27 de maio de 2005

26 de maio de 2005

”White Noise” por Nuno Reis


Mais uma vez o cinema fantástico surge nas salas portuguesas. Esta semana o filme é “White Noise” e o tema é a comunicação com os mortos. Geoffrey Sax, com uma enorme carreira de realização televisiva, estreia-se no grande ecrã com um argumento de Niall Johnson, um argumentista/realizador quase desconhecido que no seu próximo projecto irá dirigir estrelas como Rowan Atkinson, Maggie Smith e Kristin Scott Thomas.
Em “White Noise” o início dificilmente seria mais previsível, Jonathan e Anna, um casal apaixonado, beijam-se. A expressão na cara dela sugere que vá contar uma grande novidade e o meu primeiro palpite estava certo, está grávida. Quando ela vai para o carro o diálogo que têm sugere que não se voltarão a ver. Mais uma vez estava certo. A partir daí o filme já não é óbvio mas segue o mesmo modelo de vários outros. O carro é encontrado abandonado junto a água mas o corpo não aparece. Entretanto o marido recebe a visita de Raymond Price, um homem que afirma ter falado com o espírito dela… Interessado no sucedido e com imensa vontade de a ouvir Jonathan acaba por o visitar e aí conhece Sarah, uma mulher que perdeu o marido e também o ouve através da máquina de Raymond.
Após a misteriosa morte de Raymond, Jonathan decide instalar na própria casa os aparelhos necessários para ouvir os fenómenos de voz electrónicos, técnica temida pelos medium que a consideram uma provocação aos maus espíritos. O filme melhora quando se descobre que os mortos que falam através da máquina ainda não morreram e conseguem prever a própria morte, facto que Jonathan utiliza para salvar vidas.
A investigação do paranormal faz com que se afaste do filho (do anterior casamento) e se aproxime de Sarah, juntos descobrirão da pior maneira que estão numa imensa lista de pessoas a abater por aqueles que já estão mortos.
A algumas semanas da estreia de “Herbie: Fully Loaded” o regresso de Michael Keaton ao ecrã como estrela principal deixa a desejar, o filme está centrado em Jonathan e a vasta experiência de Keaton poderia ser aquilo que o filme precisava para marcar a diferença. Deborah Kara Unger que há vários anos nos presenteia com filmes interessantes tem aqui um papel muito discreto mas bem desempenhado. Chandra West é a esposa perdida e o pouco tempo que actua fá-lo bem.
A nível visual é apelativo e consegue ter alguma emoção mas o argumento não é nada de especial e a realização está longe de ser brilhante. O início previsível e as elevadas expectativas provocadas por uma leitura recente de “Traitor to the Living” (de Philip José Farmer, um excelente livro sobre uma máquina de comunicação com os mortos) fizeram-me ficar desiludido com um filme que nem é muito mau.




Título Original: "White Noise" (Canadá, EUA, Reino Unido, 2005)
Realizador: Geofrrey Sax
Intérpretes: Michael Keaton, Deborah Kara Unger, Chadra West, Ian McNiece
Argumento: Niall Johnson
Fotografia: Chris Seager
Música: Claude Foisy
Género: Drama/Terror
Duração: 101 min.
Sítio Oficial:http://www.whitenoisemovie.com/

”The Upside of Anger” por Nuno Reis


Muitos dos grandes realizadores actuais precisou de fazer vários filmes antes de atingir aquele ponto de viragem que os leva para a fama. Mike Binder pode bem ter acabado de dar esse passo. “Upside of Anger” é um dos grandes filmes independentes do ano e admira-me que tenha saído de Sundance de mãos a abanar. A história centra-se numa mulher cujo marido desapareceu dias após o regresso da secretária à Suécia. Essa traição leva-a a procurar refúgio na bebida e a tornar-se amarga para as pessoas que a rodeiam, um grupo limitado às suas quatro filhas e a um ex-jogador de basebol totalmente bêbedo.
A filha mais velha, Hadley, estuda longe de casa e quando volta para as aulas sabe que terá de confiar nas irmãs para cuidar da mãe, mas as ambições delas são um pouco diferentes do pretendido pela mãe. A segunda mais velha, Andrea, não pretende ir para a faculdade como a mãe ordena, quer seguir uma carreira nas notícias. A terceira filha, Emily, sonha ser bailarina e, apesar de a mãe não ser contra isso, é contra o local que ela escolheu. A mais nova, carinhosamente chamada Popeye, começa a interessar-se por rapazes mas ainda não causa problemas de maior à mãe. Enquanto cada uma das jovens tenta seguir a vida sem respeitar a decisão da mãe, Denny, a vedeta reformada, começa a acompanhá-la em bebedeiras e após alguns dias a relação existente entre ambos é já bastante forte.
O argumento escrito especificamente para Joan Allen está excelente, é uma comédia dramática daquelas que realmente merece tal designação pois combina perfeitamente a pequena tragédia familiar com momentos hilariantes deliciosos, daqueles que podem acontecer a qualquer um e a qualquer momento e que tornam cada dia diferente e cada pessoa única. Sendo a falha maior do filme a insegurança em alguns diálogos, a sua força reside no talento de quem o fez. A realização de Binder e a fotografia de Richard Greatext (“Shakespeare in Love”, “A Knight’s Tale”), a personagem principal muito bem escrita para uma actriz específica, e um incrível lote de actores fazem com que pareça fácil filmar emoções. Joan Allen tem aqui o maior papel da carreira, Kevin Costner está bem diferente do habitual, tem uma personagem bastante simpática e alguns bons momentos. As filhas são interpretadas por jovens talentosas, Evan Rachel Wood e Erika Christensen são já bem conhecidas, Teri Russell (“Felicity”) e Alicia Witt (“Vanilla Sky”) também já têm uma grande dose de experiência..
Uma família problemática mas unida, diversos tipos de relações e de ralações, pessoas que tentam seguir com as suas vidas mesmo enquanto o mundo que as rodeia muda de forma incontrolável. Umas mulherzinhas preparadas para o século XXI. Tem o apogeu cómico num momento de humor negro totalmente inesperado e o funeral com que o filme começa mantém o drama e o mistério até ao fim.





Título Original: "The Upside of Anger" (Alemanha, EUA, Reino Unido, 2005)
Realizador: Mike Binder
Intérpretes: Joan Allen, Kevin Costner, Erika Christensen, Evan Rachel Wood, Keri Russell, Alicia Witt
Argumento: Mike Binder
Fotografia: Richard Greatrex
Música: Alexandre Desplat
Género: Comédia/Drama/Romance
Duração: 118 min.
Sítio Oficial:http://www.upsideofanger.com/

24 de maio de 2005


Começando uma participação que se espera longa e interessante, é publicado hoje o primeiro texto de um novo colaborador. António Reis é um frequentador activo de festivais desde jovem, autor de diversos livros sobre cinema, seguidor do que se faz em cinema e foi por diversas vezes júri em festivais. A semana passada falou na Universidade do Minho sobre os 25 anos do Fantasporto e hoje o director do maior festival português escreve sobre o maior festival do mundo.



Cannes um balanço em síntese



A experiência de uma estadia no Festival de Cannes é um misto de excitação e de desalento. Excitação pelo ambiente efectivo de festa e de festival, de glamour e de cinefilia que se respira em toda a marginal. Desalento porque já não é um festival à escala humana, mas antes uma imensa feira de vaidades nas festas, passerelles e recepções, de negócios no cada vez mais importante Mercado do Filme, a par de uma mini-expo, a Village Internacional, à beira mar plantada, com os seus stands nacionais e esplanadas. Para cada gosto Cannes tem o seu espaço próprio mas estes múltiplos Cannes são praticamente incompatíveis entre si, tanto em termos de espaços físicos como em termos de tempo. Sobretudo em termos do tempo que exige – dedicação quase exclusiva. A competição, o acompanhamento das conferências de imprensa e a leitura matinal e obrigatória dos quilos de informação disponibilizados aos jornalistas, é por si só uma tarefa que ultrapassa em muito, o horário diário permitido pela legislação em vigor. Visionar as secções oficiais ou paralelas do festival – “Quinzaine” ou “Un Certain Regard” entre outras, se por um lado revelam algumas das obras mais inovadores e criativas das novas tendências do novo cinema, exigem uma disponibilidade a tempo inteiro e uma opção estética muito própria. E finalmente o Mercado – essa imensa feira de negócios – sobre filmes uns que são virtuais e nem existem enquanto filme, outros que são meros promos publicitários e alguns filmes terminados.
Não admira que os portugueses presentes este ano em força no Festival, raramente se encontrassem. Desse mundo imenso que é Cannes sintetizam-se algumas ideias principais sobre a edição 2005:

1 - O cinema coreano continua em grande actividade, mas o seu elan de interesse e originalidade começa a perder relevância, repetindo muitas das temáticas e do estilo narrativo

2 - Em contrapartida o cinema indiano ameaça tornar-se a grande revelação dos anos mais próximos se tiver um pouco de auto-controlo sobre as durações dos seus filmes e da paciência dos espectadores ocidentais.

3 - O cinema espanhol vai de vento em popa sobretudo no fantástico de terror e de comédia macabra com apostas consistentes e variadas, apoiados por um marketing de uma eficácia impressionante

4 - O cinema semi-independente norte-americano é sempre um bem querido em Cannes - Jarmush, Allen e até Lee Jones. sabem que Cannes tem um ódio de estimação pelos grandes estúdios, mas tem um fraquinho irresistível pelos independentes.

5 - Por muito que custe, o ano de fantástico não augura, para já, nada de especialmente bom no género. Precisa-se urgentemente um novo fôlego para o fantástico

6 - Sugeria que tivessem debaixo de olho o cinema da Tailândia. Pode vir do extremo Oriente a surpresa maior.

7 - Por muito que nos custe a maior parte do cinema que se vende em Cannes é lixo audiovisual, sem interesse nem qualidade.


8 - Finalmente o Palmarés. Cannes esteve igual a si própria. Premiou um cinema inteligente, social e politicamente correcto, distribuiu por todos os continentes as suas palmas. Agradou a gregos mas não agradou a troianos.

Time elege os 100 melhores



A revista Time elegeu os 100 melhores filmes de sempre, numa escolha dos críticos Richard Schickel e Richard Corliss. Entre a lista apresentada, destacam-se as opções dos nove melhores filmes para 9 décadas. Assim, "Metropolis" do austríaco Fritz Lang ocupa o primeiro lugar da lista os anos 20, sendo "Dodsworth" de William Wyler o melhor da década seguinte. O inevitável "Citizen Kane" (1941, Orson Welles) ocupa o topo dos anos 40, enquanto que "Persona" (1966, Ingmar Bergman), "Chinatown" (1974, Roman Polanski) e "The Decalogue" (1989, Krzysztof Kieslowski) ocupam os primeiros postos, respectivamente das décadas de 60, 70 e 80. Para terminar, "Pulp Fiction" (1994, Quentin Tarantino) e "Hable con ella" (2002, Pedro Almodovar) encerram a lista, que tem na animação "Finding Nemo" a última grande aposta desta dupla de críticos. Confira aqui a lista completa.


19 de maio de 2005

58ª EDIÇÃO DO FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE CANNES


PASSADEIRA VERMELHA VS FILMES
Por César Nóbrega

Eu não vi a maminha da Sophie Marceu, nem os sentinelas de "A Guerra das Estrelas" de George Lucas e, muito menos, a cumplicidade na passadeira vermelha de Emir Kusturica (presidente do Juri da 58ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes) com Agnès Varda (membro do juri). Mas, eu estive em Cannes. Confesso: corri ver Woody Allen e Scarlett Johanson, atropelando vários colegas de trabalho, mas conseguindo quase sentir o hálito da bela norte-americana, protagonista de "Match Point", o mais recente filme de Allen. O filme marca o regresso do norte-americano aos grandes filmes. Realizado na Grã-Bretanha, começa por ser uma comédia dramática passada na burguesia britânica, mas acaba por ser um brilhante "thriller" com uma engenhosa reviravolta no final. Scarlett Johanson está maravilhosa, a primeira cena em que a vemos, é de cortar a respiração… o resto é Woody Allen.

Tenho pena de não ter visto "live and direct" o seio, da cada vez mais formosa, Sophie Marceu. O Festival de Cinema de Cannes é feito destas coisas. Lado-a-lado com os filmes vencedores, esta vai ser a edição em que a actriz francesa deixou o mundo ver o que de mais belo tem. Quem se passeia pelo Palais e Riviera (os espaços principais do certame) e pelas ruas de Cannes, percebe que nem só de cinema se faz um grande festival. Os hóteis, as casas comerciais e as pessoas estão vestidas a rigor. Para qualquer lado que se olhe, uma esguia e esbelta mulher, em vestido de noite, curto, saltos altos passeia o seu charme (nem que sejam 8.30 da manhã). A "Croisette" (marginal da cidade) enche-se todos os anos para a festa do cinema. O Festival de Cannes é o mais importante festival de todos. A enormidade que atingiu espanta todos, mesmo os norte-americanos, habituados à "bestialidade" de Hollywood. O "glamour" de Cannes enamora todos. Durante quinze dias vivemos Cannes.
Mas, afinal, o Festival de Cannes serve para se verem e venderem filmes! O Mercado do Filme exibe mais de 200 filmes por dia, o que torna impossível a um distribuidor normal ver tudo. Depois, e entre outros, há ainda, os filme em Competição, nas Secções "Un Certain Regard" e "Quinzena dos Realizadores". Os jornalistas destacados para cobrir o festival ficam-se pelas secções competitivas. Os distribuidores são obrigados a tentar ver tudo o que puderem.
Este ano, o Juri tem trabalho a dobrar. Apesar de alguns se queixarem da falta de estrelas na Croisette, são muitos os realizadores, de David Cronenberg com "A History of Violence", a Jim Jarmusch e "Broken Flowers", passando por "Hidden" de Michael Haneke, "Don't Come Knocking" de Wim Wenders, "Last days" de Gus Van Sant, "Manderlay" de Lars Von Trier ou "Where the Truth Lies" de Atom Egoyan (e isto só para falar dos nomes conhecidos).
Assistindo ou não a filmes, com muito ou pouco "glamour" Cannes será sempre Cannes e, por isso, os fanáticos da Sétima Arte deviam passar por lá, pelo menos, uma vez.


17 de maio de 2005

A ver...


Proximamente, muitas e boas projecções poderão ser assistidas fora do âmbito dos festivais. Aqui fica um pequeno calendário:

Continuação do ciclo JEAN-PIERRE LÉAUD

Apresentação de uma das mais recentes obras de um dos actores fetiches de François Truffaut. "La Folle Embellie", um filme da cineasta Dominique Cabréra, saído em França no verão do ano passado. Para ver dia 23 de MAIO 2005 às 19h00 no auditório do Instituto Franco-Português.


Ciclo FRANÇOIS TRUFFAUT

Em Maio e Junho deste ano de 2005, a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, em colaboração com o Instituto Franco-Português, apresentará uma retrospectiva integral da obra de François Truffaut (1932-85), composta por vinte e uma longas-metragens e três curtas-metragens.


Antestreias de "ESCRITOR PRODIGIOSO" e "LA SEÑORITA ZUENIG"

Dias 20 e 25 de Maio, a Cinemateca apresenta em antestreia a longa-metragem de Joana Pontes sobre o escritor Jorge de Sena ("O Escritor Prodigioso", Portugal, 2005) e a primeira obra de Sofia Teixeira Gomes ("La Señorita Zuenig", Espanha, 2004).


Extensão MELHORES ANIMAÇÕES FEST na Casa da Animação

Na Casa da Animação, depois do Palácio de Cristal, no edifício "Les Palaces", 210, na cidade do Porto, a apresentação de uma extensão dos melhores filmes animados do FEST 2005. A não perder, dia 21 de Maio, pelas 21:45, os seguintes filmes (a negrito, os premiados):

"kamya's Correspondence" - Sumito Sakakibara - Reino Unido

"For Yor Blossom" - Gaku Kinoshita - Reino Unido

"Acompagnied Driving - Pierre Razetto

"King of Fools" - Olaf Encke - Alemanha

"Flatife" - Jonas Geinaert - Bélgica

"Sem Respirar - Pedro Brito - Portugal

"The Table" - Jelena Garlin - Estónia


12 de maio de 2005

Por onde é que anda...


SAM MENDES


Nascido Samuel Alexander Mendes em Reading, Inglaterra, Sam Mendes, um norte-americano de ascendência portuguesa, espantou o mundo do cinema ao vencer o Óscar Para Melhor Realizador logo no seu primeiro filme - "American Beauty". Logo após esta estrondosa vitória, o realizador dedicou-se novamente a uma das suas paixões - o teatro - tomando as rédeas do Donmar Theatre, afastando a montanha de guiões que lhe caiam aos pés (Mendes recusou, entre outros projectos, aquele que viria a ser a estreia na realização de George Clooney, "Confessions of a Dangerous Mind"). Em 2002, volta ao trabalho cinematográfico, agora com "Road to Perdition", uma obra de grande intensidade visual, onde Tom Hanks e Paul Newman dão um contributo notável. Desde esse ano, e já lá vão três, Sam Mendes voltou ao teatro. De vez? Por onde anda Sam Mendes?
Não, o realizador não parou de vez. Por agora, tem três projectos em carteira: o primeiro, e que se encontra em pós-produção intitula-se "Jarhead", adaptação da obra de Marine Anthony Swofford que se centra na pré-operação Tempestade no Deserto, e os combates que ocurreram no Kuwait. Um filme que conta com a presença de Jake Gyllenhaal ("Donnie Darko"), o óscarizado Jamie Foxx ("Collateral") e Peter Sarsgaard ("Kinsey"). Prepara ainda mais dois filmes: "The Kite Runner", ainda sem elenco definido, que conta a história de Amir, um emigrante que passou imensos anos na Califórnia, e que regrssa ao Afeganistão para ajudar o seu velho amigo Hassan. A adaptação do guião fica a cargo de David Benioff, o mesmo de "The 25th Hour" ou "Troy". Por último, a sua estreia em musicais, particularmente num que fez sucesso na Brodway. O seu nome, "Sweeney Todd", que conta a estranha parceria entre Benjamin Barker (também apelidado de Sweeney Todd) e Mrs. Lovett numa barbearia. Esperamos então, com ansiedade, estas obras de um prometedor realizador.


”In Good Company” por Nuno Reis


Paul Weisz é conhecido por filmes como “American Pie” e “About a Boy”, feitos a meias com o irmão. Esta sua primeira incursão a solo na realização é ainda comédia mas não é tão divertida como a primeira nem tão intelectual como a segunda. Baseado num argumento do próprio retrata uma situação frequente nos grandes mercados, compras e vendas de empresas e reorganização do pessoal. Quando Dan (Dennis Quaid), um homem na meia-idade com a certeza de ir ser promovido a director, descobre que terá Carter (Topher Grace), um quase-adolescente, como superior não reage bem. Lida com esse percalço pois com a entrada da filha Alex (Scarlett Johansson) para a faculdade não pode correr o risco de ficar sem emprego, mesmo que seja obrigado a despedir alguns dos velhos amigos. Dan tenta dar-se bem com o chefe, discorda com muitas das decisões mas consegue apresentar sempre o seu ponto de vista e algumas vezes convence-o. A nova empresa mãe em vez de atrair novos clientes (Dan vende espaço publicitário numa revista) faz com que alguns velhos clientes/amigos, agora pertencentes a grupos concorrentes, deixem de anunciar e isso coloca o negócio abaixo das previsões feitas. A delicada situação profissional tem de ser resolvida e para isso os dois são obrigado a passar muito tempo juntos, algo difícil depois de Dan descobrir que Carter namora com Alex.
Falando do elenco começo por referir Dennis Quaid que está bastante mais envelhecido e quem não viu “Flight of the Phoenix” pode ficar surpreendido. Tem sido frequentemente o homem de meia-idade com capacidade de lidar com situações adversas e este é mais um desses. Topher Grace tem tido uma carreira cinematográfica discreta (mas é a estrela na série “That’s 70’s Show” ao lado de Ashton Kutcher), apareceu em “Traffic” e “Mona Lisa Smile” e foi o actor principal em “Win a Date With Tad Hamilton” e “P.S.”. Neste filme a interpretação do jovem e desajeitado empresário de sucesso está bem conseguida, também ele foi uma escolha acertada para a personagem. Para completar as estrelas falta falar de Scarlett Johansson, nas suas breves aparições no ecrã rouba todo o protagonismo aos demais. Depois das duas obras-primas com que surpreendeu o mundo no ano passado não admira que agora todos os papéis normais pareçam demasiado pequenos. Dois filmes em duas semanas devem ser suficientes para acalmar os fãs da actriz.
O filme fica no meio-termo, nem muito cómico nem muito dramático, fala de amor como de negócios, dá um retrato preocupante da instabilidade do mundo adulto combinado com um retrato encantador das despreocupações dos jovens e a confusa vida daqueles apanhados entre duas formas de vida tão incompatíveis. Consegue criticar os negócios feitos entre mega-corporações, assim como os pais demasiado protectores. Peca precisamente por ficar a meio entre situações igualmente dignas de destaque. Dá para passar uns bons minutos mas falta-lhe um pouco de especificidade. Termina com um golpe previsível de ironia e mostrando a alternativa (financeiramente pouco viável) a tomar 20 cafés por dia.





Título Original: "In Good Company" (EUA, 2005)
Realizador: Paul Weisz
Intérpretes: Dennis Quaid, Topher Grace, Scarlett Johansson, Marg Helgenberger, Philip Baker Hall
Argumento: Paul Weisz
Fotografia: Remi Adefarasin
Música: Damien Rice, Stephen Trask, Peter Gabriel
Género: Comédia/Drama/Romance
Duração: 109 min.
Sítio Oficial: http://www.ingoodcompanymovie.com

11 de maio de 2005

Novo look de Natalie Portman




Natalie Portman, uma das estrelas em ascensão em Hollywood, e que irá participar em "V for Vendetta", baseada na banda desenhada de Alan Moore, já mostrou o seu novo look. A jovem actriz de 23 anos rapou o cabelo para uma cena passada na prisão, algo que a leva a preparar algumas resposta para qualquer tipo de perguntas: "algumas pessoas vão pensar que sou neo-Nazi, que tenho cancro ou então que sou lésbica!". Recorde-se que este novo filme conta ainda com Hugo Weaving, Stephen Rea, Rupert Graves e Stephen Fry no elenco, e que marca a estreia de James McTeigue na realização, ele que já foi assistente de realização em filmes como os da saga Matrix e dos recentes Star Wars.


Batman com mais vilões?




A menos de dois meses da estreia de "Batman Begins", realizado por Christopher Nolan, o argumentista David Goyer revelou que existe uma possibilidade de o herói na pele de um morcego não ficar por aqui. De facto, e dependendo do montante que este novo filme conseguir arrecadar, Goyer aponta para sequelas, relembrando erros que foram feitos no passado e que deveriam ser corrigidos: "o próximo teria Batman e a ajuda de Gordon e Dent, com o intuito de derrubar o Joker... mas não matá-lo, o que foi um erro feito no primeiro filme". Recorde-se que Dent é Harvey Dent, amigo pessoal de Bruce Wayne, e que está condenado a transformar-se no louco Two Faces, outro dos arqui-inimigos do homem morcego. E como este "Batman Begins" é uma prequela, não iria surgir nenhuma incoerência com a morte de Joker no original de 1989, realizado por Tim Burton. Iremos ter Joker e Two Faces proximamente?


John Woo volta à realização


O realizador John Woo, autor de obras como "Mission: Impossible II" e "Paycheck", e que se encontra actualmente a preparar cinco filmes ("Take 7", "Spy Hunter", "The Red Circle", "He-Man" e "The War of the Red Cliff") assinou um contrato entre a Terence Chang's Lion Rock Productions e a France's StudioCanal para procederem ao remake de três thrillers clássicos franceses. Assim, "Honor Among Thieves" (1968), que no original contou com Charles Bronson e Alain Delon; "Rider on the Rain" (1969), com Bronson e Marlene Jobert e "The Prone Gunman" (1982), também com Alain Delon irão ver a luz do dia, agora pela mão do realizador natural de Hong-Kong.


Festival de Cannes 2005



Começa hoje a festa do cinema europeu, e na sua capital: Cannes. Até 22 de Maio, o Festival de Cannes albergará nomes como Lars von Trier e o seu novo "Manderlay", Gus Van Sant e "Last Days", Wim Wenders com "Don't Come Knocking" ou David Cronenberg e "A History of Violence". Com 21 filmes a competição, a aposta passa essencialmente pelo cinema de autor, indo a Palma de Ouro ser atribuída por um júri presidido por Emir Kusturica ("Gato Preto, Gato Branco"), e constituído ainda por Agnès Varda, John Woo, Benoit Jacquot, Fatih Akin, Toni Morrisson (escritora americana), Javier Bardem, Salma Hayek e Nandita Das. Quanto aos portugueses, "Alice" de Marco Martins e "Odete", de João Pedro Rodrigues, irão competir na Quinzena dos Realizadores, sendo estes os únicos representantes do nosso país neste festival. O certame começa com a exibição de "Lemming", do francês Dominik Moll ("Harry? Un Ami Qui Vous Veut du Bien"), e terá como grande atractivo a primeira exibição do esperado "Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith". Aliás, o seu realizador, George Lucas, receberá um galardão pela sua carreira. Publicaremos os premiados a seu devido tempo, até lá, para se manterem actualizados, é só consultar o site oficial.

10 de maio de 2005

6 de maio de 2005

"Shrek 3" ganha forma




Recentemente, um dos fundadores da DreamWorks, Jeffrey Katzenberg, revelou a sinopse da trequela de Shrek, avançando ainda com o nome da estrela pop Justin Timberlake para dar voz a uma nova personagem.

When 'Shrek 3' opens, Shrek and Fiona are having to take on the duties of being the active king and queen of Far, Far Away. When we left him, the King was quite literally croaking. They're not very comfortable in these roles, so the King says to them, "If you can find the heir to the throne and bring him back, the Kingdom will be in good hands, then you can return to swamp and live your lives." Which is what they want to do. Shrek, Donkey and Puss go to the far side of the Kingdom of Far, Far Away where young "Artie", who is the nephew of Queen Lilian, is about to graduate school. Artie turns out to be young King Arthur and Shrek and Donkey and Puss have to convince this extremely rebellious young man, who's being voiced by Justin Timberlake, to come back and assume the throne. Along the way, Shrek invents the Round Table, chivalry. Donkey is the Lady in the Lake with the sword. You get it. Meanwhile, back at the Kingdom of Far, Far Away, Prince Charming decides that it's time for a coup d'etat. "The cat's away. He will play" So Fiona organizes all of the princesses into the underground Resistance movement, who are trying to hold things together until Shrek, Donkey, Puss and young King Arthur return.


5 de maio de 2005

"Kingdom of Heaven" por César Nóbrega

REINO DA SECA

É com muita pena que escrevo estas palavras! Sou um fã de Ridley Scott. Começando no brutal "Blade Runner" (1982), passando "Black Rain" (1989) e "Gladiador" (2000), entre outros, o britânico tem uma maneira de contar histórias e filmar que desde sempre me causou arrepios. Em "Reino dos Céus" tudo é pensado ao milímetro, mas falta uma coisa: EMOÇÃO! Nunca a história nos envolve.

E, sobre a história em si, basta ler o texto do Nuno Reis (em baixo), para a perceber ao pormenor. Debruço-me, apenas, na minha opinião sobre o filme. Os sentimentos que me transmitiu (ou que não me transmitiu).

A cidade de Jerusalém foi construída do nada. Tudo o que ali se vê é um cenário real. Talvez o maior feito até hoje em cinema. É verdadeiramente fabuloso. Os actores são do melhor que se arranja actualmente. Orlando Bloom está "no sítio certo à hora certa". Eva Green é maravilhosa, um grande obrigado a Bernardo Bertolucci por lhe ter dado a hipótese em 2003 de desempenhar o papel de Isabelle no filme "The Dreamers". Não há como descrever o olhar que a jovem lança a Balian, quando, pela primeira vez, o vê! Todos os actores estão perfeitos. O problema é esse: o filme é tão perfeito que enjoa. A seca é a dobrar, porque no filme o novo barão de Ibelin vai arranjar uma forma de contornar a falta de água, nas suas áridas terras. E nós, sentados na cadeira da sala de cinema, temos de contornar a falta de comoção. O espectador tem de se identificar com alguma coisa, mas ali, os sentimentos são todos dos outros. Numa analogia provocante, "Reino dos Céus" é uma bela e formosa mulher… insossa, incapaz de nos perturbar, a não ser pelo apelo visual.

Uma palavra final para a banda sonora. O trabalho de Harry-Gregson Williams ("Shrek 2", "Fuga das Galinhas") é brilhante. A voz e letra do tema principal são da belga com ascendências do Médio Oriente, Natacha Atlas. A ouvir!

"Kingdom of Heaven" por Nuno Reis

No final do século XII o cavaleiro Geoffrey percorre França. Quando pára para ferrar o seu cavalo descobre que o ferreiro é o filho que procura e convida-o a viajar para Jerusalém com ele. Apesar de ao início recusar rapidamente Balian rapidamente descobre que será melhor ir para a cidade santa como remissão dos seus pecados.
A morte prematura do pai deixa-o com uma pesada missão, lutar pelo rei e pelo povo, se necessário contra aqueles que lutam em nome de Deus, aceitar ordens apenas do rei Balduíno e da consciência.
A história começa muitos anos antes, quando os cristãos conquistam a cidade aos muçulmanos. Durante anos viveram em tréguas, pois como antigamente todos os povos podiam visitar os locais sagrados. Alguns cavaleiros cristãos famintos de honras e conquistas lançam ataques arrasadores contra muçulmanos afirmando que é a vontade de Deus mas não o admitindo perante o rei. Isso desperta a cólera de Saladino, o líder muçulmano avança com duzentos mil homens para vingar essas mortes e só a palavra de Balduíno o impede de dizimar uma cidade que foi defendida até ao fim por Balian. Balian, cumprindo a vontade do pai, reconstruiu a terra, ajuda o povo e é um homem bom, assim como um valente guerreiro mas Guy de Lusignan, herdeiro do trono, é um dos homens que pretende a guerra e vê nele um adversário perigoso pelo que tentará afastá-lo.
Dois povos, duas religiões, dois grandes reis que querem harmonia. Uma gigantesca guerra causada por cavaleiros sedentos de terras e poder. Numa guerra ganham sempre os bons porque são os vencedores que escrevem a História, os vencidos sujeitam-se ao que for dito. Como pode ser lido nos jornais esta luta ainda está longe de acabar (é a mesma guerra há mil anos) por isso não pode ser dito quem são os bons. O filme consegue cumprir a sua missão por mostrar que nenhum dos povos tem culpa, ambos os reis queriam a paz e, se não fosse a ambição dos homens, esses homens de palavra teriam chegado a um entendimento. No filme é o ódio de anos antes que leva à morte centenas de milhares, na vida real é esse mesmo ódio que ainda mata. Outra das citações do filme é que há um mundo melhor à espera no final das cruzadas, um mundo onde a paz e o amor reinam entre os homens. Não é dito que o final das cruzadas seria com a vitória de um dos lados…
Eva Green é a irmã do rei, Jeremy Irons é um dos homens de confiança do rei, Edward Norton (disfarçado) é o rei, Liam Nesson é o pai do herói como em “Gangs of New York” e Orlando Bloom é o filho perdido/ferreiro como em “Pirates of the Caribbean”. Brendam Gleeson e Marton Csokas (o seu papel mais conhecido é como Celeborn) são os vilões, sendo o primeiro bastante mais convincente, o segundo parece o clássico menino mimado. A nível visual e sonoro nada há a criticar. Em termos históricos o filme está bastante fiel, tem personagens convincentes e centra-se mais na honra que nos indivíduos. Peca pelo excesso de violência, as cenas de batalha estão fortes e impressionarão alguns espectadores, um filme que pretende censurar e mostrar o caminho correcto deveria permitir o visionamento por um público mais vasto.




Título Original: "Kingdom of Heaven" (Espanha, EUA, Reino Unido, 2005)
Realizador: Ridley Scott
Intérpretes: Orlando Bloom, Jeremy Irons, Liam Nesson, Eva Green, Ghassan Massoud
Argumento: William Monahan
Fotografia: John Mathieson
Música: Stephen Barton e Harry Gregson-Williams
Género: Drama/Guerra/Romance
Duração: 145 min
Sítio Oficial:http://www.kingdomofheavenmovie.com/

”Mean Creek” por Nuno Reis


Jacob Aaron Estes está a dar os primeiros passos no cinema e com este drama juvenil já conseguiu atrair as atenções. A presença em Sundance foi apenas um passo na divulgação internacional que este belo filme obteve. Em termos de mercado não excedeu as expectativas mas a reacção do público tem sido muito boa.
O argumento é simples, um miúdo (Sam) constantemente incomodado por um colega de escola (George) consegue ajuda do irmão mais velho e de uns amigos dele para “uma pequena vingança”. Simulando o seu aniversário consegue levar a passear de barco a sua maior amiga (Millie), o seu maior inimigo e o grupo do irmão. Ao fim de meia hora de filme estão todos no barco (roubado) que os levará numa viagem que antes de começar já perdeu o sentido pois Millie convenceu Sam a desistir do plano e a tentar apenas passar um bom bocado com amigos. Ainda antes da pausa para almoço George provou que estavam enganados a respeito dele e que afinal era uma boa pessoa, depois do almoço volta a provar que estavam enganados. Estas mudanças bruscas de humor e as conversas e atitudes ao longo da viagem revelam personagens complexas e, como tantos nessas idades, com comportamento infantil enquanto tentam provar que são adultos. Um lote incrivelmente completo de personagens - todas adolescentes, todas compatíveis, todas incrivelmente humanas – que se complementam e se corrigem criando uma atmosfera quase mágica, e com a vantagem de serem interpretadas por um lote de jovens talentosos quase desconhecidos (Trevor Morgan é o rosto mais conhecido). Entre eles devo destacar o protagonista, Rory Culkin, que à semelhança dos irmãos prova ter talento para a arte. Maccaulay ficou célebre com as comédias (“Uncle Buck”, “Home Alone”, “My Girl” e “Richie Rich” são os seus papeis mais célebres), Kieran com os dramas (“The Mighty” e “The Cider House Rules”) e Rory está a seguir o mesmo caminho.
O filme é muito parado, um grupo de jovens num barco rio abaixo não é sinónimo de aventura no sentido costumeiro, não é um filme repleto de acção. Típica pequena produção de um grande estúdio, um híbrido de cinema independente com filme para grande público. É um filme que sem ser soberbo e sem fazer disparar aplausos instantâneos consegue despertar algumas mentes. A maioria das pessoas é capaz de sair da sala arrependida de ter visto o filme mas de certa forma todos ficarão marcados. Pode ser à saída da sala ou mesmo dias depois mas merece que seja feita uma reflexão. Quando a vida deixa de ser apenas diversão e começa a ter responsabilidades não basta disfarçar, é preciso assumir as consequências das decisões. Muitas pessoas não conseguem dar esse passo final para a vida adulta, o passo que decidirá o caminho que seguirão pela vida fora.





Título Original: "Mean Creek" (EUA, 2005)
Realizador: Jacob Aaron Estes
Intérpretes: Rory Culkin, Ryan Kelley, Scott Mechlowicz, Trevor Morgan, Josh Peck, Carly Schroeder
Argumento: Jacob Aaron Estes
Fotografia: Sharon Meir
Música: Ethan Gold, Gretchen Lieberum, tomandandy
Género: Drama
Duração: 87 min.
Sítio Oficial:http://www.meancreekmovie.com/

"The Jacket" por Nuno Reis

Algumas imagens caóticas transportam a acção para a Guerra do Golfo em 1991. Entre os soldados está um homem que não sabe bem o que faz lá, a sua confiança na natureza humana faz com que, desprotegido, seja baleado mortalmente. Surpreendentemente descobrem na morgue que ele ainda vive, é salvo e volta para o seu país, lá é acusado de um crime que não se lembra de ter cometido e é imediatamente internado. O tratamento de choque que lhe é dado no hospital psiquiátrico abre-lhe as portas do futuro onde, com a ajuda de uma jovem, tem uma semana para descobrir como pode salvar-se de uma morte que desconfia ter sido provocada. O clássico paradoxo temporal é revisto e transformado, por lhes revelarem no futuro algo que ele disse ou fez ele vai dizê-lo ou fazê-lo, irá descobrir os seus últimos passos e tragicamente repeti-los no passado de forma a descobrir quem o matou e porquê.

O filme está acima da média, tendo um grande argumento contra: não imagino porque está classificado como sendo de terror (excepto pelo primeiro minuto que se passa na guerra e onde há um tiro), nada no filme o faz ser desse género. É um thriller e pertence ao género fantástico. A gaveta mortuária onde é feito o tratamento para ser metáfora da morte deveria ser um pouco mais claustrofóbico, assim é apenas uma porta de ligação com uma época melhor. É um daqueles filmes que é visto para passar o tempo, não obriga a pensar muito, o desenlace surpreende, foi bem feito e faz com que o espectador saia contente com a vida que leva.

Quanto aos actores posso dizer bem e mal. O protagonista é um homem mentalmente são no meio de loucos, em sofrimento no passado, preocupado no futuro, duas vidas separadas por uma gaveta na parede precisavam de duas interpretações totalmente diferentes e é isso que Adrien Brody faz. Apesar de ter achado o sucesso de “The Pianist” como injustificado e não concordar com a vitória de Brody nos Oscares, desta vez ele está excelente. A sua companheira de aventuras é interpretada por Keira Knightley, a jovem estrela tem feito muitos papeis e este acaba por ser diferente dos demais por haver uma profunda mudança na personagem com o desenrolar da acção. Com mais dois “Pirates of the Caribbean” a serem filmados neste momento é bom que faça mais alguns filmes ocasionalmente para escapar à personagem. Em relação aos secundários dois nomes são conhecidos. Kris Kristofferson, que tem sempre o papel de velho rabugento, aqui é um médico convencido que sabe o que é melhor para os pacientes, não é uma grande diferença. Jennifer Jason Leigh é outra das médicas, de convicções firmes e que tudo faz para ajudar pacientes dentro e fora do hospital. Muito distante da actriz que vimos em “eXistenZ” mas tem a personagem mais simpática do filme.




Título Original: "The Jacket" (Alemanha, EUA, Reino Unido, 2005)
Realizador: John Maybury
Intérpretes: Adrien Brody, Keira Knightley, Kris Kristopherson, Jennifer Jason Leigh
Argumento: Tom Bleecker, Marc Rocco, Massy Tadjedin
Fotografia: Peter Deming
Música: Brian Eno
Género: Thriller
Duração: 102 min
Sítio Oficial:http://wip.warnerbros.com/index.html?site=thejacket