"Der Untergang" por César Nóbrega
EXORCIZAR DEMÓNIOS
Há alturas em que não queremos acreditar no que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. Um louco, que tinha a certeza de ser um visionário, quis reconstruir o Mundo à imagem de um esboço que tinha na sua cabeça, nem sequer era à sua imagem. Adolf Hitler, o maior carrasco da humanidade, partiu da Alemanha para uma conquista que se viria a mostrar impossível. Desde sempre, a Sétima Arte tratou o Fuhrer como um chefe militar impiedoso e maníaco-depressivo. Apesar de Hitler ter sido isso mesmo, era um ser humano. Por muito que nos custe, o comandante do III Reich era um homem e não o Diabo (será?).
"A Queda: Hitler e o Fim do Terceiro Reich" é o retrato de Adolf Hitler nos últimos doze dias de cativeiro, no "bunker" por baixo da chancelaria do Reich. Em Abril de 1945, só o Fuhrer acreditava na vitória da segunda Guerra Mundial. À sua volta, mexiam-se as habituais influências da política. Homens como Heinrich Himmler ou Joseph Goebbels moviam as suas influências para o estado germânico pós-Hitler. Um abandona o "bunker" e o Fuhrer, e vai tentar capitular perante as forças aliadas, mas Hitler descobre. O outro fica ao pé do chefe militar até ao fim e só desobedece a uma ordem do seu mentor, para que o abandone . Enquanto isso, Adolf Hitler estava cada vez mais doente, louco e sozinho. A doença de parkinson revelava, cada vez mais, os seus sintomas e as batalhas imaginárias foram tomando conta da cabeça do Fuhrer, inventando unidades onde elas não estavam e planeando ganhar uma guerra, que há muito estava perdida.
É a primeira vez que a Alemanha encara os seus demónios e mostra ao mundo que quer virar a página. "Der Untergang", no original, é realizado por Olivier Hirschbiegel, de quem vimos em 2002, "A Experiência", premiado no Festival Intenacional de Cinema do Porto, com o Prémio de Melhor Argumento, além de alguns episódios da série televisiva, exibida pela SIC, "Rex - O Cão Polícia". O ambiente claustrofóbico de "A Experiência" é, completamente, adoptado a "A Queda". O bunker é um lugar frio e cinzento, mas ao mesmo tempo abafado e demoníaco. Hitler vagueia pelos corredores à espera de um milagre, mas só encontra traições.
O filme coloca um ponto final no destino do ditador alemão, graças aos testemunhos reais de Traudl Junge, a última secretária de Hitler, e de Joachim Fest, o biógrafo mais importante de Fuhrer. Além da impressionante prestação da romena Alexandra Maria Lara (Traudl Junge), que vimos, igualmente, no Fantasporto 2002, no filme "O Túnel" de Roland Suso Richter, destaque para Bruno Ganz, o actor suiço que faz de Hitler. Quando em 1987, o vimos como anjo Damiel, no filme "As Asas do Desejo" de Wim Wenders, nunca poderíamos pensar que vinte anos mais tarde seria o Diabo. Cordial com as mulheres, doce com as crianças, Adolf Hitler é o mais maquiavélico dos seres, porque consegue convencer os seus mais directors seguidores, que a morte é o caminho certo para o fracasso.
É óbvio que, "A Queda: Hitler e o Fim do Terceiro Reich" não é um filme para todos. Ou porque não podem acreditar que Hitler fosse um homem, ou porque não podem ver mais atrocidades, como aquelas que são ali retratadas. Mas, de uma coisa devemos ficar conscientes, este é o testemunho final da segunda Guerra Mundial. Daqui em diante, quando alguém quiser completar a história de Adolf Hitler, vai citar o filme de Hirschbiegel. Depois deste, mais nenhum filme sobre o Holocausto vai fazer sentido!
"A Queda: Hitler e o Fim do Terceiro Reich" é o retrato de Adolf Hitler nos últimos doze dias de cativeiro, no "bunker" por baixo da chancelaria do Reich. Em Abril de 1945, só o Fuhrer acreditava na vitória da segunda Guerra Mundial. À sua volta, mexiam-se as habituais influências da política. Homens como Heinrich Himmler ou Joseph Goebbels moviam as suas influências para o estado germânico pós-Hitler. Um abandona o "bunker" e o Fuhrer, e vai tentar capitular perante as forças aliadas, mas Hitler descobre. O outro fica ao pé do chefe militar até ao fim e só desobedece a uma ordem do seu mentor, para que o abandone . Enquanto isso, Adolf Hitler estava cada vez mais doente, louco e sozinho. A doença de parkinson revelava, cada vez mais, os seus sintomas e as batalhas imaginárias foram tomando conta da cabeça do Fuhrer, inventando unidades onde elas não estavam e planeando ganhar uma guerra, que há muito estava perdida.
É a primeira vez que a Alemanha encara os seus demónios e mostra ao mundo que quer virar a página. "Der Untergang", no original, é realizado por Olivier Hirschbiegel, de quem vimos em 2002, "A Experiência", premiado no Festival Intenacional de Cinema do Porto, com o Prémio de Melhor Argumento, além de alguns episódios da série televisiva, exibida pela SIC, "Rex - O Cão Polícia". O ambiente claustrofóbico de "A Experiência" é, completamente, adoptado a "A Queda". O bunker é um lugar frio e cinzento, mas ao mesmo tempo abafado e demoníaco. Hitler vagueia pelos corredores à espera de um milagre, mas só encontra traições.
O filme coloca um ponto final no destino do ditador alemão, graças aos testemunhos reais de Traudl Junge, a última secretária de Hitler, e de Joachim Fest, o biógrafo mais importante de Fuhrer. Além da impressionante prestação da romena Alexandra Maria Lara (Traudl Junge), que vimos, igualmente, no Fantasporto 2002, no filme "O Túnel" de Roland Suso Richter, destaque para Bruno Ganz, o actor suiço que faz de Hitler. Quando em 1987, o vimos como anjo Damiel, no filme "As Asas do Desejo" de Wim Wenders, nunca poderíamos pensar que vinte anos mais tarde seria o Diabo. Cordial com as mulheres, doce com as crianças, Adolf Hitler é o mais maquiavélico dos seres, porque consegue convencer os seus mais directors seguidores, que a morte é o caminho certo para o fracasso.
É óbvio que, "A Queda: Hitler e o Fim do Terceiro Reich" não é um filme para todos. Ou porque não podem acreditar que Hitler fosse um homem, ou porque não podem ver mais atrocidades, como aquelas que são ali retratadas. Mas, de uma coisa devemos ficar conscientes, este é o testemunho final da segunda Guerra Mundial. Daqui em diante, quando alguém quiser completar a história de Adolf Hitler, vai citar o filme de Hirschbiegel. Depois deste, mais nenhum filme sobre o Holocausto vai fazer sentido!