Raimi. Inesquecível, visto que estava na primeira sessão pública do filme. Foi um fenómeno, o beijo tornou-se lendário, e junto com as sequelas definiu recordes de bilheteira que pareciam imbatíveis. Com o passar dos filmes perdeu fulgor. Podiam ter parado, mas devido às condições contratuais parar é morrer (neste caso, perder os direitos, vai dar ao mesmo) e recomeçaram. Hesitei antes de o ver. Realizador e elenco eram promotedores, mas seriam alguma vez capazes de se comparar ao Spidey de Raimi?
Esta é uma nova visão sobre as origens do Homem-Aranha. Em vez de irmos directos para Mary Jane e Green Goblin, fala-se de Gwen Stacy e enfrenta-se o Lizard. Se a rapariga era obrigatória para os fanáticos, mas desconhecida para o grande público, neste reboot já o universo dos comics foi bem explorado pelos potenciais espectadores e era seguro enveredar por essa visão mais próxima do formato original. Quanto ao vilão, foi ajuizado deixar o arqui-inimigo para segundas núpcias, e fazer a preparação combatendo um semelhante que entrando mais tardiamente seria difícil de valorizar.
Falando dos actores, grande casting do casal principal - perfeitos para os papéis, incomparáveis aos anteriores - e nomes sonantes para tios e vilão. Garfield terá sido das melhores escolhas alguma vez feitas para um super-herói e a interpretação está brutal. As expectativas para os próximos filmes estão muito elevadas porque a Mary Jane escolhida (Shailene Woodley) também é uma actriz maravilhosa e certamente manterá o nível desta entrega.
Quanto à estrutura do filme, o princípio é a história já conhecida do herói a descobrir a sua identidade, os seus poderes, a definir os seus valores, a controlar instintos humanos e hormonas adolescentes enquanto se transforma numa aranha. Exactamente a meio há uma mudança e é uma ponte (quem leu Spider-Man sabe quão perigosos esses locais costumam ser para as mulheres da vida de Parker) que faz a ligação entre duas metades bem diferentes do filme. Na segunda metade a acção ganha predominância. É um Peter ainda revoltado, mas também apaixonado que se dedica a defender aquilo em que acredita e que a muito custo vai sobrevivendo aos desafios da sociedade e do Lizard.
O que "The Amazing Spider-Man" tem de bom é ainda aquela moral que nos incutem a cada filme. Para fazer o bem não temos de ser super, só temos de fazer as pequenas coisas. A força do Homem-Aranha não está nos poderes de aranha, na roupa justa, nas teias que dispara, ou no amor. Está no apoio popular que conseguiu, por isso ele é o friendly neighbour Spider-Man. A cena em que a cidade se realinha para o fazer passar é daquelas que está metida a ferros, mas continua a parecer encaixar. Porque é preciso dar para receber e muitos dos habitantes de Nova Iorque estão a dar o seu pequeno contributo para que o mais super entre eles os salve a todos.
Nâo será um filme para os fãs hardcore, mas é ao gosto dos jovens como se pretendia. Quando termina parece ter sido demasiado rápido e ter ficado muito por contar, mas a verdade é que passaram mais de duas horas. Temos um herói realisticamente humano, com muitos defeitos e virtudes, temos um vilão que parecia não ir dar em nada e se revela muito mais interessante do que os que já tinham sido usados em filme, e temos um filme que com menos comédia ficaria perigosamente credível. Se Webb aprender a controlar os seus poderes criativos, a saga tem potencial para se tornar viciante. E os produtores podem estar descansados. Se usarem os Sinister Six dá para fazer mais meia dúzia de filmes sem reboots.
Esta é uma nova visão sobre as origens do Homem-Aranha. Em vez de irmos directos para Mary Jane e Green Goblin, fala-se de Gwen Stacy e enfrenta-se o Lizard. Se a rapariga era obrigatória para os fanáticos, mas desconhecida para o grande público, neste reboot já o universo dos comics foi bem explorado pelos potenciais espectadores e era seguro enveredar por essa visão mais próxima do formato original. Quanto ao vilão, foi ajuizado deixar o arqui-inimigo para segundas núpcias, e fazer a preparação combatendo um semelhante que entrando mais tardiamente seria difícil de valorizar.
Falando dos actores, grande casting do casal principal - perfeitos para os papéis, incomparáveis aos anteriores - e nomes sonantes para tios e vilão. Garfield terá sido das melhores escolhas alguma vez feitas para um super-herói e a interpretação está brutal. As expectativas para os próximos filmes estão muito elevadas porque a Mary Jane escolhida (Shailene Woodley) também é uma actriz maravilhosa e certamente manterá o nível desta entrega.
Quanto à estrutura do filme, o princípio é a história já conhecida do herói a descobrir a sua identidade, os seus poderes, a definir os seus valores, a controlar instintos humanos e hormonas adolescentes enquanto se transforma numa aranha. Exactamente a meio há uma mudança e é uma ponte (quem leu Spider-Man sabe quão perigosos esses locais costumam ser para as mulheres da vida de Parker) que faz a ligação entre duas metades bem diferentes do filme. Na segunda metade a acção ganha predominância. É um Peter ainda revoltado, mas também apaixonado que se dedica a defender aquilo em que acredita e que a muito custo vai sobrevivendo aos desafios da sociedade e do Lizard.
O que "The Amazing Spider-Man" tem de bom é ainda aquela moral que nos incutem a cada filme. Para fazer o bem não temos de ser super, só temos de fazer as pequenas coisas. A força do Homem-Aranha não está nos poderes de aranha, na roupa justa, nas teias que dispara, ou no amor. Está no apoio popular que conseguiu, por isso ele é o friendly neighbour Spider-Man. A cena em que a cidade se realinha para o fazer passar é daquelas que está metida a ferros, mas continua a parecer encaixar. Porque é preciso dar para receber e muitos dos habitantes de Nova Iorque estão a dar o seu pequeno contributo para que o mais super entre eles os salve a todos.
Nâo será um filme para os fãs hardcore, mas é ao gosto dos jovens como se pretendia. Quando termina parece ter sido demasiado rápido e ter ficado muito por contar, mas a verdade é que passaram mais de duas horas. Temos um herói realisticamente humano, com muitos defeitos e virtudes, temos um vilão que parecia não ir dar em nada e se revela muito mais interessante do que os que já tinham sido usados em filme, e temos um filme que com menos comédia ficaria perigosamente credível. Se Webb aprender a controlar os seus poderes criativos, a saga tem potencial para se tornar viciante. E os produtores podem estar descansados. Se usarem os Sinister Six dá para fazer mais meia dúzia de filmes sem reboots.
Título Original: "The Amazing Spider-Man" (EUA, 2012) Realização: Marc Webb Argumento: James Vanderbilt, Alvin Sargent, Steve Kloves (baseados no comics de Stan Lee e Steve Ditko) Intérpretes: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Denis Leary, Martin Sheen, Sally Field Música: James Horner Fotografia: John Schwartzman Género: Acção, Aventura, Fantasia Duração: 136 min. Sítio Oficial: http://www.theamazingspiderman.com/ |
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