Vamos começar o texto com sinceridade. Como muitos dos leitores, diria que os Queen provavelmente são a minha banda favorita. Pelo menos estão no top 4. Não o suficiente para alguma vez ter ido a um concerto, mas com um cardápio musical tão variado que terão uma música perfeita para cada situação.
Também como muitos dos leitores, aos anos que ouvia falar do suposto biopic de Freddy Mercury. Todavia, aprendi a ignorar os rumores. Enquanto o filme não estrear, vamos assumir que não existe. E ainda bem, pois “Bohemian Rhapsody” esteve no limbo anos a fio e até o protagonista foi trocado. Quando finalmente chegou, foi um misto de sentimentos.
A narrativa acompanha a vida e obra de um jovem zoroastriano em Londres. O seu nome é Farrokh, mas mudou-o para Freddy. Numa noite vai ouvir a banda Smile e oferece-se para escrever músicas para eles. Ao saber que acabaram de perder o vocalista, voluntaria-se também para esse cargo. Assim começa uma lenda que se confunde com a história da música do século XX.
Fazer um filme assim é fácil. A banda sonora obrigatória inclui algumas das melhores músicas de sempre. As personagens são conhecidas e adoradas por milhões. A história tem romance, drama, traição e morte. É um conto sobre um rapaz que enfrentou várias dificuldades – emigrante, proveniente de uma minoria quase desconhecida, com um aspecto invulgar, não heterossexual – e não só conseguiu atingir os seus objectivos, como viveu um sonho e se consagrou como um nome incontornável da História. Rami Malek conseguiu um Oscar pelo papel, o que não surpreende visto que é um biopic com tudo o que é preciso. Não foi o vencedor mais justo, mas admite-se que deu tudo para recriar uma figura ímpar.
A escolha de Bryan Singer para realizar o filme foi algo estranha devido à sua completa falta de experiência no meio musical quando tantos realizadores começaram nos videoclips, mas pelo lado pessoal talvez fosse dos que melhor compreendessem Mercury. O filme com que nos presenteia tanto explora a vida pessoal de um homem com muito amor para dar, como as interpretações de um artista sem limites. Mostra-nos quem são os Queen – como se não soubéssemos – e como foram bafejados pela sorte numa carreira com altos e baixos, mas onde o público nunca deixou de os apoiar. As poucas novidades que dá ao público são agradáveis surpresas e ainda que por vezes tome liberdades criativas que roçam o ridículo e o preguiçoso, não é um filme enganador. O essencial da história está lá e justifica a classificação de biografia.
É um bom trabalho de época, mas não traz nada de novo. Visualmente podia ser extraordinário e pelas partes musicais merece ser visto em grande ecrã, mas não se distingue de um concerto. Falando do som, é algo incrível. A música exigia e o filme cumpriu. Desde as experiências caseiras até ao estúdio e depois nos palcos, temos os Queen em tela. Era preciso dar música e é-nos dada. Infelizmente o filme não se aguenta para além disso e alguns dias depois fica esquecido. Tem sido falada uma sequela por o filme não ter tocado em alguns pontos chaves como o concerto em Wembley, mas não faria muito sentido continuar a explorar o tema.
Também como muitos dos leitores, aos anos que ouvia falar do suposto biopic de Freddy Mercury. Todavia, aprendi a ignorar os rumores. Enquanto o filme não estrear, vamos assumir que não existe. E ainda bem, pois “Bohemian Rhapsody” esteve no limbo anos a fio e até o protagonista foi trocado. Quando finalmente chegou, foi um misto de sentimentos.
Título Original: "Bohemian Rhapsody" (EUA, Reino Unido, 2018) Realização: Bryan Singer Argumento: Anthony McCarten, Peter Morgan, Anthony McCarten Intérpretes: Rami Malek, Lucy Boynton, Gwilym Lee, Ben Hardy, Roger Taylor, Joseph Mazzello, Aidan Gillen, Allen Leech, Paul Prenter, Tom Hollander, Mike Myers Música: John Ottman Fotografia: Newton Thomas Sigel Género: Biografia, Drama, Musical Duração: 134 min. Sítio Oficial: https://www.facebook.com/BohemianRhapsodyMovie |
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