3 de junho de 2006

PALMARÉS DA 59º FESTIVAL DE CANNES



LONGAS METRAGENS

PALMA DE OURO
THE WIND THAT SHAKES THE BARLEY realizado por Ken LOACH

GRANDE PRÉMIO
FLANDRES realizado por Bruno DUMONT

MELHOR ARGUMENTO
Pedro ALMODÓVAR por VOLVER

MELHOR REALIZADOR
Alejandro González IÑÁRRITU por BABEL

MELHOR ACTOR
EX-ÆQUO
Jamel DEBBOUZE, Samy NACÉRI, Roschdy ZEM, Sami BOUAJILA, Bernard BLANCAN em INDIGÈNES realizado por Rachid BOUCHAREB

MELHOR ACTRIZ
EX-ÆQUO
Penélope CRUZ, Carmen MAURA, Lola DUEÑAS, Blanca PORTILLO, Yohana COBO, Chus LAMPREAVE EM VOLVER realizado por Pedro ALMODÓVAR

PRÉMIO DO JÚRI
RED ROAD realizado por Andrea ARNOLD

CURTAS METRAGENS

PALMA DE OURO
SNIFFER realizador por Bobbie PEERS

PRÉMIO DO JÚRI
PRIMERA NIEVE (Première neige) realizado por Pablo AGUERO

MENÇÃO ESPECIAL
CONTE DE QUARTIER realizado por Florence MIAILHE

PRÉMIO UN CERTAIN REGARD
LUXURY CAR (Voiture de luxe) realizado por WANG Chao

PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI – UN CERTAIN REGARD
TEN CANOES realizado por Rolf De HEER

MELHOR ACTRIZ – UN CERTAIN REGARD
Dorotheea PETRE em CUM MI-AM PETRECUT SFÂRSITUL LUMII realizado por Catalin MITULESCU

MELHOR ACTOR – UN CERTAIN REGARD
Don Angel TAVIRA em EL VIOLÍN realizado por Francisco VARGAS

PRÉMIO DO PRESIDENTE DO JÚRI – UN CERTAIN REGARD
MEURTRIÈRES realizado par Patrick GRANDPERRET

CAMÉRA D’OR
A FOST SAU N-A FOST? resalizado por Corneliu PORUMBOIU apresnetado na Quinzena dos Realizadores

CINÉFONDATION

PRIMEIRO PRÉMIO
GE & ZETA realizado por Gustavo RIET

SEGUNDO PRÉMIO
MR. SCHWARTZ, MR. HAZEN & MR. HORLOCKER realizado por Stefan MUELLER

TERCEIRO PRÉMIO
EX-ÆQUO
MOTHER realizado por Siân HEDER, A VÍRUS realizado por Ágnes KOCSIS

A POLÍTICA QUE EMBALA O BERÇO DE CANNES



A bullet pierced my true love's side in life's young spring so early
And on my breast in blood she died while soft winds shook the barley
But blood for blood without remorse I've taken at Oulart Hollow
And laid my true love's clay cold corpse where I full soon may follow
As round her grave I wander drear, noon, night and morning early
With breaking heart when e'er I hear the wind that shakes the barley


in The Wind that Shakes the Barley, canção tradicional irlandesa




Por cá, a versão mais conhecida desta bela canção tradicional irlandesa é cantada por Lisa Gerrard e Brendan Perry, os Dead Can Dance, no disco "Into the Labyrinth". A partir de agora, vamos conhecer o filme que se apropriou do nome e, diria mesmo, da canção. "The Wind that Shakes the Barley" de Ken Loach ganhou a 59ª edição do Festival de Cinema de Cannes. A política está, definitivamente, em Cannes, depois de "Fahrenheit 9/11" de Michael Moore em 2004.

Uma história de ingleses na Irlanda, de dois irmãos colocados em lugares opostos nos idos anos 20, do século passado, da revolução anti britânica, encontrou demasiadas analogias com a actualidade e conquistou o coração do júri de Cannes, liderado pelo realizador Wong Kar Way. O realizador inglês, Ken Loach, confessou na conferência de imprensa, logo depois do visionamento em Cannes que, qualquer semelhança com a guerra do Iraque, não era coincidência. Cillian Murphy encabeça um corpo de actores experientes e fabulosos. O filme é um poderoso drama humano que se perde na política. Mas, será que é o melhor filme da edição 59 do festival de Cannes? … talvez!

No palmarés desra edição do festival há outros filmes a não perder. Antes de Pedro Almodóvar ("Volver"), sempre Pedro Almodovar e de Alejandro González Iñarritu ("Babel"), destaque para "Red Road" de Andrea Arnold – Prémio do Júri. Este sim, um poderosíssimo drama humano. Uma mulher que trabalha numa sala de vigilância, de uma Escócia decadente, vê numa das câmaras o homem que matou a sua filha e o marido. Apostada em colocar aquele homem de novo atrás das grades, ela não olha a meios… nem o sexo escapa. Red Road é o nome que dão aos prédios para onde vão viver os menos abonados e os ex presidários.

De Almodovar esperava-se exactamente o que "Volver" nos dá. Drama, comédia, fantasia, só como o criador de "Fala com Ela" sabe. As actrizes estão maravilhosas (Penélope Cruz e Carmen Maura á cabeça). Mas, a história conquista qualquer coração atento.

Alejandro González Iñarritu confirmou o talento que todos sabemos que tem. "Amor Cão" e "21 Gramas" são grandes filmes do mexicano, "Babel" também, ponto final. Os dramas familiares, pessoais e colectivos são abordados em novas três histórias com Bradd Pitt e Cate Blanchett no elenco.

Filmes mal recebidos da 59ª edição do Festival de Cannes terão de ser os de Richard Kelly e Sofia Coppola.
"Southland Tales" do criador de "Donnie Darko" é um quadro lindo de se ver, visualmente arrebatador, com toques de David Linch, e com uma wave of mutilation dos Pixies e não só. No entanto, o argumento é demasiado confuso e rebuscado para agradar a todos. É preciso ter paciência para ver as 3 horas de histórias futuristas, de um mundo em caos, sem petróleo, com um novo combustível feito a partir das ondas do mar!! Contudo, nota muito positiva para uma Sarah Michelle Gellar a descolar da Caçadora de Vampiros e a afirmar-se como uma actriz!
"Marie-Antoinette" da filha de Francis Ford Coppola, Sofia Coppola, apresenta um retrato algo estilizado da rapariga que, em 1774, aos 19 anos foi rainha de França. Os franceses não gostaram. Se calhar embirraram com a criadora de "O Amor é um Lugar Estranho". A ver vamos o mundo!

Para o ano há mais…

César Nóbrega

1 de junho de 2006

Escritor e realizador norte-americano Paul Auster a filmar em Portugal

PRÉMIO PRÍNCIPE DE ASTURIAS DAS LETRAS 2006




O romancista e realizador norte-americano, Paul Auster, foi distinguido com o Prémio Príncipe de Asturias das Letras 2006.

Autor de vários best sellers como Timbuctu, O Livro das Ilusões ou Música ao Acaso, Paul Auster nasceu em Nova Jérsia em 1947. Nos seus livros a influência cinematográfica é evidente. As suas histórias desenrolam-se como se se tratasse de um thriller

Em 1995 teve a sua primeira experiência como realizador, ao trabalhar com Wayne Wang em Smoke. Segui-se Blue in the Face com o mesmo Wang e em 98 fez o seu primeiro filme a solo: Lulu on the Bridge.

Paul Auster está nesta altura em Portugal a rodar o seu novo filme, The Inner Life of Martin Frost, produzido pela Clap Filmes, de Paulo Branco, em co-produção com as produtoras francesa Alma Films e a espanhola Tornasol Films.

Nos principais papéis estão os actores David Thewlis (famoso pelo seu papel em Naked de Mike Leigh e que entretanto participou em outros filmes, nomeadamente Sete Anos no Tibete e, mais recentemente, em Harry Potter e Instinto Fatal 2), a francesa Irène Jacob (conhecida pelos filmes de Krzystof Kieslowsky e em particular Vermelho), Michael Imperioli (da série Os Sopranos ou de Summer of Sam de Spike Lee) e Sophie Auster.

Na equipa técnica estão o director de fotografia francês Christophe Beaucarne, a directora artística Zé Branco e a música do filme será da autoria de Alexandre Desplat (que ultimamente fez a música de filmes como Syriana, Firewall e De Tanto Bater o Meu Coração Parou).

César Nóbrega