tag:blogger.com,1999:blog-54761372024-03-07T22:01:28.355+00:00AntestreiaUm blog de cinema que vai falando de outras coisas. Foi devagarinho, mas aqui estão 15 anos de trabalho dedicados à sétima arte!
<center><img src="https://1.bp.blogspot.com/-VW81ZbGT69E/WyBEU06vUjI/AAAAAAAADiw/XmNgUXMymx0svAk7teW8tpWGY_XrbdjsgCK4BGAYYCw/s1600/LogoAntestreia15.png" width="200"></center>RChttp://www.blogger.com/profile/05740434965169814280noreply@blogger.comBlogger5160125tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-60085383933201282652021-01-26T08:20:00.001+00:002021-01-26T10:36:41.356+00:00OFCS: os melhores de 2020<img alt="Vencedores OFCS: Nomadland, Soul e Promising Young Woman" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZnhyg-jDFR8gtq7BiOwH3D6TkoIrugU9foOsPSjrSzr8KhD4TP-UlSZQqCjBG-mS0aO9178UrJuVd8Il08_6mBvA167BJBcfBIazbdtjERoR_rmUCr950HQBMZOxG8k2yZ41zfw/s0/OFCS-vencedores-2020.png"/>
<div align=justify>Num ano em que nada foi normal, os prémios da OFCS voltaram a concentrar-se claramente num filme, à semelhança do que no ano passado se verificou com "<b>Parasite</b>".
<h2>Melhor Filme</h2>
Nomadland
<h2>Os 10 melhores</h2>
1. Nomadland<br/>
2. Da 5 Bloods<br/>
3. Promising Young Woman<br/>
4. Never Rarely Sometimes Always<br/>
5. First Cow<br/>
6. Minari<br/>
7. Sound of Metal<br/>
8. I'm Thinking of Ending Things<br/>
9. Soul<br/>
10. The Trial of the Chicago 7<br/>
<h2>Melhor Animação</h2>
Soul
<h2>Melhor Realizador</h2>
Chloé Zhao - Nomadland
<h2>Melhor Intepretação Masculina</h2>
Delroy Lindo - Da 5 Bloods
<h2>Melhor Intepretação Feminina</h2>
Frances McDormand - Nomadland
<h2>Melhor Actor Secundário</h2>
Leslie Odom Jr. - One Night in Miami
<h2>Melhor Actriz Secundária</h2>
Maria Bakalova - Borat Subsequent Moviefilm
<h2>Melhor Argumento Original</h2>
Promising Young Woman - Emerald Fennell
<h2>Melhor Argumento Adaptado</h2>
Nomadland - Chloé Zhao
<h2>Melhor Edição</h2>
Nomadland - Chloé Zhao
<h2>Melhor Fotografia</h2>
Nomadland - Joshua James Richards
<h2>Melhor Banda Sonora</h2>
Soul - Trent Reznor, Atticus Ross
<h2>Melhor Estreia</h2>
Emerald Fennell - Promising Young Woman
<h2>Melhor Filme em Língua Não-Inglesa</h2>
Minari (EUA)
<h2>Melhor Documentário</h2>
Dick Johnson Is Dead
<h2>Prémios Técnicos</h2>
Sound of Metal - Sound Design<br/>
Emma. - Costume Design<br/>
Tenet - Visual Effects<br/>
Mank - Production Design<br/>
The Invisible Man - Visual Effects
<h2>Melhor não estreado nos EUA</h2>
(Filmes lançados em 2020 que não tiveram distribuição nos EUA)<br/>
A Beast in Love (Japão)<br/>
The Disciple (Índia)<br/>
Ghosts (Turquia)<br/>
Mogul Mowgli (Reino Unido)<br/>
New Order (México)<br/>
Notturno (Itália)<br/>
Rocks (Reino Unido)<br/>
Saint Maud (Reino Unido)<br/>
Summer of 85 (França)<br/>
Undine (Alemanha)
<h2>Prémios Especiais</h2>
- To "Small Axe" - Steve McQueen created a series of films for the small screen that rivals the best of the theatrical features of the year, that can be seen individually and yet work together to explore a cultural experience largely unseen on big screens, television, or streaming to date.<br/>
- To Kino Lorber for being the first company to offer virtual film distribution as a way to help independent theaters during the pandemic through the Kino Marquee.<br/>
- To the independent theater entities that participated in presenting "Virtual Cinema" when forced to close due to the pandemic. Films that otherwise may not have been seen were made available through online platforms, with ticket prices shared by the distributor with the theater.
<h2>Prémio Carreira</h2>
Rob Bottin (Caracterização)<br/>
David Byrne (Compositor)<br/>
Jane Fonda (Actriz)<br/>
Jean-Luc Godard (Realizador)<br/>
Frederick Wiseman (Documentarista)
</div>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-92087122884049330622020-10-25T06:00:00.000+00:002020-10-25T06:00:03.000+00:00"Borat Subsequent Moviefilm" por Nuno Reis<img alt="" border="0" width="100%" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMgPFREylmGu-Pn2vINWjPk15qreBWc7FXPFEF-snwbpHIYEF19Pxra77w7ksvd2SK5kyQicDyy5nZ0-XPnBH_ZBDvmZ92N0bRZ5C1l7QAvdGkOZef963EOwkWIUTrfsi-QXUzwQ/s0/borat_subsequent_moviefilm_banner.jpg"/>
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Quando Cohen disse que não poderia voltar a fazer de Borat por se ter tornado famoso, todos acreditamos. O mundo tinha ficado marcado de forma indelével pelo exótico repórter. Catorze anos depois - com algumas personagens falhadas, mas um lugar especial no Cinema do século XXI – Cohen voltou ao ataque. Era necessário? A resposta curta é “Sim, completamente”. Os Estados Unidos entraram numa espiral de loucura que 2020 não apaziguou. A aposta da Amazon neste trunfo não tinha nada de arriscado (todos os nomes do entretenimento estão unânimes que Trump tem de ir embora depressa) e a publicidade gratuita que a campanha presidencial traria a esta nova plataforma seria bem-vinda. Convém admitir que entramos numa fase ímpar em que já não há uma luta entre estúdios ou canais, mas entre plataformas. Se o confinamento fortaleceu a estabelecida Netflix e Setembro foi o despertar da Disney, Outubro traz a Amazon a espreitar o pódio com cartas na manga.
<center><img width=400 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeBWAGrM8CW_uVYHujQ3lC9FTugAd_vPOQGorMjbEOREytt9z8WwRUZA3doY2LiybnFfCqgVKP0RbmI34PIZgDN9HTJfTNBrqIfha7F-6daBdpjJRbcVwEnzK1zmaH6hym8yLfvw/s0/borat_subsequent_moviefilm_1.jpg"/></center>
Recordo-me perfeitamente da desilusão que tive quando fui confrontado com "<b>Borat</b>" numa sessão surpresa em Sitges. O seu estilo documental misturado com a sátira social e o ataque direto à cultura Cazaque (e vários países da região por arrasto) foi excessivo. Até hoje não percebo como se pode considerar melhor argumento uma obra de ficção que é construída como documentário. Então foi pré-escrito, ou foi editado consoante o material conseguido?
No entanto, tinha percebido "<b>Ali G Indahouse</b>". Foi com este "Consequent" que percebi o porquê: diferenças culturais. Um filme feito para Inglaterra é bem interpretado por Portugal. Os países estão ligados à séculos e a diferença é mínima. Um filme feito para americanos é uma questão completamente diferente. Aqui podem ridicularizar um países distante do qual nunca ouviram falar. Mas o verdadeiro foco de crítica são os americanos. E o consumo de televisão americana e da sua realidade tão distante da nossa, ajuda em muito a perceber porque este filme faz falta.
Borat passou catorze anos na prisão pelo seu crime de leza-pátria. O Cazaquistão é agora mal visto em todo o mundo e o plano para mudar isso é o Cazaquistão oferecer uma prenda a Trump para passar a ser uma das suas ditaduras amigas. Borat, como grande autoridade no mundo americano, tem assim uma oportunidade de se redimir. A sua missão é levar um símio até Mickeal Pence, o segundo homem mais poderoso do regime.
<center><img width=400 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkSTEJT7VEyE6gHMCjd6ox5X5hJO9vCNUsgzyzNrUWaqn34f9C8d0LlNdd9wO991Ge_yYTiIlthU1rop8gwbyFGCBXPgQyU9lCvwoiHvvjwCQPzpL0d7PO8MG8lOhDA2JahxYQCg/s0/borat_subsequent_moviefilm_2.jpg"/></center>
A sequela vai então repetir a fórmula exacta do que funcionou no primeiro filme. Louco, ofensivo e completamente parvo. Com a diferença que na sua odisseia pela EUA vai encontrar além de muita gente ignorante, alguma gente boa. Fica difícil saber quanto do que vimos é real, mas cada vez é mais credível que seja tudo. Os americanos retratados são um perigo para eles próprios e por vezes para os outros e, aquilo que há uns anos se acharia impossível, hoje em dia e entre eles é bem provável.
O argumento é novamente construído para dar um fio condutor a episódios aleatórios. A colaboração na escrita de Sacha Baron Cohen com o seu parceiro de longa data na loucura, Anthony Hines, continua a dar frutos. À equipa juntaram-se Dan Swimer (faz sentido se pensarmos na sua série "<b>Grandma’s House</b>") e Nina Pedrad (escritora de "<b>30 Rock</b>" e "<b>New Girl</b>", não confundir com a irmã Nasim) para definir o rumo da história que se foi desenrolando no meio de uma pandemia. Um filme louco, num país louco, numa época louca. E ainda assim, Borat continua a apontar a hipocrisia de um país que se auto-entitula o mais avançado do mundo.
<center><img width=400 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh63XVs7A5XZRTtFMc-Fgu6uC6KDqRHBISYiBqZEjwZaS3NdkBCwP_x0JrJOWlMvUJgwHauCfj8oHG-rvszq_XrCL-XDo2aXPYanTauSn6g1b7fBxwgO2HbkrV3KEyRRb0eMaMYPA/s0/borat_subsequent_moviefilm_3.jpg"/></center>
Infelizmente os imensos escândalos utilizados para manchar a campanha republicana à presidência retiraram-nos a surpresa de saber que desta vez Borat é auxiliado pela filha (interpretada pela actriz búlgara Maria Bakalova) que vai ter o choque cultural de uma vida ao saber que as mulheres podem conduzir, não devem viver em gaiolas e podem escolher o marido. Porque na ausência de anonimato para o jornalista, muitas vezes teve de ser a sua filha a dar a cara na rua para conseguir as reacções dos transeuntes. E sim, isto foi capturado por câmaras. Faz-nos pensar o que maisse terá passado. O polémico episódio com Giuliani não é tão mau como o pintam nas notícias (mero isco para mais gente aderir ao serviço e acendalha para as campanhas) nem sequer dos melhores ou mais importantes da narrativa. Este é o filme mais adequado para o momento em que vivemos. Feito em 2020, sobre 2020, lançado em 2020, para ver em 2020. E uma nota para o <i>twist</i> final visto que terá sido dos melhores momentos desta personagem.
<center><img width=400 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdioSf7XR7DlODj5KtyprUxyEywxjN1GZsyCHmmql8yJBzeuaOq85NRBMsuRV5_3t3AIS3smBDX5qmScx89y_Dk3BJf1gJ2d9BNbPMOSQb_tkcy0QabmLL-wmUT888czFiQ0GlCA/s0/borat_subsequent_moviefilm_4.jpg"/></center>
Novamente é um filme que deve ser visto como material de introspecção e discussão pelos estado-unidenses, mas trará pouco para quem está de fora. Nõs nunca seriamos dados a teorias da conspiração, pois não?
</div>
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/2.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNObeX3JEdopf1rEEZHl0S6bB2_XBId_dl_a9aLVw8yDSfQNLsB8eegCR8Dkd8JUxv6OStCAepjufvXtyUele6wC7FfufcfJBJFwzjPU-o3nuDGbxuDGrBXXlMHPZqDNSpVs_aBQ/s0/borat_subsequent_moviefilm_poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Borat Subsequent Moviefilm: Delivery of Prodigious Bribe to American Regime for Make Benefit Once Glorious Nation of Kazakhstan"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Borat Subsequent Moviefilm: Delivery of Prodigious Bribe to American Regime for Make Benefit Once Glorious Nation of Kazakhstan</b>" (EUA, Reino Unido, 2020)<br/><b>Realização</b>: Jason Woliner<br/><b>Argumento</b>: Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Dan Swimer, Nina Pedrad<br/><b>Intérpretes</b>: Sacha Baron Cohen, Maria Bakalova, Dani Popescu, <br/><b>Música</b>: Erran Baron Cohen<br/><b>Fotografia</b>: Luke Geissbuhler<br/><b>Género</b>: Comédia<br/><b>Duração</b>: 95 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.primevideo.com/dp/0O2UR0DET7Q8BLWJVZL7G5WXZ4" target=_new>https://www.primevideo.com/dp/0O2UR0DET7Q8BLWJVZL7G5WXZ4</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-4381022728351043402020-10-24T22:30:00.026+01:002020-10-24T22:30:09.984+01:00"O Ano da Morte de Ricardo Reis" por Nuno Reis<img width=100% src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-2p-XyGXY_kznwrY4XNIlEVQ9M2FBUoI0TWRpIcYaxSpmEb5kdS-mbr6UudltPzpCSq0g6ejrj0lsdCFJBkZWkWFCFgzkN5J5pfODSeJQY2NW66H1M5POmh5S2PrsaT25pX8ySA/s0/ano_da_morte_de_ricardo_reis_banner.jpg"/>
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Botelho é um contrasenso. Por um lado, é dos poucos cineastas da velha guarda que se sabe vender nos tempos modernos. Não só o jogo duplo de filme e mini-série que permite receber mais apoios e chegar a mais espetadores, mas especialmente as digressões com os filmes, chegando ao público que nunca veria os filmes (e em espaços onde essas entradas contam para a bilheteira oficial do filme e para os próximos subsídios). Nisso é mais astuto que muitos dos jovens que ainda não perceberam como se devem vender. Pelo outro, tenho sempre dificuldades em considerá-lo realizador de cinema pela extrema teatralidade das suas obras. O recente refúgio em clássicos da nossa literatura veio agravar essa faceta. Devo dizer que não gostei da sua visão d’ “Os Maias” e esperava algo semelhante para esta obra de Saramago, mas, mais uma vez, o livro era tão importante para mim que tive de arriscar e ver o filme. E fiquei agradavelmente surpreendido.
<center><img width=500 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFC_gdfZZH0CfHLNy9POdm57VD-I7B152MytQTVW3YQECGiHQiwhMCJSAtlel4OFIVerCbKANc-kGgc9QOX2wDiUU5sDRaPmqKcycxYgLGOYN3Ux_SjCt1VmW8nqd2VbhRnz2tUw/s0/oamrr01.png"/></center>
Comecemos por falar sobre Ricardo Reis. Um poeta horaciano (que tem como tema a brevidade da vida e a importância de se disfrutar de cada momento) que por acaso no regresso a Lisboa encontra no hotel uma Lídia, um dos nomes predilectos para os seus escritos românticos. Nesse mesmo hotel cruza-se com Marcenda, um nome mais invulgar para poemas, mas que também o arrebata. O solitário médico pode estar a precisar de mais companhia do que gosta de admitir. Enquanto isso, a PIDE investiga o médico que regressou do Brasil num momento tão oportuno. Na verdade o que o trouxe de regresso à pátria, foi a morte de Pessoa. Dizer que Reis e Pessoa eram amigos próximos não é suficiente. Eles eram mais do que irmãos. Eram facetas complementares do maior agregado de poetas da humanidade que escreveu sob dezenas de heterónimos e em diferentes idiomas. Por um lado eram todos diferentes, mas no seu âmago partilhavam uma alma.
E para criar um diálogo entre eles, quem melhor que Saramago? Ainda que na sua vida pessoal fosse comunista, na sua obra é um humanista, esplorando a humanidade e as pessoas antes de tudo o resto. Através de um estudo do monarquismo, do Estado Novo e da literatura pessoana, criou uma obra intemporal, com a requintada ironia de pegar no esoterismo de Fernando e na solidão de Ricardo para fazer o vivo falar com o morto.
<center><img width=500 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTzmywLYgE3svVNxyLZh9qJ9jtELNXOFLqA0Nktp0y0BHENFxh3kgPVAtbvlj7a0m-j1PsByq2crJm_alqo1z9wUfKMQBAQq-jhACcj0uSMzPBTSHe6rcOkzQFg0nacvXBJlCCiw/s0/oamrr06.png"/></center>
O brasileiro adoptivo Chico Díaz foi escolhido para dar vida à personagem principal. O seu rosto familiar de tantas obras foi uma escolha arriscada, mas convence depressa. Como Lídia, temos uma enorme Catarina Wallenstein, uma escolha perfeita. E claro, para a suplantar, apenas Victoria Guerra. Botelho filma a preto e branco com uma fotografia cuidada, levando-nos de volta para os anos 30 e 40. E a terceira cena com Marcenda... faz lembrar quando Ilsa entra no Rick’s Café e nos esquecemos de respirar. Devo dizer que Guerra me parecia demasiado velha para o papel, mas honestamente, quem mais teria esse efeito? Uma nota ainda para Rui Morisson que estava perfeito no seu pequeno papel. Luis Lima Barreto não encaixava no Pessoa que imaginei, mas tem uma calma e um porte que se adequam a um indivíduo que detém o derradeiro conhecimento e a maior experiência que a vida nos dá. Em suma, foi um casting surpreendente, mas que funciona. Tal como o filme.
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Mais uma vez o exagero teatral do realizador é algo que se estranha, mas neste caso até se entranha. Porque nos transporta visualmente para a juventude do Cinema, quando a sétima arte ia beber ao Teatro e se apoiava em boas histórias. grandes interpretações e uma esmerada fotografia.”O Ano da Morte de Ricardo Reis” tem tudo isso. Uma história relevante e sempre actual. Actores que após o primeiro visionamento se tornam a única opção para tais personagens. Um requinte visual não homogéneo, mas nas cenas certas para se tornar memorável.
<center><img width=500 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcLCO8AFU-KPeg_4FmiDTY4IQwFocmwUYHHqJTC2d0moJ-LvgCc8sfZzAsGxUPs38Z_ZDRcXmTRNtp0U1MwkTewQWG6AhRfS3baj6CUx-aDfHRyta8LZxAdy0gQdWQMMS6QHWKLA/s0/oamrr02.png"/></center>
Seja o inimitável Pessoa pela sua criação de heterónimos, seja o enorme talento literário de Saramago para criar as bases de um argumento que nunca poderia dar um mau filme, ou sejam os contactos e experiência de Botelho para gerir uma produção muito mais ambiciosa do que esperariamos. graças a uma invulgar combinação de fatores estamos perante um filme que funciona. Tem quase tudo o que é relevante do livro (recomendo a leitura antes para apreciar pequenas subtilezas na mente de Reis que não passaram para os diálogos), faz um bom resumo da enquadramento histórico para nos lembrar que estamos perigosamente perto de um retrocesso e ainda que não seja um grande filme no seu todo, a soma das partes justifica o visionamento.
</div>
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/3.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaKuaQzd_t70igTik8832rN7M5qpCP4G0nEhA8t7OU9ZWG2ccMs9zvUgRjiQ5WK1gXdO_xH6EnvVkWe7vLazUBWnqBPC8r9oOL0shGr48ObRG2yJUZLLYR6aQOoLBL6buZ-dXIWQ/s0/ano-morte-ricardo-reis-poster.png" border=0 height=300 width=200 alt="O Ano da Morte de Ricardo Reis"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>O Ano da Morte de Ricardo Reis</b>" (Portugal, 2020)<br/><b>Realização</b>: João Botelho<br/><b>Argumento</b>: João Botelho (baseado no livro de José Saramago)<br/><b>Intérpretes</b>: Chico Díaz, Luís Lima Barreto. Catarina Wallenstein, Victoria Guerra, Hugo Mestre Amaro, João Barbosa, Rui Morisson<br/><b>Música</b>: Daniel Bernardes<br/><b>Fotografia</b>: João Ribeiro<br/><b>Género</b>: Drama<br/><b>Duração</b>: 129 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.ardefilmes.org/YDRR/" target=_new>https://www.ardefilmes.org/YDRR/</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-74484644020552628272019-07-29T13:45:00.000+01:002019-07-29T14:03:36.972+01:00"Eternal Winter" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEly0Jzb7cuJaf7tsJ_jU4QN9Sa-S3nkZ3Ua6YyMapn8I0yqVyVDZX7bb_rC-OD3q3Y4BTlJihsA0Sog5ki9U8b8hKUVBbvJ1ewDUi5AL9MeIp-wXu0YLXumXZGbMS3akdhUG7Fg/s1600/eternal-winter-banner.png" alt="Eternal Winter" width=600/></center><div align=justify>Na guerra as coisas nunca são preto no branco. Há demasiados cinzentos. Se antigamente a rectidão dos vencedores estava assegurada por serem eles a escrever a versão final dos factos, o tempo veio corrigir essa grave falha. Aprendemos a procurar o outro lado da questão e a ouvir os testemunhos daqueles cuja voz era ignorada. Recuando à Segunda Guerra Mundial as coisas parecem simples. Hitler mau. Mussolini mau. Hirohito mau. Mas isso não torna o outro lado bom. Do lado aliado estavam Churchill e Roosevelt, considerados dos maiores líderes do século XX, mas também estava Stalin que inicialmente era aliado da Alemanha na divisão da Polónia. E como temos vindo a aprender, todos eles fizeram coisas pouco correctas. Diria até desumanas.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih07-Bh3t5tlPIJErBRgY-BNatyaN_Arpja7-GdaOSm16ktTFTY_hpRiHnCIXTa1oMKJWQwTAmkD7gYNuVKYUMQT6nBahEb3oZv_tRM_V80c-IIZPBYbxYgYFgzOhtHiCwCwyO1w/s1600/eternal-winter-1.jpg" alt="Eternal Winter" width=400/></center>Em História não se costuma falar muito dos pequenos aliados do Eixo. Enquanto a Bulgária teve um papel quase decorativo, outros como a Roménia e a Hungria foram preciosas armas contra a União Soviética. E a vingança foi terrível. Dando algum contexto, a sensação que tive ao visitar a Polónia foi de um país orgulhoso nos seus feitos que não se voltará a vergar. A Hungria estava num estado semelhante ao da Alemanha, muito focada nos seus próprios crimes de guerra (por exemplo, ser o país que mais judeus enviou para campos de concentração) e ignorando o seu lado de vítima que também foi bem real. Este “Inverno Eterno” é o primeiro filme húngaro que se foca no outro lado da história. Quando os russos ocuparam a Hungria e, para se vingarem, escravizaram as etnias indesejáveis da população nos temíveis gulags para os fazerem reconstruir o que tinham destruído na guerra. Setenta anos depois, quando a Rússia está novamente a estender os seus tentáculos na Europa de Leste e os EUA banalizaram os campos de concentração (coisa que não faziam desde que detiveram os cidadãos de origem japonesa após o ataque a Pearl Harbor), a Hungria vem recordar-nos que as vítimas são sempre os inocentes apanhados no fogo cruzado.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjwXqekODXLMv6yHUOpLIRtgHY5R4z-NLSItDLyzl8eX-MpchOOa-8wXdtiwubryzAlfSQm5TzuXDT9n2kvr3KAvZvXu8nKsGPAFtG9pyq8HcDg19bVvIJUk-u6PJIT-ivLyYCjA/s1600/eternal-winter-2.jpg" alt="Eternal Winter" width=400/></center>Esta é a história de uma jovem mãe que perdeu o marido na guerra. Vive com os pais e a filha numa calma de curta duração. Quando o exército bate à porta, comunicam que terá de partir para ajudar na reconstrução. É uma viagem a pé e de comboio por milhares de quilómetros. O seu destino são umas minas de carvão no meio da neve onde estão vários outros indesejados. As regras são simples: cada dia cada pessoa terá de encher um carro de carvão para ter direito a jantar. Só que a higiene dos dormitórios não é a melhor, as caminhadas são longas e penosas em condições muito inóspitas, o ar das minas não é saudável, a comida prometida não chega para todos… e como se tudo isso não fosse suficiente, ainda há jogos de bastidores onde alguns se safam melhor que os outros.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlIy5_jDGBwC4_MRmIXUkdmj-Bw2NFvSI_5qoMmJvT7gNNJf8vIeQH5YVUqcWOAmUf7-RKZNp8DIFVhSqPft2dpl4koZ8gVUlxcYfk8yfBy1l9muOjtlDBERtpQtG9HjFjR9asUA/s1600/eternal-winter-3.jpg" alt="Eternal Winter" width=400/></center>Galardoada com o prémo de melhor actriz em Avanca, como em outros festivais antes e certamente muitos depois, Gera Marina é a protagonista do filme e a sua força motora. Contam-se pelos dedos das mãos as cenas em que não aparece. O instinto maternal, o sentido de justiça e a invulgar resiliência, fazem dela uma prisioneira obediente, mas de espírito indomável. Tudo fará para sobreviver e para defender os que lhe são queridos, não deixando que as injustiças a verguem. Só que a guerra é longa e mesmo depois do armistício, o que garante que alguém cumpra as promessas feitas a um grupo de escravos que fornecem a mão-de-obra mais barata? Irén terá de mudar a sua postura se quiser viver e voltar para a família.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipg9nySwrhnkmkkK_-8tCnB_Uyi5qiBv4BbZ6j4XtXXngrlLV7ZqRlzNlAFs0082r2M0QWulPZtWqNzQdQwaCdzeBBvfve8y_vnxvuTZkN6nBX6H-KQiKX98XmJ-vCjW16kYDy3Q/s1600/eternal-winter-4.jpg" alt="Eternal Winter" width=400/></center>Com uma visão quase alegre de uma situação negra, “Eternal Winter” começa com semelhanças à parte mais tenebrosa de filmes como “La Vita è Bella”, mas depressa segue o seu próprio rumo. É daquele nicho de filmes que não têm como propósito o entretenimento ou o fazer sentir bem, mas a informação e consciencialização. É uma forma da Hungria encarar os seus fantasmas e dizer ao mundo que nenhum segredo negro ficará escondido para sempre.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiBPMUz5FQCaaPW4-ETmlVLflXMldd6Ff02ez_W0suv-AjM1VoJownh2YK0hmYP2diNsXy2eC4rkI4taGQtoHEe6qIKsRleb2IRCVvPbmSQwzM2iW0z3wze-BJWirUyW7uskH2fA/s1600/eternal-winter-5.jpg" alt="Eternal Winter" width=400/></center>Um filme imperdível que chegou mesmo a tempo a este século tão complicado. É a terceira longa do crítico Szász Attila que após uns valentes anos no mundo da publicidade se dedicou ao cinema e até ao momento só fez longas de época (quatro). Veremos o que se segue, mas parece ser uma voz a ter em consideração na região.<br />
<br />
</div><div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4m.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixRSOuzIVjaur28EjGCdbhYbq6iLhs1zdq_GYWsCohGkICtN8r21Xp2joXYtcz9rYkK31Gz1-Etxi32t0fDrbVLmMg6843USQOhda8sGU0bCyq-gwJF623uFfzat6xHaN6PIjE0g/s1600/eternal-winter-poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Örök Tél"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Örök Tél</b>" (Hungria, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Attila Szász<br />
<b>Argumento</b>: Norbert Köbli, Attila Szász (livro de János Havasi)<br />
<b>Intérpretes</b>: Marina Gera, Sándor Csányi, Laura Döbrösi, Diána Magdolna Kiss, Franciska Farkas, Niké Kurta, Ákos Orosz<br />
<b>Música</b>: Gergely Parádi<br />
<b>Fotografia</b>: András Nagy<br />
<b>Género</b>: Drama, História<br />
<b>Duração</b>: 110 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://oroktel.hu" target=_new>https://oroktel.hu</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-30469305392058168602019-07-29T12:30:00.000+01:002019-07-29T13:39:52.785+01:00"My Uncle Archimedes" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_9cDBwY_bvcMkNzuVXhwTNF1_dbmscDoohGz9lcsPqMV_dWRmNwAUbl78xfp0q0J-Uqg-qHnbx8TZ7ERas7UPU_4yY-bI3D_UntGYhuV_HwrqBQm7FgGOrOE1Q3MMr2D7knBsdQ/s1600/my-uncle-archimedes-1.jpg" width=600 alt="My Uncle Archimedes"/></center><div align=justify>Arquimedes será sempre recordado como um matemático que mudou a nossa forma de pensar e talvez o que melhor adaptou a mais pura das ciências à arte bélica. No entanto, é um nome muito comum em terras gregas e vários indivíduos com esse nome peculiar tiveram histórias dignas de serem contadas. Um desses casos é o do tio de Aris. Mas porque faria a República Checa um filme sobre um grego que ninguém conhece? Essa é a única parte boa desta história.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvzEbnSf6POOz1GBPR24jREb_uPFWauYIun_W7poi6vumzvrMGkAIrORpCPq_PUnTIAd4SrVTygCaPWm2EJnYdVZt7hj2nMMcDLHZOQnexHE4qO8T5YAfCUGfFomJw1Qo_SOjjcg/s1600/my-uncle-archimedes-2.jpg" width=400 alt="My Uncle Archimedes"/></center>Na década de 1940, a Europa estava a ferro e fogo. Os extremos políticos guerreavam em vários países e a Grécia não foi excepção. Quando a Alemanha Nazi desocupou a península, surgiu um vácuo de poder onde monarquia, comunismo e fascismo se enfrentaram numa terrível guerra civil. Archimedes combateu pelos comunistas, mas perderam e foram deportados para um paraíso comunista, Checoslováquia. Em 1945 esse país entrou na sua terceira república, com uma forte influência soviética que se tornou efectiva em 1948. Archimedes (interpretado por Ondrej Vetchý) achava que estava a partir para o mundo utópico em que queria transformar a sua pátria. Isso só melhora quando lhe dão tutela do seu sobrinho órfão e quando conhece a mulher dos seus sonhos. Com uma família grega, terá menos saudades de casa e a integração será muito mais fácil. Uma coisa que como todos sabemos é que, se para visitar um sítio convém falar a língua, para lá viver, ainda mais. Ora tanto o checo como o grego são línguas complicadas pelo que a família grega terá algumas dificuldades.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh54bnXypWER4fL1SToNQUOMNEb0lzR_3X6aiz5h4Oi9Wgum8no8Gi1zzWAeUFpCZvjLcehhpqrfVlyah6He2ebWhrQIO_cNHMFBBiHxD9juYcvDkRy6GMfqrot8YD8Vf5Hr7fpBg/s1600/my-uncle-archimedes-3.jpg" width=400 alt="My Uncle Archimedes"/></center>O filme adopta desde cedo a comédia como arma para transpor a barreira da guerra, da solidão e da morte com que começa. Com o desenvolver da narrativa e a entrada em cena de Karel (Miroslav Donutil), um velho rezingão anti-comunismo, isso torna-se muito divertido. É que apesar da sua resistência e teimosia, Karel tem um coração mole e tal como os vizinhos acaba por ajudar o grego a conseguir um emprego e até a engendrar um mirabolante plano de fuga. É também o refúgio emocional quando a miragem comunista termina e Archimedes percebe que o regime é tão mau e violento como o oposto e Stalin não é um herói. Mas o ponto central do filme é mesmo Vetchý que, quase sem palavras, mas expressões que falam por si, nos faz apoiar esse pobre de espírito com um enorme coração e um sonho por realizar. Ainda que o cinema checo não seja muito popular fora de portas, Vetchý foi uma das estrelas maiores do oscarizado “Kolja” de 1996. Esta sua performance como grego é igualmente preciosa e só por isso temos de começar a prestar mais atenção a essa cinematografia.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidTgPqsv8tXTaV7zar_nGFJC5p2Omj8vyYSkjCNKxCed96byyo_u7yluqhjuM3lRmf7v-Cnq0-tyn2nCMIMch2_pXZIpv931ik_aUn6wh9yzpPyNbkf2uj3PbPBz421i8GCwrzhQ/s1600/my-uncle-archimedes-4.jpg" width=400 alt="My Uncle Archimedes"/></center>Com hora e meia exacta, esta longa consegue manter o espectador preso num misto de drama, romance, comédia e intriga. Tem alguns momentos menos conseguidos – admito que talvez sejam interpretações minhas por diferenças culturais – mas que não perturbam o visionamento. É um excelente exemplo de como a União Europeia pode trabalhar em conjunto na cultura para apresentar os países vizinhos e explorar os erros do passado para aprender com eles. E é mais um estalo na cara dos países que recusam acolher refugiados quando há setenta anos os papéis estavam invertidos.<br />
</div><div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm9uEbFgJ0Siq5BEfrVaAkHAoVr6y8Djqaaf7f67husPiE7flAuO7tPP6OAcwX5V-VlykB-Lw6AJUVj6i2N6uRCOlQ4wsZwJAEqkO6uv-Fy1HcB7dkyMkjXjdFYJ900BeJmsRtFQ/s1600/Muj-strycek-Archimedes.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Muj strýcek Archimedes"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Muj strýcek Archimedes</b>" (República Checa, Alemanha, França, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Georgis Agathonikiadis<br />
<b>Argumento</b>: Georgis Agathonikiadis, Petr Hudský<br />
<b>Intérpretes</b>: Ondrej Vetchý, Miroslav Donutil, Dana Cerná, Veronika Freimanová, Tadeás Stourac<br />
<b>Fotografia</b>: Petr Hojda<br />
<b>Género</b>: Comédia, Drama<br />
<b>Duração</b>: 90 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.ceskatelevize.cz/porady/10460904893/31529131006" target=_new>https://www.ceskatelevize.cz/porady/10460904893/31529131006</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-43820516225049977322019-04-06T23:00:00.000+01:002019-04-06T23:00:02.166+01:00"The Mule" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifLJYT2IsUZzcd4f6PuY3TZAVO-6-n-LplM7PQNTx35Z_WWNDQjX9YTIN2ZGbkfgO4aPf5dvNgaynSkWoNYLM1erleO7Tyk5_hEvJyCgpTGzOtoV625CzFYzua8VxKvYwwAiMlZA/s1600/the-mule-banner.jpg" width=600 /></center><div align=justify>Clint Eastwood tem uma carreira que marcou gerações. Primeiro como actor sucedendo a John Wayne como o epíteto do cowboy, depressa tornando-se também realizador. E que senhor realizador. Muitos filmes e cerca de duas décadas depois venceu os Oscares de Melhor Filme e Melhor Realizador de uma assentada com "<b>Unforgiven</B>". Dois anos depois a Academia juntou-lhes o Irving G. Thalberg pelo seu trabalho como produtor. Talvez achassem que tinha chegado ao final da sua carreira, mas em 2003 presenteou-nos com um fenomenal "<b>Mystic River</B>". Se esse não fosse o ano de Peter Jackson limpar todos os prémios, teria tido um novo ano incrível. Assim teve de esperar mais um ano e voltar a vencer ambas as categorias com <a href="https://antestreia.blogspot.com/2005/02/million-dollar-baby-por-filipe-lopes.html" target=_new>"<b>Million Dollar Baby</B>"</a> e mais dois anos para o díptico sobre Iwo Jima (<a href="https://antestreia.blogspot.com/2007/01/flags-of-our-fathers-por-antnio-reis-o.html" target=_new>I</a>, <a href=="https://antestreia.blogspot.com/2007/12/letters-from-iwo-jima-por-nuno-reis.html" target=_new>II</a>) voltar a ser nomeado. O actor e o realizador eram o que de melhor Hollywood tinha para oferecer.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitY9th5ulvTc4WufvW4CK7Px4MzVwifxqNp7Z0Y2NPCXJyvqEXcCm3MOX0dZ-IqKzpZD8SlmEOU2bpFVca2Wg5qLx54Z1wqW5nUCZk75MZBZKWLd_FQxO16yWhlwj0LKINxX7QxA/s1600/the-mule-1.jpg" width=400 /></center>Quando nos deu <a href="https://antestreia.blogspot.com/2009/03/gran-torino-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Gran Torino</b>"</a>, estava a reformar Dirty Harry e todos os durões que interpretou. Foi um filme súmula que marcou um ponto de viragem e assinalou a despedida. A partir daí começou a fazer filmes tão distintos que nem parecia o mesmo Eastwood. O comum parecia ser o ideal do herói americano. “J. Edgar” sobre o director do FBI, um musical dos “Jersey Boys”, um filme de guerra sobre o <a href="https://antestreia.blogspot.com/2015/04/american-sniper-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>American Sniper</B>"</a> Chris Kyle, o famoso milagre de “Sully” no Hudson, o golpe de sorte dos militares que apanharam o comboio “The 15:17 to Paris” e por último, este sobre o floricultor Earl Stone. O que têm em comum um florista com heróis e lendas? Em parte é porque vive a outra face do sonho americano. Mas principalmente é um aviso de uma pessoa com 90 anos para os mais jovens sobre as prioridades da vida.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO4lWgMkgyF9hBgPqNpF-1zEMRNO6oz7fua4oH9es_Tnu8zPIcV2xp0phlqg75cda4-2S_2oikwe7B3hCCx9R0r5QdFr_xYywjKCh6amVzHJT40jMK5CVL8sSUNcygXyRVmVYXug/s1600/the-mule-2.jpg" width=400 /></center>Earl cultiva e vende flores premiadas. Está sempre na estrada e à custa disso é divorciado. No dia em que recebe mais um prémio, falta ao segundo casamento da filha. Dez anos depois o seu sonho morreu. As pessoas compram tudo online, inclusive as flores. Quando parte em busca da família que descurou toda a vida, vai dar à festa de noivado da neta que ainda o adora. O seu estado emocional está tão mal como o financeiro pelo que, quando um dos jovens lhe fala de uma oportunidade de continuar na estrada e fazer dinheiro, Earl está interessado. Já não tem raízes que o prendam a um lugar. Vai ter um choque cultural e geracional com os mexicanos do cartel, mas a verdade é que o velhote consegue cumprir a missão. Com o tempo vai atingir um estatuto lendário e à medida que aprende o que tem de fazer para ser uma boa “mula”, vai ensinar aos jovens algumas lições de vida e vai fazendo o Bem para compensar o Mal.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimv_kLEUZZCg9xZsf54z71LXBFaX20eTPBs3DBbYDP6DAG9wOy8SXfOJEWScJK7PD46In6MXr5YpmB1WYM0us_7RSeGcsBaar3-j1sWFVyNiuazFgFNL4oxZWDComq__SiYTpXhA/s1600/the-mule-3.jpg" width=400 /></center>Ao longo da narrativa vamos sendo surpreendidos com um elenco de topo - Dianne Wiest, Taissa Farmiga, Laurence Fishburne, Bradley Cooper, Michael Peña, Andy Garcia – e aos poucos o filme convence-nos que não é só uma partida. Não estamos apenas a ver um floricultor a conduzir horas a fio. Estamos de volta ao Clint cínico de <a href="https://antestreia.blogspot.com/2009/03/gran-torino-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Gran Torino</b>"</a>. Um velho e o seu carro a dizerem ao mundo quais as prioridades que devem tomar para não se arrependerem quando tiverem 90 anos. É um filme simples que se não fosse verídico seria inacreditável e tem a dose certa de comédia para contrabalançar os momentos sérios. Vai em crescendo até ao final e dá vontade de aplaudir.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJfnK9ohTQ4_g943sW0eBXAgWmToI-Eb0ghT-2OiyVKrstiJXdJkF-72VCqzHyoVP3Uo20xFy3WlkiH1lwTAqHzyncv3JZAqyyJmXRFKgCr3eQBhdnODoAit8_rdokYUp4wsxpuA/s1600/the-mule-4.jpg" width=400 /></center>Não é dos melhores de Eastwood, mas são tantos e tão bons que isso seria pedir muito. A realização não tem nenhum momento de encher o olho, mas no seu todo é incrível como faz parecer simples cenas que, parando para reflectir, são tudo menos isso. Brinca com a tensão como se não fosse nada e nunca compromete a qualidade ou liberta a atenção do espectador. É um filme que funciona por si só e muitos jovens deviam ficar envergonhados por com aquela idade ter tal dedicação ao trabalho, não se poupando a nada. Sem dúvidas um dos melhores filmes a estrear este ano e daqueles que reveremos com prazer muito depois de o realizador nos deixar.<br />
</div><br/><br />
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<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhBOReau2g0ae9xBEN1C4he58y5BNQyShN_fN3Qdxp-T_L8qP7Pn5N2700OsvcLjoCTixiM_iAsfdPvYSijXDHxLrNn7l_AJHpaZeozETR_tcDHb4jt87XhAcbVd3vIEdhHw3dBw/s1600/the-mule-poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="The Mule"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>The Mule</b>" (EUA, 2018)<br/><b>Realização</b>: Clint Eastwood<br/><b>Argumento</b>: Sam Dolnick, Nick Schenk<br/><b>Intérpretes</b>: Client Eastwood, Bradley Cooper, Dianne Wiest, Taissa Farmiga, Laurence Fishburne, Michael Peña, Andy Garcia<br/><b>Música</b>: Arturo Sandoval<br/><b>Fotografia</b>: Yves Bélanger<br/><b>Género</b>: Biografia, Drama<br/><b>Duração</b>: 116 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.themulefilm.com" target=_new>https://www.themulefilm.com</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-51959099449357034582019-04-04T22:00:00.000+01:002019-04-04T23:33:35.363+01:00"Bohemian Rhapsody" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirsLTqyF-aHuJKPZ39q7lKoMwVPIYrrWC11T1SKsQIU_4_VQa5pZf4GDTzw-3JY4V2hd1pm0htMntIjZapzWGuIMCtL7_OAu3oZ-bq0irwScz859uiaefBuxiL8UyE6cLaYJJRdg/s1600/bohemian-rhapsody-banner.jpg" width="600/" /></center><div align="justify">Vamos começar o texto com sinceridade. Como muitos dos leitores, diria que os Queen provavelmente são a minha banda favorita. Pelo menos estão no top 4. Não o suficiente para alguma vez ter ido a um concerto, mas com um cardápio musical tão variado que terão uma música perfeita para cada situação.<br />
Também como muitos dos leitores, aos anos que ouvia falar do suposto biopic de Freddy Mercury. Todavia, aprendi a ignorar os rumores. Enquanto o filme não estrear, vamos assumir que não existe. E ainda bem, pois “Bohemian Rhapsody” esteve no limbo anos a fio e até o protagonista foi trocado. Quando finalmente chegou, foi um misto de sentimentos.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEbRuLbUHrwElpXDhqdPWSXVt-j1S0RRR82nYcFSU3rc9KtxjQwu9yMQfttqR-VDZ83cVApk2GZIzeDBYrglb_o4iqqB7XqIzVTo1IPBoZnUQKHKn-mz-LMdeMqMPy2B1sGGddZw/s1600/bohemian_rhapsody_1.jpg" width="400" /></center>A narrativa acompanha a vida e obra de um jovem zoroastriano em Londres. O seu nome é Farrokh, mas mudou-o para Freddy. Numa noite vai ouvir a banda Smile e oferece-se para escrever músicas para eles. Ao saber que acabaram de perder o vocalista, voluntaria-se também para esse cargo. Assim começa uma lenda que se confunde com a história da música do século XX.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaPccfAAXeH8qmAGCNPBGn2uhjFHqaX_ncjzYJ765YbYmmu9XZwqOYzzz87YxhSDXZpbaiS547wbI6tzaTMlXsVDRUNRkXvtaKTM_tfKvG_thxHv4yZfMdz9GqvfEu5U2w2tGtRg/s1600/bohemian_rhapsody_2.jpg" width="400" /></center>Fazer um filme assim é fácil. A banda sonora obrigatória inclui algumas das melhores músicas de sempre. As personagens são conhecidas e adoradas por milhões. A história tem romance, drama, traição e morte. É um conto sobre um rapaz que enfrentou várias dificuldades – emigrante, proveniente de uma minoria quase desconhecida, com um aspecto invulgar, não heterossexual – e não só conseguiu atingir os seus objectivos, como viveu um sonho e se consagrou como um nome incontornável da História. Rami Malek conseguiu um Oscar pelo papel, o que não surpreende visto que é um biopic com tudo o que é preciso. Não foi o vencedor mais justo, mas admite-se que deu tudo para recriar uma figura ímpar.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpLvcJd4f0KakVf5YrgN8aOI8kb-OOQ15sAKumZX9YSDu5NEULAYzW-bw1dtCIfrbOHO6EB9h1ml8KhIJ21t0p9nWy6OeQ587za0yamgeBy78RiggYZ6JchjgGbbKgjQpkMQ81gA/s1600/bohemian_rhapsody_3.jpg" width="400" /></center>A escolha de Bryan Singer para realizar o filme foi algo estranha devido à sua completa falta de experiência no meio musical quando tantos realizadores começaram nos videoclips, mas pelo lado pessoal talvez fosse dos que melhor compreendessem Mercury. O filme com que nos presenteia tanto explora a vida pessoal de um homem com muito amor para dar, como as interpretações de um artista sem limites. Mostra-nos quem são os Queen – como se não soubéssemos – e como foram bafejados pela sorte numa carreira com altos e baixos, mas onde o público nunca deixou de os apoiar. As poucas novidades que dá ao público são agradáveis surpresas e ainda que por vezes tome liberdades criativas que roçam o ridículo e o preguiçoso, não é um filme enganador. O essencial da história está lá e justifica a classificação de biografia.<br />
<center><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="1334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5bfJ3adFT5u6tq1Ti8P569la4-p4q2ewblNvjaJ5rShgaqcXq2yq32BSuKUzwOC_1K85gyNqJbugDrIwIYe6ryc8DfvZLC43IQKKfaZRPsZOOS0u9THRSyQ8mLDWQvbNniz1J6w/s1600/bohemian_rhapsody_4.jpg" width=400 /></center>É um bom trabalho de época, mas não traz nada de novo. Visualmente podia ser extraordinário e pelas partes musicais merece ser visto em grande ecrã, mas não se distingue de um concerto. Falando do som, é algo incrível. A música exigia e o filme cumpriu. Desde as experiências caseiras até ao estúdio e depois nos palcos, temos os Queen em tela. Era preciso dar música e é-nos dada. Infelizmente o filme não se aguenta para além disso e alguns dias depois fica esquecido. Tem sido falada uma sequela por o filme não ter tocado em alguns pontos chaves como o concerto em Wembley, mas não faria muito sentido continuar a explorar o tema.</div><br/><br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/3.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn41q0QU0tOq8dTzoirscdp5_ZMF7yRxlXl2OU7J3cIVyu16A1MgfzzhvNKeAbQ31XmlDfYpmcmhCoQk4Kc1-Lr8kheHBRTqEV8E2MEktg9HYY6mT-qP1DymK_e4xnfWv75Vh8Rw/s1600/bohemian_rhapsody_poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Bohemian Rhapsody"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Bohemian Rhapsody</b>" (EUA, Reino Unido, 2018)<br/><b>Realização</b>: Bryan Singer<br/><b>Argumento</b>: Anthony McCarten, Peter Morgan, Anthony McCarten<br/><b>Intérpretes</b>: Rami Malek, Lucy Boynton, Gwilym Lee, Ben Hardy, Roger Taylor, Joseph Mazzello, Aidan Gillen, Allen Leech, Paul Prenter, Tom Hollander, Mike Myers<br/><b>Música</b>: John Ottman<br/><b>Fotografia</b>: Newton Thomas Sigel<br/><b>Género</b>: Biografia, Drama, Musical<br/><b>Duração</b>: 134 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.facebook.com/BohemianRhapsodyMovie" target=_new>https://www.facebook.com/BohemianRhapsodyMovie</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-5075814227280506782019-04-02T21:00:00.000+01:002019-04-02T21:13:39.659+01:00"Stan & Ollie" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdKCI02O7fGBFmtYL1g3_xxA4eqp3tFBsCs6LVPZpQZAsj2utosQcySRb9__BKxoN7-p4Q296rcOwB4Cc37mRPgz78p-BTgkS8EBtbUsUZk-BpJl5KoY2DNWVLTj1Xxp1dhld-pQ/s1600/stan-and-ollie-banner.jpg" width=600></center><div align=justify>Perguntando a fãs de cinema qual o mais importante comediante de sempre, a resposta provavelmente estará dividida ente Chaplin e Keaton. Perguntando o grupo, as gerações dividem-se entre Marx e Monty Python. Mas se a pergunta for sobre duplas, apenas uma resposta é válida: Laurel & Hardy ou, como nos acostumamos a dizer, Bucha e Estica. Mesmo quem ousar pensar em Abbott & Costello terá de admitir que simplesmente se colaram ao sucesso da dupla anterior, praticamente repetiram a fórmula, e a fama internacional não se compara.<br />
Foi através dos filmes a preto e branco de Chaplin, Keaton e Laurel & Hardy que o meu pai me foi incutindo o gosto pelo cinema e "<b>Block-Heads</b>" será o VHS de imagem real que mais vezes coloquei a dar. Os bons velhos tempos…<br />
Se não for por mais nada, 2018 será lembrado como o ano em que um biopic conseguiu pôr lágrimas em muita gente adulta. Enquanto "<b>Bohemian Rhapsody</B>" se focou na banda mais influente do século XX e lhes recriou uma carreira conhecida por muitos, "<b>Stan & Ollie</b>" foi mais longe e recriou o pós-carreira da dupla, uma fase quase desconhecida. Os anos dourados seriam o mais fácil de vender, mas a ideia de explicar o porquê do desaparecimento e o que aconteceu aos dois homens mais populares e adorados do mundo era o verdadeiro serviço público.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh91VfbKSg4L6_HKbrDjpkbjW0rAnS2YUSGZl8RFFTT3bwjNKvNC5yrz9u1kJw1WANyU9ZqQiNDglt3JM7OSeWC1iee99cY7kW3eSbJb4gbKdluzLIED3Gx1PgPVZHmuFRe9BG0fQ/s1600/stan-and-ollie-1.jpg" width=400></center>A culpa foi do dinheiro. Uma mera disputa salarial levou ao afastamento de Stan Laurel da produção. Depois de separados, as carreiras foram declinando. Quando os encontramos passaram 16 anos e vão começar uma digressão nas ilhas britânicas. Acreditam que vão fazer um novo filme sobre Robin Hood, mas, até chegarem a esse ponto, precisam de recordar ao mundo que estão vivos e que são os melhores no que fazem. A dupla que em tempos encheria qualquer sala, começa por ter algumas dificuldades em ter meia plateia nas salas medianas onde estão marcados. Melhor para nós que, assistindo à sua vida privada, temos um duplo espectáculo. Laurel & Hardy não são apenas aquelas figuras na ficção. São uma equipa com décadas de trabalho conjunto e amizade cujas frases se completam e que antecipam os movimentos um do outro num entrosamento sem igual. Mesmo alguns dos gags que usam nas peças têm um fundo de verdade e as grandes frases que decoraram e imortalizaram cinema usam regularmente na vida real. Sem falar dos trejeitos que os fãs deliram ao ver e que a dupla repete longe das câmaras por reflexo. Os actores Stan & Ollie são as personagens Laurel & Hardy.<br />
No próximo parágrafo vem um ligeiro spoiler, mas como se refere a factos reais com meio século, não deve fazer mal.<br />
Mesmo que o filme acabe por saber a pouco – podiam ter feito uma série biográfica em tempo real que eu veria – em pouco mais de hora e meia condensa duas vidas imortais. O passado glorioso e os anos de menos glamour que se seguiram. Recria vários momentos cómicos, revela segredos e faz-nos rir e chorar. É que enquanto Laurel esconde um segredo – o filme não vai avançar – a saúde de Hardy não lhe permite os esforços de quando era jovem. O seu coração atingiu o limite e não pode correr e dançar pelo palco. O médico ordena que pare pela sua vida. Mas ele sabe que as coisas não são assim. O espectáculo tem de continuar. E se outro qualquer se recusaria a participar numa missão suicida, por sorte a única pessoa que precisa para completar o seu desígnio é o seu amigo de sempre, o seu parceiro de aventuras e a outra metade da sua maior criação, Stan. Há apenas dois tipos de pessoas capazes de se sacrificar pelo ofício, os super-heróis e os artistas. Nas últimas semanas temos ouvido muito “Whatever it takes”, mas há muito mais que ouvimos <i>The Show Must Go On</i>. Uns lutam e morrem para salvar vidas. Outros dão tudo de si para dar felicidade. Como uma vida sem felicidade não deve ser vivida, na prática estão todos a salvar vidas. Os artistas são super-heróis. Faz sentido. <br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjhQ5OcrHdL6MppP2OdWulgeOMfIWNPoYXLgpAp_tXM_0HBp5Iv-WP8GQyxLOZnYHnhKEx3yFXMGEEEjKGpny0o-__eOGNahZIS_hhlCZBTaMHLBHehY7XSKlRQGwxknCuTxudHQ/s1600/stan-and-ollie-2.jpg" width=400></center>Dizem que os homens não choram. Ouvi a música e vi o filme, mas acho que esse direito não pode ser negado a ninguém. Há cenas onde somos autorizados a verter lágrimas e este é o momento mais adequado desde “Toy Story 3”. Laurel & Hardy deixaram-nos há muito, mas a sua obra e legado são imortais. As imitações de John C. Reilly e Steve Coogan são mais do que dignas. São uma viagem a outros tempos e a outras formas de fazer a arte. Um par de talento ímpar que deixou muitas saudades.</div><br/><br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitv3okyYXjl66axC6zhCjUItxtoStN8XX5_uEK3QW01jo5xWc_aVVa8lPSHlWIOhyphenhyphenpjezq8mYDgbsBZgymnQip-NO-Kf5G9v9fhAQxOT1g3jeZZCKla9mAKYrVF3BTQRpxChywRg/s1600/stan-and-ollie-poster.jpg
" border=0 height=300 width=200 alt="Stan & Ollie"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Stan & Ollie</b>" (Canadá, EUA, Reino Unido, 2018)<br/><b>Realização</b>: Jon S. Baird<br/><b>Argumento</b>: Jeff Pope, 'A.J.' Marriot<br/><b>Intérpretes</b>: Steve Coogan, John C. Reilly, Shirley Henderson, Nina Arianda, Rufus Jones<br/><b>Música</b>: Rolfe Kent<br/><b>Fotografia</b>: Laurie Rose<br/><b>Género</b>: Biografia, Comédia, Drama<br/><b>Duração</b>: 98 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.stanandollie.co.uk/" target=_new>https://www.stanandollie.co.uk/</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-23403398175405478942019-01-05T09:00:00.000+00:002019-02-21T22:09:51.231+00:00Os melhores de 2018 para a OFCS<div align=justify>A Online Film Critics Society anunciou os vencedores dos seus <a href="http://ofcs.org/awards/2018-awards-22nd-annual/" target=_new>prémios anuais</a>.<br />
<br />
"Roma" foi o grande vencedor com quatro prémios, mas juntam-se a ele "First Reformed", "If Beale Street Could Talk", "Hereditary", "Mission Impossible - Fallout" e "Black Panther" com dois prémios cada.<br />
<br />
<img src="http://ofcs.org/wp-content/uploads/2019/01/01-Picture-150x150.jpg" width=150 alt="Roma"><img src="http://ofcs.org/wp-content/uploads/2019/01/02-Animated-Feature-150x150.jpg" width=150><img src="http://ofcs.org/wp-content/uploads/2019/01/04-Lead-Actor-150x150.jpg" width=150><img src="http://ofcs.org/wp-content/uploads/2019/01/05-Lead-Actress-150x150.jpg" width=150><br />
<br />
<br />
<br />
Melhor Filme<br />
Roma<br />
<br />
Melhor Filme de Animação<br />
Spider-Man: Into the Spider-Verse<br />
<br />
Melhor Realização<br />
Alfonso Cuarón – Roma<br />
<br />
Melhor Actor<br />
Ethan Hawke – First Reformed<br />
<br />
Melhor Actriz<br />
Toni Collette – Hereditary<br />
<br />
Melhor Actor Secundário<br />
Michael B. Jordan – Black Panther<br />
<br />
Melhor Actriz Secundária<br />
Regina King – If Beale Street Could Talk<br />
<br />
Melhor Argumento Original<br />
First Reformed – Paul Schrader<br />
<br />
Melhor Argumento Adaptado<br />
If Beale Street Could Talk – Barry Jenkins<br />
<br />
Melhor Edição<br />
Mission: Impossible – Fallout – Eddie Hamilton<br />
<br />
Melhor Fotografia<br />
Roma – Alfonso Cuarón<br />
<br />
Melhor Banda Sonora<br />
If Beale Street Could Talk – Nicholas Britell<br />
<br />
Melhor Primeira Obra<br />
Ari Aster – Hereditary<br />
<br />
Melhor Filme em Língua Não-Inglesa<br />
Roma<br />
<br />
Melhor Documentário<br />
Won’t You Be My Neighbor?<br />
<br />
Prémios Técnicos<br />
Annihilation – Melhores Efeitos Visuais<br />
Black Panther – Melhor Guarda-Roupa<br />
Mission: Impossible – Fallout Melhores Coordenação de Duplos<br />
A Quiet Place – Melhor Edição de Som<br />
A Star Is Born – Melhores Canções Originais<br />
<br />
Prémio de Carreira<br />
Roger Deakins<br />
Spike Lee<br />
Rita Moreno<br />
Robert Redford<br />
Agnès Varda<br />
<br />
Prémios Especiais<br />
Ryan Coogler, pelo sucesso de Black Panther com o público e a crítica.<br />
Para a cidade de Oakland, Califórnia por receber os filmes mais social e artisticamente apelativos sobre racismo, “Sorry to Bother You” e “Blindspotting.”<br />
</div>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-83480699244426714062018-09-15T21:00:00.000+01:002018-09-15T21:36:52.703+01:00"A Simple Favor" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0KkPn2hzEqznktIDTX2LoC5nFt_wiLwMPAZL3UcU2JElYN1xRQbeshSQdBH94nojVm3wTVbvmYxdYfxU04RHJEgV8SN4YHyUY5OG7F_n6dAUt7Zbi0iTCoGg9oGNHo1aDs5ojmA/s1600/ASimpleFavorBanner.jpg" width=600" alt="A Simple Favor"></center><div align=justify>Um blogger escrever sobre um filme sobre uma vlogger não é algo que se leia todos os dias. Por isso instalem-se, ponham-se confortáveis e preparem-se para um texto invulgarmente longo. Este filme tem tantas camadas que tem de ser cortado em várias postas.<br/><br />
Darcey Bell estreou-se na escrita com um emocionante thriller cheio de twists e detalhes que foi descrito como “um Gone Girl com drogas”. Isso é um elogio. Tanto que um ano antes da publicação já os direitos tinham sido comprados. A adaptação foi escrita por Jessica Sharzer que nos deu uma boa parte de "<b>American Horror Story</B>", uma garantia de termos emoções fortes.<br />
O realizador foi Paul Feig que, em termos simples, era uma escolha óbvia. Fei g trabalhou vários anos em televisão, passando por títulos como "<b>Arrested Development</b>", "<b>Nurse Jackie</B>" e "<b>The Office</b>". Em comum? São comédias. Essa característica manteve-se quando passou para o cinema e aí outra característica se evidenciou: trabalhar com mulheres. A estreia foi um excelente <a href="https://antestreia.blogspot.com/2011/08/bridesmaids-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Bridesmaids</B>"</a> com um conjunto de estrelas que também vieram da TV. A esse seguiram-se vários outros como "<b>The Heat</B>", "<b>Spy</B>" e o malogrado "<b>Ghostbusters</B>", todos centrados em personagens femininas. Ele precisa de algo em grande para voltar à mó de cima e este filme suplicava alguém capaz de nos dar um filme interessante sobre mulheres que não fosse só para mulheres. Spoiler: ele conseguiu.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDvUSKKVZegbq7a8dLYsUEJNk2sMVb2gFL9ETNh-3gBow1fB10pmIjDe4AL_83ZHyRVV4wNoC6w8IsSUvaNpsAhjHlZlBZMuJE3RBeCPipauSTPmBdzr_HZJknYARyqF6WYxVplg/s1600/ASimpleFavor1.jpg" width=500" alt="A Simple Favor"></center>Para os papéis protagonistas era preciso uma mulher que extravasasse classe em cada passo. Quem viu Blake Lively em "<b>Gossip Girl</B>" ou "<b>Age of Adaline</B>" sabe que ele encaixa na perfeição nesse papel. Aliás, isso é tudo o que faz em <a href="https://antestreia.blogspot.com/2016/11/cafe-society-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Café Society</b>"</a>. A sua presença ilumina a tela e a intensidade dramática permanece mesmo quando ausente.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS3cFeCH0Xbjewir1DgyMvi-KhMLmEpUILDPPRjyS_eg9Zx14YejajtiBOCToxbLXvaujPWOxLO7gNtDF0CtF7ReDwnyjFVNLYf7jezEIILrV9ka-S5hvF86jGIt4L8xMUoCl1dA/s1600/ASimpleFavor2.jpg" width=500" alt="A Simple Favor"></center>Quem podia ser a blogger? Por ser uma história de jovens mães, não iriam recorrer a ninguém que já tivesse feito de mãe. Anna Kendrick para muitos ainda é a miúda trapalhona de <a href="https://antestreia.blogspot.com/2008/12/twilight-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Twilight</B>"</a>, "<b>Up in the Air</B>", <a href="https://antestreia.blogspot.com/2010/11/scott-pilgrim-vs-world-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Scott Pilgrim</B>"</a>… e ainda é uma recém-licenciada que gosta de cantar como em "<b>Pitch Perfect</B>" (<a href="http://antestreia.blogspot.com/2013/01/pitch-perfect-por-nuno-reis.html" target=_new>1</a>,<a href="http://antestreia.blogspot.com/2015/06/pitch-perfect-2-por-nuno-reis.html" target=_new>2</a>). Mas para alguns é a rapariga desajeitada que se apaixona por um assassino em "<b>Mr. Right</b>" e dá a volta a todos. E apesar de nunca a termos visto com filhos, já a vimos entre grávidas. É perfeitamente capaz de levar aos ombros um filme e alternar entre os registos de super-mãe, trapalhona, ou mulher sensual. Ou por vezes ser apenas uma pessoa normal com defeitos e virtudes como todo nós. Kendrick é a derradeira <i>girl next door</i>.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCspMl1dgNFCWbKKpeyrnX7tq1v9D5zCaMkRfrg_DvlY0kYhMJis6FDmgKNpC_Kd4sHiZVnKaavcRjoyPR5WiH2FcxC7bmCJit1mNbGkl5ZbvwKPcrQ9DDkQLqSxYmA8KqoRqM2g/s1600/ASimpleFavor0.jpg" width=500" alt="A Simple Favor"></center>Agora que está esclarecido e provado que se reuniu a equipa de sonho, vamos falar do filme.<br />
Tudo começa com Stephanie Smothers. E smother é um verbo muito semelhante a sufocar que se costuma usar em referência às mães-galinha. Sendo desempregada, Steph tem tempo para estar sempre com o filho e fazer tudo pela associação de pais, ofuscando os demais. E ainda lhe sobra tempo para fazer um vlog que ajuda outras mães. Não tem muitos seguidores, mas lá chegará. Devido a essas diferenças, os outros pais não se dão muito com ela. Até que surge Emily Nelson. Esta mãe não tem papas na língua e não se relaciona com os demais pais. Como os filhos são amigos, acaba por conversar com Steph de volta de uns martinis. Com o passar do tempo e seguras por uma rede de segredos e mentiras, Steph considera Emily a sua melhor amiga. Até que um dia, como já era habitual, Emily lhe pedir um pequeno favor. Que traga o filho da escola, pois vai ficar retida por uma emergência no trabalho. Só que Emily não volta nessa noite nem no dia seguinte. Stephanie avisa o marido de Emily e o emprego e ninguém mais acha estranho. Ela tem dessas coisas. Stephanie acha que algo está errado e vai partilhando o que se passa com os seguidores no vlog. E assim começam duas horas de uma aventura que nenhuma mãe de uma pacata vila esperava viver.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw3ffNcEB1mhhsyvkjfGAYkWtgXB0AyoxQVOLbuVA_ahF-zg6mryapIiwP_VclqyvPtIw1xblOEwvCJM00DAK-Nr71Z3iHWwr4HIb59di-gQAp0tePcph7OFoF3LxSoruHDb_eVQ/s1600/ASimpleFavor3.jpg" width=500" alt="A Simple Favor"></center>Como referido acima, o filme tem várias camadas e surpresas. No início é o que se esperava de um drama sobre uma vlogger. Tem os momentos familiares, tem alguma conversa de circunstância… está a colocar as peças e a apresentar as personagens. Só que aos poucos estas duas mulheres vão revelando segredos um pouco mais delicados. Subitamente o filme mudou completamente de tom. Estamos num thriller com toques de romance escrito para o público feminino. Pode parecer receita para um telefilme, mas esta mistura inesperada resulta. Muito apoiado nas soberbas actrizes e com um elenco secundário sólido (as crianças nem por isso), "<b>A Simple Favor</b>" rapidamente se torna num dos melhores thrillers do ano. A poderosa banda sonora maioritariamente em francês já nos tinha alertado que ia ser um filme com estilo, mas excedeu as expectativas. Tem algumas partes inacreditáveis, mas soube parar antes de entrar em exageros. E como é comédia, qualquer espectador ligou a tolerância para exageros.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUBRA5bG2b7ckWDonUh5fFk-RvssVs7ejV7n4TBdicDfAGTBOjP6z77dnOxVoykyfgCX3C-7o1grdqkGbrtD4fjPjfzYy8d0gshAC3WQxhXviwik8NNmsT6OXlNqd-87_EKeJ7fg/s1600/ASimpleFavor5.jpg" width=500" alt="A Simple Favor"></center>Está encontrada a receita para bom entretenimento. Uma história que combine escândalo, comédia, drama e, romance, tudo envolto num bom mistério. Com um elenco perfeito para ter honras de ser exibido em cinema, claro.<br />
"<b>A Simple Favor</B>" é muito recomendado e pela minha parte, vai ser para rever assim que estreie.<br />
</div><br />
<br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4.png" height="20%" width="30%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN99_wCSWv8TTpRhGbgP2Nay7UmwXtsrjnKI7y_iApWYgReAfX4Xzp3MGJYmyKrnB6Hf1zOUF1O4npSl5REyLN2VJKSuw1CxBWZEC87NrQjFP49ZgsPwMrR1Jj__8DQTcDtLAE5w/s1600/ASimpleFavorPoster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="A Simple Favor"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>A Simple Favor</b>" (EUA, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Paul Feig<br />
<b>Argumento</b>: Jessica Sharzer (baseada no livro de Darcey Bell)<br />
<b>Intérpretes</b>: Anna Kendrick, Blake Lively, Henry Golding<br />
<b>Música</b>: Theodore Shapiro<br />
<b>Fotografia</b>: John Schwartzman<br />
<b>Género</b>: Comédia, Thriller<br />
<b>Duração</b>: 117 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://asimplefavor.movie" target=_new>https://asimplefavor.movie</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-4903409274199009722018-09-13T00:00:00.000+01:002018-09-13T00:06:50.631+01:00"Book Club" por Nuno ReisAs lendas estão de volta.<br/><br />
<center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMWWnnLS8ykBy_0ABPctiUdlszLX-t4wBo8eWmEK2S8GOKlDLpc6TNMgjGQcKDcpcgpU35BsRpJfVPvEUmGq47b_I3BtBf7jBwsPgW96d7km9bbTDcUH2JDfa_CvwQQFgmB7STvg/s1600/BookClubBanner.png" width=600 alt="Book Club"></center><div align=justify>O cinema tem muitas estrelas que vão caindo no esquecimento. Seja porque se reformam ou porque não arranjam papéis, é normal vermos cada vez menos aqueles actores com quem crescemos. Para actrizes ainda é pior pois como ouvimos regularmente, há menos papéis femininos e os que há são para as jovens e bonitas. Ouvir dizer que um filme vai ter como estrelas de igual estatuto as veteranas Diane Keaton (não tem feito nada de jeito), Jane Fonda (está reformada), Candice Bergen e Mary Steenburgen (por vezes aparecem em televisão), é motivo para ficar curioso. Nos papéis masculinos Andy Garcia, Craig T. Nelson, Don Johnson, Richard Dreyfuss e o sempre risonho Wallace Shawn também não são para ignorar. Só que o filme é delas. Também entra Alicia Silverstone, mas é tão pouco tempo de ecrã que, para ser sincero, a confundi com Maggie Lawson até ver o nome no genérico.<br />
<center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhHdJpK0cAl8s4nRzq8JjYd8DUKd8GkkoOiuth4tt1-DqBHxuRHJ2LGCkwQ9fVZVUO7DbovRcRjK658SPB4MN1NdfUxjlP-Q-NDVLzNuf2FJdx9KiIS_8vLRbOdYX7Xop93NAf4A/s1600/BookClub1.jpg" width=500 alt="Book Club"/></center>Uma dica rápida para quem faz cinema: três oscarizadas, uma delas é também dos nomes mais repetidos nos Golden Globes, e a rainha dos Emmys, são capazes de actuar em qualquer idade e ainda conseguem atrair as multidões. Em especial se o público-alvo forem as mulheres dessa idade.<br />
<center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxJ8aYYoQOyKg_In0uZVoyHgZ8TDMrmOAdgPP89e883YYukUwVcTN1btfu1wr-Bbt5vPzZ1Bi2acnbqWHThsbtIAWiBQb4gf6t2v7vkR7u4B5QRa4PuB71bQL2xEoWGe28Pv8SLg/s1600/BookClub2.jpg" width=500 alt="Book Club"/></center>A história é sobre quatro amigas que cresceram juntas e fazem um clube de leitura com reuniões mensais há várias décadas. Quando uma delas traz “As 50 Sombras de Grey” para discussão, os ânimos vão aquecer. Vai despertar uma sexualidade latente que vai ter reflexos na vida de todas elas. A viúva Diane vai-se envolver com um homem enquanto as filhas a acham acabada e querem que ela mude de estado para ficar mais perto delas. Vivian que adora sexo, mas sempre se negou ao amor, vai reencontrar a sua única paixão. Carol vai continuar a tentar apimentar o seu casamento contrariando o marido que se vai acomodando e distanciando. Sharon está simplesmente irritada por o seu ex-marido estar com uma mulher mais nova e vai recorrer à internet para procurar homens. O sexo e o amor não têm limite de idade.<br />
<center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBXF4mlegsrxWsXRkh_jhUhMODDGEGNR2uhZOO-3U5kUXOseuv0FiM6yg0wNClRzaz0w0PDjfXHGIL13355JjrvKU9KJfXR6mesmT-vQdGIRdmMh43ZKc7xnRbKhygJw3gaSyLKQ/s1600/BookClub3.jpg" width=500 alt="Book Club"/></center>Então afinal sobre que é o filme? Não é sobre livros. É sobre viver até morrer. É sobre não aceitar o que a sociedade espera de nós. É sobre ter amizades que duram para sempre. É sobre relações que começam, se mantêm ou acabam com o passar dos anos. Em suma, pega nos temas dum filme para adolescentes, só que se foca em pessoas que deixaram a adolescência há meio século. E ao mesmo tempo é sobre mulheres. O que é mais surpreendente é que este primeiro projecto de Bill Holderman (tão simples que não compromete) não é a sua primeira exploração da terceira idade. Foi o produtor de “Old Man and the Gun”, o derradeiro filme de Robert Redford. Enquanto uns estúdios apostam na juventude com épicos de acção e romances, ou na exportação para territórios inexplorados, há quem trabalhe com a prata da casa. Uma decisão ajuizada e sem riscos que deu um filme fora do comum.<br />
<center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9Mh7JpN-q77WiyRqbAorN0S-oNo3cGPdmLovPXZRncTcyAnwtlPqVpvp7YC45K_hjGEcj5ljtpaSwUdn00-e2VzbrF1VT6JFFsUxULVOfMjvE0VFOCrWFsTciqvBmQAPgbvboHA/s1600/BookClub4.jpg" width=500 alt="Book Club"/></center>O mais difícil seria equilibrar estes egos, mas diria que a oportunidade de fazer algo deste género tornou toda a gente muito receptiva a partilhar ecrã. Em vez de haver uma história central e personagens secundárias que vão dando uma mãozinha, cada personagem vive uma história diferente e ajudam-se mutuamente. As mini-histórias vão-se complementando, dando origem a um produto completo e diferenciador ainda que previsível. “Book Club” não é a comédia do ano, mas é o filme repetido mais original do ano.<br />
</div><br/><br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/2.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihdnGvWT8KGTTR00cPOBjxF_Bbtar8PoMhsHeSXojfXRNTjbDWMI9EZyaC7J7Egqo9S3-NErOW6TzPEaxkqoiYr2E5fGjJDmY_tkhMa6jJ49MH62DQG1crQU61H6SKoufiBw9dXw/s1600/BookClubPoster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Book Club"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Book Club</b>" (EUA, 2018)<br/><b>Realização</b>: Bill Holderman<br/><b>Argumento</b>: Bill Holderman, Erin Simms<br/><b>Intérpretes</b>: Diane Keaton, Jane Fonda, Candie Bergen, Mary Steenburgen, Andy Garcia, Craig T. Nelson, Don Johnson, Richard Dreyfuss<br/><b>Música</b>: Peter Nashel<br/><b>Fotografia</b>: Andrew Dunn<br/><b>Género</b>: Comédia, Drama, Romance<br/><b>Duração</b>: 104 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.paramount.com/movies/book-club" target=_new>https://www.paramount.com/movies/book-club</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-70692296173391446332018-08-20T15:00:00.000+01:002018-08-20T15:05:36.436+01:00"Épouse-Moi Mon Pote" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9p8P_DU1cG1LaklJvk0W9W-V5XCjduJX4q6N8bj7qKlV4MMiL_tOs5qZ564Gpe38UAze-SkepPKRe5MVm2dmvHfi7OGkz1bWWDnjryV7nj2DS7ISfi38Exhqd14dTfSOO6_SMqQ/s1600/EpouseMoiMonPote-banner.jpg" width=600 alt="Épouse-Moi Mon Pote"></center><div align=justify>O cinema francês tem vindo a aumentar o número de filmes enviados para cá. No entanto, em termos de género, continua a apostar fortemente nas comédias. Este ano não foi excepção e começou logo com "<b>Épouse-Moi Mon Pote</B>".<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-i4_pmDVZzP9QNURbACgCcKDk2bksXeLojRVInVG9Jd4QcxNzZJ_S8lru9nkKD17XxL3Epqe79SJ_Wy-93Y_f6bVrYlKyeat9eOJVYoQAxMd57EeZV0yo4qihXLJXa7FN7jyvdQ/s1600/EpouseMoiMonPote1.jpg" width=500 alt="Épouse-Moi Mon Pote"></center>O filme tem dois temas da moda. O primeiro é a integração de imigrantes de países árabes. O marroquino Yassine chega a França para estudar arquitectura. Apaixona-se pela colega Claire e tudo parece correr bem. Uma distracção coloca tudo isso em risco e ele torna-se um ilegal a viver na clandestinidade. Segundo tema, casamentos homossexuais. Para se legalizar, Yassine tema ideia louca: casar com o melhor amigo Fred. Quem não acha piada a isso é Lisa que espera um pedido de noivado de Fred e não o quer ver casado com ninguém mais, nem a fingir. Tudo piora quando Yassine precisa de uma esposa e Lisa é a única mulher por perto. E claro que Claire tinha de voltar a aparecer na vida dele nesse preciso momento.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIVAzi0t-P_Xl7YCcFdHl-yHELhVZCEenxmvooo3PdCnkQqq71CyYPXU-9YgwNjGmBpVXffnHfLOHhX0quEeKAqIFyV8vtUk1z79-mIzehN11XyYKBiffCk4MYdFEgXb0X9Vwpgg/s1600/EpouseMoiMonPote2.jpg" width=500 alt="Épouse-Moi Mon Pote"></center>Entre tantas comédias românticas, o realizador estreante Tarek Boudali sabia que se tinha de distinguir. "<b>Épouse-Moi Mon Pote</B>" é um filme descontraído desde o início. Não apostou em estrelas do cinema. Ele próprio é o protagonista. O seu co-protagonista é Philippe Lacheau também um actor tornado realizador a dar os primeiros passos, que utilizou Boudali, Charlotte Gabris e vários outros em alguns filmes. "<b>Babysitting</B>" será o mais conhecido e estreou entre nós em 2015. São um grupo de amigos a fazerem um filme por gosto. A eles juntou-se Andy Raconte, uma celebridade de reality shows e youtuber. Por incrível que pareça este quarteto (e outros que se juntam a eles) conseguem manter o filme profissional e divertido. A forma estouvada como lidam com os estereótipos e a quebra deles como se fossem um tema recorrente, é uma necessária lufada de ar fresco. As caricaturas podem ser exageradas, mas funcionam. A política dos paninhos quentes não funciona. Sim, os árabes estão na Europa. Sim, fazem parte da sociedade. Sim, há homossexuais que se casam. Sim, há casamentos falsos tanto entre pessoas do mesmo sexo como de sexos diferentes. E este é o século XXI. Banalizou-se tudo e há críticas mal fundamentadas a tudo, porque não brincar com o que deve ser falado?<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcF9w1Hr7jBAu5XxCCcuXWy6u89IgxtkUARvkrcxY2-mCGkmAcC9If_hDmf0oKjkONqtDmvypI-a2RMvmsJdIEtFsRMYUwcBUdaMuUOJyqzRj1XPfK9rGxjhGep7XylhPf4U8dYQ/s1600/EpouseMoiMonPote3.jpg" width=500 alt="Épouse-Moi Mon Pote"></center>É um filme feito com poucos recursos, mas profissional. O argumento recorre a gags habituais, mas dá uma nova visão ao conjunto. Os actores cumprem o que se esperava de comediantes profissionais, ficando a externa Andy com o papel mais sério. Foi um risco, que funcionou e talvez tenha melhorado os números de bilheteira no território francês. Os cenários foram escolhidos para serem típicos sem serem amadores. As músicas revelam uma influência anglófona que os franceses não gostam de admitir. Essa originalidade fica bem e acaba por ser o elemento mais estranho do combinado. Não é um filme memorável no seu todo, mas passa a sua mensagem. Será daqueles títulos a rever várias vezes na televisão. Isso se algum canal se distrair e o aceitar na sua programação.<br />
</div><br />
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<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/3.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb80X48VJ9InmOy7FpPDGdHBX3dK8ZX237HGQ8AA3zn0Lh8_ZYVhyphenhyphenSou0ts11UgjEDWAsJokOqvEJf5_87KAe81Yoe-S-E33KuVGyaWmXTK9WLuBQmH5A4i4UKHCQVdVkhMsAAHQ/s1600/EpouseMoiMonPote.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Épouse-Moi Mon Pote"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Épouse-Moi Mon Pote</b>" (França, 2017)<br />
<b>Realização</b>: Tarek Boudali <br />
<b>Argumento</b>: Tarek Boudali, Nadia Lakhdar, Pierre Dudan, Khaled Amara<br />
<b>Intérpretes</b>: Tarek Boudali, Philippe Lacheau, Charlotte Gabris, Andy Raconte, David Marsais, Julien Arruti, Baya Belal, Philippe Duquesne<br />
<b>Música</b>: Maxime Desprez, Michaël Tordjman<br />
<b>Fotografia</b>: Antoine Marteau<br />
<b>Género</b>: Comédia, Romance<br />
<b>Duração</b>: 92 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.facebook.com/EpouseMoiMonPote/" target=_new>https://www.facebook.com/EpouseMoiMonPote/</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-83973706849454309632018-08-19T23:00:00.000+01:002018-08-19T23:19:16.658+01:00"Darkest Hour" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOzjE8LECh1Kl7-0LVhvNMculPhHZdeAgLTTbSVVfvrwXwm70bih9Ient7QxG5avlsGAwL1spWl2y3Qot5dR8ISab2V2damEO4xFA9vVpBhy1myFp-4ZWoSZszoeR06NzxP3PQYw/s1600/DarkestHour_banner.jpg" alt="Darkest Hour" width=600></center><div align=justify>Vivemos numa época em que é fundamental recordar o que foi a Segunda Guerra Mundial, mas a indústria do cinema, em vez de se focar em algo importante, por exemplo, explicar como ditadores chegam ao poder manipulando as massas, prefere mostrar o herói que enfrenta e derrota qualquer vilão.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi22m0ClRATeUN7BPYhMwHmL2NiRqEk9UeOT8xn0TSVVDNgGfDzZTAZwlx43JmZG06xPm67ToKl4-TkBo5uI8sak5Wwpuz2hjBA-PtU6-O1DyhTWpitJT9E-r8Et4oBYuSxOfeAng/s1600/DarkestHour1.jpg" width=500></center>Quem é o grande herói europeu desse confronto? No espaço de sensivelmente um ano tivemos "<b>Dunkirk</B>" sobre como os civis são tão fundamentais para o exército. Tivemos <a href="https://antestreia.blogspot.com/2017/05/their-finest-por-nuno-reis.html" target=_new>“<B>Their Finest</B>”</a> sobre como o marketing define o rumo das batalhas. Tivemos "<b>Darkest Hour</B>" sobre como são precisos líderes que acreditem quando mais ninguém acredita. Tivemos "<b>A United Kingdom</b>" com referencias ao governo seguinte de Hitchcock e como desiludiu em tempos de paz. Tivemos "<b>Hitchcock</b>" sobre a queda do ídolo. Durante anos não se viu nada e de repente é uma necessidade falar dessa época quase totalmente centrada num indivíduo. Hitchcock. Hitchcock. Hitchcock. E é neste filme que mais se vê a força do líder.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghit-wugmj07-bicXyqg89Jp1r-o0Ij3HHplnleirP-wVnuSLXaHue_i5KzhsL4MqENQKZtoTceZrAFopIfvi284mcuSZ6FUlazAWoA9Gee6nf_wokUakgfTa387a3Aid9fovwgQ/s1600/darkesthour2.jpg" width=500></center>Não é dado contexto à guerra. É impossível não saberem o que se estava a passar. O destaque que é dado é à relação entre monarca e primeiro-ministro, entre primeiro-ministro e governo e entre primeiro-ministro e povo. Comecemos por George VI. Tal como George V, não era suposto ter governado pois era apenas o segundo irmão. O quinto liderou nos anos da Grande Guerra e governou nos anos em que comunismo e fascismo assolaram a Europa. Foi também aquele que criou a Commonwealth que salvou o Império do colapso e conservou o Reino Unido uma potência até aos nossos dias. O sexto teve de enfrentar uma provação em nada inferior. Ainda não governava há três anos e teve de declarar novamente guerra à Alemanha. Só que desta vez França não ia poder ajudar. As Ilhas Britânicas tinham de resistir quase sozinhas contra o Eixo. Passemos então ao governo. O governo caiu. Não há como evitar quando é dada uma missão impossível. Desde Napoleão que não enfrentava tal ameaça. Nessa altura tinham uma coligação maioritária que incluía a potência Prússia e venceram por uma questão de minutos. Agora, a rendição parecia a única opção. Churchill por vezes sentia-se só na decisão de lutar contra tudo e todos. E é aí que entra o povo. Alheios ao que se passava nos campos de batalha. Sem saber o que se passava em Dunquerque. A ouvir os bombardeamentos dia e noite e a perderem casas e pessoas constantemente, viraram-se para o seu líder. Ele foi a sua força e eles foram a dele.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBqxLy5sMvAwfaS2LH5z2b8HoKQapH9AmpoV4vOSUvYx_eZfXhwIWSMCpSiHyV24X9oqZb-fI3NN7QGm_EH-Xj7nD5-tn5wcdWzSlk5CzWluQ6Xi7a1Wc9Ee1EeOLR6ZvhUYTbIw/s1600/darkesthour3.jpg" width=500></center>O filme faz um bom balanço do que se passava nessa cabeça. Mostra que apesar de ser um militar e estratega, era acima de tudo humano. Tinha sentido de humor para conviver quando lhe convinha e uma energia que lhe permitia enfrentar tudo e todos. Numa hora negra – efectivamente a mais negra das horas – não só aguentou quando todos desistiram, como usou as palavras para ressuscitar uma esperança há muito perdida. Não era uma pessoa de trato fácil, nem estava livre de críticas, mas fez aquilo que lhe foi pedido quando parecia impossível.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUGTCDEu7zwxVgvZONjPB3wUPzH_kD_XEPpsraRANNrTeIDH3FGHaaLxQaEU0Yg4ZeL2O48EF-eauNjbc9SM2VrHZ9zKB8y9aVSEMnwkiMUtGJtGARZEcotxDkGbbGRvSNL5L8kg/s1600/darkesthour4.jpg" width=500></center>"<b>Darkest Hour</B>" é uma evolução de Joe Wright. Depois de "<b>Atonement</B>" já o sabíamos muito capaz de criar batalhas épicas e atmosferas pesadas. Uma década depois a narrativa visual dá lugar a um jogo mais complexo. Conta várias histórias paralelas centrada numa única pessoa. Equilibra o ter toda a informação por se estar no governo e o desconhecimento de não estar onde as coisas acontecem. Vai dando pistas de tudo o que podia ter corrido mal por causa de indivíduos menos corajosos. E usa o humor para não nos deixar cair no abismo do desespero. Fazer um filme histórico sobre algo tão bem explorado traz dificuldades. "<b>Darkest Hour</B>" terá sempre os spoilers da História. Dentro das suas possibilidades, saiu o melhor que podia. É um filme negro como a época que vivemos, mas é optimista como uma Caixa de Pandora. Se deixarmos passar tudo o que está errado, se aguentarmos o sofrimento, no fim ficará uma luz que nos guiará para uma sociedade melhor. Citando Gary Oldman de outro filme, não é um filme como queríamos, mas é o filme que precisávamos.<br />
</div><br/><br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0B4uoE7K8hEaUyHnlrEA7WHXcZrU6V4sxPRePrrsCVMFVa8J5Rl0q_g-wYKb10eHelGaapUIwi_0LsFywBZFMwb_U5AVzG9Ym39iQN9nEzJZcJMGAIjh-r9L871oMlEJKVniBoA/s1600/darkest_hour_ver3.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Darkest Hour"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Darkest Hour</b>" (Reino Unido, EUA, 2017)<br/><b>Realização</b>: Joe Wright<br/><b>Argumento</b>: Anthony McCarten<br/><b>Intérpretes</b>: Gary Oldman, Kristin Scott Thomas, Lily James, Ben Mendelsohn, Ronald Pickup, Stephen Dillane, Nicholas Jones, Samuel West<br/><b>Música</b>: Dario Marianelli<br/><b>Fotografia</b>: Bruno Delbonnel<br/><b>Género</b>: Drama, Guerra, História<br/><b>Duração</b>: 125 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="http://www.focusfeatures.com/darkesthour/" target=_new>http://www.focusfeatures.com/darkesthour/</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-4578231058341202582018-08-18T22:00:00.000+01:002018-08-18T22:13:12.534+01:00"Tag" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8uMLPsqVEvIjtW4lwk699aPC7os06ztmrC0EDzyiUEiuQDeSAe7K1sgtkNTOKzZr6lTJ6sZVRttLgq7NR92EN-botGdMiF49Yui_AwJpl-i2CdRJMBA9IJMiorLAahdzdkoy2JA/s1600/tag_banner.jpg" alt="tag" width=600></center><div align=justify>Quase toda a gente recordará com carinho os anos de infância e as brincadeiras feitas com os amigos. Os anos dourados onde corridas, gritos e risos significavam felicidade. Algo tão simples como o jogo da apanhada. Quando se chega aos dois dígitos de súbito surge uma irracional vontade de crescer. Para uma década depois se voltar a desejar ser uma criança. Um grupo de amigos não se conformou e decidiu ser criança da única forma que fazia sentido: jogando à apanhada toda a vida adulta. O Wall Street Journal apanhou essa curiosidade e fez <a href="https://www.wsj.com/articles/SB10001424127887323375204578269991660836834" target=_new>um artigo sobre um grupo que anualmente faz um mês da apanhada</a> com algumas regras, mas sem limites geográficos. Não demorou muito até ser tornado numa obra de ficção baseada em factos reais.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi65dS_bI8qjBz-Pa2KQmT1kPNbL_cc9uBVkI4C9KoDIV8ixScbIvHed8gl9aVyuhfb3u5lorbm6KH0VfnnBhGbfrnXzahD45ENObL5el0hQyBl67r-Cqk_RFE1oz1H1xDkFc4uhw/s1600/tag-4.jpg" width=500></center>A receita deste filme quase se fez sozinha, mas vamos ver por partes. Começa-se com nomes habituais da comédia. Ed Helms, Jake Johnson, Isla Ficher, Leslie Bibb, Rachida Jones. Juntam-se alguns nomes sonantes como Jon Hamm e Jeremy Renner. Para fechar, vamos acrescentar o amigo negro (Hannibal Buress) que todos os filmes precisam e uma jeitosa (Annabelle Wallis) externa ao grupo para que lhe possam explicar aquilo que o espectador tem de ouvir. Para o argumento nada como começar com a realidade. Um executivo de uma empresa estava a dar a sua entrevista ao WSJ quando o novo funcionário da empresa o ataca. Não um daqueles ataques com facas ou ácido que se vêem nas notícias. Um mero toque com a mão, mas do qual Callahan fugia como se disse dependesse a sua vida. Crosby, a jornalista, fica curiosa com o motivo desse momento louco e pergunta o que se passa. “É o jogo da apanhada. Jogamo-lo há 30 anos todos os meses de Maio.” Não era a resposta que esperava ouvir, mas o seu faro diz-lhe para seguir a história. Vai descobrir um inusitado grupo de homens que leva a sério o seu jogo. Ninguém quer ficar 11 meses com a vergonha. E por isso percorrem o mundo, planeiam e disfarçam-se como autênticos agentes secretos. Não podem falhar o alvo. E ainda que sejam todos muito dedicados, ninguém se compara a Jerry. Em trinta anos ninguém o apanhou. Além de ter imensa agilidade e uma rota de fuga sempre preparada, é como se antecipasse os seus movimentos. Este é o último ano de Jerry e todos se unem para o apanhar.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2VezuiVpuujw2ZN_8rvZGUKrEjSqZJ8Yfr2YGbI9JGHN7YnAqsJV3E7U77To0DEOcT7eVKTKpY0krKp7d96A_uzQg3FD57tmz7_T9Buq123B7S5M7tZwT2ZZASlQhbLHR6OrFag/s1600/tag-3.jpg" width=500></center>O filme começa como tantas daquelas comédias modernas. É louco sem ser estúpido e tem um bom desenrolar da história. As personagens vão entrando em cena aos poucos e o contexto propicia oportunidades para nos explicarem o passado de forma a fazer sentido. Quando chegamos a Jerry e os seus super-poderes (ironicamente interpretado por Jeremy Renner, o Avenger e Bourne com menos capacidades) parece desconcertante, mas já foi dado o mote de plausabilidade. As personagens acessórias, lideradas pela cada vez mais surpreendente Isla Fisher, são um bom complemento e a história vai tendo lugar de forma fluida. O prazo aproxima-se do fim e o seu objectivo que parece tão próximo vai ficando mais longe. A comédia funciona e os toques de romance também. O jornalismo tem só uns momentos mínimos para equilibrar, mas sem destoar. No fundo é um filme sobre sem adulto e sobre ser criança. Duas coisas que não são incompatíveis ao contrário do que nos levam a crer ao longo da adolescência. Sobre ter os amigos por perto para dar um pouco de loucura aos nossos dias cinzentos. É sobre quebrar as regras da sociedade (e uma janela ocasional). É sobre sentirmo-nos vivos. Mesmo que sejamos crescidos. Mesmo que a morte esteja eminente.<br />
</div><br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/3.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td width="30%"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ1awhfobsWgjSni7iUkslyMF5e0Ocp6IpK_tI0Z8MjxjudCczkoSCR9IIdJbGwoKLaF56zl4EInIle3PiRuCKgD5FfWj851-35yo42s9Zr_sCxA8YxtF_hLWvaiaKcNZCRA5mLA/s1600/Tag.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Tag"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Tag</b>" (EUA, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Jeff Tomsic<br />
<b>Argumento</b>: Rob McKittrick e Mark Steilen (baseados no artigo de Russell Adams)<br />
<b>Intérpretes</b>: Ed Helms, Jon Hamm, Annabelle Wallis, Jake Johnson, Isla Fisher, Hannibal Buress, Steve Berg, Jeremy Renner, Leslie Bibb, Rashida Jones<br />
<b>Música</b>: Germaine Franco<br />
<b>Fotografia</b>: Larry Blanford<br />
<b>Género</b>: Comédia<br />
<b>Duração</b>: 100 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.facebook.com/tagthemovie" target=_new>https://www.facebook.com/tagthemovie</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-12236696662025388712018-08-09T08:00:00.000+01:002018-08-09T08:00:00.270+01:00"Overboard" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifWL_tVFcow-cW5OZWRb_396qQRXp3cxGclFhicx1vkMlgnwQ2CRUDqHq2dbuQVJveHsI82obiIder_UrUH-7wdqc8nAeshnQUFyOeYy4skwyoR-LsDqBDL3yYnoP8-6_CR7xdYA/s1600/Overboard_Banner.jpg" width=600 alt="Overboard"></center><div align="justify">Kate Sullivan (Anna Faris) é empregada doméstica, entregadora de pizzas e estudante de enfermagem. Não é fácil gerir o estudo com dois empregos e três filhas, pelo que um cliente extremamente rico parece uma excelente forma de fazer dinheiro. O problema é que o cliente (Eugenio Derbez) é um homem mimado, atraente, egocêntrico e sem qualquer respeito pelas pessoas. Dá mais despesas a Kate do que lucro. Quando o destino proporciona uma vingança atirando o milionário borda fora, a amiga (Eva Longoria) sugere uma forma de ficar com mais tempo livre. Kate não hesita, só que acaba por gostar mais da situação do que quer admitir.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoPk8096I7IDpVyeohrP7QyHsVx6BGCkI5xJZjcgleqFWOEjeCphh1uKK2IdA33Zw4uE6Az0c2K-Q54eoLG94wH3G_HT2059vhIIEEW_D-5Y06-WayIbrrzt3qjFZUwX8kI7Xliw/s1600/Overboard1.jpg" alt="Overboard" width=500></center>Para toda uma geração Anna Faris será sempre a rapariga dos "<b>Scary Movie"</b>"'s, mas a sua carreira é bem mais do que isso. Neste momento tem meia centena de títulos no currículo e se é conhecida por comédias como "<b>The Hot Chick</b>", "<b>The House Bunny</B>" e "<b>The Dictator</B>", também entrou em pérolas inesperadas como "<b>Brokeback Mountain</b>" e "<b>Lost in Translation</B>". Mais recentemente encontrou uma casa na CBS protagonizando a série "<b>Mom</B> onde Allison Janney a ofusca. Nessa série interpreta uma mãe solteira que, tal como a mãe e amigas, é alcoólica em recuperação. Neste filme vamos reencontrar algumas das temáticas como a maternidade e o alcoolismo. Faris continua exactamente nesse registo tão familiar a que nos acostumou em seis temporadas.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5AXaPRdOPWIvLO9RvkAHyicvxbpVFm40EtmnKBTEs72JXqg5RoBxWbHD63eGmhzX51YKH_5xQnb0jvH9wIDjZQUAu6es3xgb-YSjLNSQZmD1ULYcYVoCCTkYfnXhbeC8l5_TtGQ/s1600/Overboard2.jpg" alt="Overboard" width=500></center>A comédia está co-protagonizada por Faris e Derbez. Dividir os créditos na comédia não é habitual para a actriz, mas este filme não é a convencional comédia americana. Tem uma forte influência mexicana como os dois actores referidos e o facto de ter diálogos bilingues alternados de forma natural. E por vezes parece uma novela mexicana. Porque o realizador Rob Greenberg tem um passado exclusivo na televisão (nos EUA) e não quis fugir muito ao formato onde se sente confortável. Porque Faris está a repetir a sua grande personagem televisiva (a personalidade é demasiado semelhante para as distinguir). Porque ver Longoria nos leva sempre de volta para os tempos em que "<b>Desperate Housewives</B>" era a série mais popular. Porque Derbez ainda não se afirmou como rosto de cinema. Porque o argumento não arrisca. É estranho ver <b>Overboard</B>" como cinema. Sim, em 1987 esta mesma receita funcionou quando Kurt Russell enganou Goldie Hawn, mas os argumentos podiam ter evoluído. Foi feita a convencional troca de género aos protagonistas, mas não mudou em nada de especial. Um tele-filme teria a mesma ousadia.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzceLumyV9TqSNYWPei6ewNw2rwfKf9PMNQBCnTH1RlqP46a_hz2tu5wfBDQ16LdFbgg6jgzkj7aVaKzXEID_P81uwuQw4L6AwrUuLeGaMRZ-771D-s_bc9b3sTbnzcaL_K0yfsw/s1600/Overboard3.jpg" alt="Overboard" width=500></center>É um filme para ver num dia quente de Verão, enquanto se desfruta do ar condicionado da sala, e esquecer no dia seguinte.<br />
</div><div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/1m.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCCK66F6CfA6pVHDUwZNNq6_tA8L5jLEtSjThjfoeFftI7ATekxNdBVsHAr1EgFFu8afDGYpgZZgpNQA0F6pqXwpHEcw5txLKzeNUN7CFTagt7sFjBPrBddrY6shu2bBUlCkO9Xw/s1600/Overboard_poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Overboard"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Overboard</b>" (EUA, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Rob Greenberg<br />
<b>Argumento</b>: Bob Fisher, Rob Greenberg, Leslie Dixon<br />
<b>Intérpretes</b>: Eugenio Derbez, Anna Faris, Eva Longoria, John Hannah, Swoosie Kurtz, Mel Rodriguez<br />
<b>Música</b>: Lyle Workman<br />
<b>Fotografia</b>: Michael Barrett<br />
<b>Género</b>: Comédia, Romance<br />
<b>Duração</b>: 112 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.overboard.movie" target=_new>https://www.overboard.movie</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-6548975508030332592018-08-08T19:00:00.000+01:002018-08-08T20:46:32.686+01:00"Columbus" por Nuno Reis<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihx3SOWdS8JizhP6jf2Wv_ZRQDnNfZVKbEjpU93kQfdqWvoRl8l6Eu32dXfl0gIW-szACuSfdu2QArmirSZYtRBVeIaoPyo06GS8M0FYkftNy8xATSkQ2IA8ykqZ1RSMDATApArg/s1600/Columbus-banner.jpg"
width=600 alt="Columbus"><br />
<div align=justify>Aqui está a linha entre o cinema de autor e o cinema para as massas. O formato longa e as estreias comerciais não são abonatórias para este cinema que se costuma esconder nos festivais e em ciclos direccionados a nichos específicos. Um filme com John Cho, estrela de blockbusters na comédia e ficção-científica, e Haley Lu Richardson, que esteve em "<b>Split</B>" e "<b>Edge of Seventeen</B>", pode parecer de grande público, mas os actores, como quaisquer artistas, por vezes surpreendem.nos com algo fora do convencional. Um projecto artístico que não visa o lucro.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDDhesy9T07RHLJnN21eKAZwPg8jN9bMvukR70zx4YkVwnMb9CwfcZlJY5aysN9_rqq2B04q2h3PuG56V4l6E283YRygDNBo1EJ1Gzo22YpWWC6Kt8WddJicoJdeTxKmXS7rdoDQ/s1600/columbus-1.jpg" width=500 alt="Columbus"></center>Kogonada lançou-se no cinema estudando os mestres. Ao fim de alguns documentários/ensaios fez uma longa-metragem. O tema foi a arquitectura e para isso dirigiu-se a Columbus, Indiana. Para nós, europeus, uma localidade americana no meio do nada com menos de 50000 habitantes não terá interesse, mas para os amantes dessa arte é um destino ímpar. Essa terra aparentemente desinteressante é onde se podem encontrar vários dos marcos históricos nacionais (EUA) da arquitectura moderna, incluindo criações de ambos os Saarinen e a Miller House. A arquitectura é o principal motivo de excursão a esta cidade e o cerne da existência dos protagonistas.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmbAjMiOnDPNU8Zy44-V5GaG4JlTO1An0TwR57iD_DIW6Fr7I3J_-cbWe-Zj1S0-737mUAFCl3IbT3MygXA6ALQntD7DWUp-7tf9GKyjPSk-zwNxd9AUY4ig-V2DqcQKD4Gq9TwQ/s1600/columbus-2.jpg" width=500 alt="Columbus"></center>A jovem Casey sempre viveu na cidade e apaixonou-se pelos seus edifícios. No entanto devido ao estado mental da mãe, não considera seguir as pisadas dos colegas e sair para estudar a fundo. Jin é já um homem feito e não gosta de arquitectura, mas o pai é uma autoridade no tema e ao ser internado quando se preparava para uma palestra em Columbus, obriga-o a ir para lá. Cruzam-se por acaso e Casey vai aproveitar o tempo livre para mostrar a Jin os seus monumentos favoritos. Ela como quem se despede, ele como um turista que ignora o deslumbramento colectivo por aquilo. Enquanto ela lhe abre os olhos para a beleza dos edifícios que os rodeiam, ele fá-la repensar na vida e no futuro.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNd8XLNY_WOVVDq7IgaTM2-Z_hvf-ExPYYfJP7PfUJB2pKg6ELCmM9z46a06bzP4uBd2p9zGfSPygp-2NOAzW6sK_R3-_BrLeQrt95SO-4dWs0jh5R4Kiy9fDaBAa9ZEH4GFxroA/s1600/columbus-3.jpg" width=500 alt="Columbus"></center>"<b>Columbus</B>" foi escrito, realizado e editado por Kogonada. É uma obra simples e com orçamento reduzido que se foca na componente visual. Mais próximo do ensaio fotográfico do que filme a que estamos acostumados, será um longo momento de tédio para quem está acostumado ao cinema espectáculo. O propósito deste filme é mostrar edifícios e fazer reflectir sobre o que é a beleza, qual a utilidade de um edifício belo, e o significado da vida. Casey tem a vida pela frente, mas não a quer aproveitar. Jin desperdiçou a vida ignorando a beleza. Estas duas personalidades tão contrárias são o fundamental do filme e tudo o mais é um mero acessório para lhes dar um passado e alguma profundidade como seres humanos. O que podia ter sido contado num filme de vinte a trinta minutos que ilustrasse um passeio pela cidade, foi artificialmente transformado num drama de vida espaçado por vários dias. Sim, a mensagem passa, mas é preciso ir a contar com o que se vai ver.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDLbEaY3sZxnlLM2Wl51tSkbdrkOrOSM8KLOaaGa1VF19bXQsz4YDcWES4fZlSh-H6WTIi-JuXBc9bQJwE_DCvef8x0AyGBYObaGUpHJGsO41LXp03aeDOrbFerMUesp-PNwCxA/s1600/columbus-4.jpg" width=500 alt="Columbus"></center>A semelhança com o formato documental faz com que Kogonada esteja muito confortável nesta estreia na ficção. O realismo do drama social e familiar é intenso. Graças às performances excelentes de Richardson, Cho, Rory Culkin e Parker Posey. Visualmente cumpre o que se esperaria: mostra edifícios de culto pelos olhos das pessoas normais, que pensam na sua utilidade e reparam nas rachas em vez de visualizarem se é belo e enquadrado no meio envolvente. É um desafio visual interessante que terá como destinatários os amantes da arquitectura e da fotografia. Algumas das suas imagens ficarão gravadas na memória, mas não conseguirá convencer os restantes a novo visionamento.<br />
</div><br />
<br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/2.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi69qm6QHH5HGpn34665fg2b6yjvgkqOf-1mdNFv98zx6CDh3xtRJk8wbEPiW-gQdKh0QXjrUJ8f7wnyv3t5Yq-G6UWpA4zvuEymOplUUTopnorL7xfHM12sswH4FWmf2xAiHMA0Q/s1600/Columbus.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Columbus"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Columbus</b>" (EUA, 2017)<br />
<b>Realização</b>: Kogonada<br />
<b>Argumento</b>: Kogonada<br />
<b>Intérpretes</b>: Haley Lu Richardson, John Cho, Parker Posey, Rory Culkin, Michelle Forbes<br />
<b>Música</b>: Hammock<br />
<b>Fotografia</b>: Elisha Christian<br />
<b>Género</b>: Drama<br />
<b>Duração</b>: 100 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.columbusthemovie.com/" target=_new>https://www.columbusthemovie.com/</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-1009996518050512842018-07-30T17:00:00.000+01:002018-07-30T17:00:10.105+01:00"King of the Belgians" por Nuno Reis<div align=justify>Ao longo das suas mais de vinte edições, Avanca tem sido um festival fora do comum. As pessoas que lá se reúnem podem não ser as mais famosas, mas são, sem excepção, boas pessoas e amam a arte. Aliás, como é um festival para todos os formatos (tem cinema, televisão, vídeo, curtas, longas, animação, documentário, ficção, experimental, conferência académica) tem pessoas que não se encontram noutros festivais. Todas vão a festivais, mas não se cruzam todas em mais nenhum lugar do mundo. Por isso a selecção é sempre diversa e pouco convencional – muitos dos títulos não voltam a ser exibidos em festivais nacionais – mas há sempre grandes pérolas pelo meio. Este ano sem grande surpresa o vencedor foi "<b>King of the Belgians</B>", dos repetentes Peter Brosens e Jessica Woodworth que competiram pela terceira vez no certame Desta vez com uma história tão mirabolante que é credível e tão simples que é fascinante.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWigTfuvwN7Y3d1Oiadh3kWWjWllxFjkWjnZWw423VRIcqf-r3dx9Nm5DhED2eS2bF6_ELbx0r6R5I40yStlPVEzE6DN8cf6IyJi6rcd7PJPUgoGD7JsQMZnBqgRoIPMqUAJ1JHA/s1600/KOTB1.jpg" width=500/></center>O argumento acompanha Duncan Lloyd, um documentarista contratado para fazer um filme sobre o rei Nicholas da Bélgica. Tem permissão para gravar tudo de forma a editar uma peça que evidencie o maravilhoso rei que os Belgas têm a governá-los. No decorrer desse projecto, vai com o monarca para Istanbul onde participará numa cerimónia que demonstre o apoio da Bélgica à adesão turca à a´União Europeia. Só que acontece uma situação delicada no seu país e, como quase simultaneamente houve um problema nas radiações cósmicas, não tem forma de comunicar. O Rei tem de voltar urgentemente a Bruxelas o que a Turquia vê como uma ameaça à integração europeia. Protocolo, patriotismo e desejo de gravar algo extraordinário colidem e não há tempo a perder.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjye2Tf8R2ejjr4OpNLU525NWgvdMAisEBqjoBmj_owQa4VOvz0X8ryE435iJpMCp1OioQ9vUwaQcXWn-VUv44RZqPvFifV0TDa83jvVjlUl7rMb3dmyWJPLi91OU6y2WAJhXg3FQ/s1600/KOTB3.jpg" width=500/></center>O filme vinha classificado como comédia o que é sempre um pouco suspeito. Esta dupla tem feito documentários e vários filmes sérios. Por isso a mudança brusca de género foi ainda mais surpreendente. Os vários anos de Brosens como documentarista permitem-lhe brincar com o género à vontade. Esta dupla só teve de adicionar algum do peculiar humor belga e retratar as estranhas peripécias que alguém muito azarado teria de enfrentar ao atravessar países menos desenvolvidos do que a capital da Europa. Vai conhecer o melhor da humanidade. Vai perceber o que realmente importa na vida. Vai ser uma pessoa melhor e libertar o governante melhor que todos sabiam que ele podia ser. <br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq0I2UYUEufWm5LZoSxBWKKPJOdfNuhv9TFSB3b3YNVnU4PHSAf7RZhu5Mbag0dSUC0vRMgPEZQq2oVcNjZzTvnsthOCLjokZQYfqKTAXuUsVYvvrzW_EyDu16Qcmz-JBHEKt9zw/s1600/KOTB4.jpg" width=500/></center>A equipa artística é simplesmente perfeita. Estão todos adequados ao papel nos momentos formais e depois são humanos interessantes de conhecer como Lloyd vai provar nas perguntas pertinentes que vai fazendo casualmente. Não era pedido que fossem perfeitos, era pedido que fossem humanos e conseguiram. De uma perspectiva técnica não havia muito a mudar. A câmara nem sempre está num ângulo plausível, mas faz parte das artimanhas do realizador para gravar quem não sabe que está a ser filmado. O argumento é delicioso e tem uma construção meticulosa que os vai despojando de bens materiais enquanto os enriquece de experiências de valor imenso.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiopFftilerOi3FLskSs3m288_5l9TRrueBOyRKZF4tCBxoNoYAKvw0_L-oHwOcKe-N8_NYLHVAwoq6rkUVsYGBzbomAetxzxkscsl1sfgifYys7QPwig5SYT9j6QBLuV60KF45dg/s1600/KOTB5.jpg" width=500/></center>Com uma dose de humor inesperada e uma sagacidade extrema sobre os problemas que assolam a Europa do século XXI, “The King of Belgians” foi o claro vencedor em todas as competições de Avanca onde participava. Saber que vem aí uma nova aventura – uma sequela – dá uma enorme vontade de aplaudir. Depois do Rei dos belgas, pode ser Imperador dos europeus, Líder da Humanidade, ou Governante do Universo só para sugerir algumas possibilidades de prosseguir com a história. É um <i>feel good movie</i> feito com mestria, humor e arte. Que mais se podia pedir?</div><br />
<br />
<br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4m.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeT22DNzz0eeF2Gav91KcR8VUedznXrMtxQCRQnfbGzqWuE2uZcgWSFqRhfqhz7pBZuSS2oyZbvQRzYW59MGPp9abtv8XP-AI7BlXJk6Aq7vvn4FF4tnoW5M4pBl20kMQmJr8c2g/s1600/KingoftheBelgians_Poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="King of the Belgians"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>King of the Belgians</b>" (Bélgica, Bulgária, Países Baixos, 2016)<br />
<b>Realização</b>: Peter Brosens, Jessica Woodworth<br />
<b>Argumento</b>: Peter Brosens, Jessica Woodworth<br />
<b>Intérpretes</b>: Peter Van den Begin, Lucie Debay, Titus De Voogdt, Bruno Georis, Goran Radakovic, Pieter van der Houwen<br />
<b>Fotografia</b>: Ton Peters<br />
<b>Género</b>: Comédia, Drama<br />
<b>Duração</b>: 94 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="http://kingof.be/" target=_new>http://kingof.be/</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-2931645865521562312018-07-19T12:00:00.000+01:002018-07-20T18:50:39.127+01:00"Offline" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzmBFOlHSENoa8PBv020YqiH7hG2s4RwX8sC1C6eXWHj719WUZ0Ghoo9gehWkdI-SKAQDJmUrP6hOCNxGVGMbS5gDFnNatCvmSlKcO9hPERH6988Am_CrE3wsIXXzNtXr8a_XMUQ/s1600/offline_banner.png" width=600></center><div align=justify>Devo confessar que este filme não me convenceu quando surgiu. Estava a estudar marketing digital e esta obra televisiva sobre o mundo digital pareceu uma péssima ideia. Mais recentemente, enquanto percorria a carreira de Daniela Love, calhou ter uma tarde livre que decidi aproveitar para ver os filmes dela que ainda não conhecia. Seria um longo caminho, pois à data apenas tinha visto três. “Offline” está disponível no site da RTP por isso foi a escolha imediata. A minha única garantia é que também lá veria a Sara Barros Leitão que tem primado nas suas escolhas profissionais. Vê-la como Navegante da Lua no trailer deixou-me muito receoso – todos tomamos decisões das quais nos arrependemos – mas tinha de ser. Estes filmes tendem a desaparecer e quando saísse do site da RTP, talvez não tivesse nova oportunidade de o ver.<br />
<br />
Os créditos iniciais e os efeitos escolhidos são logo razão para desligar sem pensar duas vezes. Só que isso seria um erro. O filme rapidamente entre nos eixos e leva-nos numa odisseia de duas horas onde brinca com temas actuais de forma inteligente e expõe o ridículo da sociedade e das micro-tribos que surgem sem ridicularizar ninguém. Claro que entra em estereótipos e exageros, mas é de forma engraçada e não ofensiva.<br />
<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOo116-nROUZGqWjI6aas139cb7lC0eUoRe2BKw0j062KZdRvU9Fs98vwGt-ZkOFMzIyjMk43d0gGoLvRYTH4VhqKGGOwzoGd8dCcwPKw74_E4tLNPwdZTgnI6ZcGwciCS1YrUSA/s1600/Offline1.png" width=500 /></center><br />
A narrativa está dividida em várias estórias e tem diferentes focos. Por um lado tem o professor de História que não se rende às tecnologias do dia-a-dia. A vizinha é o oposto. Como tem problemas a socializar, conseguir refugiar-se e agora é tão dependente das tecnologias que não sabe viver doutra forma. Os restantes são os jovens que vemos. Os youtubers a fazerem vídeos ridículos para ganharem visualizações e seguidores. Os jovens que fazem um deslizar no Tinder em vez de saírem para conhecerem pessoas com gostos semelhantes. Pessoas que falam no Facebook em vez de construírem relações sólidas. E depois há o verso da moeda. Essas pessoas no mundo offline. Quem são os verdadeiros amigos? Quem está lá para eles? Quem é realmente o seu grupo?<br />
<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgamm6oUUMxDh5Pq7EuNbgoLutizNYI-M65X4V1rSsiFmxXD31xGvJg6uHyRoxlmSNvWGwmFTN3UpMVnW2S21IT73W7ZTqWRp3u9mu2H_kdDltqzXlhSjNE3VO7iYVW_n8xnnw9Uw/s1600/offline2.jpg" width=500 /></center><br />
Foi uma aposta arriscada. Por um lado nasce como a ideia de uma jovem sem currículo. Foi entregue a um realizador sem currículo que não teve medo de fazer um filme com umas invulgares duas horas de duração. Critica a plataforma televisiva sabendo que está condenado a só ser exibido lá. Faz pensar como os outros e sobre nós mesmos. Mostra que no fundo somos todos meros indivíduos perdidos na famosa e enorme aldeia global e que as hiperligações na verdade não nos unem, só nos afastam. Contudo, também diz que com a Internet do nosso lado podemos estar sempre em contacto com quem nos quer bem. Podemos encontrar pessoas com os mesmos gostos. Podemos continuar ligados aos nossos amigos mesmo que do outro lado do mundo. Mas as amizades e os amores, não se fazem online. É preciso trabalhar para isso de corpo e alma, não com ratos e teclados.<br />
<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7fmmE2Xj3TimkQaU-16pxkB3ltAPo4YxRxMoYvspWxlJZPEhefAApAhfnLNLmHavO6S1MlT8D0mpB5CIIpWEeqwuJbSY_f4N8q4bZenSqjL1F-LjwGBNarcW51WfdRYE9JcY3gw/s1600/offline3.jpg"width=500 /></center><br />
O elenco diversificado retrata as várias personagens que o mundo virtual tem. As estrelas oficiais são Iris Cayatte e Duarte Gomes. Ela tem momentos arrepiantes e ele deve ter tido dificuldades em fazer de tão info-excluído, mas a personagem mais incrível é a Sailorspoon. Sara Barros Leitão transfigura-se e dá-nos uma interpretação fiel das aberrações do YouTube, ao mesmo tempo que tira a peruca e é Carla, das pessoas mais sensatas e bondosas que este mundo tem. Seria um exagero dizer que seguiria o canal da Sailor Spoon, mas espreitaria de vez em quando.<br />
<br />
É uma obra inteligente e plenamente conseguida. Uma comédia com pés e cabeça, que sabe ser absurda q.b.. Dos melhores filmes que já vi sobre o mundo digital e digno de vários visionamentos. É uma pena que não passe mais vezes na televisão e que o estigma de ser nacional mate a curiosidade dos que mais teriam a aprender.<br />
</div><br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/4.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqTClnOmvO36c2feMShreyNogYhQb3yXtnLF6YUdFNa-EDcylQhhekDnctLxwuOp2GwvOOSMtX4FUnV_7b1xSNO6UYQvoenmjSa-_so9afFDSo-2E71OujErXHDEShWyEHTl0WWw/s1600/posteroffline.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Offline"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Offline</b>" (Portugal, 2016)<br />
<b>Realização</b>: Guilherme Trindade<br />
<b>Argumento</b>: Ivone Rodrigues, João Harrington Sena , Guilherme Trindade<br />
<b>Intérpretes</b>: Duarte Gomes, Iris Cayatte, Sara Barros Leitão, Daniela Love, João Nunes Monteiro, João Harrington Sena, Miguel Lemos, Emilia Silvestre, Ana Bustorff<br />
<b>Fotografia</b>: Mário Santos<br />
<b>Género</b>: Comédia<br />
<b>Duração</b>: 127 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.facebook.com/OfflineFilme" target=_new>https://www.facebook.com/OfflineFilme</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-26466325373901332922018-07-09T15:00:00.000+01:002018-07-31T13:10:01.504+01:00"Every Day" por Nuno Reis<center>
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi82y2Z9uebTZckGRhzjKvFTDMPyC_gp9VwjdnDZx0v736Dkw8ebXcPkYvrhfUDStoqjcC66VGsdGg8A7uuh64jbVrbJTZZ3Fc6dEmDCI5TPtJuyHAUSy8ruDitQzLiRzt0wDmjEA/s1600/EveryDayBanner.jpg" width="600" /></center>
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Tudo começou no Youtube. No distante ano de 2012 saiu nos meios online uma mini-série inovadora onde meia centena de pessoas diferentes interpretaram a mesma personagem, Alex. Essa experiência mais tarde inspirou um filme sul-coreano e um livro de David Levithan. Agora é chegada a vez de Hollywood fazer um filme de raiz com a mesma temática.<br />
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<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaFb0N-mI4S51or51iIkKXmgLafwWcfwJ9JdaijG0ULlJsRDVt7N6eYo5pXkaXK2mISxmqlDtTENoT1c8ghTokHip1eVGfhz4ue_SDKKzWTF8IF7kfh2v2pI5iuf2qe-EZnJtGww/s1600/EveryDay1.jpg" width="500" /></center>
Quando Justin acorda, sente-se diferente. Vai para a escola, mas depois faz gazeta para passar o dia com Rhiannon, a sua namorada. Têm um dia maravilhoso que Rhiannon diz ter sido o melhor em muito tempo. Contudo, no dia seguinte ele não se lembra de nada. Porque Justin não era ele mesmo. Estava “possuído” por A, uma entidade que diariamente saltita de corpo em corpo de forma involuntária. Sempre da mesma idade aproximada, nunca repetindo pessoas. Por vezes esse corpo tem limitações, outras está tudo perfeito. Desde que foi Justin está apaixonado por Rhiannon e se deseja ter alguma espécie de futuro com ela, vai ter de lhe revelar a sua extraordinária condição.<br />
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<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyVNRCWPP26JfSfBl3NfGAbgUny6hWom8OtOZCUJLqs3LL7ENG62EAPdxGsFEROitsW2pv4LHe36ufplL-ezWtjNITcYQ3iCmF47QAsg8XtFbfEYCVLEArKtIuKc704_4-rbMzQw/s1600/EveryDay2.jpg" width="500" /></center>
Pensando no filme de forma isolada, tem tudo o que os amantes do fantástico ligeiro podem desejar. Primeiro é o regresso da célebre Orion Pictures que tantos filmes nos deu no passado. Depois tem este ser que tanto pode ser um demónio, como um espírito ou uma experiência fracassada. Todos os géneros ficam incluídos. E quando percebemos que é apenas um romance adolescente, a desilusão não é muito grande. As possibilidades são imensas com esta temática. Funcionaria como comédia, como drama, como aventura, como romance, como espionagem… foi até demasiado prudente na aproximação escolhida. Aflora alguns temas, mas limita-se ao romance difícil e à questão ética que assola A neste limiar da idade adulta.<br />
Quem cresceu a ver "<b>Quantum Leap</b>" deve ter achado que era uma oportunidade de voltar à ideia de saltitar de corpo em corpo de forma a corrigir as vidas de alguém. Em "<b>Every Day"</b> A faz o oposto. Não lhes estraga o dia, mas também não os torna melhores. Vive um dia de cada vez pensando em si a longo termo. O contacto com Rhiannon vai fazê-lo mudar e, à semelhança do que vimos em <a href="https://antestreia.blogspot.com/2013/11/about-time-por-nuno-reis.html" target="_blank">"<b>About Time</b>"</a>, aprenderá que tem de viver cada dia como se fosse especial. Quem cai na banalidade de ter um corpo, uma casa, um emprego, uma família, um grupo de amigos, esquece-se como cada dia é precioso. Ele vive em tempo emprestado e a cada dia pode-lhe acontecer algo mágico ou tenebroso que outro veria como normal.<br />
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<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfScOC11VQMa4fZV18NoHAA7y0Pm5KCyzU0lbCw0qaL_tR96_T3EXCGA5ELP_FE_3QvQCopWY6WRuHHxxXv9GMuu_dqhQtI7XKC_KXEheBesNc4Msi8fuJY9Ly5gJhXL6ve19Yhg/s1600/EveryDay3.jpg" width="500" /></center>
Quanto ao elenco, Angourie Rice é quem tem mais tempo de ecrã e faz um bom trabalho com a personagem frágil que lhe foi confiada. Consegue ter uma evolução e crescer com a personagem. Os seus pais, Maria Bello e Michael Cram, são personagens menores. Entre os vários A, Justin (Justice Smith) e Alex (Owen Teague) são os mais importantes, mas todos cumprem com distinção.<br />
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<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ZdLq-6daIV3rxpLiEAniHSLfuo2hYcaF0bON_I6b1sAB8lylf7NQwxbHqKf04-AbviIMaPW3-3MfAFRJZAgplfSkviKhpBrbp_lRsGcO9gzRo2D-po1TpSOqrIL19qHoKC0ugw/s1600/EveryDay4.jpg" width="500" /></center>
Michael Sucsy que já nos trouxe personagens desalinhadas do seu mundo em <a href="https://antestreia.blogspot.com/2012/04/vow-por-nuno-reis.html" target="_blank">"<b>The Vow</b>"</a>, volta a cumprir o que era exigido num filme que desperdiça potencial. Pedia-se mais ao argumento de Jesse Andrews (que nos deu o maravilhoso "<b>Me, Earl and the Dying Girl</b>"). Pedia-se que fosse mais do que tinham sido a série e o livro. Sendo a quarta versão, tinha a obrigação de ser melhor do que todos os outros. Contudo, a culpa não é só da classificação etária visada, mas do próprio formato. É material de tele-filme feito para cinema. Seria muito louco acreditar que um regresso ao formato digital e uma exploração do conteúdo interactivo eram o destino perfeito para este tipo de material?</div>
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<img height="20%" src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/2.png" width="20%" /></div>
<table><tbody>
<tr><td><img alt="Every Day" border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWLLaU7r3sAAv-vwO1sDX012sn2AptaEFh1qahHiL6ClkocH-nExGqKK6RhIkoNYl-3sp0_6N03OXzGozgUiDpA1EIoR5QgR9XvVbxXgslW9_XJYH3fthyu8LW8QDQghmb-vfr1w/s1600/EveryDay_poster.jpg" width="200" /></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Every Day</b>" (EUA, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Michael Sucsy<br />
<b>Argumento</b>: Jesse Andrews (baseado no livro de David Levithan)<br />
<b>Intérpretes</b>: Angourie Rice, Jeni Ross, Justice Smith, Owen Teague, Maria Bello, Michael Cram<br />
<b>Música</b>: Elliott Wheeler<br />
<b>Fotografia</b>: Rogier Stoffers<br />
<b>Género</b>: Drama, Fantástico, Romance<br />
<b>Duração</b>: 97 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.facebook.com/EveryDayTheMovie/" target="_new">https://www.facebook.com/EveryDayTheMovie/</a></td></tr>
</tbody></table>
Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-15626328100511894692018-07-09T12:00:00.000+01:002018-07-09T12:42:52.448+01:00"Love, Simon" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgsb7y9OrjdJQAmDHW9NNPRvTyfu_2hq0xVBjo_RXa-EuVp8nBclYIeNHavJhrMe2pq7_GZK-ZCkjHcifyV8E7hVx4d8fnS3WBSixKbKSzdQ-LshaZ9ilONKxeNbFAnbqmWYj26Q/s1600/love-simon-banner.png" width=600></center><div align=justify>A nossa sociedade está a evoluir. Se antes o amor homossexual era algo reservado para personagens menores ou para detalhes do passado (existem exemplos de ambos em "<b>Scott Pilgrim vs. The World</b>"), cada vez é dado mais destaque. Isso não foi feito adaptando histórias heterossexuais existentes, mas pegando em material original escrito de propósito para esse fim. "<b>Call Me By Your Name</B>" funcionou muito bem com o grande público, mas apontava para adultos. 2018 está a ser um bom ano para a diversidade nos filmes para jovens adultos.<br />
Em 2014 "<b>The Fault In Our Stars</B>" parecia que ia desviar a produção da normalidade, mas foi um caso quase isolado. "<b>Paper Towns</B>" do mesmo autor chegou logo depois e não conseguiu igual sucesso. Em 2017 o título mais disruptivo para esse escalão etário foi "<b>The Space Between Us</b>" onde a amizade e o amor não querem saber em que planeta se nasceu. Mas continuavam a ser humanos, brancos e heterossexuais num romance de cordel. E tivemos "<b>Everything, Everything</B>" onde um outro tipo de barreira separava dois jovens vizinhos.<br />
Este ano já tivemos uma lésbica a enfrentar os dilemas da sua sexualidade em <a href="https://antestreia.blogspot.com/2018/07/blockers-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Blockers</B>"</a> e a ser recebida com amor e compreensão pela família e amigos quando sai do armário. Tivemos uma história de amor entre duas pessoas em que uma delas muda de género e raça diariamente, dizendo que os sentimentos são cegos em "<b>Every Day</B>". E agora chega-nos um filme sobre como é ser homossexual no secundário. Uma fase crítica do desenvolvimento do adolescente onde faltavam exemplos com frontalidade. A televisão estava muitos anos à frente com desenvolvimento de personagens diversas ao longo de anos, mas o cinema, que tem de chegar às massas e impactar em cerca de hora e meia, ainda não tinha encontrado o rumo. Até chegar Simon.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRogxbdVD4WOW0HhyphenhyphenYY8pggoLvxI3zfIXIOxFFm8GJzW_2TLcrB1EBPztuBuicGqP5OTldmbbLpmstxKzHbArl9C4HDywx9mIelMgsUfrSxaQmNHS54baqVFavbZbNottmxEsmOg/s1600/lovesimon2.jpg" width=500></center>Na verdade a televisão tem um grande peso no rumo deste filme. O realizador é Greg Berlandi das séries DC e a dupla de argumentistas já nos deu "<b>This Is Us</B>". Portanto, isto é quase batota. "<b>Love, Simon</B>" podia ser a história de um qualquer adolescente. Tem os seus amigos de sempre e alguns mais recentes. Tem colegas na escola e participa em actividades extra-curriculares. Tem uma família de primeiro grau em que todos se adoram. Tem os problemas normais de um jovem da sua idade e mais um segredo. É homossexual. Quando descobre que há outro não-assumido na escola, começa a corresponder-se e partilham sentimentos. Mas algo acontece e a vida de Simon fica muito mais complicada do que já era.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ8TJs8ZixWzaKtx0ydfiP-mwqXe5XlDWCiH5q-CFxy3TCLA3bcZiNMkoE5olIeYErwUur3_KdYy3ddk3Ugp86tU9UynhPDK34YY2O5MF9v_DOQlcwwHMlpFphXRu03on4_iulXg/s1600/lovesimon3.jpg" width=500></center>Ao princípio o trunfo do filme parecia ser o elenco. Vejamos. Nick Robinson é uma cara familiar da série "<b>Melissa & Joey</B>", esteve em "<b>The 5th Wave</B>", "<b>Jurassic World</B>" e em "<b>Everything, Everything</B>". Um jovem normal. A sua amiga de sempre Leah é interpretada pela australiana Katherine Langford que o mundo inteiro conhece como Hannah de "<b>13 Reasons Why</B>". A new girl é Alexandra Shipp, co-protagonista de <a href="http://www.thescifiworld.com/PT/index.php/criticas/item/4609-critica-a-tragedy-girls" target=_new>"<b>Tragedy Girls</B>"</a>, a Storm na saga dos jovens X-Men. E o quarteto central é completado com Jorge Lendeborg Jr., ainda um relativo desconhecido com pequenos papéis no MCU e no Transformersverse. Como se estes não bastassem entre os secundários estão Keiynan Lonsdale (Kid Flash nas séries DC) e Logan Miller de "<b>Scouts Guide to the Zombie Apocalypse</B>" e "<b>Before I Fall</B>". Os pais do protagonista são Josh Duhamel (irreconhecível) e Jennifer Garner que é há vários anos a mãe ideal em imensos filmes.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTS0rCH8ZD0u9USGFNENHs77SegAeuKkosDUi_UETdqkkZDzw0nIuLd5ILOXXH-9lMvA7odH9oUPNevOG6dyS5nhsb6Mt1i-l82IU5BQXyX1pqhz6OqPtPNq_7yLGiDsYd_RtQOQ/s1600/lovesimon1.jpg" width=500></center>No entanto o filme não tem sucesso por causa destas estrelas. É simplesmente porque trata uma situação normal como uma situação normal. Mostram Simon como um rapaz com os problemas normais, as dúvidas normais, as amizades normais. Não o tentam estereotipar como gay (há um desses no filme), mas como um adolescente. Ele próprio tem dificuldades em ver-se com "<i>roupa gay</i>", ou apenas a dançar. Simon é Simon e não vai deixar de ser ele mesmo só porque os outros sabem algo novo sobre ele.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI8AVsDHhMLVUKb0poN1vRvphyoIdCpfR3zUMuRgXSEzV-vRX30KmsoAXSAGTKDXVkTqoEM-dUvcMEBywRtiAxLZ3eHzhH7SsSrCoGgVYQoTA-3VsxALq-NsxEtSMKTE6TvaaFWQ/s1600/lovesimon4.jpg" width=500></center>É tão diferente do que se tem visto que surpreende e nos apanha desprevenidos. Tem momentos deliciosos de ilusões sobre quem será o seu amor secreto, tem momentos intensos onde é chantageado para fazer algo errado. E com tudo isso vai contando uma história como tantas outras. Algo tão simples que não se percebe porque não tinha sido feito antes. O segredo é que está a banalizar uma situação que já há muito devia ter sido banalizada. Tal como quando America Ferrera foi contratada para "<b>Superstore</B>" e se apercebeu que tinha conseguido um papel que não tinha sido escrito para uma latina. Os anos Trump estão a fazer com que o mundo das artes se rebele de todas as formas possíveis e a integração parece ser o caminho.<br />
Tem uma moral como seria de esperar. O final era expectável e previsível. Daqui a uns anos talvez ninguém se lembre do filme. Ou talvez uns milhões digam que foi o filme que lhes mudou as vidas. Se aquele amor por correspondência vai funcionar ou durar não sabemos. Sabemos é que Simon tem de ficar em paz consigo mesmo e reafirmar o seu lugar no mundo. Nada mais nele tem de mudar, o mundo é que tem de o aceitar.<br />
</div><br />
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<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/3m.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0sbZV_Sa33BAv7xu-Hl67okwjlfZhAD9sTCLrL3_5iDdzp2UeKF-LZUGo1GEaZbUCz2ns6tYfMNekauphoU2j3Y2IFyX9R2R3XHMrGeUCpJBsfiHVCIYVOzccLDBAc6lmekDMZg/s1600/Love-Simon-poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Love, Simon"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Love, Simon</b>" (EUA, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Greg Berlanti<br />
<b>Argumento</b>: Elizabeth Berger, Isaac Aptaker (baseados no livro de Becky Albertalli)<br />
<b>Intérpretes</b>: Nick Robinson, Katherine Langford, Alexandra Shipp, Logan Miller, Keiynan Lonsdale, Jorge Lendeborg Jr., Jennifer Garner, Josh Duhamel<br />
<b>Música</b>: Rob Simonsen<br />
<b>Fotografia</b>: John Guleserian<br />
<b>Género</b>: Comédia, Drama, Romance<br />
<b>Duração</b>: 110 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.foxmovies.com/movies/love-simon" target=_new>https://www.foxmovies.com/movies/love-simon</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-85282611390462080282018-07-09T10:00:00.000+01:002018-07-09T10:00:18.375+01:00"Game Night" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDXYscY3kie62EPUi3wCdaHZ7R0e5cItVoJjgYUeqmxPXaf-WTxQuC7-sOMivu3xQrtLvmU5y0U6i6Mh66wurppYKSjrEbG1GarhBjy64rdPXmX3bXvL8ji8VJhYZulxNNcwAYFQ/s1600/game-night-banner.jpg" width=600/></center><div align=justify>Com os jovens a casarem cada vez mais tarde e a adiarem os filhos ao máximo, algures entre os loucos anos da juventude e o gerar descendência, estão uns belos anos em que se tem todos os confortos da vida adulta (dinheiro), mas ainda alguma da rebeldia da juventude (liberdade). A noção de diversão mudou e já não envolve saídas barulhentas e copos. Ocasiões onde se reúnem os amigos para uma prova de vinhos, ou uma noite mensal de jogos. O doce fazer de conta que se é adulto deixando as responsabilidades em suspenso. "<b>Game Night</b>" parecia ser mais do que se tinha visto em "<b>Date Night</B>" (e daqui a dias em "<b>Tag</b>"), mas por ter Rachel McAdams lá mereceu alguma atenção. E que bela surpresa. "<b>Date Night</B>" foi tudo o que o <i>trailer</i> prometeu, mas muito mais.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju0t1C0L4eWam-qP6wb3h7R8Hyc0ro5ewhbuTrRcaMGdoT-rnnOOepWzlCdzMvYUaa2khB94SDFyEImro9M2O4zZ6cCKfM98exwuxeiFV4LiLNXBR_xUWyYjKXG9neu1uFNMbBMA/s1600/game-night1.jpg" width=500/></center>A história acompanha um grupo de amigos que se encontram para uma noite de jogos. Até que o irmão de um deles lhes propõe uma noite diferente. Um jogo de gente rica. Uma espécie de jantar mistério. Ficam (quase) todos entusiasmados e quando um crime tem lugar diante dos seus olhos, acreditam que faça parte do jogo. Mas serão actores contratados ou perigosos mercenários?<br />
Não é difícil pensar em filmes que peguem nessa temática de cruzar realidade com imaginação com protagonistas presos entre ambos. De "<b>Rear Window</B>" a "<b>Gone Girl</B>", passando por "<b>Donnie Darko</B>", "<b>Perfect Blue</B>" ou o obviamente semelhante "<b>The Game</B>", é uma forma muito eficaz de envolver o espectador e de o ir surpreendendo. O que não costuma ser feito é dar o toque leve da comédia. "<b>Game Night</B>" parece ser um filme ligeiro, mas não tem medo de criar algumas camadas de reduzida complexidade para ir mantendo a ilusão. É o melhor de dois mundos entre o <i>thriller</i> e a comédia, mas também sobre a busca por um parceiro de sonho. Que dupla o filme nos dá! McAdams é talentosa, divertida, bonita, um nome sólido na comédia e no romance há vários anos, justificação mais que suficiente para ver qualquer filme. A sua cara-metade nesta aventura é Jason Bateman, o quase equivalente masculino. É um actor consistente, com uma fragilidade que inspira autenticidade e que tem sido presença regular em comédias e dramas de qualidade. De forma quase mágica esta dupla perfeita pega num argumento banal com personagens desinspiradas e dá-lhe uma animação contagiante. Podia ser um filme mediano, com lugares-comuns e piadas reutilizadas de outros, mas em alguns momentos, é real.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM_GQowSeK0WuytNESIjkaUYUBpvDhzyvk2f8LRs-djizBtJ7HJCZrLU7kJ1x2JY634OE6YLmwcaJyhUI4OJogCu7tBhZqxE0uJBEmzMlmMacV8A2LgDlcfouz1mnzFOu-rlExTA/s1600/game-night2.jpg" width=500></center>O argumento de Mark Perez (do lamentável <a href="https://antestreia.blogspot.com/2005/08/herbie-fully-loaded-por-nuno-reis-em.html" target=_new>"<b>Herbie Fully Loaded</b>"</a>) foi conduzido por uma dupla de argumentistas tornados realizadores, John Francis Daley e Jonathan Goldstein (ambos escritores de "<b>SpiderMan: Homecoming</b>” e dos dois "<b>Horrible Bosses</B>" entre outros) e parece-se muito com o estilo de filmes que nos trouxeram eficazmente no passado sobre pessoas normais em situações extraordinárias. A produção teve mais custos na componente artística do que em qualquer outra, pois cenários e efeitos foram bastante simples. Foi tudo investido em estrelas que souberam descontrair e fazer fluir como comédia uma tensão nascida da comédia. E tudo isso envolvido naquela boa adrenalina induzida pelo falso stress que se gera num team building ou evento semelhante. São vários géneros e várias sensações que se repetem e alternam numa espécie de lasanha. Esta metáfora deve ter soado tão estranha para quem lê como para quem escreveu por isso convém explicar. Estamos numa era de cinema <i>junk food</i> para fazer dinheiro rápido e vender pipocas e refrigerantes de litro. As receitas habituais são o filme-pizza onde pegam na base de sempre e acrescentam uns ingredientes coloridos em cima para parecer diferente, ou o filme-hamburger onde trituram o que já veio de um outro filme e servem como algo fresco e ousado. Há quem goste disso e quem prefira uma refeição <i>gourmet</i> ou um prato caseiro e as salas de cinema procuram ter oferta para todos os públicos. "<b>Game Night</B>" não é um produto de luxo, mas está longe de ser de lixo. É como uma lasanha congelada: comida simples e rápida, mas que alimenta e é aconchegante e esconde vários sabores. Ainda <i>fast</i> e parcialmente <i>junk</i>, mas diferente de todos os outros.<br />
</div><br />
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<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/3.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvgbrM849WUHtVeFINKwU4Rv_zX83VYQmHB2etUUXTtabtLOfHFKmktuFUuScUU19isorjucFsa52LLIgnoaH_w2jStBAauA_txNWmd4pZpcMEjzYtaJtUf1HfCjboBuzjbUJjxQ/s1600/Game-Night-poster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Game Night"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Game Night</b>" (EUA, 2018)<br />
<b>Realização</b>: John Francis Daley, Jonathan Goldstein<br />
<b>Argumento</b>: Mark Perez<br />
<b>Intérpretes</b>: Jason Bateman, Rachel McAdams, Kyle Chandler, Sharon Horgan, Billy Magnussen, Lamorne Morris, Kylie Bunbury, Jesse Plemons, Michael C. Hall<br />
<b>Música</b>: Cliff Martinez<br />
<b>Fotografia</b>: Barry Peterson<br />
<b>Género</b>: Comédia, Thriller<br />
<b>Duração</b>: 100 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="http://www.gamenight-movie.com" target=_new>http://www.gamenight-movie.com</a></td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-68968946391124612832018-07-09T08:00:00.000+01:002018-07-09T08:00:04.718+01:00"Blockers" por Nuno Reis<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWf28YVQJJpbDyHSkuV-_wsA_bob4vg9Bp32CpFnVXr6LawrZPTmEHlffcPozdiZW87xEeoOG-Ruj8fix-jjtfc3RZ8HhgFPFt7r3J_QAHHOfvdFeB60VW-JbjBwSYDhV2quiFqQ/s1600/blockers-banner.jpg" width="600/" /></center><div align="justify">Um filme sobre duas gerações, onde a que tem mais tempo é a menos interessante.<br />
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As crianças podem crescer, podem até amadurecer, mas ninguém as pode obrigar a envelhecer. Cada adulto tem de manter o seu lado infantil vivo para não deprimir com as constatações da realidade que nos torturam a cada instante. Porque ser adulto é uma treta e a única coisa que se aprende com o passar dos anos é que a juventude faz falta. Por isso é que a nostalgia rende tanto. Todos querem voltar a quando foram jovens, felizes, apaixonados e despreocupados. O cinema sabe disso e foi-nos fisgando com remakes e sequelas de filmes desses outros tempos.<br />
Enquanto esses sonantes filmes convenciam ou desiludiam, um outo nicho foi-se impondo. Aquele que retratava o problema como deve ser. Falo de filmes sobre conflitos inter-geracionais como "<b>Freaky Friday</b> ou "<b>Neighbors</b>". De filmes sobre as crises de quem envelhece como <a href="https://antestreia.blogspot.com/2007/12/wild-hogs-por-nuno-reis.html" target="_new">"<b>Wild Hogs</b>"</a> e <a href="https://antestreia.blogspot.com/2010/09/grown-ups-por-nuno-reis.html" target="_new">"<b>Grown Ups</b>"</a>. De filmes sobre a realidade do amor quando já não se trata apenas de hormonas e sexo, mas de ter uma parceria vitalícia com um amigo contra as amarguras da existência humana. E aí há grandes opções como "<b>Crazy Stupid Love</b>" ou a cena de abertura de "<b>Up</b>". Em todos estes títulos fiz uma coisa terrível: vi-os pelos olhos da geração mais velha. Nada nos faz envelhecer mais depressa do que perceber que já não nos identificamos nos adolescentes rebeldes, mas nos pais que os estão a tentar proteger e a ter momentos de insanidade.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4bBqnmZBZY4VcmbX9zRPHN0DcrJZe7FDgZVaNQ1bpj58yH2INJqgWkBMTtKJZ_wHSEZxA_sdk2k5vineLW-SEcKg7megDIW4Isrdi2I974oBYsNBdrbUvqYtPx95ryGWXJfs4kw/s1600/blockers1.jpg" width="500" /></center>Em "<b>Blockers</b>" isso não aconteceu. A geração mais velha é o foco da narrativa, mas a sua história é tão fraca que era preferível uma curta só com os momentos dos jovens. Isso dito por quem já não se identifica por eles. Nem quero imaginar a reacção de quem esperava ter alguém da sua idade por quem torcer.<br />
Aqui acompanhamos três progenitores, todos com diferentes relações com a sua prole, no momento de viragem que é a noite de finalistas. As filhas são amigas desde que se lembram e fizeram um pacto: tencionam perder a virgindade nessa noite. Como em "<b>American Pie</b>", mas na perspectiva feminina. Julie tem um namorado estável e acha que é a altura ideal. Kayla tem uma curte e acha que é melhor agora do que na faculdade. E Sam não quer ser excluída pelo que o vai fazer com o seu par dessa noite. Só que ela é lésbica não assumida e está a ter algumas dúvidas. Quem não tem dúvidas são os pais que, ao saberem do pacto, se dirigem ao baile para impedirem que as suas meninas se tornem mulheres. O filme tenta mostrar as duas perspetivas, mas falha num ponto-chave. Vamos por partes pois o filme na verdade tem três histórias entrelaçadas.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin373L0vZN2g9aR1VQ7fP8UeX61s9UQT4XjXNzw6QosO8LV7ymqVFyRYOn-XRJ6kQfRTVrS5NqGeE-LuF9oeiGVCPxeOXKJoR-_GWYuXA5tg9yLE5I66lVe8xzjgbPFED010X2qA/s1600/blockers2.jpg" width="500/" /></center>Lisa (Leslie Mann) é a mãe solteira. Para ela a filha é tudo e sabe que essa relação vai mudar com a ida para a faculdade. Mitchell (John Cena) é casado e tem um bebé. Só agora começa a ver que a sua criança mais velha já é uma mulher e não gosta disso. Hunter (Ike Barinholtz) é o pai divorciado que foi excluído da vida da filha por problemas com o álcool. Foi trocado pelo padrasto e tenta fazer de cada momento juntos algo especial, mas corre sempre mal. Mann sabe fazer comédia e tem um papel decente, com algumas boas frases. Tentam fazer de Cena o protagonista, mas não se sai nada bem neste papel cómico tão físico como escatológico. Barinholtz é o elemento estranho. Por vezes contra a corrente, sempre um anti-herói, mas um pai dedicado. Por ter um estereótipo tão vincado e mau, acaba por superar as expectativas.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQhGuPn74hQVjrgpwZbfdZ2f9NpTXtpJsJuKlUOmhFrtKBsiKL3jA_WsLs33iJv5DR5SES6rO_HtP0pBJZsoB5fNJk0mef8H7nh6Zo83EIyzZxP9LJRlNRdWVZQ-nG3H9BCUltJg/s1600/blockers3.jpg" width="500/" /></center>Entre as jovens encontramos Kathryn Newton, a jovem que motivou a colocação dos três cartazes a caminho de Ebbing, Missouri (e estrela televisiva em "<b>Big Little Lies</b>" e especialmente "<b>Sobrenatural</b>" onde teve direito a spinoff), Geraldine Viswanathan das séries "<b>Miracle Workers</b>" e "<b>Janet King</B>" que parece ter futuro na comédia, e Gideon Adlon que será a menos experiente (apena dois anos de trabalho regular), mas a quem deram a personagem mais complexa. O problema é que o filme podia ter um bom equilíbrio entre pais e filhas, mas por ter sido escrito por homens, ou talvez por não quererem afastar o público masculino jovem, não se esforça em mostrar estas personagens. São simplesmente os estereótipos referidos na sinopse quando era tão fácil fazer algo mais equilibrado, próximo de "<b>Superbad</b>". O mais grave é que retiram tempo de tela a este filão de talento por explorar, para nos darem humor brejeiro e por vezes mau. E a única vez que fogem ao convencional, é nas duas cenas de Gary Cole cuja descontracção contrasta imediatamente com os stressados pais protagonistas.<br />
Um desperdício de tempo e dinheiro, que só se aproveita pela mensagem politicamente correcta incontornável. Já que o filme seguiu o caminho confortável das ideias recicladas, seria pedir muito, uma sequela na universidade estilo "<b>Sisterhood of the Traveling Pants</b>" onde não usassem os pais para pouparem no orçamento?<br />
Ou, para ser polémico, porque não fizeram este filme com os pais a impedirem os filhos de terem sexo?</div><div align="center"><img height="20%" src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/1.png" width="20%" /></div><table><tbody>
<tr><td><img alt="Blockers" border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEtfZTy1T4jgr4FcHGlehopb_XrJ9UGqtbDGih8SlYk3hhhYUMGrcY4GwB2iy9iXxtnddcAy2ijoc6X_G6gWr5AcQQz-Sj1btor_fF-jb_BvtZ9pBem8sbKUPBYTpBHwLNDmUFEQ/s1600/blockers-poster.jpg" width="200" /></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Blockers</b>" (EUA, 2018)<br />
<b>Realização</b>: Kay Cannon<br />
<b>Argumento</b>: Brian Kehoe, Jim Kehoe<br />
<b>Intérpretes</b>: Leslie Mann, John Cena, Ike Barinholtz, Kathryn Newton, Geraldine Viswanathan, Gideon Adlon<br />
<b>Música</b>: Mateo Messina<br />
<b>Fotografia</b>: Russ T. Alsobrook<br />
<b>Género</b>: Comédia<br />
<b>Duração</b>: 102 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> <a href="https://www.uphe.com/movies/blockers" target="_new">https://www.uphe.com/movies/blockers</a></td></tr>
</tbody></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-62234920894736986382018-06-12T23:00:00.000+01:002018-06-13T00:29:23.141+01:00"Dear Dictator" por Nuno Reis<div align=justify>Por vezes dá vontade de ver um filminho ligeiro, só para fugir aos blockbusters de Verão que inundam as salas com explosões e são complementados com ruidosos devoradores de pipocas. O trailer de “<b>Coup d‘Etat</B>”/"<b>Dear Dictator</B>" prometia algo ligeiro, para adolescentes, mas ao mesmo tempo tinha Michael Caine - que não caminha para novo e não fará muitos mais filmes – e fazia recordar um pouco os tempos áureos de “Bananas”. Os créditos iniciais ainda subiram mais a expectativa com o regresso de duas figuras proeminentes da minha adolescência, Seth Green e Jason Biggs, que têm feito maioritariamente televisão. Como estava enganado…<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq1EJs8AYtEBX8-Q-AVViJNiqi2pNdz07jCMx1ctlm0_Qng7TrvYDMqdmdFXGycLPcDP-F7ng4U6yJgYEYWGeHVVdY-d_fA_m34xSQGPZMKb9c2_5cCPYJiTbSSF79ssMDkl_eQg/s1600/deardictator1.jpg" width=500></center>A sinopse e o trailer são honestos numa coisa. É sobre uma adolescente revoltada que escreve uma carta a um ditador comunista de um país algures nas Caraíbas por "<i>admirar o seu trabalho</i>". Quando esse ditador tem de fugir após um golpe de estado, refugia-se junto da única pessoa que o admira. O último sítio onde o iriam procurar era no país do capitalismo.<br />
A trama que antecede essa reunião é muito ligeira. O primeiro ato apresenta as personagens e as figuras ridículas de Katie Holmes e Seth Green, em contraste com a seriedade de Jason Biggs, são o que dá algum esperança no que se seguirá. A troca de correspondência entre os inesperados <i>penpals</i> é tão estranha e insípida como se podia imaginar. Alguns eventos adensam a narrativa e começam os conflitos de mentalidade e cultura. A crítica nada subliminar aos regimes comunistas da região torna-se demasiado óbvia (até o lema de Cuba roubaram) e as falhas no argumento sucedem-se. Ver Caine a fazer daquelas cenas de prova de roupa é tão degradante que pensamos como se pode ter sujeitado a tal. E a partir daí só piora. Que tal problemas na edição de som? Sim, o filme tem disso. Gastam dinheiro com um elenco de mais qualidade do que o argumento merecia, contudo, algures na gravação ou pós-produção, esqueceram-se de captar/usar o som. Foi nesse momento que o interesse se foi. Ainda há um par de surpresas menos más na narrativa, mas era demasiado tarde. Nada podia salvar o filme. Até que, vindo de paraquedas, nos chega um final demasiado bom para o que aconteceu nos sessenta minutos anteriores. A segunda situação cómica irresistível nesta tortuosa hora e meia bem esticada.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlnxfDPWqvT_VWJR-uazJkAIpx7WTENqcwYhGSxsWiB7dYk1Fz-pPg_wXZ_O9O470jso6YRv-o4LlvcbFqnlEAXretaLjDAkHPvEa-nPzUjMfGeBAUyfug1D3lMbmGBUJvl1SBQA/s1600/deardictator2.jpg" width=500></center>A dupla de realizadores/argumentistas não é muito conhecida, mas tem uns anos nisto. Já tiveram um argumento a chegar relativamente longe ("<b>Parental Guidance</b>"). Deviam consegui ter mão na equipa. Um filme sem uma grande história, que nem sequer cumpre os mínimos técnicos, está condenado ao esquecimento ainda antes de chegar a vídeo. Por muitas estrelas que reúna, há problemas sem solução. As três únicas partes que funcionaram no filme foi a relação entre mãe e filha (que já vinha de outro filme, apenas mudou de registo para amor-ódio e respostas sempre na ponta da língua), a personagem mínima de Biggs e a tal intervenção final. Alguns pontos-extra podem ser dados pela referência a "<b>Mean Girls</b>", filme que tenta imitar sem sucesso. Mas esses pontos são logo descontados porque uma adolescente falar de um filme com 14 anos como se o conhecesse e a dinâmica escolar ainda fosse a mesma, é muito estranho. "<b>21 Jump Street</b>” soube que a escola mudou na última década. Estes argumentistas puxaram o apogeu da carreira de Mark Waters, sem parar para pensar que não é um filme sobre a sua própria adolescência, mas sobre uma rapariga que ainda não escrevia quando o filme saiu. "<b>Mean Girls</b>" pode ser o mais próximo que tivemos de um filme sobre adolescentes de John Hughes neste século, mas ainda não é um clássico. Pode ser homenageado com cópias, não pode ser referido pelo nome.<br />
Já "<b>Dear Dictator</b>" nem é um bom filme adolescente, nem boa referência a outros filmes de adolescentes, nem propaganda. Quanto a Caine, vamos fingir que o seu último papel foi "<b>Going in Style</B>" e esperar que se redima nos próximos.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo-LbxYmYQ_LDhhfYsmOjO75_ikwNN1taAy92tqmbmmkTdfYIJtow8bsDsw8f-VVu5p-ihnDpiV1QyLur4kICxk-gfLdNa5hxDP3VtvrhsNKUvBsCHzPx-s2gyH5aIrfitHxA6bQ/s1600/deardictator3.jpg" width=500></center></div><br />
<div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/1.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWphYMB7ptnGQ604aZ_ow0w22FqbEveeHEMB_QWL4t_IX_ZaXyhXC050B1ejoy4gLR_Ny8W20ylnVTIVGlTBpiDVHbTyY6XIeJE9xaz9fm0i7AnuBhJjjF0A4oVBOvOUGQPoJG8g/s1600/DearDictator.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="Dear Dictator"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>Dear Dictator</b>" (EUA, 2017)<br />
<b>Realização</b>: Lisa Addario, Joe Syracuse<br />
<b>Argumento</b>: Lisa Addario, Joe Syracuse<br />
<b>Intérpretes</b>: Odeya Rush, Michael Caine, Katie Holmes, Seth Green, Jason Biggs<br />
<b>Música</b>: Sebastián Kauderer<br />
<b>Fotografia</b>: Wyatt Troll<br />
<b>Género</b>: Comédia<br />
<b>Duração</b>: 90 min.<br />
<b>Sítio Oficial:</b> N/A</td></tr>
</table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-27098378818309227992018-05-23T12:30:00.000+01:002018-05-23T12:37:44.578+01:00"The Death of Stalin" por Nuno Reis<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3zzLfO0YYOS_yHU3MSQwIbNjtlBxpHs87i0bkcncBgwYWq4wqBdcJ8gaztOApTjP54GwEIEtgSPn29EAH4l4sw5B3TOcTOKneIhf_9e_Vl9D9mEOvSw8-uRCENT_0btBG4mE-qw/s1600/the_death_of_stalin_banner.png" width=600 /><br />
<div align=justify>A Segunda Guerra Mundial foi uma confusão. Entre alianças e traições, jogos de bastidores e mentiras, a velha definição de bons e maus deixou de se aplicar. Quando a “guerra para acabar com todas as guerras” terminou, muitos dos mais malvados ditadores continuavam em cargos de liderança, outros tinham subido ao poder com essa ajuda, e a ameaça vermelha ocupou metade da Europa. O mundo entrou numa Guerra Fria entre países e blocos, mas isso não impediu os indivíduos de continuarem com os seus esquemas com vista ao lucro pessoal. O caso mais importante foi o processo para suceder a Estaline. Quem tomaria as rédeas do regime que exterminava qualquer oposição? Continuaria com as mortes e os exílios para os gulags na Sibéria? Quando o líder soviético sucumbiu, vários se perfilaram para ficar com o lugar de topo no maior império contínuo do mundo. Beria, Malenkov, Khrushchev, Molotov, Zhukov? Quem ficaria com o lugar? Quem pereceria tentando? Quem seria destruído no processo?<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjV1mTne-3Gvtirk7s9c9eTWMGZxS_mdBi42rlKBemrrLt9rmnKmrFB99WxxJx7KeKsuSN7HoBz7Zc_8A33UH0UAY4PAiLDn2a7A6pmKDe2gtcauD8_L_B9rdIC5Irv8V0aXMTpA/s1600/the-death-of-stalin_1.jpg" width=500></center>Um livro francês, um realizador escocês, um elenco maioritariamente britânico com americanos e ucranianos à mistura, podia ser uma forte crítica ao regime e uma oportunidade dourada para massacrar a Rússia actual que está numa guerra de palavras com os ingleses. Todavia o que nos é apresentado é uma comédia que dispensa as aulas de História. Basta saber que a Rússia era uma ditadura violenta disfarçada de utopia comunista e que tinham um sistema isolacionista que só um território tão extenso podia sonhar fazer. Depois os acontecimentos sucedem-se. O tráfico de influências dispara. Começam os jogos de cadeiras e quem ficar sem cadeira (ou com a cadeira errada) pagará com a vida. Saber os factos reais até prejudica o espectador pois esta história, de tão incrível que é, parece uma realidade alternativa. Já sabemos quem vai ganhar, mas nada do que vemos indica isso. É tudo uma surpresa completamente louca que parece satirizar o processo hilariamente unânime que Stalin desejava para o seu partido.<br />
<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir545hLoHehAPV8eRy8hUJIJwscv1L0gzRje-0lenaChgoZVZG39Mluf9gohx2aSWthn5Z2WNyaCCVtA4Joa1iRHvNznXK0-oB6SNtCg8sQo66CvCoznfAcDetN-nMFkQLRKXjGQ/s1600/the-death-of-stalin_2.jpg" width=500/></center>Um elenco extremamente competente liderado por Steve Buscemi, com o refúgio cómico em Jeffrey Tambor e uma série de ilustres como Michael Palin, Simon Russell Beale, Paddy Considine, Andrea Riseborough, Rupert Friend, Jason Isaacs e Olga Kurylenko transporta-nos para esta Rússia tão sólida por fora como trémula no seu âmago. É um filme fácil de ver que expõe como poucos a Rússia dos anos 50. Critica pessoas, mentalidades e o regime. Brinca com acontecimentos reais e lembra-nos do que acontece a quem procura o poder absoluto. Terá o seu público de eleição entre os apreciadores da época e os fãs daqueles poucos actores que se excederam para dar vida a figuras imponentes da história recente russa, mas é feito para todos. Podia ter sido mais ambicioso, mas, para a nossa época, já foi uma surpresa ter tido a ousadia típica da propaganda dos anos 60 de mostrar a Rússia como um monstro.</div><div align=center><img src="https://img.photobucket.com/albums/v359/antestreia2/Estrelas/3.png" height="20%" width="20%" /></div><table><tr><td><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiik5zjc2P3eBnvFevh3ulyPHHahs-H9Ait5tXUX5O1b5qRAx4r7l87uDbTG1rRyHMaE3m5CuGy1lCz_tWeBBfGifcTE3hrzzkCZFGMRQIa4SZroVx-_ieild2WmBkV-SyXzXd8PQ/s1600/DeathOfStalinPoster.jpg" border=0 height=300 width=200 alt="The Death of Stalin"></td><td><b>Título Original</b>: "<b>The Death of Stalin</b>" (França, Reino Unido, Bélgica, Canadá, 2017)<br/><b>Realização</b>: Armando Iannucci<br/><b>Argumento</b>: Armando Iannucci, David Schneider, Ian Martin, Peter Fellows, Fabien Nury (baseados na obra de Fabien Nury e Thierry Robin)<br/><b>Intérpretes</b>: Simon Russell Beale, Steve Buscemi, Paddy Considine, Adrian McLoughlin, Michael Palin, Simon Russell Beale, Jeffrey Tambor, Olga Kurylenko, Andrea Riseborough, Jason Isaacs, Rupert Friend<br/><b>Música</b>: Christopher Willis<br/><b>Fotografia</b>: Zac Nicholson<br/><b>Género</b>: Comédia, História<br/><b>Duração</b>: 107 min.<br/><b>Sítio Oficial:</b> <a href="http://www.deathofstalin-film.de" target=_new>http://www.deathofstalin-film.de</a></td></tr></table>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476137.post-62779840479075613142018-03-05T07:00:00.000+00:002018-08-19T23:28:38.142+01:00Distribuição de Oscares por todos os favoritos<center><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAVS2QTqMt5mZxZC5wM9PoOLG4Iu1tuDie2qWaf5Rs0mfuA_pRjK3MZcVeA_lK6_LVuOdIuR8vrc7sd_hlnSHOtOOmv5RZugk4irrUPaiJIo54kLdXW5-cgqXAPa3z7nI_EK6FsQ/s1600/Shape.jpg" width=600 /></center><div align=justify>A cads ano que passa torna-se mais óbvio o equilíbro entre os vencedores, faltando aqueles títulos que limpam todas as categorias. 2018 não foi ecepção com <a href="https://thescifiworld.com/PT/index.php/criticas/item/4682-critica-a-the-shape-of-water" target=_new>"<b>The Shape of Water</B>"</a> de Del Toro a ser o grande vencedor com 4 galardões e "<b>Dunkirk</B>" em segundo com 3. "<b>Three Billboards Outside Ebbing, Missouri</B>", "<b>Coco</B>", "<b>Blade Runner 2049</B>" e <a href="https://antestreia.blogspot.com/2018/08/darkest-hour-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Darkest Hour</B>"</a> com 2 completam o pódio.<br />
Os outros principais candidatos, "<b>Get Out</B>", "<b>I, Tonya</b>" e "<b>Call Me By Your Name</b>", ficaram com um cada.<br />
<br />
Oscar de Melhor Filme: <a href="https://thescifiworld.com/PT/index.php/criticas/item/4682-critica-a-the-shape-of-water" target=_new>"<b>The Shape of Water</B>"</a><br />
<br />
Oscar de Melhor Realizador: Guillermo del Toro, <a href="https://thescifiworld.com/PT/index.php/criticas/item/4682-critica-a-the-shape-of-water" target=_new>"<b>The Shape of Water</B>"</a><br />
<br />
Oscar de Melhor Actor: Gary Oldman, <a href="https://antestreia.blogspot.com/2018/08/darkest-hour-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Darkest Hour</B>"</a><br />
<br />
Oscar de Melhor Actriz: Frances McDormand, “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”<br />
<br />
Oscar de Actor Secundário: Sam Rockwell, “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”<br />
<br />
Oscar de Actriz Secundária: Allison Janney, “I, Tonya”<br />
<br />
Oscar de Argumento Original: “Get Out”<br />
<br />
Oscar de Argumento Adaptado: “Call Me by Your Name”<br />
<br />
Filme em Língua Não-Inglesa: “Una Mujer Fantástica” (Chile)<br />
<br />
Oscar de Melhor Filme de Animação: “Coco”<br />
<br />
Oscar de Efeitos Visuais: “Blade Runner 2049”<br />
<br />
Oscar de Edição: “Dunkirk”<br />
<br />
Oscar de Curta Animada: “Dear Basketball”<br />
<br />
Oscar de Curta em Imagem Real: “The Silent Child”<br />
<br />
Oscar de Curta Documental: “Heaven Is a Traffic Jam on the 405”<br />
<br />
Oscar de Banda Sonora: <a href="https://thescifiworld.com/PT/index.php/criticas/item/4682-critica-a-the-shape-of-water" target=_new>"<b>The Shape of Water</B>"</a><br />
<br />
Oscar de Melhor Canção: “Remember Me” de “Coco”<br />
<br />
Oscar de Design de Produção: <a href="https://thescifiworld.com/PT/index.php/criticas/item/4682-critica-a-the-shape-of-water" target=_new>"<b>The Shape of Water</B>"</a><br />
<br />
Oscar de Fotografia: “Blade Runner 2049”<br />
<br />
Oscar de Guarda-Roupa: “Phantom Thread”<br />
<br />
Oscar de Caracterização: <a href="https://antestreia.blogspot.com/2018/08/darkest-hour-por-nuno-reis.html" target=_new>"<b>Darkest Hour</B>"</a><br />
<br />
Oscar de Melhor Documentário: “Icarus”<br />
<br />
Oscar de Edição de Som: “Dunkirk”<br />
<br />
Oscar de Mistura de Som: “Dunkirk”<br />
</div>Nunohttp://www.blogger.com/profile/14665790128445369083noreply@blogger.com0