26 de setembro de 2009

"G.I. Joe: The Rise of Cobra" por Nuno Reis


Depois de tantos outros brinquedos terem passado para o cinema, eis chegado o momento dos populares G. I. Joe. A adaptação tinha como missão recuperar o período áureo do brinquedo nos idos anos 60. Quarenta e cinco anos depois já a Guerra Fria derreteu, mas uma ameaça constante paira ainda no ar por isso a juventude encara com bons olhos um super-exército secreto, capaz de lidar com qualquer inimigo. Sendo o público alvo o do mundo ocidental este exército será uma elite da OTAN, e como nenhum país quer ser insultado o inimigo vai ser um milionário que enriqueceu às custas da própria organização atlântica. O mundo está impotente perante uma nano-ameaça, mas nada temam porque quando tudo mais falha, ele estão lá.

Apesar de todos os rumores sobre a influência mais ou menos interrompida de Stephen Sommers no filme, o que é certo é que o realizador deixou a sua marca. Aqui podemos encontrar, estrategicamente colocados para segundas núpcias, os actores do seu clássico "The Mummy" - Brendan Fraser como o heróico Sargent Stone e Arnold Vosloo como o vilão Zartan. Contudo, neste primeiro episódio o foco foi para actores de menor fama. Os vilões além de Byung-hun Lee ficaram com as celebridades: Sienna Miller, Christopher Eccleston e Joseph Gordon-Levitt. No lado do bem há apenas um fugaz Dennis Quaid e um lote de quase desconhecidos: Channing Tatum, Marlon Wayans, Ray Park, Rachel Nichols, Adewale Akinnuoye-Agbaje e Saïd Taghmaoui. No entanto os seus rostos são vistos frequentemente em filmes.
As interpretações são um dos pontos fracos logo desde o início. Marlon Wayans tem um início de actuação copiado de Eddie Murphy, vai melhorando com o desenrolar do filme. Channing Tatum tem uma personagem tipo que tinha vindo a desaparecer lentamente do cinema. Os Joes aparecem vindos do nada, sem um passado, sem um lado humano, apenas como máquinas de combate. Lentamente vamos conhecendo o passado de alguns. Máquinas de combate ou não, o que é certo é que não usam muito a cabeça e são os dois novos elementos a fazer a maior parte do trabalho mental. O tecnológico Breaker sai-se com frases como "Que estranho. Liguei a máquina para apanhar o sinal e estou a apanhar sinal". A brilhante Scarlett sempre que toma uma decisão por impulso fica numa situação igual ou pior à inicial. Se é esta a Equipa Alfa do exército que escolheu os melhores do mundo tenho pena dos outros.

Nos efeitos especiais há muito espectáculo. Nota-se um trabalho esforçado que tem como ponto máximo a transição de avião no limite atmosférico para submarino debaixo do gelo.
Como filme de acção cumpre o seu dever. Tem lutas corpo-a-corpo, muitos tiros, explosões e destruição, armas de ponta e de improviso, combates em terra, mar e ar. Tem ainda intriga, suspense, romance e humor. Mas o fundamental nestes blockbusters é ter uma ponte de ligação ao próximo episódio e "G.I.Joe" tem uma com múltiplas vias. A impressão final do filme não é se é bom ou mau (o meu voto fica no segundo). A única nota que se guarda é "tenho de ver a sequela".

Título Original: "G.I. Joe: The Rise of Cobra" (EUA, 2009)
Realização: Stephen Sommers
Argumento: Stuart Beattie, David Elliot, Paul Lovett, Michael Gordon, Stephen Sommers
Intérpretes: Channing Tatum, Marlon Wayans, Sienna Miller, Rachel Nichols, Byung-hun Lee, Ray Park, Joseph Gordon-Levitt, Saïd Taghmaoui, Dennis Quaid
Fotografia: Mitchell Amundsen
Música: Alan Silvestri
Género: Acção, Aventura, Ficção-Científica, Thriller
Duração: 118 min.
Sítio Oficial: http://www.gijoemovie.com/

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