4 de janeiro de 2012

Pagar a quem não trabalha, mas não a quem quer trabalhar

Vivemos momentos de pura comédia na cultura nacional. Infelizmente não surpreende e 2012 parece destinado a ser semelhante aos anos anteriores.

1. O ano começou com a notícia do pagamento de salários em atraso aos funcionários da Tobis. Segundo os números oficiais o Ministério da Cultura libertou 321000 euros para pagar Novembro, Dezembro e subsídio de Natal aos 53 trabalhadores. Ora isso significa que em média esses três meses valem 6000€ para cada. Pagam 2000€ mensais a pessoas que fizeram um protesto de duas semanas? Se estivessem a faltar ao trabalho chamava-se greve, mas como não há trabalho é apenas protesto. Ora se foi um Ministério que pagou são funcionários públicos. Isso quer dizer que esses 2000€ já foram alvo do corte de 10%?
Pergunta de retórica: Porque será que uma empresa sem clientes e com 50 pessoas pagas de forma exorbitante está na falência?
Atenção que a situação da Tobis é preocupante e entristece quem gosta de cinema pelo menos pelo valor histórico, mas, para haver uma média assim, no meio de gente mal paga que realmente precisaria do dinheiro há alguém que está muito confortável.

2. O ICA anunciou que este ano não há fundos para concursos e que ainda não tem como pagar aos escolhidos do ano passado. Parece que as receitas diminuiram em relação às previsões... Estará relacionado com aquela crise ampliada com as medidas de combate à crise?
Quanto a pagar a quem devem, parece que o FICA terá 23 milhões dos fundos europeus para distribuir assim que sejam desbloqueados. Será muito interessante ver as prioridades. Quanto ao nosso cinema, esperemos que sobreviva até ao final deste momento pior. Os filmes lá se vão aguentando.

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