Bill Cage: What I am about to tell you sounds crazy. But you have to listen to me. Your very lives depend on it. You see, this isn't the first time.
Vamos começar pelo princípio. Era o ano de 1997 e no cinema a Humanidade enfrentava uma terrível invasão de aracnídeos. O filme entitulava-se “Starship Troopers” e foi uma daqueles casos incríveis de amor-ódio. Enquanto alguns diziam como o filme era fenomenal, muitos outros se riram de uma das maiores desilusões tidas em sala. Defensores ou detractores, o que é certo é que até aí se contavam pelos dedos os filmes em que a humanidade enfrentava uma invasão alienígena de grande escala. O invasor por tradição era tão forte que poucos bastariam para nos dizimar por completo (The Thing, Alien, Predator, é só enumerar). Isso foi mudando e ultimamente atacam-nos em grande numéro como os exemplos recentes de “After Earth”, “Pacific Rim”, “Ender’s Game”, tudo isso sem sair de 2013.A única coisa a fixar é que a nossa tecnologia terá um importante papel a desempenhar nesse confronto com uma raça tecnologicamente mais avançada. Ainda bem que temos Tom Cruise para nos defender. Em “War of the Worlds” apneas sobrevive, em “Oblivion” tem um papel importante na luta, em “Edge of Tomorrow”, é a chave para a vitória.
Vamos começar por outro princípio. Um insuportável jornalista tinha de cobrir a saída de um mamífero do buraco. Como o dia seguinte não chega, usa o tempo para aperfeiçoar alguns talentos como o arremesso de cartas, a escultura no gelo, e a arte da sedução. Parece familiar? E então uma jovem que trabalha na morgue e revive cada dia para evitar as mortes dos cadáveres que falam com ela? E um soldado forçado a viajar no tempo repetidamente para impedir um atentado em apenas oito minutos?
Vamos então recomeçar pelo princípio, mas pelo de “Edge of Tomorrow”. A Terra foi invadida. A Europa foi o primeiro alvo e foi parcialmente conquistada. Após anos de conflito a direcção certa foi encontrada. Rita faz jus ao nome e tal como Santa Rita, a padroeira das causas impossíveis, seguiu a tradição de outras grandes mulheres como a nossa Padeira de Aljubarrota ou a francesa Jeanne d’Arc, liderando o seu povo num momento em que as probabilidades não estavam de feição. Com os feitos de Rita para moralizar as tropas - que a chamam carinhosamente de Full Metal Bitch - os humanos preparam-se para, sob comando inglês, invadir França, enquanto a Rússia e a China tratam da parte oriental. Um plano familiar com tudo para dar certo. O único problema é que vão cair na armadilha, o exército será dizimado, e a Humanidade perderá. É melhor recomeçar.
“Edge of Tomorrow” é isto. Tal como em um simples jogo de computador, a Humanidade veste exo-esqueletos, enfrenta monstros estranhos, combate, perde, recomeça do último ponto salvo. As semelhanças com outros filmes limitam-se ao “Starship Troopers” meets “Groundhog Day”, mas para bom. Tem imensas explosões e destruição, mas não é um mero filme de acção onde cada carro destruído significa “tenho um milhão de orçamento a mais e não sei o que fazer com ele”. Este é um filme de guerra e toda as mortes e a destruição estão justificadas e enquadradas no cenário catastrófico. Um cenário onde explosões, e tiros se sentem em casa. Ao mesmo tempo, é algo tão banal que se torna quase cómico. Nunca tanta gente se riu e aplaudiu ao ver Tom Cruise morrer. Até pediam mais. Não gostam de spoilers? Azar, até repito que ele vai morrer. Tantas vezes que vão perder a conta. Tantas que nunca poderemos imaginar. Como se fosse obrigado a jogar e a repetir cada movimento eternamente até vencer. Toas as personagens que conhecemos ao longo do filme vão morrer alguma vez. A pergunta é onde estarão quando for feita a jogada vencedora. No jogo definitivo terão sido um peão sacrificado, ou a peça que deu o xeque-mate?
Doug Liman deu-nos mais do que um filme repleto de acção, deu-nos um senhor blockbuster. Perfeito para ver em tela grande e com um bom sistema de som, seguramente não será prejudicado em 3D ou IMAX. Efeitos soberbos, banda sonora adequada, uma guerreira badass a usar uma espada como poucas no século XXI (infelizmente por pouco tempo)... Que mais se podia pedir? A nível narrativo há uma única falha, uma infelicidade que poderia ser evitada com um pouco de discernimento das personagens, que acaba por se revelar crucial para o desenrolar da história, mas que passa despercebida no calor do momento. Não havendo possibilidade de recomeçar, o melhor a fazer é assistir ao filme e desfrutar da experiência. Não darão o tempo como perdido.
Vamos começar pelo princípio. Era o ano de 1997 e no cinema a Humanidade enfrentava uma terrível invasão de aracnídeos. O filme entitulava-se “Starship Troopers” e foi uma daqueles casos incríveis de amor-ódio. Enquanto alguns diziam como o filme era fenomenal, muitos outros se riram de uma das maiores desilusões tidas em sala. Defensores ou detractores, o que é certo é que até aí se contavam pelos dedos os filmes em que a humanidade enfrentava uma invasão alienígena de grande escala. O invasor por tradição era tão forte que poucos bastariam para nos dizimar por completo (The Thing, Alien, Predator, é só enumerar). Isso foi mudando e ultimamente atacam-nos em grande numéro como os exemplos recentes de “After Earth”, “Pacific Rim”, “Ender’s Game”, tudo isso sem sair de 2013.A única coisa a fixar é que a nossa tecnologia terá um importante papel a desempenhar nesse confronto com uma raça tecnologicamente mais avançada. Ainda bem que temos Tom Cruise para nos defender. Em “War of the Worlds” apneas sobrevive, em “Oblivion” tem um papel importante na luta, em “Edge of Tomorrow”, é a chave para a vitória.
Vamos começar por outro princípio. Um insuportável jornalista tinha de cobrir a saída de um mamífero do buraco. Como o dia seguinte não chega, usa o tempo para aperfeiçoar alguns talentos como o arremesso de cartas, a escultura no gelo, e a arte da sedução. Parece familiar? E então uma jovem que trabalha na morgue e revive cada dia para evitar as mortes dos cadáveres que falam com ela? E um soldado forçado a viajar no tempo repetidamente para impedir um atentado em apenas oito minutos?
Vamos então recomeçar pelo princípio, mas pelo de “Edge of Tomorrow”. A Terra foi invadida. A Europa foi o primeiro alvo e foi parcialmente conquistada. Após anos de conflito a direcção certa foi encontrada. Rita faz jus ao nome e tal como Santa Rita, a padroeira das causas impossíveis, seguiu a tradição de outras grandes mulheres como a nossa Padeira de Aljubarrota ou a francesa Jeanne d’Arc, liderando o seu povo num momento em que as probabilidades não estavam de feição. Com os feitos de Rita para moralizar as tropas - que a chamam carinhosamente de Full Metal Bitch - os humanos preparam-se para, sob comando inglês, invadir França, enquanto a Rússia e a China tratam da parte oriental. Um plano familiar com tudo para dar certo. O único problema é que vão cair na armadilha, o exército será dizimado, e a Humanidade perderá. É melhor recomeçar.
“Edge of Tomorrow” é isto. Tal como em um simples jogo de computador, a Humanidade veste exo-esqueletos, enfrenta monstros estranhos, combate, perde, recomeça do último ponto salvo. As semelhanças com outros filmes limitam-se ao “Starship Troopers” meets “Groundhog Day”, mas para bom. Tem imensas explosões e destruição, mas não é um mero filme de acção onde cada carro destruído significa “tenho um milhão de orçamento a mais e não sei o que fazer com ele”. Este é um filme de guerra e toda as mortes e a destruição estão justificadas e enquadradas no cenário catastrófico. Um cenário onde explosões, e tiros se sentem em casa. Ao mesmo tempo, é algo tão banal que se torna quase cómico. Nunca tanta gente se riu e aplaudiu ao ver Tom Cruise morrer. Até pediam mais. Não gostam de spoilers? Azar, até repito que ele vai morrer. Tantas vezes que vão perder a conta. Tantas que nunca poderemos imaginar. Como se fosse obrigado a jogar e a repetir cada movimento eternamente até vencer. Toas as personagens que conhecemos ao longo do filme vão morrer alguma vez. A pergunta é onde estarão quando for feita a jogada vencedora. No jogo definitivo terão sido um peão sacrificado, ou a peça que deu o xeque-mate?
Doug Liman deu-nos mais do que um filme repleto de acção, deu-nos um senhor blockbuster. Perfeito para ver em tela grande e com um bom sistema de som, seguramente não será prejudicado em 3D ou IMAX. Efeitos soberbos, banda sonora adequada, uma guerreira badass a usar uma espada como poucas no século XXI (infelizmente por pouco tempo)... Que mais se podia pedir? A nível narrativo há uma única falha, uma infelicidade que poderia ser evitada com um pouco de discernimento das personagens, que acaba por se revelar crucial para o desenrolar da história, mas que passa despercebida no calor do momento. Não havendo possibilidade de recomeçar, o melhor a fazer é assistir ao filme e desfrutar da experiência. Não darão o tempo como perdido.
Título Original: "Edge of Tomorrow" (EUA, Austrália, 2014) Realização: Doug Liman Argumento: Christopher McQuarrie, Jez Butterworth, John-Henry Butterworth (baseados no livro de Hiroshi Sakurazaka) Intérpretes: Tom Cruise, Emily Blunt, Brendan Gleeson, Bill Paxton Música: Christophe Beck Fotografia: Dion Beebe Género: Acção, Ficção-Científica Duração: 113 min. Sítio Oficial: http://edgeoftomorrowmovie.com |
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