Quando tempo é dinheiro
Sempre ouvimos dizer que tempo é dinheiro, mas nunca demos a devida atenção a tal expressão. Até que, num futuro distante, o tempo se torna a moeda corrente. Paga-se 3 minutos por um café, meia hora por um almoço, uma hora por uma viagem de camionete, ganha-se 24 horas por um dia de trabalho. A população foi geneticamente modificada para não envelhecer para além dos vinte e cinco anos, mas a partir dessa idade tem apenas um ano de vida e terá de trabalhar para viver para além dos 26.
Nos distritos pobres como Peyton, de onde é o nosso herói, vive-se um dia de cada vez pois ninguém tem mais de 24 horas. Will tal como o seu falecido pai não acha que o sistema seja justo, mas adaptou-se e, em conjunto com a mãe, vão vencendo os dias um a um. Até que aparece um forasteiro com um século para gastar. Isso vai mudar a perspectiva de Will sobre a economia e levá-lo para New Greenwich, onde tudo é estupidamente caro, mas todos têm séculos para desperdiçar. O seu perfil acelerado dá nas vistas, especialmente de Sylvia Weis, herdeira do multimilionário (ou diz-se multitemporário?) proprietário de todas as casas de empréstimo de tempo. E também dá nas vistas entre os guardiões do tempo que não querem uma justa distribuição do bem precioso. Como nos tempos do vil metal, também nesta era o erradamente esperado é uns poucos terem muito e muitos terem pouco.
Há coisas erradas nesta utopia. Com um pouco de tolerância e vendo o filme sem o julgar pelos erros científicos que possam existir, sobra um thriller com muita intriga, a eterna diferença de classes e um romance às margens da lei. O paralelismo com a actualidade está patente em tudo, seja na pobreza, na riqueza, na religião ou na criminalidade, a única coisa que muda é a moeda, fazendo com que uma vida humana tenha ainda menos valor.
Uma dupla criminosa com imenso carisma precisava de mais tempo para conquistar o espectador e a história enigmática do pai que morreu pela causa devia ter sido contada. No entanto a carga emocional presente é forte e não desilude quem procura entretenimento com mensagem. Nesse ponto só falha por não ter uma catch phrase que ficasse no ouvido. Há alguns jogos de palavras e a “ninguém devia ser imortal se para isso alguém tiver de morrer” que ficou gasta logo no trailer, mas era precisa uma nova e inesperada para dar ao filme a possibilidade de se imortalizar.
Nos destaques positivos, o enorme impacto visual que a reunião de toda esta bela juventude transporta para a tela (o novo visual de Seyfried é deslumbrante e compensa a personagem fraca que nos traz). Contrastando as paisagens simplistas com actores que se sabem impor perante as câmaras há muitos fotogramas a aproveitar. Mal posso esperar para deitar as mãos ao delicioso dossier de imprensa que deve ter saído daqui.
Sempre ouvimos dizer que tempo é dinheiro, mas nunca demos a devida atenção a tal expressão. Até que, num futuro distante, o tempo se torna a moeda corrente. Paga-se 3 minutos por um café, meia hora por um almoço, uma hora por uma viagem de camionete, ganha-se 24 horas por um dia de trabalho. A população foi geneticamente modificada para não envelhecer para além dos vinte e cinco anos, mas a partir dessa idade tem apenas um ano de vida e terá de trabalhar para viver para além dos 26.
Nos distritos pobres como Peyton, de onde é o nosso herói, vive-se um dia de cada vez pois ninguém tem mais de 24 horas. Will tal como o seu falecido pai não acha que o sistema seja justo, mas adaptou-se e, em conjunto com a mãe, vão vencendo os dias um a um. Até que aparece um forasteiro com um século para gastar. Isso vai mudar a perspectiva de Will sobre a economia e levá-lo para New Greenwich, onde tudo é estupidamente caro, mas todos têm séculos para desperdiçar. O seu perfil acelerado dá nas vistas, especialmente de Sylvia Weis, herdeira do multimilionário (ou diz-se multitemporário?) proprietário de todas as casas de empréstimo de tempo. E também dá nas vistas entre os guardiões do tempo que não querem uma justa distribuição do bem precioso. Como nos tempos do vil metal, também nesta era o erradamente esperado é uns poucos terem muito e muitos terem pouco.
Há coisas erradas nesta utopia. Com um pouco de tolerância e vendo o filme sem o julgar pelos erros científicos que possam existir, sobra um thriller com muita intriga, a eterna diferença de classes e um romance às margens da lei. O paralelismo com a actualidade está patente em tudo, seja na pobreza, na riqueza, na religião ou na criminalidade, a única coisa que muda é a moeda, fazendo com que uma vida humana tenha ainda menos valor.
Uma dupla criminosa com imenso carisma precisava de mais tempo para conquistar o espectador e a história enigmática do pai que morreu pela causa devia ter sido contada. No entanto a carga emocional presente é forte e não desilude quem procura entretenimento com mensagem. Nesse ponto só falha por não ter uma catch phrase que ficasse no ouvido. Há alguns jogos de palavras e a “ninguém devia ser imortal se para isso alguém tiver de morrer” que ficou gasta logo no trailer, mas era precisa uma nova e inesperada para dar ao filme a possibilidade de se imortalizar.
Nos destaques positivos, o enorme impacto visual que a reunião de toda esta bela juventude transporta para a tela (o novo visual de Seyfried é deslumbrante e compensa a personagem fraca que nos traz). Contrastando as paisagens simplistas com actores que se sabem impor perante as câmaras há muitos fotogramas a aproveitar. Mal posso esperar para deitar as mãos ao delicioso dossier de imprensa que deve ter saído daqui.
Título Original: "In Time" (EUA, 2011) Realização: Andrew Niccol Argumento: Andrew Niccol Intérpretes: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Cillian Murphy, Olivia Wilde, Alex Pettyfer Música: Craig Armstrong Fotografia: Roger Deakins Género: Acção, Ficção-Científica, Thriller Duração: 109 min. Sítio Oficial: http://www.intimemovie.com/ |
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