Depois do relativo sucesso na adaptação do terror asiático, seguido pela febre dos comics, chegou a fase de adaptar o cinema europeu. Enquanto uns se sentem ofendidos pela cópia, outros agradecem o dinheiro da venda dos direitos e Michael Haneke brincou com isso refazendo o próprio filme. No ano passado o cinema nórdico começou a explodir com a chegada aos cinemas de “Let Me In”, a compra dos direitos de “Troll Hunter” e mais para o final o arranque da trilogia “Millenium”. O que tem de mais irónico esta última adaptação é o enorme sucesso que os indivíduos originais estão a ter. Michael Nyqvist, o actor, entrou em “MI4”. Noomi Rapace, a actriz, entrou em Sherlock Holmes 2” e tem prestes a sair “Prometheus”. Quanto ao realizador não se internacionalizou, mas deve ser uma questão de tempo pois Tomas Alfredson de “Let The Right One In” dirigiu “Tinker Tailor Soldier Spy” e o islandês Baltasar Kormákur também já estreou o próprio remake de “Reykjavík Rotterdam”, “Contraband”.
A história da trilogia Millennium acompanha uma revista com o mesmo nome. Neste primeiro episódio um dos seus jornalistas é acusado de perjúrio e humilhado publicamente aceita uma oferta de emprego curiosa: investigar um crime com quarenta anos no seio da família mais poderosa da Suécia.
Para este remake foi pensada a possibilidade de utilizarem os mesmos actores - pelo menos Noomi Rapace pois não seria fácil arranjar uma actriz de talento e disposta a fazer aquelas cenas - pois Fincher decidiu ser diferente onde era possível e basicamente apostou no casting. Trouxe nomes incontornáveis do cinema sueco como Stellan Skarsgard e Steven Berkoff, mas no resto foi internacional: o croata Goran Visnjic, o inglês Daniel Craig, o canadiano Christopher Plummer e dos EUA Robin Wright e Rooney Mara.
Ora o que pode ser dito deste filme sem o comparar demiasado ao mediano original que parecia uma novela? Por um lado perde menos tempo na intriga familiar e na introdução das inúmeras personagens passando depressa para a intriga e acção. Infelizmente isso era o que tornava o outro filme consistente, ter um sólido conjunto de indivíduos e histórias. Aqui o foco está virado para os investigadores e apesar de alternar de forma competente entre ambos não justifica as quase 3 horas com tão pouco a dizer. A investigação tem um toque de fatalismo e por vezes chega a cativar, mas isso é uma parte menor de um projecto que tenta transpor todo o livro para tela sem criar um equilíbrio entre épocas e géneros. No final torna-se um thriller tão surreal que é mau, mas já estava condenado antes disso.
Nos pontos negativos além do pouco interesse que este remake traz há duas transições de plano que deviam ser proibidas (se um estudante de cinema as fizesse reprovava, como é de um triplo nomeado a Oscar é arte?). Quanto aos actores Craig está pelo menos tão bem como Nyqvist no papel principal e todos os outros são um desilusão por comparação. E a nomeação de Mara para Oscar há três opções para isso ter acontecido: é uma piada; foi pela caracterização extrema, pela exposição e pela brutalidade das cenas; esta gente não viu filmes suficientes em 2011 para se lembrar de mais alguém em quem votar. Em qualquer caso foi incompreensível.
A história da trilogia Millennium acompanha uma revista com o mesmo nome. Neste primeiro episódio um dos seus jornalistas é acusado de perjúrio e humilhado publicamente aceita uma oferta de emprego curiosa: investigar um crime com quarenta anos no seio da família mais poderosa da Suécia.
Para este remake foi pensada a possibilidade de utilizarem os mesmos actores - pelo menos Noomi Rapace pois não seria fácil arranjar uma actriz de talento e disposta a fazer aquelas cenas - pois Fincher decidiu ser diferente onde era possível e basicamente apostou no casting. Trouxe nomes incontornáveis do cinema sueco como Stellan Skarsgard e Steven Berkoff, mas no resto foi internacional: o croata Goran Visnjic, o inglês Daniel Craig, o canadiano Christopher Plummer e dos EUA Robin Wright e Rooney Mara.
Ora o que pode ser dito deste filme sem o comparar demiasado ao mediano original que parecia uma novela? Por um lado perde menos tempo na intriga familiar e na introdução das inúmeras personagens passando depressa para a intriga e acção. Infelizmente isso era o que tornava o outro filme consistente, ter um sólido conjunto de indivíduos e histórias. Aqui o foco está virado para os investigadores e apesar de alternar de forma competente entre ambos não justifica as quase 3 horas com tão pouco a dizer. A investigação tem um toque de fatalismo e por vezes chega a cativar, mas isso é uma parte menor de um projecto que tenta transpor todo o livro para tela sem criar um equilíbrio entre épocas e géneros. No final torna-se um thriller tão surreal que é mau, mas já estava condenado antes disso.
Nos pontos negativos além do pouco interesse que este remake traz há duas transições de plano que deviam ser proibidas (se um estudante de cinema as fizesse reprovava, como é de um triplo nomeado a Oscar é arte?). Quanto aos actores Craig está pelo menos tão bem como Nyqvist no papel principal e todos os outros são um desilusão por comparação. E a nomeação de Mara para Oscar há três opções para isso ter acontecido: é uma piada; foi pela caracterização extrema, pela exposição e pela brutalidade das cenas; esta gente não viu filmes suficientes em 2011 para se lembrar de mais alguém em quem votar. Em qualquer caso foi incompreensível.
Título Original: "The Girl with the Dragon Tattoo" (Alemanha, EUA, Reino Unido, Suécia, 2011) Realização: David Fincher Argumento: Steven Zaillian (baseado no livro de Stieg Larsson) Intérpretes: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer, Stellan Skarsgård, Steven Berkoff, Robin Wright Música: Trent Reznor, Atticus Ross Fotografia: Jeff Cronenweth Género: Crime, Drama, Mistério,Thriller Duração: 158 min. Sítio Oficial: http://www.dragontattoo.net/ |
Original sueco
4 comentários:
Não queres fazer a review do original sueco?
Eu gostei bastante do filme e estava à espera que desses as 3 estrelas
Sou mais apreciador do filme original (9/10) do que deste remake (7/10).
Não é por ser remake mas o original faz uma manutenção contínua do mistério, coisa que parece que o Fincher relegou a segundo plano para se focar (à americana) nas relações amorosas do triângulo romântico que desponta. É bom o serviço mas é um completo déjà vu...
Tou com grande vontade de ver este , mas ainda não me decidi se vejo primeiro o original. Estou num dilema, porque já me disseram que o do Fincher não aborda tão bem a história e tenho medo de ao decidir-me por ver primeiro o outro, que sabote ainda mais a minha opinião sobre o filme.
cumprimentos,
cinemaschallenge.blogspot.com
Se tiveres a coragem de decidir ver um filme estrangeiro falado em sueco, avança pela crolonogia: deverias ver o original sueco e só depois verias o filme americano. Mas o estatuto do remake é pressionador e compreende-se: Fincher, elenco, banda-sonora... é um produto de luxo. Mesmo assim a minha opinião é conforme referi antes.
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