29 de fevereiro de 2004

FANTASPORTO 2004


Terminou ontem a 24ª Edição do Fantasporto com uma sessão de encerramento e de entrega de prémios, onde "A Tale of Two Sisters", "Killing Words" e "I'll See You In My Dreams" foram os grandes vencedores. Numa cerimónia apresentada por Mário Dorminsky e César Nóbrega, uma estrela brilhou ao abrir a noite: a canadiana Ruthann Springle, que encantou a plateia com um pequeno concerto a solo. De seguida foram anunciados os premiados nas variadas categorias, tendo ido ao palco receber os galardões, entre outros, Pete McCormack e Gina Chiarelli de "See Grace Fly" e Filipe Melo, produtor de "I'll See You In My Dreams". O ministro Morais Sarmento subiu ao palco para prometer um apoio monetário cujo montante não foi divulgado. A terminar a noite, o staff do Fantasporto subiu ao palco para receber o merecido aplauso do público, agora que já se começa a planear a 25ª Edição do certame. A terminar a noite, "The Cooler" de Wayne Kramer encerrou mais uma festa de cinema fantástico na cidade do Porto. Até para o ano.


28 de fevereiro de 2004

Os prémios do Fantasporto 2004



Estão aqui e em primeira mão os premiados da edição deste ano.

Secção Oficial Cinema Fantástico


Grande Prémio: "A Tale of Two Sisters"
Prémio Especial do Júri: "Killing Words"
Menção Especial: "La Fin de Notre Amour"
Melhor Realizador: Kik jee-Woon ("A Tale of Two Sisters")
Melhor Actor: Dario Grandinetti ("Killing Words")
Melhor Actriz: Im Soo-Jung ("A Tale of Two Sisters")
Melhor Argumento:ex-aequo para "Killing Words" e "Fear X"
Melhores Efeitos Visuais: "House of the Thousand Corpses"
Melhor Curta-metragem: "I'll See You In My Dreams" PORTUGAL

Semana dos Realizadores


Grande Prémio: "The Green Butchers"
Prémio Especial do Júri: "El Otro Lado de la Cama"
Melhor Realizador: Anders Thomas Jansen ("The Green Butchers")
Melhor Actor: Mads Mikkelsen ("The Green Butchers")
Melhor Actriz: Rachael Blake ("Perfect Strangers")
Melhor Argumento: "El Otro lado de la Cama"


Secção Orient Express


Grande Prémio: "Acacia"
Prémio Especial do Júri: "A Tale of Two Sisters"

Méliès d'Argent


Longa Metragem: "Killing Words"
Curta metragem: "I'll See You In My Dreams" > PORTUGAL

Prémio de Audiência


"See Grace Fly"

Prémio da Crítica


"The Last Horror Movie"

25 de fevereiro de 2004

O Fantas a meio da semana





QUARTA-FEIRA, 25 DE FEVEREIRO

RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

GRANDE AUDITÓRIO


15.30 "Texas Chainsaw Massacre" Tobe Hooper (E.U.A.)

17.45 "Enquete Sur Le Monde Invisible" Jean Michel Roux (França)

22.15 "See Grace Fly"­ Pete McCormack (Canadá)

24.00 "Texas Chainsaw Massacre"­ Marcus Nispel (E.U.A.) antecidido por "El Siguiente" de Luís Quílez (Espanha)




PEQUENO AUDITÓRIO


15.15 "Preto e Branco" José C. Oliveira (Portugal)

17.15 ­"Lucky Ears" Chisui Takigawa (Japão) antecedido pelas curtas-metragens "O Desalmado" de Afonso Cruz (Portugal) e "EXTN 21" de Lizzie Oxby (Grã-Bretanha)

21.00 "El Milagro de P.Tinto"­ Javier Fesser (Espanha)

23.00 - "Teknolust" Lynn Hershman Leeson (E.U.A.)




CINEMAS AMC
SALA FANTASPORTO 2004


15.20/00.40 ­"Second Name" ­ Paco Plaza (Espanha)

17.40/20.00 "La Luna Negra" Imanol Uribe (Espanha)

22.20 ­"Living In The Shadows of Motown"­ Paul Justman (E.U.A.)

24 de fevereiro de 2004

O que é o Fantas?




A sessão da noite de ontem foi digna de ter um post totalmente dedicado. Quando digo noite refiro-me à das 23 horas pois por ser dia de semana não houve nenhuma a começar depois da meia-noite.
Para começar havia uma curta portuguesa, "I'll See You In My Dreams", que tinha sido amplamente divulgada nos dias que antecederam a exibição como o primeiro filme gore português. Esse filme estava bem representado no Rivoli pois o seu dinâmico produtor (Filipe Melo) tinha trazido consigo uma parte substancial da equipa e com uma energia incrível monopolizaram o terceiro piso durante a tarde.
A apresentação desse filme atrasou-se um bocado por falta de lugares de estacionamento mas ninguém no público se estava a queixar. Minutos depois estavam, como é habitual, a aplaudir tudo o que se passava, a subida do apresentador ao palco, de cada elemento da equipa, cada bocado de discurso, a saída de palco, a saída do microfone, a voz off... O discurso desse filme foi bastante bom e teve um complemento musical, algo que não acontecia há muitos anos.
Eu estive antes da apresentação junto aos artistas, e quando o filme ia começar deixei-me estar de pé, junto ao palco para não perder nenhum bocado desse aguardado filme. Deve dizer que valeu a pena, o filme é sem dúvida nenhuma o que de melhor se fez a nível de gore em Portugal, especialmente por ser o único.

Para ver "Cabin Fever", como é uma longa-metragem, fui para a parte superior da plateia à procura de lugar mas era impossível encontrar, apesar de ser noite de carnaval a festa era no cinema. Ao fim de uma hora sentado nos degraus decidi subir ao balcão onde miraculosamente encontrei lugar, havia três cadeiras livres.

Quanto ao filme não me vou estender muito pois não é acerca dele que este texto trata mas sim da atmosfera vivida no festival. o filme era tipicamente americano e de terror. Cenas que normalmente num cinema provocariam alguns gritos, no Fantas provocam risos, este público está mais do que preparado para cenas assustadoras e mesmo os novos espectadores entraram bem no espírito, ninguém se assustava como deveria. As conversas na bancada que normalmente incomodam muita gente ontem eram habituais e divertidas, e pela sagacidade e sentido de oportunidade de algumas delas foram deveras apreciadas aliás, no Fantasporto, o cinema de terror, como todos os outros géneros, é saboreado ao máximo.

Porque hoje é feriado



TERÇA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO

RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

GRANDE AUDITÓRIO


15.30 "Teknolust" Lynn Hershman Leeson (EUA) antecedido pela curta-metragem "Um Círculo Perfeito" de Carlos Ramos (Portugal)

17.45 ­"Dead Man's Memories" Markus Heltschl (Portugal/Áustria)

21.15 ­"Perfect Stangers" Gaylene Preston (Nova Zelândia)

23.15 ­"The Locals"­ Greg Page (Nova Zelândia) antecedido por "Indecision" de Charles Barker (Grã-Bretanha)




PEQUENO AUDITÓRIO


15.15 ­"A Selva" Leonel Vieira (Portugal)

17.15 ­"La Mujer Más Fea del Mundo" Miguel Bardem (Espanha)

21.00 ­"Tempus Fugit" Enric Folch (Espanha)

23.00 ­"Tube Baek Woon-Hak (Coreia do Sul)




CINEMAS AMC

SALA FANTASPORTO 2004


13.00 ­"Friend" ­Kwak Kyung-Taek (Coreia do Sul)

15.20 ­"Fausto 5.0" Isidro Ortiz, Alex Ollé e Carlos Padrissa (Espanha)

17.40 ­"Justino"­ La Cuadrilla (Espanha)

20.00 ­"Justino"­ La Cuadrilla (Espanha)

22.20 ­"Friend" ­Kwak Kyung-Taek (Coreia do Sul)

00.40 ­"Fausto 5.0" Isidro Ortiz, Alex Ollé e Carlos Padrissa (Espanha)

23 de fevereiro de 2004

Fantasporto em véspera de Carnaval





SEGUNDA, 23 DE FEVEREIRO

RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

GRANDE AUDITÓRIO



15.30 - "Ascension"­ Karim Hussain (Canadá) antecedido por uma curta-metragem deste mesmo realizador e de Julien
Fonfrède: "City Without Windows"

17.45 - "Yu" Franz Novotny (Aus.)

21.15 ­ "I'm Not Scared" Gabriele Salvatores (Ita)

23.15 ­ "Cabin Fever" Eli Roth (E.U.A.) antecedido pelo português "I'll See You In My Dreams" de Miguel
Angél Vivas



PEQUENO AUDITÓRIO


15.15 - "Xavier" ­ Manuel Mozos (Port)

17.15 ­ "La Luna Negra" Imanol Uribe (Esp..)

21.00 ­ "O Herói" ­ Zezé Gamboa (Port)

23.00 ­ ESPECIAL LENI RIEFENSTAHL

"Her Dream of Africa"
"Impressions of the Deep"



CINEMAS AMC

SALA FANTASPORTO 2004


13.00 ­"Fuego Eterno"­ José Angel Rebolledo

15.20 ­"Arachnid"­ Jack Sholder

17.40 ­"Fuego Eterno" ­José Angel Rebolledo

20.00 "Fausto 5.0" Isidro Ortiz, Alex Ollé e Carlos Padrissa

22.20 ­"Dagon"­ Stuart Gordon

00.40 ­"Arachnid" Jack Sholder



Sá da Bandeira

23:59 Baile dos Vampiros

22 de fevereiro de 2004

Domingo no Fantas





DOMINGO, 22 DE FEVEREIRO

RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

GRANDE AUDITÓRIO


15.30 - "Dead End" de­ Jean-Baptiste Andrea e Fabrice Canepa (França/E.U.A.) antecedido pela excelente curta-metragem "The Man Without Head" Juan Solanas (Fra.)

17.45 ­ "Don't Look back" ­ Nick Shrerard (G.B.)

21.15 ­ "The Green Butchers" - Anders Thomas Jensen (Dinamarca)

23.15 ­ "Beyond Re-animator"­ Bryan Yuzna (Esp.) antecedido por "la Routine" de Cedric Babouche (Fra.) e "Mechanika" de David Sukup (Rep. Checa)



PEQUENO AUDITÓRIO


15.15 ­ "Tuno Negro" Vicente J. Martin, Pedro L. Barbero (Esp.)

17.15 - "Justino" ­ La Cuadrilla (Esp)

21.00 - "The Locals" ­Greg Page (N. Zel.)

23.00 - "Motown - Uma História"­ Paul Justman (E.U.A.)


CINEMAS AMC

SALA FANTASPORTO¹2004


13.00 - "La Mujer Más Fea del Mundo" - Miguel Bardem (Esp.)

15.20 ­ "Teknolust" ­ Lynn Hershman Leeson (E.U.A.)

17.40 - "La Mujer Más Fea del Mundo" - Miguel Bardem (Esp.)

20.00 ­ "Fuego Eterno" ­ José Angel Rebolledo (Esp.)

22.20 ­ "Rain" - Christine Jeffs (N. Zel.)

00.40 ­ "Dagon" ­ Stuart Gordon (Esp.)

21 de fevereiro de 2004

FANTASPORTO 2004, o primeiro dia completo




Com quinze sessões, oito delas filmes a concurso, o público cinéfilo do Grande Porto já tem por onde escolher. No Rivoli ou no Arrábida, o bom cinema fantástico.

SÁBADO, 21 DE FEVEREIRO

RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

GRANDE AUDITÓRIO


15.30 - "Bibi Blocksberg"­ Hermine Huntgeburth (Ale)

17.45 ­"Fear X"­ Nicolas Refn (Din)

21.15 - "800 Balas"­ Alex de la Iglésia (Esp)

23.15 "Killing Words" ­ Laura Mañá (Esp)

01.00 ­ "House of a 1000 Corpses"­ Rob Zombie (E.U.A)

PEQUENO AUDITÓRIO


15.15 ­"Fausto 5.0" - Isidro Ortiz, Alex Ollé e Carlos Padrissa (Esp.)

17.15 - "The Last Horror Movie" ­ Julian Richards (G.B.)

21.00 - "Beyond Re-animator"­ Bryan Yuzna (Esp)

23.00 ­ "Elvira Haunted Hills" - Sam Irvin (E.U.A.)

00.30 - LUCIO FULCI ­" Black Cat"



CINEMAS AMC - SALA FANTASPORTO 2004


13.00 "El Arte de Morir" - Álvaro Fernandez Armero (Esp.)

15.20 "Rain" - Christine Jeffs (N. Zel.)

17.40 ­"Faust, Love of the Damned" ­ Brian Yuzna (Esp)

20.00 "El Arte de Morir" - Álvaro Fernandez Armero (Esp.)

22.20 ­"Teknolust" ­ Lynn Hershman Leeson (E.U.A.)

00.40 "El Arte de Morir" - Álvaro Fernandez Armero (Esp.)


20 de fevereiro de 2004

FANTASPORTO 2004, a competição começa hoje



Os filme começaram já no passado dia 16 mas a sessão de abertura é hoje, às 21:15.


SEXTA-FEIRA, 20 DE FEVEREIRO

RIVOLI TEATRO MUNICIPAL


GRANDE AUDITÓRIO




15.30 "Friend" - Kwak Kyung-Taek (Coreia do Sul)

17.45 - "Scout Man" Masato Ishioka (Japão)

21.15 SESSÃO DE ABERTURA OFICIAL

"Northfork" de Michael Polish (E.U.A.) antecedido pela curta-metragem "The man Without Head" de Juan Solanas
(Fra.)

24.00 "Elvira's Haunted Hills" de Sam Irvin (E.U.A.)


PEQUENO AUDITÓRIO



15.15 - "Audition" - Takashi Miike (Jap.)

17.15 "Fuego Eterno" José Angel Rebolledo (Esp.)

21.00 "Killing Words" Laura Maña (ESP.)

23.00 "Don't Look Back" Nick Shrerard (G.B.)

00.30 - LUCIO FULCI- "City of the Dead"

19 de fevereiro de 2004

FANTASPORTO 2004, Quinta-Feira






QUINTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO

RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

GRANDE AUDITÓRIO



16.00 ­"Sangre Eterna"­ Jorge Olguín (Chile)
M é um jovem gótico e estudante de filosofia numa Universidade privada. O seu principal passatempo é o jogo "Sangue Eterno". Em conjunto com dois amigos, Elizabeth e Martin, M interpreta personagens de vampiros. Quando falta um participante, para completar o jogo, M encontra uma interessante jovem que estuda jornalismo na mesma faculdade. A rapariga assume geralmente o papel de Carmilla. Numa estranha festa gótica, o grupo conhece Dahmer, um homem estranho que faz rituais sobre vampirismo.

21.15 ­"Bibi Blocksberg"­ Hermine Huntgeburth (Alemanha)
A jovem feiticeira acaba de salvar dois
miúdos da morte certa com um pequeno feitiço, criando uma chuva torrencial que apaga um fogo. Pela bravura do acto a Feiticeira Superiora Walpurgia diz a Bárbara, mãe de Bibi que esta vai receber, mais cedo do que o previsto, a "Bola de Cristal", que lhe permitirá ser uma verdadeira feiticeira. Só que, até no mundo das feiticeiras, a inveja é um sentimento que corrói as pessoas. A bruxa Rabia vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que a pequena Bibi Blocksberg seja mal sucedida.

23.15 ­"O Acto da Compadecida" ­ Guel Arraes (Brasil)
No duo impagável, em torno do qual gira o Auto, um dos homens é um vigarista nato capaz de inventar as mais extraordinárias aventuras e maquinar as mais mirabolantes aldrabices. O outro é um pobre diabo a quem cabe remediar os estragos, qual verdadeiro Sancho Pança de um Dom Quixote megalómano dos tempos modernos. Juntos numa dupla impagável, tecem a sua teia de mentiras a que só mesmo a Virgem Santa pode acudir, como Mãe Compadecida.


PEQUENO AUDITÓRIO



15.15 -­ BORIS KARLOFF "The Body Snatcher" ­de Robert Wise

21.00 -­ LUCIO FULCI ­" Black Cat"

23.00 - HERSCHELL G. LEWIS ­" The Gruesome Twosome"

18 de fevereiro de 2004

Breves




  • Paz Campos Trigo, conhecida no mundo de cinema como Paz Vega, e estrela de filmes como "Hable Con Ella", "Lucía y el Sexo" (que lhe valeu um Goya de Actriz Revelação e foi exibido no festival de Gaia em 2002) e brevemente no Fantas "El Otro Lado de la Cama" vai receber do governo da Andaluzia uma medalha de mérito.

  • Quanto a Cannes os prémios talvez sejam um pouco diferentes do habitual pois o presidente do júri será Quentin Tarantino. O cineasta estreou-se no festival em 1992 com "Reservoir Dogs" e em 1994 levou a Palma de Ouro por "Pulp Fiction". Este ano é possível que finalmente estreie o seu aguardado filme "Kill Bill 2".
    O seu único filme em competição no Fantasporto foi "Reservoir Dogs" que perdeu para "Braindead" de Peter Jackson.
  • FANTASPORTO 2004, Quarta-Feira






    QUARTA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO

    RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

    GRANDE AUDITÓRIO



    16.00 -­"Scout Man"­ Masato Ishioka (Japão)
    Um filme que aborda de forma explícita e crua, o universo perverso dos "scoutmen", aqueles que sem problemas aliciam em plena rua as raparigas com falsas promessas de emprego bem remunerados, ou apenas de dinheiro fácil em bares que escondem, afinal, a entrada para o submundo da prostituição, dos filmes pornográficos para adultos e da rentável indústria do sexo.

    21.15 -­ "Friend"­ Kwak Kyung-Taek (Coreia do Sul)
    Uma história aliciante e sincera (ou não fosse parcialmente autobiográfica) sobre um período particularmente marcante da história sul-coreana e sobre a amizade entre um grupo de quatro adolescentes. Uma obra prima do policial, nada convencional, mas onde a intensidade das emoções só é comparável ao carácter autêntico que todo a narrativa respira.

    23.15 -­ "Elvira's Haunted Hills" Sam Irvin (E.U.A.)
    Elvira que viajava para Paris pára na Roménia, num castelo assustador onde muitos acontecimentos e indivíduos suspeitos a detêm. "Elvira¹s Haunted Hills" é uma comédia gótica que parodia os clássicos de terror de Vincent Price, Edgar Allan Poe e os filmes de Roger Corman nos finais dos anos 60. É o regresso de Cassandra Peterson, actriz eternizada como Elvira.



    PEQUENO AUDITÓRIO


    15.15 ­ BORIS KARLOFF "Bedlam"de ­ Mark Robson

    21.00 ­ LUCIO FULCI ­"Aenigma"

    23.00 - HERSCHELL G. LEWIS ­ "The Wizard of Gore"

    17 de fevereiro de 2004

    FANTASPORTO 2004





    TERÇA-FEIRA, 17 DE FEVEREIRO

    RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

    GRANDE AUDITÓRIO



    16.00 - "Sorum" - Yoon Jong-Chan (Coreia do Sul)
    No edifício de apartamentos Migum, vive uma estranha e variada fauna humana. Neste lugar que é um microcosmos da sociedade urbana, encontramos personagens curiosas, complexas e perturbadoras, que a câmara vai revelando na sua intimidade com um olhar frio, impiedoso e voyeuristas. Um thriller psicológico de intensa carga emotiva e de uma violência visual apoiada na atmosfera de uma "loucura quase normal".

    21.15 - "Rain" - Christine Jeffs (N. Zel.)
    A viagem ao coração de uma família em férias junto ao mar, num lugar relativamente isolado, onde todos fingem divertir-se, mas ninguém está contente com a vida que tem. A mãe está cada vez mais aborrecida com o seu casamento e procura divertir-se; o pai cada vez mais distanciado, bebe e procura esquecer o que pressente, e os dois filhos, uma jovem à descoberta do mundo que quer dominar demasiado depressa e um rapazinho meio perdido, fingem que se divertem

    23.15 ­"Teknolust -­ Lynn Hershman Leeson (E.U.A.)
    O tema da
    clonagem em versão elegante e sofisticada, tal como a actriz protagonista,Tilda Swinton. É ela o rosto desta deliciosa comédia cibernética sobre a necessidade de afirmação de uma mulher que quer tudo do mundo que a rodeia:­ sexo, prazer e satisfação profissional. A doutora Rosetta Stone, uma virgem e envergonhada mulher, descarrega o seu ADN para um programa de inteligência artificial, criando um trio de luxo, Ruby, Marianne e Olivia. As três jovens irradiam sensualidade e não deixam passar uma oportunidade para se divertirem. Mas, este trio ciber-humano tem um defeito, faltam-lhes cromossomas masculinos, e sem eles, a sua vida está em perigo.


    PEQUENO AUDITÓRIO



    15.15 -­ BORIS KARLOFF ­ "Isle of the Dead" de­ Mark Robson

    21.00 -­ LUCIO FULCI "The Beyond"

    23.00 - HERSCHELL G. LEWIS ­"She-Devils on Whells"

    Os prémios ingleses



    Este domingo foram anunciados os vencedores dos Orange, os troféus da Academia Inglesa (BAFTA). A maior desilusão, foi como habitual, "Cold Mountain" que apesar das 13 nomeações apenas venceu dois troféus. Aqui fica a lista completa.





    Melhor Filme


    "The Lord of the Rings: The Return of the King" de Peter Jackson


    Melhor Filme Britânico


    "Touching the Void" de Kevin MacDonald


    Melhor Novo Realizador/Argumentista


    Emily Young (realizadora de "Kiss of Life")


    Melhor Realizador


    Peter Weir ("Master and Commander: The Far Side of the World")


    Melhor Argumento Original


    "The Station Agent" de Tom McCarthy


    Melhor Argumento Adaptado


    "The Lord of the Rings: The Return of the King" de Peter Jackson


    Melhor Filme Falado em Língua Não-Inglesa


    "In This World" de Michael Winterbottom


    Melhor Actor Principal


    Bill Murray ("Lost In Translation")


    Melhor Actriz Principal


    Scarlett Johansson ("Lost In Translation")


    Melhor Actor Secundário


    Bill Nighy ("Love Actually")


    Melhor Actriz Secundária


    Renée Zellweger ("Cold Mountain")


    Melhor Música


    Gabriel Yared e T-Bone Burnett ("Cold Mountain")


    Melhor Fotografia


    Andrew Lesnie ("The Lord of the Rings: The Return of the King")


    Melhor Montagem


    Sarah Flack ("Lost In Translation")


    Melhor Direcção Artística


    William Sandell ("Master and Commander: The Far Side of the World")


    Melhor Guarda-roupa


    Wendy Stites ("Master and Commander: The Far Side of the World")


    Melhor Som


    Richard King, Doug Hemphill, Paul Massey e Art Rochester ("Master and Commander: The Far Side of the World")


    Melhores Efeitos Visuais


    Joe Letteri, Jim Rygiel,Randall William Cook e Alex Funke ("The Lord of the Rings: The Return of the King")


    Melhor Maquilhagem


    Ve Neill e Martin Samuel ("Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl")


    Melhor Curta-metragem de Animação


    "Jojo In The Stars" de Marc Craste


    Melhor Curta-metragem de Imagem Real


    "Brown Paper Bag" de Michael Baig-Clifford

    16 de fevereiro de 2004

    FANTASPORTO 2004


    Começa hoje o FANTASPORTO 2004, na denominada fase pré-fantas, onde os filmes a serem exibidos ainda não se encontram em competição. Mas nada como começar a acompanhar o festival desde o primeiro dia. Por essa, e por muitas outras razões, recomendo a ida ao Rivoli assistir ao que de melhor se tem feito de cinema fantástico pelo mundo fora, sem negligenciar, obviamente, as retrospectivas. Inicia-se então assim neste blog um espaço dedicado a acompanhar o certame, intitulado "Diário de um Festival", e a programação que diariamente aqui colocaremos. FANTASPORTO 2004 a não perder, de 16 de Fevereiro a 1 de Março, no Porto.


    SEGUNDA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO

    RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

    GRANDE AUDITÓRIO



    16.00 - "Fausto 5.0" - Isidro Ortiz, Alex Ollé e Carlos Padrissa (Esp.)

    21.15 - "Innocence" - Paul Cox (Bel./Aus.)

    Mas, mais que as personagens interessam os filmes. A primeira sessão da noite do Fantas, leva ao Grande Auditório do Rivoli, às 21.15h, "Innocence".
    Este é talvez o filme que nos fará recordar de vez o nome do seu realizador, Paul Cox. Um ex-organista descobre, 50 anos depois, que o único amor da sua vida vive na mesma cidade que ele. Uma pungente homenagem ao espírito humano, história de luxúria e paixão, ternura e esperança. Multipremiado em diversos festivais internacionais de cinema. Uma homenagem ao espírito humano, o filme é uma história que nos faz lembrar que é preciso viver cada dia como se fosse o último. Pode perder-se a inocência do primeiro amor mas alguns nunca mais a esquecem. É essa inocência que procura o ex-organista, e professor de música, Andreas Borg, quando, meio século depois, descobre o seu amor, Claire. A medo, Claire responde e acede encontrar-se com o seu amor de outros tempos, apesar de estar casada. Valerá a pena viver o que não se viveu na altura certa? Seria a altura certa, então? Ou será agora? "Inocence" é, de facto, o melhor filme do realizador.


    23.15 - "Motown, Uma História" - Paul Justman (E.U.A.)

    Depois, às 23.15h, e ainda em primeira mão para o público português, um dos documentários mais aguardados pela crítica portuguesa: "Motown: Uma História";. Um magnífico documento musical que comemora os gloriosos 40 anos da célebre editora americana, Motown. Na linha de outros grandes documentários musicais, como "The Filth and the Fury" e "Hype" (igualmente vistos no Fantasporto), "Motown, Uma História" reúne documentos fundamentais e inéditos para se perceber a ascensão deste som que rapidamente se transformaria em género musical. A saga dos Funk Brothers é contada através de entrevistas, filmes de arquivo, fotografias, cenas recriadas e ainda doze novas interpretações ao vivo de Joan Osborne ("What Becomes Of The Broken Hearted" e "Heat Wave"), Ben Harper ("Ain't Too Proud To Beg" e "I Heard It Through The Grapevine"), Chaka Khan ("What's Goin On"), Bootsy Collins ("Do You Love Me" e "Cloud Nine"), Gerald Levert ("Reach Out" e "Shotgun"). Um filme que expressa bem a sedução do ambiente Motown.




    PEQUENO AUDITÓRIO




    15.15 - BORIS KARLOFF - "Die Monster Die" de Daniel Haller

    21.00 - LUCIO FULCI - "City of the Dead"

    23.00 - HERSCHELL G. LEWIS - "Gore Girls"

    15 de fevereiro de 2004

    O futuro dos Media



    A surpreendente oferta pública de aquisição apresentada pela ComCast à Disney desencadeou vários acontecimentos económicos que poderão mudar este nosso mundo do cinema. A mais óbvia foi a imediata subida das acções Disney no mercado, com uma subida de 4 dólares desde quarta-feira estabeleceram o novo recorde dos últimos 3 anos, o que seria difícil de prever desde que perderam o contracto com a Pixar. Enquanto os pequenos investidores tentam obter lucro com esses negócios, as grandes empresas de comunicação aperceberam-se da facilidade com que se pode dominar empresas cuja cotação esteja baixa.
    Essa "nova" forma de fazer negócio levou Rupert Murdoch a prever que num futuro tão próximo como três anos, apenas três grandes empresas de Media existirão: a sua News Corp., a ComCast e a Time Warner. Também admitiu que algumas pequenas empresas são bem dirigidas e se poderão manter. De recordar que a Time Warner detém a Warner Brothers, a New Line e a MGM, três das maiores produtoras da história e a News Corp. detém a Fox.
    Mesmo no caso de a ComCast passar a controlar a Disney, ainda falta referir o que será o futuro de empresas como Viacom (Nickelodeon, MTV, CBS, Paramount e Blockbuster), Sony (Columbia, TriStar, Revolution Studios) e NBC.

    Os vencedores de Berlim


    Ontem foram anunciados os vencedores de Berlim, amanhã começam a ser exibidos filmes no Fantas. Tentarei juntar ambos e mostrar que alguns dos grandes artistas internacionais passaram também pelos festivais nacionais.


  • Melhor Filme (Urso de Ouro)
    "Gegen die Wand"
    de Fatih Akin
    O realizador fez uma das vozes do filme "Das Experiment", o filme venceu o prémio de argumento do Fantasporto 2002


  • Prémio do Júri (Urso de Prata)
    "El Abrazo Partido"
    de Daniel Burman
    O realizador foi o vencedor da penúltima edição do Festróia com "Todas Las Azafatas Van Al Cielo"


  • Melhor Realizador (Urso de Prata)
    Kim Ki-Duk
    pelo filme "Samaria"
    O primeiro filme premiado do realizador foi "Seom", vencedor do prémio de melhor actriz no Fantasporto 2002


  • Melhor Actriz (Urso de Prata)
    Catalina Sandino Moreno
    pelo filme "Maria, Llena Eres de Gracia"
    de Joshua Marston
    E
    Charlize Theron
    pelo filme "Monster"
    de Patty Jenkins


  • Melhor Actor (Urso de Prata)
    Daniel Hendler
    pelo filme "El Abrazo Partido"
    de Daniel Burman
    O actor também aparecia no filme que venceu Tróia em 2002


  • Contribuição Artística (Urso de prata)
    "Om jag Vander Mig Om"
    de Björn Runge


  • Melhor Música (Urso de Prata)
    Banda Osiris
    no filme "Primo Amore" de Matteo Garrone


  • Melhor Filme Europeu (Anjo Azul)
    "Om jag Vander Mig Om"
    de Björn Runge


  • Prémio Alfred Bauer
    "Maria, Llena Eres de Gracia"
    de Joshua Marston




  • Melhor Curta-Metragem (Urso de Ouro)
    "Un Cartus de Kent si un Pachet de Cafea"
    de Cristi Puiu


  • Prémio do Júri para Curta-Metragem
    "Vet!"
    de Karin Junger e Brigit Hillenius


  • Menção Honrosa para
    "Public/Private"
    de Christoph Behl


  • 12 de fevereiro de 2004

    "Scary Movie 3" por Nuno Reis



    Do realizador de "Airplane!" e "The Naked Gun" chega finalmente aos ecrans (a Portugal com três meses e meio de atraso) a terceira parte da trilogia (por pouco tempo) "Scary Movie". Enquanto que os dois primeiros eram uma mostra do talento cómico dos irmãos Wayans (actores, argumentistas e realizador do filme) e satirizavam os filmes para adolescentes, este é um pouco mais adulto e satiriza "Signs", "8 Mile", "The Ring", "Matrix" (episódios 1 e 2) e cenas breves que se tornaram inesquecíveis em "The Others" e "The Texas Chain Saw Massacre" e "Bruce Almighty" para indicar os filmes mais célebres.
    O filme desenrola-se de forma engraçada, com um argumento híbrido de "Signs" e "The Ring", com um excerto de "Matrix Reloaded", escrito pelos autores de "Rocket Man", dos "Police Academy" 1, 2, 4, 5 e 6, dos três "Naked Gun", e de "Mr. Magoo".
    A aventura desenrola-se em torno de uma jornalista (a nosso velha conhecida Cindy Campbell) que desconfia que algo de misterioso se passa quando a plantação de um ex-padre (perdeu a fé quando a mulher foi cortada a meio por um carro) de seu nome Tom fica com um estranho padrão. A partir daí ela e o seu sobrinho vidente, aliados a George, o irmão frustrado de Tom, vão tentar combater a maldição dos sete dias causada por uma maléfica cassete de vídeo.
    O filme tem algumas das melhores interpretações cómicas de Charlie Sheen (como Tom) e de Simon Rex (como George), Anna Faris é mais uma vez uma Cindy Campbell extraordinariamente convincente. Leslie Nielsen dá o seu toque pessoal e os amigos musicais de George são hilariantes.
    Alguns gags como as pancadas de cabeça são levados ao extremo mas é possível ver o filme mais de uma vez sem que percam a piada. A segunda metade, onde Leslie Nielsen é mais frequente, é inesquecível. Mesmo as cenas que teoricamente seriam menos cómicas como a conversa com o Arquitecto têm uns detalhes que as tornam memorável.
    Em termos de comédia é um ponto de referência, no segundo filme os minutos introdutórios eram uma obra de arte e neste passa-se exactamente o contrário, se fossem retirados o filme só ficava a ganhar. A realização é uma cópia aproximada dos filmes que inspiraram este clássico do cinema cómico, tanto para o melhor como para o pior. Quem viu os outros dois tem de gostar deste, agora resta esperar pelo quarto, especialmente dedicado aos super-heróis ("Hulk", "Daredevil", "X-Men", é só escolher).

    "Gothika" por Nuno Reis





    A primeira vez que Mathieu Kassovitz aceitou realizar um filme que não escreveu o resultado foi este thriller.
    O filme conta as peripécias de uma psiquiatra que tinha uma vida aparentemente normal até que, após um acidente ligeiro de carro, ela acorda internada no hospital onde trabalhava e descobre como é estar no outro lado, não ter ninguém que acredite nela, e tudo aquilo que diz faz com que pareça ainda mais louca.

    O argumentista é Sebastian Gutierrez, que escreveu e dirigiu "Judas Kiss" com Emma Thopson, Alan Rickman e Carla Gugino, esta última reaparece no telefilme "Mermaid Chronicles Part 1: She Creature" também escrito e dirigido por Gutierrez que ainda colaborou no mais recente trabalho da actriz, a série "Karen Sisco". Gutierrez ainda adaptou "The Big Bounce", uma comédia de Elmore Leonard que em filme conta com as interpetações de Owen Wilson, Charlie Shen, Vinnie Jones e Gary Sinise e estreou apenas no passado dia 30 nos EUA.

    A realização está muito boa para o género, Kassovitz domina bem o cinema de terror, especialmente recorrendo ao som que mantém o espectador na espectativa, e serve emoções em doses pequenas, especialmente nos momentos em que nada se passa. O suspense desde o acidente não pára e a transição entre ambientes fechados (hospital, casa, esquadra) é reduzida ao máximo - só decorrem filmagens na estrada nos momentos em que a estrada é a história - para não passar a sensação de claustrofobia. O aparecimento de novas personagens e de novas informações está excelente pois ou é dicreto e subtil ou é chocante.

    O argumento está bem conseguido, tem detalhes interessantes e apesar de ter muitas cenas previsíveis em alguns aspectos é inovador e chega a ser surpreendente. A produção entre outros nomes tem o de Robert Zemeckis o que é garantia de um bom thriller.
    Quanto ao realizador, Mathieu Kassovitz, já praticamente dispensa apresentações, pois foi actor em filmes recentes como "Jakob the Liar" (dirigido pelo pai, Peter Kassovitz), "Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain", "Birthday Girl", "Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre" e ainda em alguns dos seus próprios filmes. Entre os seus filmes escritos/realizados destaca-se claramente "Les Rivières pourpres" (baseado no livro de Jean-Christophe Grangé que em parceria com Pitof escreveu "Vidocq"), um de muitos filmes onde trabalhou com Vincent Cassel. A relação entre as personagens está muito bom, o que não é fácil quando se lida com emoções tão variadas como o amor, a amizade, o companheirismo e a lealdade num ambiente em que a protagonista tem de deixar de confiar naqueles em que sempre acreditou e fazer auto-diagnósticos para tentar perceber o que realmente aconteceu.

    A nível de interpretações muito mais pode ser dito. Halle Berry como Dra. Miranda Grey finalmente faz um papel realmente bom, Penélope Cruz está uma boa secundária como doente mental, e quanto a Robert Downey Jr. está simplesmente excelente, uma magnífica recuperação de carreira. Também merece destaque a breve interpretação de Charles Dutton, que interpreta o falecido marido da doutora Grey, sempre com diálogos divertidos que aliados ao seu aspecto causam imediata simpatia pela personagem. John Carroll Lynch como xerife está ao seu nível habitual, os restantes actores (doentes, enfermeiros, médicos, polícias e vítimas) são um bom grupo.

    O filme está bem feito até aos últimos quinze minutos, momento em que acelera freneticamente e perde grande parte da qualidade. O final deixa algumas pontas soltas mas (felizmente) este filme não é do género que tenha sequela.

    8 de fevereiro de 2004

    A uma semana do Fantas...



    Hoje pode ser domingo e para muitos de nós é um dia de descanso mas o Fantasporto não pára independentemente do dia que seja e acabámos de receber um comunicado com alguns números interessantes que quero partilhar.

    Aqui está o comunicado:
    Contando com o Alto Patrocínio do Ministério da Cultura, através do ICAM e da Câmara Municipal do Porto, o Fantasporto'2004 é uma iniciativa da Cinema Novo CRL que tem como patrocinador principal a SUPERBOCK.

    Entre 16 de Fevereiro e 1 de Março decorrerá assim a 24ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto/Fantasporto'2004.

    Os números deste Fantas são de novo impressionantes. Tem um orçamento de cerca de 940 mil euros, sendo quinhentos e cinquenta mil euros avaliados em serviços e 375 mil euros em entradas directas de patrocínios, subsídios e bilheteira. Durante 16 dias, em 4 salas do Grande Porto a próxima edição do Fantas terá cerca de 200 sessões de cinema mais de 150 longas metragens e cerca 50 curtas metragens. São 2,5 toneladas de filmes para um total de 200 kilómetros de filme. Uma outra curiosidade - se todos os filmes fossem exibidos em contínuo (durante as 24 horas de um dia) numa mesma sala de cinema as máquinas deveriam queimar, pois seriam necessários 45 dias de projecções contínuas!

    Um outro dado interessante - tendo em conta o número médio de espectadores do Festival nos últimos 5 anos - cerca de 100.000, poder-se-á dizer que, tendo em conta os apoios financeiros recebidos o Estado Português investe por espectador no Fantasporto cerca de 2 Euros, a Autarquia, 0.60 Euros e o Fantasporto, tendo por base os apoios privados recebidos, receitas directas e permutas “investe” por espectador no Festival 6.50 Euros. E já agora que o Fantas tem os filmes das secções oficiais legendados em português dever-se-á dizer que há cinco tradutoras profissionais a fazer a legendagem dos filmes e seis pessoas a inserirem as legendas em computador para que tudo corra a 100%.

    Convidados portugueses e estrangeiros serão cerca de 400. Comunicação Social com cerca de 200 acreditados. 4 hoteis e apoio estratégico de cerca de 120 pessoas na organização do certame.

    O Festival decorrerá como habitualmente no Rivoli Teatro Municipal, naturalmente o centro nevrálgico de toda a estrutura do certame. Tal como no ano passado o Festival ocupará 1 sala do Complexo AMC Arrábida 20 no Arrábida Shopping, garantindo assim a possibilidade de muitos espectadores poderem neste espaço cinematográfico do Grande Porto, assistir, em condições excepcionais de qualidade, à projecção de um grande núcleo dos filmes que, o Fantasporto apresentará.

    A Festa do Fantasporto, denominada Baile dos Vampiros terá lugar no Teatro Sá da Bandeira, no dia 23 de Fevereiro. E se quer saber mais sobre o Fantasporto ’2004...vá até à página na Net do Fantas...

    7 de fevereiro de 2004

    "Michel Vaillant" por Nuno Reis







    Dia 13 de Junho de 2002, Le Mans, França. Às 19 horas começa a célebre corrida das 24 horas, mas às 17 já a multidão está a festejar a vitória e a chorar a derrota. O que se passa? E por que motivo estão duas novas equipas a ser tão apoiadas? São os Vaillant e os Leader e o que a multidão faz é ensaiar para o dia seguinte ao mesmo tempo que participa no filme "Michel Vaillant".

    Realizado com fundos Media e com argumento de Luc Besson, como o outro êxito francês de alta velocidade "Taxi" e sequelas, o filme recupera toda a magia da popular banda desenhada Michel Vaillant.

    Para quem não conhece a história, Vaillant é o nome de uma escuderia que em todos os veículos e em todos os circuitos corre para vencer tendo para isso os melhores carros e os melhores pilotos. Com os Leader passa-se exactamente o mesmo mas os seus carros e os seus pilotos são apenas os segundos melhores e para compensar esse facto eles são capazes de utilizar estratagemas perigosos e ilegais para vencer. Michel é o típico herói pois conduz bem, tem bom aspecto, é forte, inteligente, corajoso e tudo o resto. A nova dirigente dos Leader é a impiedosa Ruth Wang que consegue ser mais perigosa que o pai.

    O filme é basicamente um remake do clássico "Le Mans". Quando um piloto da Vaillant morre tragicamente num acidente suspeito a equipa tenta descobrir os culpados ao mesmo tempo que auxilia a viúva. Mas a viúva é uma condutora profissional e consegue um lugar na equipa. Agora ao lado de Michel, Steve Warson e outros pilotos menos conhecidos da poderosa Vaillant, Julie Wood quer vencer a prova em homenagem ao seu marido. Mas no início do filme a mãe de Michel teve um sonho premonitório assustador, sonho esse que começa a ter muitas semelhanças com a realidade...

    Quanto ao argumento é claramente francês apesar de não se notar o toque pessoal de Besson. Não tem demasiados exageros e não se torna cansativo. O carácter das personagens foi muito modificado em relação ao que me recordo da banda desenhada mas foram detalhes que numa perspectiva global do filme têm necessidade de existir e não destoam. Em termos de montagem nota-se algumas inperfeições e a realização poderia estar nas mãos de alguém mais experiente, é apenas a segunda obra de Louis-Pascal Couvelaire (a primeira foi "Sueurs" com Joaquim de Almeida e é, resumidamente, uma perseguição num deserto). Alguns detalhes como a aula de condução que Michel dá à sobrinha e a entrega dos prémios da primeira corrida ajudam a aliviar o ambiente que fica bastante denso. Os diálogos são numa mistura de francês com inglês, defeito habitual nos filmes que pretendem uma distribuição internacional. As cenas de corridas estão excelentes, mas as restantes filmagens são uma desilusão, se não houvesse ocasionalmente um toque de humor o filme seria uma desgraça.

    O elenco escolhido é bastante sólido apesar de não ser conhecido. O protagonista principal, Sagamore Stévenin não fez nenhum filme conhecido mas entrou em "Sueurs". Warson é interpretado por Peter Youngblood Hills, um sósia de Seann William Scott, que apareceu em "The Beach". Julie é interpretada pela revelação Diane Kruger que foi escolhida para o épico "Troy" onde interpretará Helena de Tróia, a mulher mais bela da época. Lisa Barbuscia é possivelmente a actriz mais conhecida deste elenco pois apareceu em "Almost Heroes" ao lado de Matthew Perry e Eugene Levy, no mais recente filme sobre Imortais "Highlander: Endgame" e finalmente em "Bridget Jones Diary" como Lara, a correspondente nova-iorquina. Jean-Pierre Cassel é um grande artista mas pouco conhecido, foi Olivier em "Prêt-à-Porter" e apareceu diversas vezes em filmes e séries portuguesas, costuma fazer três filmes por ano.
    Seria difícil analisar individualmente cada um destes indivíduos pois o filme não assenta em ninguém. Todos eles são vitais para a história e estão bem dentro da personagem. Mesmo personagens um pouco mais secundárias como Jean-Pierre Vaillant e a mãe, ou Odessa estão bem definidas.

    O filme é bom para fãs das corridas, que desta vez se resumem a alguns rallys na Suécia e Itália e, é claro, Le Mans. Se acontecer o mesmo que com "Taxi" mais filmes estão na forja e poderão ser corrida de motas, todo-o-terreno, qualquer coisa que tenha rodas e motor.

    Neste filme o que recomendo mesmo é que se veja o que oferecem na Internet, o sítio oficial que está recheado de informação, como os percursos, as máquinas, as equipas e os condutores, tem mesmo um jogo de corridas e uma perspectiva das três pistas em que a acção de desenrola: a Suécia onde começa o filme, Itália onde ocorre o acidente mortal, e Le Mans onde tudo o resto acontece. Está quase tudo em francês.

    "Anything Else" por Nuno Reis

    Em "Anything Else", nomes célebres como Danny DeVito e Christina Ricci aliam-se à cara do momento de Jason Biggs para fazerem, ao lado do realizador, mais um filme do género a que nos habituou.
    Anything Else

    A história gira em torno de Jerry Falk (Jason Biggs), um jovem escritor de comédia que tinha a relação ideal com a sua mulher até se apaixonar por outra (Christina Ricci). Nessa nova relação algumas coisas não estavam nada bem mas ele safava-se com a ajuda (inexistente) de um psicanalista, e a nível profissional tudo estava a melhorar com a ajuda de um agente (Danny DeVito a fazer lembrar Danny Rose) que seria excelente a vender sapatos. Até que a sua vida vai pelo cano quando conhece um outro judeu escritor de comédia de seu nome David Dobel (Woody Allen) que lhe mostra uma nova perspectiva da vida e o ridículo da sua situação.
    Anything Else

    A história é narrada pelo próprio Jerry que vive numa realidade surreal, mesmo ao estilo de Allen, e não acredita no que se passa à volta dele: a mulher há meio ano que não quer sexo, o psicanalista nunca dá conselhos, o agente apesar de dedicado explora-o e ele tenta agradar a todos da melhor forma possível. Quando conhece Dobel ele descobre que esse seu novo amigo é um homem transtornado, maníaco e possivelmente psicopata. Ou apenas um louco simpático.

    Ao longo dos 108 minutos que o fime demora temos as clássicas cenas de dois amigos a passearem (em Central Park) e a falarem, temos muitos comentários ao anti-semitismo, bastantes provérbios, anedotas mais e menos conhecidas - na sua maioria inteligentes mas também, dependendo da personagem, algumas velhas e secas - e uma grande lição de vida.
    Anything Else

    O argumento, apesar de ser um pouco inferior ao esperado, está fiel ao autor que neste filme nos dá ocasionalmente cenas e diálogos excelentes de casais apaixonados, de artistas, do mundo. A cena mais normal de comédia é a última de Danny DeVito, que se desenrola num restaurante onde mesmo Woody Allen consegue ser genialmente vulgar. O início do final é bom e a última cena é, desculpem repetir a expressão, vulgar.

    A realização está boa, com um toque pessoal. Alguns planos estão bastante atractivos e a montagem manteve-se simples e segura. A nível de interpretação Woody Allen repete-se, Danny DeVito tem uma personagem divertida mas muito secundária e Christina Ricci, que neste filme é apenas uma ninfomaníaca sem vontade de fazer sexo. Apesar de ter um início onde está deslumbrante à semelhança dos seus últimos papéis está inferior ao que nos acostumou. Jason Biggs - continua preso ao papel que fez em "American Pie" - é um clone de Allen. Desde a primeira cena, onde estão vestidos de igual, que se nota a passagem de testemunho para a nova geração. Especialmente para Biggs, mas também em menor grau para Jimmy Fallon.
    Anything Else

    Este filme não pode ser visto como uma comédia, tem de ser visto como a aula anual de moral de Woody Allen que, como muitas outras matérias, tem algumas aulas excelentes e outras de menor nível. Esta não é das melhores mas é sem dúvida imprescindível para os fãs.

    Anything ElseTítulo Original: "Anything Else" (EUA, França, Reino Unido, 2003)
    Realização: Woody Allen
    Argumento: Woody Allen
    Intérpretes: Jason Biggs, Christina Ricci, Woody Allen, Danny DeVito, KaDee Strickland
    Fotografia: Darius Khondji
    Género: Comédia, Romance
    Duração: 108 min.
    Sítio Oficial: http://www.anythingelse-themovie.com/

    6 de fevereiro de 2004

    "Underworld" por Nuno Reis








    Hoje vou falar de um filme que se encontra há algum tempo nas salas portuguesas e que aqui ainda não tinha havido hipótese de criticar.
    Por estar em Fevereiro, mês em que se torna obrigatório falar do Fantasporto e consequentemente de cinema fantástico, tenho de falar de "Underworld", uma mistura de vampiros e lobisomens, num filme que tenta ter acção, romance, efeitos especiais e pouco terror.



    A ideia por trás do filme é simples, os vampiros e os lobisomens lutaram durante anos pelo domínio do planeta, uma batalha subterrânea que os seres humanos sempre desconheceram mas feita com recurso a armas e técnicas humanas, no momento que os lobisomens começaram a utilizar humanos nessa luta uma vampira desconfia e sozinha enfrenta tudo e todos para salvar a sua espécie.
    Ela detecta lobisomens a irem para o metro, segue-os e, depois de uma luta feroz, de onde escapa ilesa mas sozinha descobre um grande
    covil. Quando volta à base na posse das armas dos inimigos, que disparavam balas com luz dentro (inimiga eterna dos vampiros) um cientista começa a investigar o funcionamento para plagiar a ideia mas com prata, a inimiga dos lobisomens, de referir que as balas que eles utilizavam eram de prata mas sólida. Ao analisar as fotografias feitas pelo seu falecido colega, descobre que eles seguiam um humano que ela rapidamente descobre e protege por diversas vezes, contudo não consegue impedir que ele seja mordido e o tempo restante antes de ele se transformar num inimigo escoa rapidamente. Ser amiga de um lobisomem é algum inaceitável pra uma vampira e ela cria muitos inimigos entre os seus, a única forma de alguém acreditar é ressuscitar o seu "pai". O resto da história é sobre dualidades como pactos e traições, lealdade e amor. E termina com um grande combate entre vampiros com balas que libertam prata líquida, e lobisomens com balas que libertam luz líquida.
    A nível de interpretações pouco se pode dizer, Beckinsale porta-se bem, toda a responsabilidade do filme está nos seus ombros mas não transparece. Talvez tenha ajudado o facto de o realizador ser o seu noivo (o estreante Len Wiseman) e ter no elenco o pai da sua filha, Charlie Sheen. Scott Speedman tem um papel bastante ridículo, talvez em "My Life Without Me" se safe melhor. O já referido Charlie Sheen está bem como líder dos vampiros (ele queixa-se que quando quer uma personagem do fantástico fica sempre como líder) pois consegue começar como assustador, fica raivoso, saudosista e finalmente sarcástico.
    Também ajuda ter no elenco alguém com muita experiência no verdadeiro cinema de terror como Billy Mack (que recentemente cantou em "Love Actually") e que tem uma personagem poderosa e fulcral mas secundária, para manter o filme com um mínimo de qualidade mas dar aos jovens (menos talentosos) algum espaço de manobra.

    Um dos erros mais graves do filme é sem dúvida a insensibilidade dos vampiros aos espelhos, os reflexos são abundantes e chegamos ao cúmulo de ver uma vampira a falar com ela própria num espelho. Uma coisa que ouvi sobre vampiros é que não têm reflexo, acho que os argumentistas deveriam aprender pelo menos isso antes de se lançarem na escrita de uma aventura desta envergadura.
    Os efeitos especiais são discretos apesar de tentarem que pareçam melhores, as cenas utilizadas são saltos do topo de um prédio (não tão ridiculamente como "Matrix" mas quase), saltos do chão para o tecto, transformações de pessoas em lobisomens, balas a perfurarem a pele e outras cenas de batalha vulgares e algumas cenas em comboios em movimento. E ainda sangue, muito sangue mas dentro dos limites do género.

    O filme tem acção mas nos outros campos todos que referi pouco se pode destacar. Não esperava muito do filme mas mesmo assim foi uma pequena desilusão.


    Para amanhã estão prometidas apreciações a "Anything Else" e "Michel Vaillant".

    5 de fevereiro de 2004

    "Runaway Jury" por Nuno Reis









    Mais uma quinta-feira, mais sete estreias. Um dos filmes mais atractivos é sem dúvida este "Runaway Jury" que nos traz artistas consagrados como Gene Hackman, Dustin Hoffman e John Cusack e talentos recentes como Rachael Weisz (só se estreou nos cinemas em 1995). A história centra-se no júri de um importante caso de uma viúva contra um empresa de armamento que vende armas perfeitas para criminosos. Nesse júri está um homem (John Cusack) que discretamente manipula e controla os seus colegas, ele trabalha com uma cúmplice (Rachel Weisz) que pretende vender a decisão do júri ao lado que der mais.
    Enquanto que na defesa temos Durwood Cable (Bruce Davison que interpretou o Senador Robert Kelly nos filmes "X-Men") que usa o auxílio de um homem contratado pelos fabricantes para manipular a decisão do júri a seu favor, Rankin Fitch (Gene Hackman), na acusação o advogado é Wendell Rohr (Dustin Hoffman) que aceita a ajuda de um jovem especialista em júris manipulados (Jeremy Piven, esteve recentemente em "Black Hawk Down", "Old School" e para a semana em "Scary Movie 3") apesar de ignorar os seus conselhos.
    A nível de argumento o filme é uma fiel adaptação do livro de John Grisham, exceptuando o facto de a empresa acusada passar do ramo do tabaco para o armamento. Para os mais esquecidos Grisham é o autor dos livros que inspiraram grandes filmes como "The Firm" (com Gene Hackman e Tom Cruise), "The Pelican Brief" (com Julia Roberts e Denzel Washington), "The Client" (com Susan Sarandon e Tommy Lee Jones), "The Chamber" (mais uma vez Gene Hackman e Chris O'Donnell), "A Time to Kill" (com Kevin Spacey, Samuel Jackson, Sandra Bullock, Matthew McConaughey e ambos os Sutherland) e ainda "The Rainmaker" com Danny De Vito, Matt Damon, Jon Voight e Claire Danes.
    A realização de Gary Fleder ("Things to Do in Denver When You're Dead", "Don't Say a Word" e "Impostor") não desilude e apesar de em alguns momentos a câmara estar demasiado movimentada ou o enquadramento não ser o melhor no aspecto técnico não há nada a apontar.
    A nível de interpretação Hoffman está bastante discreto, também o papel que lhe deram não permitia maravilhas. Cusack e Weisz formam uma boa dupla, o lado amoroso da relação é um pouco abandonado pois raramente se encontram mas funcionam bem como cúmplices distantes, ambos estão em papéis difíceis mas movimentam-se com bastante suavidade e ver as cenas do filme com qualquer um deles é bastante agradável. Quanto a Gene Hackman o melhor que se pode dizer é que tem jeito para as histórias de Grisham, já é o terceiro, neste filme consegue arrebatar as cenas e é isso que salva o filme da vulgaridade.
    O confronto entre as duas formas de moldar o júri é bastante bom, de um lado temos Rohr que inicialmente prefere utilizar os métodos legais e sofre as consequências de ser honesto, do outro temos um advogado que sabe que tem o jogo controlado. Mas a pessoa que controla o jogo não é o homem que trabalha para ele por 20 milhões mas sim um homem que apenas pede 10 e que não pode ser influenciado pois está isolado do mundo exterior e não tem passado para que o possam chantagear. A acção é reduzida mas a emoção é forte. Mesmo até ao final o suspense mantém-se, a decisão que mudará a América irá pender para o lado que pagar mais. Quem será? Talvez os habitantes de uma pequena cidade sejam os que mais lucram com a decisão, talvez sejam os manipuladores a precisar de ter cuidado com o seu passado. Vale a pena ver o filme, para ver o final.

    3 de fevereiro de 2004

    Ruthann Springle no FANTAS


    Uma das melhores intérpretes de jazz canadianas dará um pequeno concerto durante a Sessão de Encerramento do Fantasporto, antes do filme "The Cooler", juntamente com parte da banda que sonorizou "See Grace Fly", Ruthan irá mostrar a Portugal a sua música.

    Começou a ser conhecida em 2000, sobretudo em Toronto, quando ganhou um prémio de Novo Talento, da Factor. Este galardão permitiu-lhe gravar três canções e contratar os serviços de um manager, Caroline Weatherhead. Como não sabia como gravar e produzir um disco decidiu rodear-se de grandes músicos para o seu primeiro trabalho a solo – “BE”. A guitarra ficou com Kevin Breit, que trabalha habitualmente com K. D. Lang, o violino com Hugh March, que já trabalhou para Loreena McKennitt, e a bateria com Gary Craig, que tocou com Jann Arden. O engenheiro de som foi Danny Greenspoon, o engenheiro de Holly Cole. Ao mesmo tempo, conheceu o produtor Ian Provis que, de tão excitado que ficou com a sua música, criou uma produtora (Sound Grove Records) e lhe deu a capacidade financeira para fazer, na prática, o cd. “BE” foi gravado em Toronto, no Canadá, e saiu no Inverno de 2001. A canção “For the Love” faz parte da banda sonora do filme "See Grace Fly" de Pete McCormack, considerado um dos dois melhores filmes do ano passado, no Festival de Cinema de Montreal.

    No Verão de 2004, Ruthann Springle faz uma digressão por África do Sul, depois de em 2002 ter cantado no evento organizado por Desmond Tutu: "I Am Free", é uma fervorosa activista dos direitos humanos e regularmente dá concertos de beneficiência, contra a fome ou ajuda das vítimas de SIDA. Ela é, igualmente, pintora, tendo doado algumas das suas peças para a angariação de medicamentos e alimentos para os mais necessitados.

    Ruthann Springle está já a preparar o seu segundo trabalho de originais, chama-se “Fly” e aposta nos sons do violino e do violoncelo, bem como na guitarra e nos tambores africanos, além do habitual piano. As letras da artista canadiana viajam pelo escuro e negro dos casulos das pequenas larvas que um dia se transformam em borboletas, e pela celebração da vida.

    Fica lançado o convite a quem aprecia bom cinema e boa música.

    Para mais informações clique aqui.

    Aumento do subsídio para o cinema português



    Foi anunciada ontem a verba cedida pelo governo para o ICAM no ano de 2004 e esse valor é de quase doze milhões de euros, o aumento foi da ordem dos 400 mil euros o que foi superior à inflação. Apesar da demora na aprovação da Lei do Cinema, imprescindível para a produção nacional, prevê-se que ainda entre em vigor este ano.
    Aqui fica em detalhe a distribuição da maioria desse fundo:

    5 200 000 para 8 longas-metragens
    1800 000 para 4 projectos de longas-metragens
    730 000 para 18 curtas-metragens
    725 000 para 9 documentários
    875 000 para o cinema de animação
    300 000 para o Protocolo Luso-Brasileiro

    1 de fevereiro de 2004

    "Lost in Translation" por Ricardo Clara



    For relaxing times, make it Santori time.
    Bob Harris (Bill Murray)


    Bob Harris (Bill Murray) é um famoso actor que se desloca a Tóquio para rodar um anúncio a uma marca de whiskey. Na solidão do bar do hotel e do quarto, Bob conhece Charlotte (Scarlett Johansson), mulher de um conhecido fotógrafo que também se encontra no país do sol nascente em trabalho. Perdidos na tradução de um idioma que lhes é completamente desconhecido, Harris e Charlotte passam aquela que terá sido a melhor semana das suas vidas e entendem-se numa linguagem universal: o amor.
    Realizado e escrito por Sofia Coppola,
    "Lost in Translation", nomeado para os Óscares em categorias tão importantes como Melhor Filme, Melhor Actor, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original pauta-se por ser de facto um dos melhores filmes de 2003. Uma fábula de amor passada num país estranho, entre duas pessoas desconhecidas ao som de um idioma imperceptível, aliado a uma realização excelente de um dos maiores talentos norte-americanos faz com que este "Lost in Translation" leve o espectador a apaixonar-se definitivamente por uma grande obra. Coppola mostra Tóquio de uma maneira muito particular e bastante apaixonada, e através do seu olhar, apresenta particularidades oníricas em tudo o que filma, tal como já tinha acontecido com "The Virgin Suicides". De facto, este filme é visualmente belíssimo, que alia cores tensas a diálogos muito bem construídos, e possui dois trunfos de enorme respeito: Bill Murray, que se desprende do seu estilo cómico para ser um homem alegre, mas com os olhos mais tristes e sós que existe; e Scarlett Johansson , que constroi uma química muito especial com Murray, naquele que será um dos papéis da sua (ainda) curta carreira.
    O filme encerra duas almas perdidas que se encontram numa cidade onde ninguém se encontra. Os tempos das falas, aquele constante flirt entre Murray e Johansson que nunca termina, os melodramáticos telefonemas entre o primeiro e a sua mulher, que se encontra nos EUA, as viagens e as pausas, aquelas longas pausas de reflexão, o sarcasmo, a descoberta de uma paixão que nunca seria concretizável e sem dúvidas nenhumas, uma banda sonora a todos os níveis espectacular, escolhida a dedo por Brian Reitzell e Kevin Shields, são atractivos imensos para descobrir porque é que o cinema é uma arte. Numa palavra: belíssimo. Já agora, um pedido, e que me desculpem Johnny Depp, Ben Kingsley, Jude Law e principalmente Sean Penn: óscar para Bill Murray.


    Outro rude golpe para a Disney




    A Pixar, o mais poderoso e rico estúdio de animação digital da actualidade, anunciou para 2006 o fim da sua parceria com a Disney. O acordo entre as duas empresas incluiu os filmes "Toy Story", "Monsters Inc" e "Finding Nemo" entre outros, sendo estes dos mais populares filmes de animação da última década.
    O estúdio pretende para 2006 outro estúdio que distribua os seus filmes, a Disney ainda terá os direitos sobre "The incredibles" e "Cars", o primeiro sobre super-heróis reformados que se juntam para salvar o mundo, e o segundo sobre um grupo de carros que se decide a percorrer a célebre Route 66.
    De recordar que a Disney fechou recentemente o seu estúdio de animação tradicional para se centrar na computadorizada mas a velha desavença sobre percentagem dos lucros não pode ser resolvida e a Pixar procura agora nova distribuidora, algum candidato? Não convém é esquecer que o sucesso de "Finding Nemo" foi posto em causa por um francês que anos antes tinha escrito uma história sobre um peixe-palhaço perdido e o seu pai... talvez tenha sido a Disney a sortuda.

    Prémios Goya 2004


    Os prémios Goya, os óscares espanhóis, foram ontem conhecidos numa gala que decorreu no Palácio de Congressos de Madrid e que esteve envolta em polémica. Tudo por culpa de Julio Medem, conhecido realizador espanhol que teve um documentário seu nomeado na respectiva categoria, intitulado "La pelota vasca. La piel contra la piedra", no qual se retrata o drama vivido no País Basco na constante luta em busca da independência desta região espanhola.



    Ora um grupo anti-terrorista intitulado Associação das Vítimas do Terrorismo (AVT) juntou-se à porta da gala (em cima, à esquerda) acusando Medem de instrumentalizar os bascos e de apresentar a ETA como as vítimas neste processo de luta separatista. Por seu lado, um grupo de realizadores e profissionais de cinema juntaram-se numa única voz (em cima, à direita) contra esta atitude da AVT, proclamando a necessidade de continuar a existir a liberdade de expressão nas obras cinematográficas apresentadas no país vizinho. Polémicas à parte, "Te doy mis ojos", de Icíar Bollaín, foi o grande vencedor da noite tendo sido premiado por sete vezes. Aqui fica a lista dos nomeados, e a vermelho, o vencedor da categoria:




    MELHOR FILME

    "Mi vida sin mí"
    "Planta 4ª"
    "Soldados de Salamina"
    "Te doy mis ojos"



    Copyright: El Mundo onlineMELHOR REALIZADOR

    Cesc Gay por "En la ciudad"
    Isabel Coixet por "'Mi vida sin mí"
    David Trueba por "Soldados de Salamina"
    Iciar Bollaín por "Te doy mis ojos"



    Copyright: El Mundo onlineMELHOR ACTOR

    Ernesto Alterio por "Días de fútbol"
    Alfredo Landa por "La luz prodigiosa"
    Luis Tosar por "Te dos mis ojos"
    Javier Cámara por "Torremolinos 73"



    Copyright: El Mundo onlineMELHOR ACTRIZ

    Adriana Ozores por "La suerte dormida"
    Sarah Polley por "Mi vida sin mí"
    Ariadna Gil por "Soldados de Salamina"
    Laia Marull por "Te doy mis ojos"



    MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO

    Eduard Fernández por "En la ciudad"
    José Luis Gómez por "La luz prodigiosa"
    Joan Dalmau por "Soldados de Salamina"
    Juan Diego por "Torremolinos 73"


    MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

    María Pujalte por "El lápiz del carpintero"
    Mónica López por "En la ciudad"
    María Botto por "Soldados de Salamina"
    Candela Peñapor "Te doy mis ojos"


    Copyright: El Mundo onlineGOYA DE HONRA

    Héctor Alterio



    MELHOR ACTOR REVELAÇÃO

    Fernando Tejero por "Días de Fútbol"
    Victor Clavijo por "El regalo de Silvia"
    Juan Sanz por "La vida Mancha"
    Oscar Jaenada por "Noviembre"


    MELHOR ACTRIZ REVELAÇÃO

    Verónica Sánchez por "Al sur de Granada"
    Natalie Pozapor "Días de fútbol"
    María Valverde por "La flaqueza del bolchevique"
    Elisabet Gelabert por "Te doy mis ojos"


    MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL

    Cesc Gay e Tomás Aragay por "En la ciudad"
    Jaime Rosales e Enric Rufas por "Las horas del día"
    Iciar Bollaín e Alicia Luna por "Te doy mis ojos"
    Pablo Berger por "Torremolinos 73"


    MELHOR DOCUMENTÁRIO

    'La pelota vasca la piel contra la piedra" de Julio Medem
    "Polígono sur" de Dominique Abel
    'Suite Habana" de Fernando Pérez
    "Un instante en vida ajena" de José Luis López Linares


    MELHOR FILME ESTRANGEIRO FALADO EM ESPANHOL

    "El misterio del Trinidad" de José Luis García Agraz (México)
    "El viaje hacia el mar" de Guillermo Cassanova (Uruguai)
    "Historias mínimas" de Carlos Sorín (Argentina)
    "Suite Habana" de Fernando Pérez (Cuba)


    MELHOR FILME EUROPEU

    "Dogville" de Lars von Trier (Dinamarca)
    "Good Bye Lenin!" de Wolfgang Becker (Alemanha)
    "La Fleur du mal" de Claude Chabrol (França)
    "I Sognatori" de Bernardo Bertolucci (R. Unido / França / Itália)


    MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

    "El Cid, la leyenda" de José Pozo
    "El embrujo sel Sur" de Juanba Berasategi
    "Glup" de Iñigo Berasategui e Aitor Arregui
    "Los Reyes Magos" de Antonio Navarro


    MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

    "A... Mantis religiosa" de Pablo Núñez e Antonio Ojeda
    "El desván" de José Corral
    'La habitación inclinada" de Pako Bagur, Freddy Córdoba e Ibán José
    "Manipai" de Jorge Dayas
    "Regaré con lágrimas tus pétalos" de Juan Carlos Marín



    O grande vencedor



    Depois de na edição de 2003 "Los Lunes Al Sol" ter sido o grande vencedor da noite, deitando por terra todas as esperanças do favorito "Hablla con Ella" de Pedro Almodóvar, agora "Te Doy Mis Ojos" de Icíar Bollaín foi a Madrid e voltou para casa com sete prémios, num filme que já tinha dado que falar em Espanha. Eis a ficha técnica da película:


    Título Original: "Te Doy Mis Ojos" (Espanha, 2003)
    Realizador: Icíar Bollaín
    Intérpretes: Laia Marull, Luis Tosar, Candela Peña e Rosa María Sardà
    Argumento: Icíar Bollaín y Alicia Luna
    Fotografia: Carles Gusi
    Música: Alberto Iglesias
    Género: Drama
    Duração: 105 min


    Este drama intenso conta a história de Pilar, uma mulher que numa noite de inverno foge de casa com o seu filho Juan. Ela foge das tareias e humilhações que o seu marido lhe dava. Agora, arrependido, Antonio (o marido) corre em busca da mulher que "lhe deu os seus olhos". Ao encontra-la, convence-a a regressar a casa, e em troca integra um programa de ajuda a pessoas que maltratam familiares. Este filme, que já havia recebido a Concha de Prata do Festival de San Sebastian em 2003 para Melhor Actor (Luis Tosar) e para Melhor Actriz (Laia Marull), ainda não tem data de estreia marcada em Portugal.

    Curiosidades sobre a visão do cinema em Portugal



    Um estudo Media Planing Group referente a 2002 diz que os portugueses nesse ano foram em média 2 vezes por ano ao cinema. Irlandeses, Ingleses e Espanhóis vão bastante mais, Holandeses, Finlandeses, Italianos e Gregos vão menos. Portugal é dos 3 países da Europa onde se paga menos de 5 euros, valor médio português é 4.80 euros, na Finlândia o preço excede os 7 euros!!! O cinéfilo português é um jovem do sexo masculino, com idade abaixo dos 34 anos (maioria entre os 15 e os 24 anos). Onde se vê mais cinema é nas regiões de grande Lisboa, grande Porto e litoral Norte, onde se vê menos é no Interior Norte, dados em relação óbvia com o número de salas existentes nessas regiões.

    A mudança do dia de estreia de sexta-feira para quinta está a resultar e neste primeiro mês da experiência, com diversos títulos interessantes a estrear, o aumento do número de espectadores a esse dia tradicionalmente calmo foi de 28%, sem prejuízo do fim-de-semana. A razão apontada pelos distribuidores para o sucesso da iniciativa é que sexta-feira e fins-de-semana as sessões esgotam mas quem vai ver os filmes são pessoas que não sabem bem o que querem, vão ver apenas por ser novidade, às quintas começaram a ir os interessados no filme, às sextas vão as enchentes.