26 de maio de 2005

”White Noise” por Nuno Reis


Mais uma vez o cinema fantástico surge nas salas portuguesas. Esta semana o filme é “White Noise” e o tema é a comunicação com os mortos. Geoffrey Sax, com uma enorme carreira de realização televisiva, estreia-se no grande ecrã com um argumento de Niall Johnson, um argumentista/realizador quase desconhecido que no seu próximo projecto irá dirigir estrelas como Rowan Atkinson, Maggie Smith e Kristin Scott Thomas.
Em “White Noise” o início dificilmente seria mais previsível, Jonathan e Anna, um casal apaixonado, beijam-se. A expressão na cara dela sugere que vá contar uma grande novidade e o meu primeiro palpite estava certo, está grávida. Quando ela vai para o carro o diálogo que têm sugere que não se voltarão a ver. Mais uma vez estava certo. A partir daí o filme já não é óbvio mas segue o mesmo modelo de vários outros. O carro é encontrado abandonado junto a água mas o corpo não aparece. Entretanto o marido recebe a visita de Raymond Price, um homem que afirma ter falado com o espírito dela… Interessado no sucedido e com imensa vontade de a ouvir Jonathan acaba por o visitar e aí conhece Sarah, uma mulher que perdeu o marido e também o ouve através da máquina de Raymond.
Após a misteriosa morte de Raymond, Jonathan decide instalar na própria casa os aparelhos necessários para ouvir os fenómenos de voz electrónicos, técnica temida pelos medium que a consideram uma provocação aos maus espíritos. O filme melhora quando se descobre que os mortos que falam através da máquina ainda não morreram e conseguem prever a própria morte, facto que Jonathan utiliza para salvar vidas.
A investigação do paranormal faz com que se afaste do filho (do anterior casamento) e se aproxime de Sarah, juntos descobrirão da pior maneira que estão numa imensa lista de pessoas a abater por aqueles que já estão mortos.
A algumas semanas da estreia de “Herbie: Fully Loaded” o regresso de Michael Keaton ao ecrã como estrela principal deixa a desejar, o filme está centrado em Jonathan e a vasta experiência de Keaton poderia ser aquilo que o filme precisava para marcar a diferença. Deborah Kara Unger que há vários anos nos presenteia com filmes interessantes tem aqui um papel muito discreto mas bem desempenhado. Chandra West é a esposa perdida e o pouco tempo que actua fá-lo bem.
A nível visual é apelativo e consegue ter alguma emoção mas o argumento não é nada de especial e a realização está longe de ser brilhante. O início previsível e as elevadas expectativas provocadas por uma leitura recente de “Traitor to the Living” (de Philip José Farmer, um excelente livro sobre uma máquina de comunicação com os mortos) fizeram-me ficar desiludido com um filme que nem é muito mau.




Título Original: "White Noise" (Canadá, EUA, Reino Unido, 2005)
Realizador: Geofrrey Sax
Intérpretes: Michael Keaton, Deborah Kara Unger, Chadra West, Ian McNiece
Argumento: Niall Johnson
Fotografia: Chris Seager
Música: Claude Foisy
Género: Drama/Terror
Duração: 101 min.
Sítio Oficial:http://www.whitenoisemovie.com/

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