20 de agosto de 2018

"Épouse-Moi Mon Pote" por Nuno Reis

Épouse-Moi Mon Pote
O cinema francês tem vindo a aumentar o número de filmes enviados para cá. No entanto, em termos de género, continua a apostar fortemente nas comédias. Este ano não foi excepção e começou logo com "Épouse-Moi Mon Pote".
Épouse-Moi Mon Pote
O filme tem dois temas da moda. O primeiro é a integração de imigrantes de países árabes. O marroquino Yassine chega a França para estudar arquitectura. Apaixona-se pela colega Claire e tudo parece correr bem. Uma distracção coloca tudo isso em risco e ele torna-se um ilegal a viver na clandestinidade. Segundo tema, casamentos homossexuais. Para se legalizar, Yassine tema ideia louca: casar com o melhor amigo Fred. Quem não acha piada a isso é Lisa que espera um pedido de noivado de Fred e não o quer ver casado com ninguém mais, nem a fingir. Tudo piora quando Yassine precisa de uma esposa e Lisa é a única mulher por perto. E claro que Claire tinha de voltar a aparecer na vida dele nesse preciso momento.
Épouse-Moi Mon Pote
Entre tantas comédias românticas, o realizador estreante Tarek Boudali sabia que se tinha de distinguir. "Épouse-Moi Mon Pote" é um filme descontraído desde o início. Não apostou em estrelas do cinema. Ele próprio é o protagonista. O seu co-protagonista é Philippe Lacheau também um actor tornado realizador a dar os primeiros passos, que utilizou Boudali, Charlotte Gabris e vários outros em alguns filmes. "Babysitting" será o mais conhecido e estreou entre nós em 2015. São um grupo de amigos a fazerem um filme por gosto. A eles juntou-se Andy Raconte, uma celebridade de reality shows e youtuber. Por incrível que pareça este quarteto (e outros que se juntam a eles) conseguem manter o filme profissional e divertido. A forma estouvada como lidam com os estereótipos e a quebra deles como se fossem um tema recorrente, é uma necessária lufada de ar fresco. As caricaturas podem ser exageradas, mas funcionam. A política dos paninhos quentes não funciona. Sim, os árabes estão na Europa. Sim, fazem parte da sociedade. Sim, há homossexuais que se casam. Sim, há casamentos falsos tanto entre pessoas do mesmo sexo como de sexos diferentes. E este é o século XXI. Banalizou-se tudo e há críticas mal fundamentadas a tudo, porque não brincar com o que deve ser falado?
Épouse-Moi Mon Pote
É um filme feito com poucos recursos, mas profissional. O argumento recorre a gags habituais, mas dá uma nova visão ao conjunto. Os actores cumprem o que se esperava de comediantes profissionais, ficando a externa Andy com o papel mais sério. Foi um risco, que funcionou e talvez tenha melhorado os números de bilheteira no território francês. Os cenários foram escolhidos para serem típicos sem serem amadores. As músicas revelam uma influência anglófona que os franceses não gostam de admitir. Essa originalidade fica bem e acaba por ser o elemento mais estranho do combinado. Não é um filme memorável no seu todo, mas passa a sua mensagem. Será daqueles títulos a rever várias vezes na televisão. Isso se algum canal se distrair e o aceitar na sua programação.


Épouse-Moi Mon PoteTítulo Original: "Épouse-Moi Mon Pote" (França, 2017)
Realização: Tarek Boudali
Argumento: Tarek Boudali, Nadia Lakhdar, Pierre Dudan, Khaled Amara
Intérpretes: Tarek Boudali, Philippe Lacheau, Charlotte Gabris, Andy Raconte, David Marsais, Julien Arruti, Baya Belal, Philippe Duquesne
Música: Maxime Desprez, Michaël Tordjman
Fotografia: Antoine Marteau
Género: Comédia, Romance
Duração: 92 min.
Sítio Oficial: https://www.facebook.com/EpouseMoiMonPote/

19 de agosto de 2018

"Darkest Hour" por Nuno Reis

Darkest Hour
Vivemos numa época em que é fundamental recordar o que foi a Segunda Guerra Mundial, mas a indústria do cinema, em vez de se focar em algo importante, por exemplo, explicar como ditadores chegam ao poder manipulando as massas, prefere mostrar o herói que enfrenta e derrota qualquer vilão.
Quem é o grande herói europeu desse confronto? No espaço de sensivelmente um ano tivemos "Dunkirk" sobre como os civis são tão fundamentais para o exército. Tivemos Their Finest sobre como o marketing define o rumo das batalhas. Tivemos "Darkest Hour" sobre como são precisos líderes que acreditem quando mais ninguém acredita. Tivemos "A United Kingdom" com referencias ao governo seguinte de Hitchcock e como desiludiu em tempos de paz. Tivemos "Hitchcock" sobre a queda do ídolo. Durante anos não se viu nada e de repente é uma necessidade falar dessa época quase totalmente centrada num indivíduo. Hitchcock. Hitchcock. Hitchcock. E é neste filme que mais se vê a força do líder.
Não é dado contexto à guerra. É impossível não saberem o que se estava a passar. O destaque que é dado é à relação entre monarca e primeiro-ministro, entre primeiro-ministro e governo e entre primeiro-ministro e povo. Comecemos por George VI. Tal como George V, não era suposto ter governado pois era apenas o segundo irmão. O quinto liderou nos anos da Grande Guerra e governou nos anos em que comunismo e fascismo assolaram a Europa. Foi também aquele que criou a Commonwealth que salvou o Império do colapso e conservou o Reino Unido uma potência até aos nossos dias. O sexto teve de enfrentar uma provação em nada inferior. Ainda não governava há três anos e teve de declarar novamente guerra à Alemanha. Só que desta vez França não ia poder ajudar. As Ilhas Britânicas tinham de resistir quase sozinhas contra o Eixo. Passemos então ao governo. O governo caiu. Não há como evitar quando é dada uma missão impossível. Desde Napoleão que não enfrentava tal ameaça. Nessa altura tinham uma coligação maioritária que incluía a potência Prússia e venceram por uma questão de minutos. Agora, a rendição parecia a única opção. Churchill por vezes sentia-se só na decisão de lutar contra tudo e todos. E é aí que entra o povo. Alheios ao que se passava nos campos de batalha. Sem saber o que se passava em Dunquerque. A ouvir os bombardeamentos dia e noite e a perderem casas e pessoas constantemente, viraram-se para o seu líder. Ele foi a sua força e eles foram a dele.
O filme faz um bom balanço do que se passava nessa cabeça. Mostra que apesar de ser um militar e estratega, era acima de tudo humano. Tinha sentido de humor para conviver quando lhe convinha e uma energia que lhe permitia enfrentar tudo e todos. Numa hora negra – efectivamente a mais negra das horas – não só aguentou quando todos desistiram, como usou as palavras para ressuscitar uma esperança há muito perdida. Não era uma pessoa de trato fácil, nem estava livre de críticas, mas fez aquilo que lhe foi pedido quando parecia impossível.
"Darkest Hour" é uma evolução de Joe Wright. Depois de "Atonement" já o sabíamos muito capaz de criar batalhas épicas e atmosferas pesadas. Uma década depois a narrativa visual dá lugar a um jogo mais complexo. Conta várias histórias paralelas centrada numa única pessoa. Equilibra o ter toda a informação por se estar no governo e o desconhecimento de não estar onde as coisas acontecem. Vai dando pistas de tudo o que podia ter corrido mal por causa de indivíduos menos corajosos. E usa o humor para não nos deixar cair no abismo do desespero. Fazer um filme histórico sobre algo tão bem explorado traz dificuldades. "Darkest Hour" terá sempre os spoilers da História. Dentro das suas possibilidades, saiu o melhor que podia. É um filme negro como a época que vivemos, mas é optimista como uma Caixa de Pandora. Se deixarmos passar tudo o que está errado, se aguentarmos o sofrimento, no fim ficará uma luz que nos guiará para uma sociedade melhor. Citando Gary Oldman de outro filme, não é um filme como queríamos, mas é o filme que precisávamos.


Darkest HourTítulo Original: "Darkest Hour" (Reino Unido, EUA, 2017)
Realização: Joe Wright
Argumento: Anthony McCarten
Intérpretes: Gary Oldman, Kristin Scott Thomas, Lily James, Ben Mendelsohn, Ronald Pickup, Stephen Dillane, Nicholas Jones, Samuel West
Música: Dario Marianelli
Fotografia: Bruno Delbonnel
Género: Drama, Guerra, História
Duração: 125 min.
Sítio Oficial: http://www.focusfeatures.com/darkesthour/

18 de agosto de 2018

"Tag" por Nuno Reis

tag
Quase toda a gente recordará com carinho os anos de infância e as brincadeiras feitas com os amigos. Os anos dourados onde corridas, gritos e risos significavam felicidade. Algo tão simples como o jogo da apanhada. Quando se chega aos dois dígitos de súbito surge uma irracional vontade de crescer. Para uma década depois se voltar a desejar ser uma criança. Um grupo de amigos não se conformou e decidiu ser criança da única forma que fazia sentido: jogando à apanhada toda a vida adulta. O Wall Street Journal apanhou essa curiosidade e fez um artigo sobre um grupo que anualmente faz um mês da apanhada com algumas regras, mas sem limites geográficos. Não demorou muito até ser tornado numa obra de ficção baseada em factos reais.
A receita deste filme quase se fez sozinha, mas vamos ver por partes. Começa-se com nomes habituais da comédia. Ed Helms, Jake Johnson, Isla Ficher, Leslie Bibb, Rachida Jones. Juntam-se alguns nomes sonantes como Jon Hamm e Jeremy Renner. Para fechar, vamos acrescentar o amigo negro (Hannibal Buress) que todos os filmes precisam e uma jeitosa (Annabelle Wallis) externa ao grupo para que lhe possam explicar aquilo que o espectador tem de ouvir. Para o argumento nada como começar com a realidade. Um executivo de uma empresa estava a dar a sua entrevista ao WSJ quando o novo funcionário da empresa o ataca. Não um daqueles ataques com facas ou ácido que se vêem nas notícias. Um mero toque com a mão, mas do qual Callahan fugia como se disse dependesse a sua vida. Crosby, a jornalista, fica curiosa com o motivo desse momento louco e pergunta o que se passa. “É o jogo da apanhada. Jogamo-lo há 30 anos todos os meses de Maio.” Não era a resposta que esperava ouvir, mas o seu faro diz-lhe para seguir a história. Vai descobrir um inusitado grupo de homens que leva a sério o seu jogo. Ninguém quer ficar 11 meses com a vergonha. E por isso percorrem o mundo, planeiam e disfarçam-se como autênticos agentes secretos. Não podem falhar o alvo. E ainda que sejam todos muito dedicados, ninguém se compara a Jerry. Em trinta anos ninguém o apanhou. Além de ter imensa agilidade e uma rota de fuga sempre preparada, é como se antecipasse os seus movimentos. Este é o último ano de Jerry e todos se unem para o apanhar.
O filme começa como tantas daquelas comédias modernas. É louco sem ser estúpido e tem um bom desenrolar da história. As personagens vão entrando em cena aos poucos e o contexto propicia oportunidades para nos explicarem o passado de forma a fazer sentido. Quando chegamos a Jerry e os seus super-poderes (ironicamente interpretado por Jeremy Renner, o Avenger e Bourne com menos capacidades) parece desconcertante, mas já foi dado o mote de plausabilidade. As personagens acessórias, lideradas pela cada vez mais surpreendente Isla Fisher, são um bom complemento e a história vai tendo lugar de forma fluida. O prazo aproxima-se do fim e o seu objectivo que parece tão próximo vai ficando mais longe. A comédia funciona e os toques de romance também. O jornalismo tem só uns momentos mínimos para equilibrar, mas sem destoar. No fundo é um filme sobre sem adulto e sobre ser criança. Duas coisas que não são incompatíveis ao contrário do que nos levam a crer ao longo da adolescência. Sobre ter os amigos por perto para dar um pouco de loucura aos nossos dias cinzentos. É sobre quebrar as regras da sociedade (e uma janela ocasional). É sobre sentirmo-nos vivos. Mesmo que sejamos crescidos. Mesmo que a morte esteja eminente.

TagTítulo Original: "Tag" (EUA, 2018)
Realização: Jeff Tomsic
Argumento: Rob McKittrick e Mark Steilen (baseados no artigo de Russell Adams)
Intérpretes: Ed Helms, Jon Hamm, Annabelle Wallis, Jake Johnson, Isla Fisher, Hannibal Buress, Steve Berg, Jeremy Renner, Leslie Bibb, Rashida Jones
Música: Germaine Franco
Fotografia: Larry Blanford
Género: Comédia
Duração: 100 min.
Sítio Oficial: https://www.facebook.com/tagthemovie

9 de agosto de 2018

"Overboard" por Nuno Reis

Overboard
Kate Sullivan (Anna Faris) é empregada doméstica, entregadora de pizzas e estudante de enfermagem. Não é fácil gerir o estudo com dois empregos e três filhas, pelo que um cliente extremamente rico parece uma excelente forma de fazer dinheiro. O problema é que o cliente (Eugenio Derbez) é um homem mimado, atraente, egocêntrico e sem qualquer respeito pelas pessoas. Dá mais despesas a Kate do que lucro. Quando o destino proporciona uma vingança atirando o milionário borda fora, a amiga (Eva Longoria) sugere uma forma de ficar com mais tempo livre. Kate não hesita, só que acaba por gostar mais da situação do que quer admitir.
Overboard
Para toda uma geração Anna Faris será sempre a rapariga dos "Scary Movie""'s, mas a sua carreira é bem mais do que isso. Neste momento tem meia centena de títulos no currículo e se é conhecida por comédias como "The Hot Chick", "The House Bunny" e "The Dictator", também entrou em pérolas inesperadas como "Brokeback Mountain" e "Lost in Translation". Mais recentemente encontrou uma casa na CBS protagonizando a série "Mom onde Allison Janney a ofusca. Nessa série interpreta uma mãe solteira que, tal como a mãe e amigas, é alcoólica em recuperação. Neste filme vamos reencontrar algumas das temáticas como a maternidade e o alcoolismo. Faris continua exactamente nesse registo tão familiar a que nos acostumou em seis temporadas.
Overboard
A comédia está co-protagonizada por Faris e Derbez. Dividir os créditos na comédia não é habitual para a actriz, mas este filme não é a convencional comédia americana. Tem uma forte influência mexicana como os dois actores referidos e o facto de ter diálogos bilingues alternados de forma natural. E por vezes parece uma novela mexicana. Porque o realizador Rob Greenberg tem um passado exclusivo na televisão (nos EUA) e não quis fugir muito ao formato onde se sente confortável. Porque Faris está a repetir a sua grande personagem televisiva (a personalidade é demasiado semelhante para as distinguir). Porque ver Longoria nos leva sempre de volta para os tempos em que "Desperate Housewives" era a série mais popular. Porque Derbez ainda não se afirmou como rosto de cinema. Porque o argumento não arrisca. É estranho ver Overboard" como cinema. Sim, em 1987 esta mesma receita funcionou quando Kurt Russell enganou Goldie Hawn, mas os argumentos podiam ter evoluído. Foi feita a convencional troca de género aos protagonistas, mas não mudou em nada de especial. Um tele-filme teria a mesma ousadia.
Overboard
É um filme para ver num dia quente de Verão, enquanto se desfruta do ar condicionado da sala, e esquecer no dia seguinte.
OverboardTítulo Original: "Overboard" (EUA, 2018)
Realização: Rob Greenberg
Argumento: Bob Fisher, Rob Greenberg, Leslie Dixon
Intérpretes: Eugenio Derbez, Anna Faris, Eva Longoria, John Hannah, Swoosie Kurtz, Mel Rodriguez
Música: Lyle Workman
Fotografia: Michael Barrett
Género: Comédia, Romance
Duração: 112 min.
Sítio Oficial: https://www.overboard.movie

8 de agosto de 2018

"Columbus" por Nuno Reis

Columbus
Aqui está a linha entre o cinema de autor e o cinema para as massas. O formato longa e as estreias comerciais não são abonatórias para este cinema que se costuma esconder nos festivais e em ciclos direccionados a nichos específicos. Um filme com John Cho, estrela de blockbusters na comédia e ficção-científica, e Haley Lu Richardson, que esteve em "Split" e "Edge of Seventeen", pode parecer de grande público, mas os actores, como quaisquer artistas, por vezes surpreendem.nos com algo fora do convencional. Um projecto artístico que não visa o lucro.
Columbus
Kogonada lançou-se no cinema estudando os mestres. Ao fim de alguns documentários/ensaios fez uma longa-metragem. O tema foi a arquitectura e para isso dirigiu-se a Columbus, Indiana. Para nós, europeus, uma localidade americana no meio do nada com menos de 50000 habitantes não terá interesse, mas para os amantes dessa arte é um destino ímpar. Essa terra aparentemente desinteressante é onde se podem encontrar vários dos marcos históricos nacionais (EUA) da arquitectura moderna, incluindo criações de ambos os Saarinen e a Miller House. A arquitectura é o principal motivo de excursão a esta cidade e o cerne da existência dos protagonistas.
Columbus
A jovem Casey sempre viveu na cidade e apaixonou-se pelos seus edifícios. No entanto devido ao estado mental da mãe, não considera seguir as pisadas dos colegas e sair para estudar a fundo. Jin é já um homem feito e não gosta de arquitectura, mas o pai é uma autoridade no tema e ao ser internado quando se preparava para uma palestra em Columbus, obriga-o a ir para lá. Cruzam-se por acaso e Casey vai aproveitar o tempo livre para mostrar a Jin os seus monumentos favoritos. Ela como quem se despede, ele como um turista que ignora o deslumbramento colectivo por aquilo. Enquanto ela lhe abre os olhos para a beleza dos edifícios que os rodeiam, ele fá-la repensar na vida e no futuro.
Columbus
"Columbus" foi escrito, realizado e editado por Kogonada. É uma obra simples e com orçamento reduzido que se foca na componente visual. Mais próximo do ensaio fotográfico do que filme a que estamos acostumados, será um longo momento de tédio para quem está acostumado ao cinema espectáculo. O propósito deste filme é mostrar edifícios e fazer reflectir sobre o que é a beleza, qual a utilidade de um edifício belo, e o significado da vida. Casey tem a vida pela frente, mas não a quer aproveitar. Jin desperdiçou a vida ignorando a beleza. Estas duas personalidades tão contrárias são o fundamental do filme e tudo o mais é um mero acessório para lhes dar um passado e alguma profundidade como seres humanos. O que podia ter sido contado num filme de vinte a trinta minutos que ilustrasse um passeio pela cidade, foi artificialmente transformado num drama de vida espaçado por vários dias. Sim, a mensagem passa, mas é preciso ir a contar com o que se vai ver.
Columbus
A semelhança com o formato documental faz com que Kogonada esteja muito confortável nesta estreia na ficção. O realismo do drama social e familiar é intenso. Graças às performances excelentes de Richardson, Cho, Rory Culkin e Parker Posey. Visualmente cumpre o que se esperaria: mostra edifícios de culto pelos olhos das pessoas normais, que pensam na sua utilidade e reparam nas rachas em vez de visualizarem se é belo e enquadrado no meio envolvente. É um desafio visual interessante que terá como destinatários os amantes da arquitectura e da fotografia. Algumas das suas imagens ficarão gravadas na memória, mas não conseguirá convencer os restantes a novo visionamento.


ColumbusTítulo Original: "Columbus" (EUA, 2017)
Realização: Kogonada
Argumento: Kogonada
Intérpretes: Haley Lu Richardson, John Cho, Parker Posey, Rory Culkin, Michelle Forbes
Música: Hammock
Fotografia: Elisha Christian
Género: Drama
Duração: 100 min.
Sítio Oficial: https://www.columbusthemovie.com/