31 de julho de 2011

Aberturas diferentes para "H.I.M.Y.M."


Deparei-me com este genérico incrivelmente simples e memorável.


Seguindo as recomendações Youtube fui parar a um mundo de créditos de abertura que misturam séries. Vão-se fartar depressa de "How I Met Your Mother" estilo "Friends", mas há algumas divertidas. Excepto a primeira, estilo CSI feito pela CBS, é tudo fanmade.

CSI


Buffy, Vampire Slayer


Friends

"The Truman Show" por Nuno Reis

“[...] there's nothing fake about Truman himself. No scripts, no cue cards. It isn't always Shakespeare, but it's genuine. It's a life.” É com estas linhas que começa um dos filmes fundamentais para compreender a arte de filmar.
Enquanto o cinema ganhou fama a trazer magia, a televisão sempre esteve limitada pela obrigação de trazer a realidade. Antecipando o que viria a ser a década dos reality shows, “The Truman Show” apresenta-nos a utopia dos mundos de ficção. Neste argumento Trumanocêntrico todos vivem em função de um homem. Ele não sabe, mas tudo o que faz é filmado e enquanto se revela nas relações que tem, todos os outros fingem emoções. E o mundo assiste entretido a um possível atentado à liberdade de um indivíduo, forçado a passar toda a existência numa caverna de Platão com câmaras 24 horas por dia.
Truman Show

Os debates sobre a liberdade de Truman, coagido através de uma manipulação cuidada a permanecer no mega-estúdio, serão imensos. Contudo aqui o fundamental é estudar de que forma se consegue coordenar um projecto que transcende tudo o que já foi feito. Dirigir milhares de figurantes numa rotina diária, filmada em tempo real, sem direito a férias, fins-de-semana, ou sequer a segundos takes, onde uma frase mal dita pode arruinar o trabalho de uma geração. Um projecto megalómano que cada vez é menos ficção. A única coisa que parece impossível é conseguir manter a audiência interessada no mesmo programa por tantos anos.
Truman Show

O que Truman tem de especial é não saber que está a ser filmado. É uma pessoa humilde e delicada, simpática para com os vizinhos (como se pode esquecer o “Good morning, and in case I don't see ya, good afternoon, good evening, and good night!”?) trabalhador mais ou menos dedicado e com um sonho. Tem também taras e hábitos que não confessa (como cortar revistas). Resumidamente, Truman é um ser humano. Tal como é dito no monólogo de abertura, a maior riqueza do programa é ser autêntico, aquilo que falta na televisão de hoje.
Truman Show

Juntando estrelas como Jim Carrey, Laura Linney, Ed Harris, Paul Giamatti e Natascha McElhone, este argumento de Andrew Niccol levado à tela por Peter Weir foi demasiado ambicioso e dividiu público, crítica e prémios. Só a televisão foi unânime, em nunca gostar dele.
Truman Show

Esta sátira futurista é dos filmes mais ambiciosos que já foram feitos e uma crítica muito forte ao mundo da TV. Contudo prenunciou o renascer da TV, com uma tal capacidade de produção que fez muitos estúdios corarem de vergonha. Tem um toque bem marcado de artificialidade e por isso não agradou a muitos, mas é a melhor combinação da complexidade de uma grande produção com filosofia e a imprevisibilidade do ser humano. Daqueles poucos em que uma cena totalmente lamechas merece ser aplaudida em pé.

The Truman ShowTítulo Original: "The Truman Show" (EUA, 1998)
Realização: Peter Weir
Argumento: Andrew Niccol
Intérpretes: Jim Carrey, Noah Emmerich, Laura Linney, Ed Harris, Natascha McElhona
Música: Burkhard von Dallwitz
Fotografia: Peter Biziou
Género: Comédia, Drama, Ficção-Científica
Duração: 103 min.

30 de julho de 2011

"L'Uomo Delle Stelle" por Nuno Reis

Beata: A me mi piacciono le pellicole dell'amore dove tutti si baciano e alla fine sono tutti felici e contenti.
(Adoro os filmes românticos onde todos se beijam e acabam felizes para sempre)

Quando Tornatore apresentou “Nuovo Cinema Paradiso” muitos pensaram que nada mais haveria a dizer. Estava feito o filme definitivo sobre o Cinema. O próprio Tornatore contrariou essa ideia indo buscar uma pequena história muito simples, mas com imensos sentimentos à mistura. Bem-vindos ao lado negro da força.
L'Uomo Delle Stelle

Cinema não é só fazer e ver filmes, Cinema é sonhar, é transfigurar e é chegar onde não se pensava possível, Cinema é comunicar com o mundo e extravasar sentimentos. Cinema é a forma suprema de libertação da alma. E para muita gente é um sonho impossível. Cinecittà só há uma e para a maioria dos italianos é inatingível. Joe Morelli ajuda-os andando de terra em terra em busca de novas estrelas. Por uma pequena quantia todos podem fazer um teste perante as câmaras que será enviado para os estúdios, desejosos de lançar uma nova estrela. Ninguém fica indiferente a essa oportunidade. Joe convence qualquer um - mesmo qualquer um - a fazer o teste e usa a sua lábia de vendedor para se safar de situações complicadas. Só que os sonhos que ele carrega na bagagem nunca chegarão ao destino. Ele é apenas um vigarista.
L'Uomo Delle Stelle

Morelli (Sergio Castellitto) é dos vilões mais adoráveis do cinema. É tão convincente que além das pessoas que filma e dos espectadores, por vezes até ele próprio acredita no que diz que faz. Este é o retrato de uma Itália economicamente arruinada, moralmente devastada, e onde o cinema serve de escape. Se no presente desvia a mente das tristezas, podem acreditar que no futuro tirará a barriga da miséria.
L'Uomo Delle Stelle

A história é tão credível que não pode ser ficção. Para alguém escrever isto é porque, em tempos idos, homens destes tinham de andar de terra em terra a distribuir esperança e a roubar segredos. É um alerta para a falsidade que se aproveita das pessoas e é também uma homenagem pouco convencional ao Cinema e à sua capacidade de nos fazer sonhar.


L'uomo delle stelleTítulo Original: "L'uomo delle stelle" (Itália, 1995)
Realização: Guiseppe Tornatore
Argumento: Fabio Rinaudo , Guiseppe Tornatore
Intérpretes: Sergio Castellitto, Tiziana Lodato, Franco Scaldati
Música: Ennio Morricone
Fotografia: Dante Spinotti
Género: Drama
Duração: 113 min.

29 de julho de 2011

Cinema a unir a aldeia global

Após três anos de preparação discreta, o projecto mais ambicioso do cinema europeu apresenta-se ao mundo em versão beta. O nome é European Film Gateway e é um gigantesco arquivo do material de dezasseis Cinematecas europeias (quinze países). De momento conta com quatrocentos mil itens, entre videos digitais, fotografias, posters e textos. Em Setembro, quando for efectivamente lançado, serão seiscentos.

Pela primeira vez há uma centralização da herança cinematográfica de vários países. O acesso é não só para as cinematecas,como para investigadores, jornalistas, criativos, para todo e qualquer cinéfilo curioso. Algum desses material nunca tinha sido mostrado ao público.

Como seria de esperar um projecto deste impacto e magnitude teve o apoio da União Europeia e faz parte da plataforma Europeana que guarda o património cultural do Velho Continente num arquivo com vinte milhões de objectos. Dezasseis países e 22 entidades unidas com o objectivo comum de enriquecimento cultural. Se não era essa a utopia do projecto europeu não imagino o que possa ser.

Membros do projectoCidade/País
Cinecittà LuceRoma, Itália
Cinemateca PortuguesaLisboa
Cineteca di BolognaBolonha, Itália
Det Danske FilminstitutCopenhagen
Deutsches FilminstitutFrankfurt, Alemanha
EYE Film InstitutAmsterdão, Países Baixos
FilmarchivViena, Áustria
Filmoteka NarodowaVarsóvia, Polónia
Kansallinen Audiovisuaalinen ArkistoHelsínquia, Finlândia
La Cinémathèque FrançaiseParis, França
LichtspielBerna, Suíça
Lietuvos Centrinis Valstybés ArchyvasVilnius, Lituânia
Magyar Nemzeti FilmarchívumBudapeste, Hungria
Tainiothiki tis ElladosPraga, República Checa
Nasjonalbiblioteket,Oslo, Noruega
Tainiothiki tis ElladosAtenas, Grécia
Outros Parceiros
Association of Cinémathèques Européennes, Frankfurt/Bruxelas
Istituto di Scienza e Tecnologie dell'Informazione, Pisa
Eremo srl, Cupramontana
Europeana Foundation, The Hague
reelport GmbH, Colónia
Universidade de Hagen


European Film Gateway
Projecto European Film Gateway

Entrevistas "Balas e Bolinhos 3" - parte II

Ao contrário da maioria das longas-metragens nacionais que chegam às salas, este projecto foi feito sem subsídios do ICA. Foi através de uma campanha eficaz de venda de merchandising e de recolha de apoios que o argumento começou a ser convertido num filme.

O mérito é da produtora Andreia Lucas que se desdobrou em missões sobre-humanas entre apoios de empresas e municípios para tornar o projecto possível. A própria afirma que enquanto o filme não estiver concluído estará sempre em busca de mais apoios. Tudo para fazer um episódio definitivo merecedor da longa espera que os fãs ainda atravessam.



Quem quiser ajudar este projecto terá de negociar com ela. Previno-os que a Andreia tem atitude e sabe o que quer. Ela faz a diferença entre o que se imagina ser ainda uma produção amadora e o que realmente é o terceiro "Balas". "O Último Capítulo" continua a ser uma comédia, mas desta vez estamos perante um filme a sério onde nada falha. Espreitem quem se rendeu.

De referir que apesar de todos estes apoios continua a ser preciso mover diariamente meia dúzia de viaturas com uma tonelada de material assim como uma média de vinte pessoas que são alimentadas e mantidas satisfeitas durante um dia de trabalho que pode bem chegar às 24 horas consecutivas. Desde o mais pequeno detalhe (como transportar uma máquina de café, com café, copos, colheres, leite, açúcar e adoçante para os manter acordados), até controlar o horário em que se tem gerador, tudo passa pela Andreia.
Metaforicamente falando, toma conta deles como uma mãe, garantido que estão alimentados, que são educados e que não chegam atrasados. Em linguagem de cinema combina competências de produtora, assistente de produção, caterer e em parte de assistente de realização. Nos três dias que assisti de filmagens, não só nunca a vi desistir, como não a vi falhar.

28 de julho de 2011

Sentimento de missão cumprida


A noite passada acompanhei pela terceira vez a rodagem do futuro clássico "Balas e Bolinhos 3". Enquanto falavam percebia-se que o cansaço os dominava (mais de 200km e cinco localizações numa semana), mas que o plano seria cumprido até ao fim. Depois de uma tarde com oito horas de rodagem em Gaia, ainda partiram para Valongo para uma noite de filmagens em que era obrigatório concluir três cenas. Sabiam que iam ficar lá até muito depois do nascer do sol.

O trabalho demorou a arrancar. Uns tiveram de passar pelo estúdio, a equipa jantou em conjunto, e ainda se festejou o segundo aniversário da semana.

Enquanto se preparava a iluminação e se revia os planos, quem estava desocupado contava histórias dos outros filmes e ouvia música. Cantar Dartacão em coro é o melhor para moralizar uma equipa, nem que seja uma da manhã.

Quando a filmagem começou as energias estavam todas disponíveis e os takes correram invulgarmente bem, mesmo os envolvendo não-actores. A noite avançava depressa, mas aquela gente estava ali para provar que para fazer a magia do Cinema acontecer, a primeira tarefa é conseguir o impossível.

Não fiquei até ao final, mas pelo comunicado hoje publicado no site, as filmagens correram bem e já se fala publicamente de fim. Parabéns à Lightbox.
Há cerca de três meses davamos conta do início da rodagem do filme... Hoje podemos dizer que temos cerca de 99% das cenas desta longa-metragem filmadas...

Estamos esgotados, é certo! Mas contenta-nos a sensação de que, para trás, está um árduo trabalho cujos resultados nos surpreendem positivamente…

Para trás vamos deixando também a nossa passagem por vários locais do país… Locais que serviram de cenário ao nosso filme e que ficarão sempre na nossa recordação...

Para além do nosso Porto (e arredores), viajamos por este nosso país fora… Uma boa forma de divulgarmos, também, os recantos deste nosso território.

É o caso de Ponte de Lima, onde não passamos indiferentes às dezenas, senão centenas, de pessoas que pararam para nos ver em "Acção", em mais uma cena do filme.

Seguiu-se Resende ou, mais precisamente, a serra da Gralheira onde filmamos numa paisagem árida dominada pelo calor tórrido… Nem sítio tínhamos onde cagar...

Mas disto tudo temos levado também a colaboração de muitos fãs, aos quais abrimos as nossas portas para participarem no filme como figurantes...

Mais do que as nossas palavras, vale a pena ler as deles, cuja opinião é sincera e vivida:

Leiam as opiniões no Diário de Rodagem. É unânime que esta equipa é uma família hospitaleira, um exemplo de profissionalismo e humildade.

Amanhã uma nova entrevista aqui no blog.

Vencedores do Avanca 2011

Comemorando a décima quinta edição, o AVANCA 2011 contou com mais participantes e filmes. O anúncio dos premiados e o assar do porco marcaram o fim de 10 dias de festival e 5 dias de competições, conferências e workshops.

Longas-metragens


Melhor Filme

"The Ambulance", de Goran Radovanovic

Melhor Fotografia

Radoslav Vladic por "The Ambulance"

Melhor Actor

Viktor Barbakadze por "Renee Goes to Hollywood"

Melhor Actriz

Asuman Dabak por "Paper"

Menções Especiais

“Paper”, de Sinan Cetin
"Renee Goes to Hollywood" de Aleko Tsabadze
“Robert Mitchum is Dead”, de Olivier Babinet e Fred Kihn

Curtas-metragens


Melhor Filme

"Broken Clouds", de Yuri Alves

Menções Honrosas


"O Voo da Papoila" de Nuno Portugal
"The Son" de Jan Wagner

Televisão


“Le Gai Savoir” de Stéphane Xhrouet
"The Micro-Debt" de Tom Heinemann

Vídeo


“Voices” Peter Bebjak

Animação


“Oh, Paris” de Oleksandr Shmygun

Competição Avanca


“Mulher Sombra” de Joana Imaginário

Estreia Mundial


Longa-Metragem

“Amania” de Óscar Martinez
"The Scent of Rain in The Balcans" de Ljubila Samardzic

Curta-metragem

“Mulher Sombra” de Joana Imaginário

Trailer in Motion


Melhor Trailer

"Drenaje Profundo"

Menção Honrosa

"Quando os Monstros se vão embora"

Eu no Meio dos Outros


Melhor Filme

“O segredo da Arca d'Água”, de alunos da Escola EB1 nº4 de Chainça

Menção Honrosa

“Eu no meio dos outros sou...”, de alunos da Escola Básica de Vilar do Andorinho

Click Clack Action


Aleksandr Keyffets
Mariza Formaginni

Conferência Internacional de Cinema


Eng. Fernando Gonçalves Lavrador

Nelson Gonçalves
Cristina Palmese e José Luis Carles


O júri

Oito júris constituídos por 34 individualidades de 12 países atribuíram 17 prémios e 8 menções honrosas. O Júri Internacional de Cinema e Vídeo foi constituído pela actriz iraniana Anahita Nemati, a directora do Festival ECÚ de Paris Kadi Lokk, o director de fotografia Fereydoon Shirdel e foi presidido por José Costa Ramos, antigo responsável pelo cinema português.
Os restantes júris além de mim juntaram os realizadores Bernardo Cabral, Cláudio Jordão, Emil Langballe, João Católico, Maria Le Dous, Miguel Estima, Nelson Martins, Nuno Tudela, Rui Nunes, os argumentistas Henrique Vaz Duarte, Sérgio Paulo Silva, os programadores Flávia Vargas, Sofia Marques, os fotógrafos António Teixeira, Jochen Dietrich, Luís Oliveira Santos, Ricardo Lima, os académicos Álvaro Sousa, Beatriz Legerén, Carlos Fragateiro, Cláudia Vaz, José Marta, Manuel Salvador Lima, Pedro González, Philip Zitowski, Rosemary Mountain, Sandra Santos, Vania Baldi e o jovem cinéfilo Tomás Rodrigues.

27 de julho de 2011

Produzir filmes com uns trocos

Gostavam de ajudar o cinema nacional? Que tal produzir uma curta de ficção-científica?

O projecto "Gliese 581D" está na recta final da campanha para recolha de fundos via IndieGoGo. Entrem na página para teaser, elenco, argumento e outras informações relevantes.
Considero um projecto com potencial e acho que todos podemos dar uma ajuda. Podem dar apenas 1€, mas por 3,5€ aparecem nos créditos e isso é uma proposta muito interessante. Se estiverem mesmo generosos (não acabaram de receber o subsídio de férias?) podem dar 172€ e tornam-se produtores executivos.

Quem não quiser pagar pelo IndieGoGo (o câmbio tem taxas), pode sempre fazer uma vulgar transferência nacional. Fica é a precisar de passar a informação de outra forma. Eis o segredo.

Passos:
1. Gerar um número aleatório
2. Fazer transferência online para o
NIB 0036 0093 99100079321 67 (conta da Filmes da Mente)

No descritivo digam
GLI _______

3.
Escrevam para o endereço info@filmesdamente.com indicando o nome que desejam ver nos créditos, um contacto e o número:


Para montantes abaixo dos 3,5€ ou se quiserem doar anonimamente basta fazer a transferência.



Faltam cinco dias para terminar.

Cena desconhecida de "Superman Returns"

A Warner Bros lançou uma edição especial em Blu-ray com toda a saga "Superman" - chamada "Superman Anthology" - com 8 discos e mais de 20 horas de material adicional. Estando outro filme para breve pode-se esperar que saia uma nova edição antes de comprar algo, mas os extras são bem interessantes.

Por exemplo, esta cena custou 10 milhões de dólares e supostamente seria o início do filme "Superman Returns" de Bryan Singer, mas não chegou a ser usada.



Obrigado ao Cine+Comics pela sugestão.

Best of Curtas 2011 - Ficção

Aqui fica o último top pessoal dos filmes vistos no festival de Vila do Conde.

Ficção

Las Palmas
Parmi Nous
Des Rêves Pour L’Hiver
Boro in the Box
Apele Tac
Mila Caos
Petit Tailleur
Les Journaux de Lipsett
Dimanches
Scenes From the Suburbs
The Wholly Family
Higglety Pigglety Pop
Rite
Fotografia
Get Out of the Car
Boy
15 Iulie



Las Palmas
Johannes Nyholm
Ficção, 13:13
Las Palmas, Espanha, é um paraíso para os turistas nórdicos. Uma pessoa de idade e com problemas de alcoolismo invade um bar fora de horas. Aí vai entrar numa onda imparável de consumo, de importunamento dos clientes e de destruição. Falta apenas referir que o protagonista é um bebé fofo a fazer caras feias e tudo o resto são adereços e marionetas à sua escala. Simplesmente magnífico.

Parmi Nous
Clément Cogitore
Ficção, 30 min
Um grupo de emigrantes tenta desenperadamente atravessar a zona fornteiriça e viajar clandestinamente debaixo dos camiões de carga. Amin é um desses homens e ao longo da sua travessia vai superar muitas dificuldades.
Um dos grandes filmes do festival pela poderosa representação de uma realidade que muitos tentam ignorar.

Des Rêves Pour L’Hiver
Antoine Parouty
Ficção, 59 min
Parouty só tinha realizado documentários e antes de se aventurar na ficção ficou-se pelo meio-termo. Este projecto centra-se numa banda, nos seus ensaios, nos planos de digressão, nos amores da juventude. O filme não tem os traços habituais de um documentário, mas assemelha-se a um biopic interpretado pelos próprios. A qualidade da banda sonora e a autenticidade das personagens fez deste um dos melhores filmes do festival.

Boro in the Box
Bertrand Mandico
Ficção, 40 min
As letras de A a Z narram etapas da vida de Walerian Borowczyk, um cineasta que via o mundo através de uma caixa onde foi crescendo. Esta é a versão embelezada de uma vida problemática e um filme poderosíssimo. Imperdível.

Apele Tac
Anca Miruan Lazarescu
Ficção, 30 min
Novamente a emigração ilegal como tema. Dois homens elaboram um complicado plano para atravessar a fronteira. Precisam de confiança mútua, mas um deles quer levar a mulher junto e esse é um ponto de desacordo.
Um grande trabalho dos actores num argumento completíssimo, com muitos momentos previsíveis, mas nem por isso desagradável.

Mila Caos
Simon Jaikiriuma Paetau
Ficção, 18 min
Um adolescente cubano passa as noites na rua, vestido como mulher. Indiferente à prisão, a única coisa que quer é cantar e que a mãe o veja a actuar.
Com um tema ainda bastante polémico - que se começa a vulgarizar – “Mila Caos” foi das maiores surpresas do festival. Os vários sofrimentos cruzados e interpretações sólidas fazem deste trabalho um dos incontornáveis do festival.

Petit Tailleur
Louis Garrell
Ficção, 44 min
Um dos filmes mais badalados do festival conta as desaventuras de um jovem sem confiança, do seu emprego como aprendiz de um alfaiate idoso, dos seus amores e das roupas que faz.
A história não é original e a não ser pela presença de Lea Seydoux talvez passasse despercebido. Assim pôde ser visto e permitiu que se apreciasse alguns detalhes interessantes. No entanto para a duração que tem exigia-se uma história mais elaborada.

Les Journaux de Lipsett
Théodore Ushev
Ficção, 14 min
Magnífica animação que apresenta a carreira e a vida de um realizador muito peculiar, Arthur Lipsett. Este artista retirou-se jovem do cinema e suicidou-se aos 50 anos, mas deixou um legado que influenciou muitos dos maiores cineastas dos nossos dias. Talvez a única forma de o compreender seja vendo e não compreendendo este filme.

Dimanches
Valéry Rosier
Ficção, 16 min
O que é um domingo? Como deve ser passado? Aqui são reunidos vários domingos de pessoas diferentes. Alguns trabalham, outros dedicam-se a actividades lúdicas, e alguns estão simplesmente sozinhos. A vida é o que acontece nos tempos livres.
Ficção muito próxima do documentário, combina drama, humor e alguns momentos completamente despropositados. Muita criatividade, mas não é extraordinário.

Scenes From the Suburbs
Spike Jonze
Ficção, 28 min
O génio dos vídeos musicais Spike Jonze fez um filme para as músicas dos Arcade Fire. Este “videoclip para um álbum” narra um período muito específico e conturbado de um grupo de jovens através das memórias que ficaram num deles. As cidades estão em guerra entre si e vive-se num estado constante de patrulhamento policial.
Uma abertura brilhante faz subir as expectativas, mas quando termina a primeira música volta a ser apenas um filme que os fãs da banda não podem perder. Para os restantes não será algo tão deslumbrante.

The Wholly Family
Terry Gilliam
O roubo de um boneco despoleta uma série de eventos que vai levar um menino a reconsiderar a forma como se comporta.
Nesta história infantil Gilliam leva-nos novamente a um mundo para além da imaginação, mas sem actores capazes de proporcionar um grande filme.

Higglety Pigglety Pop! Or There Must Be More to Life
Chris Lavis e Maclek Szczerbowski
Ficção, 23:28
Uma cadela aborrecida por ter tudo parte à aventura pelo mundo fora. O anúncio de uma audição para a Companhia Teatral da Mãe Ganso pede alguém com experiência e por isso ela vai procurar experiência como ama de um bebé que não come.
Um grande elenco vocal (Meryl Streep, Forest Whitaker, Spike Jonze) num filme que promete muito, mas no final dá uma sensação de insatisfação.

Rite
Michael Pearce
Ficção, 16:30
Tudo o que ele queria era estar com o filho no aniversário. Só que o pequeno já não é assim tão pequeno e não gosta de festas, não gosta do pai e está revoltado com o mundo. Uma história regular, contada de forma aceitável.

Fotografia
Victor Dragomir
Ficção, 17:21
Dois colegas em viagem para um local indeterminado onde são esperados param na casa do pai de um deles para lhe tirar uma fotografia. Além do simples retrato humano esses homens acabam por também fazer um retrato social da Roménia actual.
O filme tenta transmitir uma mensagem crítica e de aceitação, mas acaba por não saber a nada.

Get Out of the Car
Thorn Andersen
Ficção, 34 min
Compilação de paineis publicitários e de conversas soltas ao longo dos anos. Um retrato da sociedade e do progresso cultural.
Com metade da duração e mais fiel ao documentário seria uma bela ideia. Esta versão levemente ficcionada é demasiado longa para ser suportável.

Boy
Topaz Adizes
Ficção, 9 min
Um homem leva o filho à caça. O miúdo dispara, mas apenas fere o alvo e tem de acabar com ele. É um drama sobre o homem e o animal, sobre rituais de passagem e sobre sofrimento. Demasiado simplista para o efeito.

15 Iulie
Cristi Iftime
Ficção, 12 min
A proposta mais fraca do festival acompanha um casal que faz uma paragem na avó dela para dizer olá. Acabam por se encontrar também com o pai dela, o aniversariante do dia, e isto é um filme sobre o tempo que não passam juntos. Terá alguma mensagem escondida, mas está demasiado bem escondida.


26 de julho de 2011

Best of Curtas 2011 - Animação, Documentário, Experimental

Aqui fica um top pessoal dos filmes vistos em três das categorias do festival.

Animação

A Morning Stroll
Maska
The External World
Wakaranai Buta
How to Raise the Moon

Documentário

Summer Snapshot
La Broma Infinita

Experimental

Stardust




Breves comentários sobre cada um:

A Morning Stroll
Grant Orchard
Animação, 6:47
Como tornar uma ideia simples num grande filme. Tudo começa em 1958 com um homem a passear que se cruza com uma galinha no centro da cidade. O que se segue não conto porque merece ser visto.
Grande combinação de técnicas de animação, grande trabalho de crítica social, uma ideia fabulosa levada exactamente até ao limite.

Maska
Quay Brothers
Animação, 24 min
Uma princesa abdica de tudo por amor, mas tem em si um chamamento incontrolável.
Quem conhecer a bibliografia de Stanislaw Lem reconhecerá o título. Esta versão polaca será provavelmente a interpretação mais chocante do conto. Um filme difícil de ver e que não é para um público qualquer, mas quem gostar gostará mesmo muito.

The External World
David O’Reilly
Animação, 15 min
A selecção de animação deste ano era de enorme qualidade. Neste candidato encontrava-se uma tal criatividade que o mais difícil é encontrar o sentido pretendido. Com um segundo visionamento poderá ainda ser classificado como louco, mas passa também a ser considerado brilhante. A história centra-se num ensaio de piano, mas passa por tal variedade de situações e personagens que é impossível de descrever. Só vendo.

Wakaranai Buta
Atsushi Wada
Animação, 10 min
Uma família e um porco gigante vivem juntos, mas não se compreendem. Foi com base nesta ideia mirabolante que surgiu a animação vencedora do festival.
É um projecto deveras confuso que não me agradou minimamente.

How to Raise the Moon
Anja Struck
Animação, 8:48
Uma pintura e uma pessoa a dormir dão o mote para um devaneio visual com a Lua como tema principal. Tem alguns momentos interessantes, mas não é filme que mereça segundo visionamento.

Summer Snapshot
Ian McCluskey
Documentário, 10:28
As memórias mais risonhas da juventude são as férias de Verão com os amigos. Em especial aquelas passadas com o grupo do costume no sítio do costume. Um grupo de amigos narra as lembranças dessa época. Apesar de envelhecerem mantiveram o espírito jovem porque se apegaram a esse tempo a que não voltarão.
O trunfo do filme é que enquanto se ouve as memórias uns jovens representam esses mesmos momentos nesses mesmos lugares, transportando para o presente (em Super 8) um tempo dourado. Quem não tiver recordações do género que atire a primeira pedra.

La Broma Infinita
David Munoz
Documentário, 18 min
O mundo está em constante transformação. De momento a humanidade encarrega-se de atacar a própria espécie através de uma crise que não se imaginava poder voltar a acontecer. Este é o relato de homens que por esse mundo fora encaram o desafio de diferentes formas.
Trabalho sucinto que não se aprofunda muito no problema, mas sim nas pessoas que o enfrentam. Passa uma leve mensagem de esperança na humanidade.

Stardust
Nicolas Provost
Experimental, 20 min
Como fazer um filme com grandes actores sem os actores. Provost pegou em imagens de celebridades captadas clandestinamente e deu-lhe um ar de thriller. Talvez um pouco longo, mas muito curioso e o resultado final é espectacular atendendo às dificuldades por que passou para conseguir tão parco material.

25 de julho de 2011

MotelX 2011 anuncia programação

De 7 a 11 de Setembro o Cinema São Jorge volta a receber a Mostra de Terror de Lisboa - MoTeLx. Neste primeiro ano como membro da Federação Europeia de Festivais de Cinema Fantástico o programa segue o rumo oposto e é marcadamente americano.

MotelX 2011


No Serviço de Quarto regressam dois grandes nomes do cinema que são John Landis e John Carpenter, com "Burke & Hare" (produção britânica) e "The Ward", respectivamente. Entre os títulos americanos ainda se podem encontrar "Stake Land", "The Woman", de Lucky McKee, "The Shrine", de Jon Knautz e "Mother's Day" de Darren Lynn Bousman. Vários com crítica a publicar brevemente.

Na secção das homenagens Eli Roth ("Cabin Fever", "Hostel" 1 e 2) continua em grande juntando Lisboa a Neuchatel. Outras carreiras em destaque serão a do homem dos mil nomes Jess Franco com o seu cinema pornográfico e a do ilustre desconhecido Shion Sono ("Jisatsu Sâkuru", "Ai No Nukidashi") .

A competição que continua a ser exclusivamente para curtas nacionais tem uma dúzia de títulos.

"Banana Motherfucker" (Portugal, 2011), Pedro Florêncio, Fernando Alle
"Cabra, A" (Portugal, 2011), Carlos Pedro Santana
"Conto do Vento" (Portugal, 2010), Cláudio Jordão, Nelson Martins (tem tido um excelente ano festivaleiro)
"Desassossego" (Portugal, 2010), Lorenzo Degli'Innocenti
"Ensinamentos Para Uma Vida Adulta" (Portugal, 2010), Ernesto Bacalhau
"Feliz Aniversário" (Portugal, 2011), Jorge Cramez
"Hai Kai Diamante" (Portugal, 2011), André da Conceição Francioli
"Linhas de Sangue" (Portugal, 2011), Manuel Pureza, Sérgio Graciano
"Milionários, Os" (Portugal, 2011), Mário Gajo de Carvalho
"Miss Mishima" (Portugal, 2011), Pedro Rocha
"Sombras" (Portugal, 2010), Nuno Dias
"Tua Última Morada, A" (Portugal, 2010), Jorge Rodrigues, André Agostinho

O Antestreia fará uma vez mais a cobertura do festival, mas ainda mais completa do que no ano passado.

Entrevistas "Balas e Bolinhos 3" - parte I


Todos nós sabemos três coisas sobre cinema:
a) A qualidade não é um factor fundamental para chegar ao topo. Se formos a analisar a qualidade dos filmes veremos muitos produtos maus ou razoáveis em lugares cimeiros, sejam portugueses ou estrangeiros.
b) Um filme português só precisa de uma mulher despida e alguns palavrões no trailer para ter sala cheia.
c) Os filmes estrangeiros por muito maus que sejam derrotam os portugueses em marketing e espectadores.

O que aprendi sobre o “Balas e Bolinhos 3 - O Último Capítulo”

Após um ano a ser bombardeado (no bom sentido) com propaganda do filme, finalmente fui visitar a rodagem. O que pode surpreender muito gente é que esta foi a produção mais organizada que já visitei. Começa logo por ser um rodagem aberta a todos aos formatos de media.
Por vezes uma revista da especialidade ou um programa de TV falava dos bastidores de um filme. No “Balas” tv’s, rádios, revistas e blogs visitam quase diariamente o set. Chamem-lhe abertura, confiança ou frontalidade, eu chamo-lhe profissionalismo e aguardo por um dia em que mais estúdios percam os complexos e as manias.
O rosto da mudança na forma de comunicar é Sónia Resende que trouxe um dinamismo inédito à forma de comunicar cinema e que gere o enorme e crescente universo de fãs da saga. Por exemplo, para passar dos 6000 para os 6500 fãs no Facebook precisaram de apenas uma semana. E isso em Julho, época de férias e de diminuição nas presenças online.

24 de julho de 2011

Acabaram-se os festivais, de volta ao blog

Quem andou pelo blog ultimamente provavelmente ficou farto de ouvir falar de festivais. Maio, Junho e Julho foram passados quase na totalidade em eventos cinematográficos e isso afectou as restantes secções do blog: as notícias estavam reduzidas ao obrigatório; posters e trailers nem vê-los; as críticas eram a títulos com décadas ou ainda por estrear. Confesso que não vou ao cinema comercial há quase três meses e no entanto nestes meses de Verão estou com uma média acima dos 100 filmes por mês em sala... Pois tudo isso vai mudar.

Para começar o gadget das estreias vai recuperar lentamente do atraso inaceitável que estava a atravessar. Junho já foi incluído e Julho ficará pronto a tempo das estreias desta semana. Quem o removeu pode recolocar porque esta ferramenta única não foi descontinuada sem aviso! Até pode vir a ser modernizada, mas isso é outra conversa.


A rubrica Cinema Sobre Cinema vai ser retomada. Na colecção de Planos Sequência prepara-se uma novidade. Como Agosto é um mês tranquilo até nos Cantactores podem aparecer alguns novos nomes. Quem chegou recentemente ao blog (pelos menos os 40 que neste mês se juntaram ao nosso Facebook) fica assim com um resumo do que podem encontrar neste cantinho.

Nas novidades imediatas incluem-se as reportagens vídeo que foram sendo feitas e finalmente vão ser publicadas. Começaremos já amanhã com uma série dedicada ao fenómeno "Balas e Bolinhos 3", como não podia deixar de ser. Aqui tivemos uma parceria com outro blog que será divulgado na altura conveniente.

Finalmente, apesar de ter interrompido temporariamente a cobertura in loco dos festivais de cinema ainda há muitos artigos a publicar sobre os que decorreram este mês e sobre os que virão depois de Agosto. Não dá para ir a todos os eventos que são organizados pelo mundo fora, mas os festivais amigos terão sempre um espaço disponível.
Por falar nisso, o trabalho do Antestreia continua a ser reconhecido pelo país fora e estamos a meio de um processo de oficialização do título de Media Partner em mais dois festivais.

Portanto, amanhã recomeça o belo hábito de escrever quatro posts por dia.

23 de julho de 2011

Um festival que vai meter água


Apresento-vos um festival que promete meter mais água do que nós.

Foi precisamente com esta frase que Costa Valente do festival de Avanca se referiu em tom de brincadeira ao festival que nasceu em Vila Real. A pouco mais de três meses da abertura, o Rios é um festival dedicado à temática da água.

Por surgir numa altura de profunda crise que tem fechado festivais por essa Europa fora, assume-se como um festival "contra a corrente".

Missão e Objectivos:
Definido como plataforma de atividade para a criação e promoção de projectos de autor no âmbito do cinema, audiovisual e multimédia independentes, o Rios – Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia pretende:

1. Dar visibilidade, servindo como plataforma promocional, a obras cinematográficas, audiovisuais e multimédia cuja abordagem estética esteja relacionada com a realidade dos rios;

2. Servir como plataforma de trabalho para uma reflexão profunda acerca do cinema documental temático e as novas tecnologias;

3. Fomentar a criação de projectos de autor que apostem no aprofundamento estético, na descoberta de novos territórios, de novos estilos e de novos suportes que possam definir a realidade Rios;

4. Criar uma plataforma tecnológica criativa ligada ao tema Rios no âmbito do cinema, fotografia, das artes plásticas, da literatura e da performance dramática;

5. Contribuir para a difusão de primeiras obras e documentários universitários no âmbito temático;

6. Fomentar a criação de parcerias inter-universitárias no âmbito do cinema, do audiovisual e do multimédia documental.

O concurso está aberto a curtas e longas documentais, inclisivamente em formato de animação, e ainda tem uma secção transmedia para "produções audiovisuais, multimedia, instalações, vídeo-arte, filmes de/para telemóveis de duração variável que, empregando formatos e técnicas não tradicionais, explorem novos conceitos de criação e comunicação da imagem documental em ambiente colaborativo." A data limite de inscrição é 16 de Setembro.

O Antestreia como é habitual vai acompanhar esta iniciativa tão digna que combina cinema e ambiente.

Para mais informação leiam a página do regulamento
Site Oficial
Facebook
Twitter

22 de julho de 2011

Filminho 2011 com novas datas


Numa época em que a crise vai matando festivais independentemente do tamanho, localização e temática, é um alívio ver que a demora na divulgação do Filminho deste ano se deveu apenas a uma mudança de datas. Será na última semana de Outubro.

REGULAMENTO 2011
1.
A edição de 2011 do FILMINHO – FESTIVAL DE CINEMA GALEGO E PORTUGUÊS acontecerá de 22 a 30 de Outubro de 2011, em Vila Nova de Cerveira (Portugal) e Tomiño (Galiza).
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2.
O FILMINHO defende a promoção do audiovisual português e galego diante do seu público natural, tendo um especial interesse pelo Cinema Minhoto. Além da exibição, o festival presta auxílio à produção de filmes na região transfronteiriça do Minho através do Fórum de Criadores.
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3.
Secções Competitivas do Filminho:
A | Grande Prémio: atribuído ao melhor filme de produção galega ou portuguesa em competição no festival
B | Cinema Minhoto: atribuído ao melhor filme rodado no Minho transfronteiriço ou que o tenha por tema ainda que tenho sido rodado noutro local
O jurado pode decidir atribuir menções honrosas.
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4.
As obras que são admitidas na secção Cinema Minhoto são automaticamente concorrentes ao Grande Prémio.
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5.
Além dos requisitos mencionados no ponto 3, as obras devem ainda respeitar os seguintes elementos
a) terem sido concluídas após 1 de Janeiro de 2010
b) serem faladas ou legendadas em português ou galego.
c) terem cópia de exibição disponível em 35mm ou Vídeo (DVCAM, DV ou MiniDv em sistema PAL). Num caso excepcional e justificado, poderemos aceitar cópia em DVD.
6. Podem participar filmes de qualquer género e com qualquer duração, desde que respeitem os pontos acima assinalados.
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7.
A pré-selecção é realizada por um jurado nomeado pela Direcção do festival. Os filmes concorrentes devem seguir os seguintes passos:
a) Preencher e enviar a Ficha de Inscrição (disponível em www.festivalfilminho.com) até à data limite de 23 de Setembro de 2011;
b) Juntamente com a Ficha de Inscrição, enviar os anexos requeridos na Ficha de Inscrição, incluindo a cópia do filme em DVD-PAL para efeitos de pré-selecção;
c) No caso do filme ser seleccionado, o responsável pela candidatura será notificado até ao dia 27 de Setembro;
d) A cópia de exibição terá que estar nas mãos da organização até ao dia 4 de Outubro;
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8. Transportes
As cópias de selecção em DVD enviadas para o festival passaram a integrar o seu arquivo e não serão devolvidas;
Os gastos de envio dos filmes para o festival são a cargo do concorrente. O Filminho compromete-se com a devolução das cópias, excepto no caso do formato DVD.
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9. Poderão ser usados excertos e fotogramas dos filmes seleccionados para fins promocionais do Festival, assim como o seu uso na Internet ou publicidade. Para qualquer outro uso o Festival solicitará a devida autorização ao proprietário dos direitos da obra.
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10. A participação no festival pressupõem o conhecimento e a aceitação de todo o conteúdo do presente regulamento.
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11. Este regulamento bem como a Ficha de Inscrição encontram-se disponíveis na morada electrónica do Filminho: www.festivalfilminho.com. Podem também ser solicitados os documentos nos endereços assinalados no ponto seguinte. Todas as informações podem ser requeridas através de info@festivalfilminho.com.
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12. As Fichas de Inscrição, bem como o material solicitado em anexo às fichas, devem ser enviadas unicamente para um dos seguintes endereços, conforme a conveniência do concorrente:
a)
Festival Filminho
Praça de S. Cipriano, Bloco 7, 3º Andar
4920-297 Vila Nova de Cerveira
Portugal
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b)
Concello de Tomiño
Festival Filminho
Praza do Seixo, 1
36740 Tomiño – Pontevedra
Galiza
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13.
Todas as situações omissas ou dadas como imprevistas neste regulamento terão exclusiva resolução por parte da Direcção do Filminho, e serão inapeláveis. A organização reserva o direito de modificar qualquer ponto deste regulamento, avisando antecipadamente os inscritos.


Ficha de Inscrição

21 de julho de 2011

Expectativas para "Balas e Bolinhos 3"

Quando pensam no "Balas e Bolinhos" que palavras vos vêm à cabeça? Provavelmente amadorismo, ridículo ou mesmo palhaçada. Foi um filme feito por um grupo de amigos que se tornou incrivelmente célebre através de um circuito alternativo. O segundo título foi feito com mais alguns meios e teve uma distribuição convencional, apesar do número reduzido de cópias (7).

Após uma análise aos números do ICA sobre os filmes portugueses mais vistos (dados de 2004 a 2010) o que se constata acerca do segundo filme?

Foi o décimo segundo filme com mais espectadores e décimo primeiro com melhores bilheteiras. É importante referir que competiu contra filmes com cinquenta ou mais cópias. Nesse top 40 do Instituto do Cinema se excluirmos os documentários - tradicionalmente mais limitados - e o formato de distribuição com cópia única de “Filme do Desassossego”, “Balas e Bolinhos 2 - o Regresso” é o quarto com menos cópias, ganhando apenas a “A Costa dos Murmúrios”, “Alice” e “Aquele Querido Mês de Agosto”.

Fazendo uma leitura proporcional desses números com base nas cópias, os 234804 euros facturados simbolizam 330543 por cópia, quinto melhor resultado da lista de quarenta. Os 57587 espectadores são 8227 por sala, novamente o quinto melhor resultado da lista. E as 2269 sessões? Significa que cada cópia foi projectada 324 vezes, o terceiro filme mais desgastado do ranking.

Para esta terceira entrega da saga o que se pode esperar? Pelo meu instinto e sabendo o pouco que sabia sobre o tema do filme e calendário de estreia, diria que reúne 75 a 80 mil espectadores nas calmas. Como 74096 bastam para o décimo lugar não hesito em dizer que consegue entrar no top 10. Conseguirá mais do que isso? Precisa de 83725 para o nono lugar, de passar os noventa mil para competir pelo oitavo e de aproximar-se dos 100000 para o sétimo lugar. Acima disso só com cento e vinte e cinco mil - o que considero muito difícil - e os duzentos mil para o top5 são um objectivo quase impossível.

De que cartola tirei esses números? Foi um misto de popularidade da saga, tempo passado desde o filme anterior, e comparação com outras sagas. Sendo os números para sete cópias assim tão surpreendentes, não é difícil expandir isto para umas quinze a vinte cópias de norte a sul do país. Se o filme resistir nos multiplex tempo suficiente todos os interessados o verão. E todos a pagar porque o cinema nacional não costuma ter problemas com cópias-pirata. Os números poderiam duplicar num cenário económico normal, mas atendendo à crise é preciso dar algum desconto. Por isso os cento e quinze mil (dobro do capítulo 2) devem-se ficar pelos cem mil espectadores.

Claro que isso era o que eu imaginava antes de conhecer a realidade da Lightbox. Depois de ver as condições em que trabalham e de ouvir algumas pistas soltas sobre cenas que foram rodadas (ainda não me consegui aproximar do guião...) começo a pensar que estava a menosprezar este projecto. Com um número de cópias adequado (tudo indica que o conseguirá), nas datas certas e a promoção que tem tido, pode significar que se repete o fenómeno de ter dois meses com salas cheias. Combinando todos os factores pode bem chegar aos duzentos mil bilhetes vendidos.

Na brincadeira comecei a chamá-lo de "o primeiro blockbuster português" e cada vez estou mais convencido que é isso que temos aqui. As estrelas mais populares do cinema nacional, equipamento topo de gama, uma história mais preocupada com o entreter e agradar ao público do que com prémios... As mudanças no financiamento do cinema pelo ICA vão obrigar a repensar a produção nacional. Ponham os olhos neste exemplo porque o futuro começa agora.

20 de julho de 2011

Programação do Avanca 2011


Começa hoje a décima quinta edição do Festival de Cinema de Avanca. Como este evento é imperdível, o Antesteia relembra a programação para todos os interessados.

AUDITÓRIO PAROQUIAL DE AVANCA


Todas as sessões são legendadas em português e inglês.

Dia 20 - QUARTA-FEIRA


22h . Sessão Inaugural


Inauguração do AVANCA 2011
Entrega dos Prémios AVANCA'10
Exibição do filme de animação "O Circo", realizado por alunos da Escola Egas Moniz de Avanca

23h . Sessão Competitiva nº1 - Longa-metragem


"Paper" de Sinan Cetin (Turquia, 108 min.)

Dia 21 - QUINTA-FEIRA


18h . Sessão Competitiva nº2 - Curtas-metragens


"O Bebé" de Mohammadreza Hajipour (Portugal, 11 min.);
"We love our clients" de Fabrizio Bozzetti, Beppe Tufarulo (Itália, 5 min.);
"Brincarolas" de Graça Gomes (Portugal, 3 min.);
"Oh, Paris!" de Oleksandr Shmygun (Ucrânia, 9 min.);
"O Lápis" de Danilo Nascimento (Portugal, 10 min.);
"Birthday" de Jari Vaara (Finlândia, 4 min.);
"Theo"" de Rati Oneli (EUA, 30 min.).

22h . Sessão Competitiva nº3 - Longa-metragem


"Aprés moi" de Paul Emile Boucher, Thomas Bozovic, Madeleine Charruaud, Dorianne Fibleuil, Benjamin Flouw, Mickael Riciotti, Antoine Robert (França, 4 min.);
"Noite gélida em Castelo Branco" de Luís Diogo (Portugal, 15 min.);
"The Ambulance" de Goran Radovanovic (Sérvia, 81 min.).

23.50h . Sessão Competitiva nº4 - Curtas-metragens


"Noite fria em Castelo Branco" de Luís Diogo (Portugal, 15 min.);
"No sleep won't kill you" de Marko Mestrovic (Croácia, 9 min.);
"The collection" de Rosane Chamecki (EUA, 5 min.);
"360º" de Maja Djokic (Espanha, 9min.);
"The gloaming" de NoBrain (França, 14 min.).

Dia 22 . SEXTA-FEIRA


18h . Sessão Competitiva nº5 - Curtas-metragens


"O voo da Papoila" de Nuno Portugal (Portugal, 15 min.);
"Almost" de Uwe Greiner (Alemanha, 10 min.);
"Obése Blues" de Jean-Marc Duperrex (Suiça, 6 min.);
"The evocation of sadness" de Erwin Olaf (Holanda, 11 min.);
"Obsoleto" de Heitor, Leandro e Victor Mendonça (Brasil, 5 min.);
"The son" de Jan Wagner (Polónia, 28 min.).

22h . Sessão Competitiva nº6 - Longa-metragem


"Longtemps, je me suis couché de bonne heure" de Andreia Fernández (Portugal, 3 min.);
"Mulher Sombra" de Joana Imaginário (Portugal, 7 min.);
"Robert Mitchum is dead" de Olivier Babinet, Fred Kihn (França, Polónia, Bélgica, Noruega, 91 min.).

23.50h . Sessão Competitiva nº7 - Curtas-metragens


"Trailer" de Thomas Glanzel (Áustria, 2 min.);
"Broken clouds" de Yuri Alves (EUA, 22 min.);
"Bruxas" de Francisco Lança (Portugal, 10 min.);
"VoiceS" de Peter Bebjak (Eslováquia, 19 min.).

Dia 23 . SÁBADO


17h . Sessão Competitiva nº8 - Longa-metragem


"Vamos Cantar" de Vítor Lopes, Carlos Cruz (Portugal, 3 min.);
"Renee goes to Hollywood" de Aleko Tsabadze (Georgia, 103 min.).

19h . Sessão Competitiva nº9 - Longa-metragem


"The Scent of Rain in the Balkans" de Ljubisa Samardzic (Sérvia, 117 min.).


MULTIMEIOS DA ESCOLA EGAS MONIZ



A partir do dia 20 - QUARTA-FEIRA


Sessões diárias, das 9h30 às 17h45


Competições a decorrer: Televisão, Estreia Mundial e Avanca
Retrospectivas sobre: Fest'Afilm e Norte/ Sul/ Este/ Oeste
Sessões sobre o Panorama do Cinema Português

19 de julho de 2011

Olimpíadas dos Oscares - resultados finais para Melhor Realizador

Olimpíadas dos Oscares


Na votação para melhor realizador da década entre os oscarizados a luta pelo pódio revelou-se desequilibrada, mas a luta pela ordem nesses três lugares foi renhida. Após um período alargado de votação a classificação terminou assim:

1. Peter Jackson por The Lord of the Rings: The Return of the King
2. Martin Scorsese por The Departed
3. Roman Polanski por The Pianist


Outros resultados obtidos em parceira com o Blockbusters

Que observações fazem a este pódio? Já viram todos os filmes para a votação dos anos 90?

Dinossauro da blogosfera


Na passada semana o Cineblog fez anos. Lamento não o ter parabenizado então, mas entre reportagens do "Balas e Bolinhos 3" e a cobertura do Curtas, o tempo online foi pouco e não foi passado a ler blogs. Por isso com uma semana de atraso aqui fica: parabéns JB!

O Cineblog fez uns enormes oito anos. No balanço desses primórdios tem as mesmas referências que eu. Afinal de contas, apenas é um mês mais novo do que o Antestreia.

Em 2003 a blogosfera nacional era um pequeno recanto obscuro na internet e os blogues de cinema contavam-se pelos dedos de uma mão. Da minha "infância" fazem parte o Antestreia, o Arquivos de um Cinéfilo e o Espigas ao Vento - estes dois últimos já não existem. Uns meses mais tarde apareceu o Cinema Xunga e o Pipoca Blog do Miguel LP. A partir daí a coisa nunca mais parou. Já vi grandes blogues nascerem e morrerem. Sinto-me um vampiro da cineblogosfera.


Como o JB é uma referência para todos e sabe do que fala, partilho convosco a entrevista que concedeu à Andreia Mandim do Cinema's Challenge onde fala do seu/nosso papel na Internet, das prioridades a seguir, do passado, do futuro, de conduta. Um trabalho impecável de uma grande jornalista (estejam atentos que anda a fazer grandes entrevistas) e umas respostas mais do que interessantes de um excelente convidado.
Repito: leiam esta entrevista. O tempo se encarregará de a colocar como uma referência para todos os que chegarem à blogosfera. Mais do que obrigatória para todos os novos bloggers, é obrigatória para todos os que entraram neste mundo, mesmo que antes do Antestreia. Como este perfil é apenas de cinema o JBM será talvez o cineblogger ideal do país. Aprendam com o mestre.

Melhor Curta Fantástica Portuguesa (II)


O Grupo Facebook Portugal Fantástico está a fazer uma iniciativa para divulgar a produção nacional de curtas do género fantástico. Colocaram 14 filmes a concurso e perguntam quais os dois melhores. A votação decorre até final de Agosto e para os ajudar aqui a decidir ficam os vídeos a concurso (segunda metade).


- "A Camisola Mágica" de Pedro Horta - 2009



"When You Love Someone" de Miguel Luzio - 2011


"Ultimos Dias" de Vasco Rosa - 2009




"S.C.U.M." de Pedro Rodrigues - 2010



"Espelho" de António Carlos Castro - 2009


"Identity Unknown" de Luís Pereira - 2010


"Estranha Localidade" de Nuno Fernandes e Avelino Silva - 2010





Para votar, entrem aqui

Melhor Curta Fantástica Portuguesa (I)


O Grupo Facebook Portugal Fantástico está a fazer uma iniciativa para divulgar a produção nacional de curtas do género fantástico. Colocaram 14 filmes a concurso e perguntam quais os dois melhores. A votação decorre até final de Agosto e para os ajudar aqui a decidir ficam os vídeos a concurso (para terem tempo de ver a outra metade chega dentro de uma hora).

"Comando" de Patrício Faísca - 2010


"Bats in the Belfry" de João Alves - 2010


"BLARGHAAAHRGARG " de Nuria Bernardo -2010


"Papá Wrestling" de Fernando Alle - 2009


"Paranormal" de Marco Soares - 2011


"A Curva" de David Rebordão


"Segue-me" de Evolution Films - 2011



Para votar, entrem aqui

18 de julho de 2011

Why do you make films?


O Antestreia estará presente em mais uma edição de um festival que persiste na sua originalidade. Aqui fica um resumo do que poderão encontrar em Avanca esta semana.

O CINEMA é o grande convidado do AVANCA 2011, que este ano comemora a sua 15ª edição.

"Why do you make films?" (porque fazes filmes?) é o repto que o AVANCA lançou no seu cartaz e que parece estar a influenciar todo o evento, cujas competições internacionais se iniciam na quarta-feira dia 20.

Com um programa preenchido com 75 filmes, seleccionados de um total de 2088 filmes inscritos, no Festival serão exibidos filmes de 33 países, na sua maioria em estreia nacional e vários são os filmes que aqui farão a sua estreia mundial.

"Paper", um filme do polémico realizador turco Sinan Cetin, abre a competição internacional do AVANCA 2011. Esta é uma longa-metragem protagonizada por um realizador de cinema que procura realizar o seu filme por entre a burocracia e uma lei disparatada imposta com uma obstinação cega.

As noites do AVANCA serão ainda marcadas por várias longas-metragens protagonizadas por gente do cinema. É o caso do filme "Robert Mitchum is dead" de Olivier Babinet e Fred Kihn, onde Frank, um actor francês desempregado e o seu agente Arsène iniciam uma viagem em direcção ao Círculo Polar Ártico, alegadamente para se reunirem com o realizador idolatrado de Frank. Neste filme, o agente Arsène é interpretado pelo carismático actor belga Olivier Gourmet. O filme será exibido na noite de sexta-feira.

No sábado, será um papel de professor de cinema para o protagonista de "Rene goes to Hollywood", do cineasta georgiano Aleko Tsabadze. Nesta longa-metragem, filma-se obsessivamente o limite entre a vida real e a imaginação.

Várias curtas-metragens e documentários são também protagonizados pelo cinema, nomeadamente uma homenagem a Visconti e outra aos estúdios de cinema de Babelsberg.

Entretanto, realizadores anteriormente premiados nas edições anteriores do AVANCA estreiam novos filmes.

É o caso do cineasta sérvio Goran Radovanovic, com a sua longa-metragem "The Ambulance", passada entre o colapso do último totalitarismo europeu em 2000 e a entrada da frágil democracia Sérvia para o lobby da União Europeia.

Também da Sérvia chega, em estreia mundial, a última longa-metragem de Ljubisa Samardzic, um realizador e actor com uma impressionante filmografia de mais de 100 filmes e vencedor em 1967 do prémio para o melhor actor do Festival de Veneza. "The scent of Rain in the Balkans" é um filme de época passado em Sarajevo entre as duas guerras mundiais.

As sessões acontecem no Auditório Paroquial de Avanca, sempre às 18h, 22h e 23.45h. No sábado, as sessões são às 17h e às 19h.

No Multimeios Egas Moniz, as sessões acontecem todos os dias entre as 9.30h e as 18.30h.

Entretanto, 8 grupos de júris irão atribuir os prémios nas várias categorias. Os júris são constituídos por personalidades de Portugal, Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Irão, Itália e Venezuela.

Este evento tem sido marcado pela realização de um conjunto de workshops de duração alargada, orientados por personalidades do cinema vindos de Portugal, Espanha, Rússia e Irão.

Conferências, exposições e mesas-redondas completam o evento que em cada ano tem trazido a Avanca várias centenas de cineastas dos 5 continentes.

O AVANCA 2011 é uma organização do Cine-Clube de Avanca e Câmara Municipal de Estarreja com o apoio do ICA / SEC, Instituto Português da Juventude, Região de Turismo do Centro, DeCA / Universidade de Aveiro, ESAP, ESAD, Junta de Freguesia, Agrupamento de Escolas e Paróquia de Avanca, para além de várias entidades locais.

Best of Curtas 2011 - Portugal

Com uma boa parte da selecção vista, aqui fica um top pessoal dos filmes nacionais vistos.

Ficção

North Atlantic
A Divisão Social do Trabalho segundo Adam Smith
Sombras
Verão Invencível
Nuvem
O Nosso Homem
Maybe
Silêncio de Dois Sons
Should the Wife Confess?
Fratelli

Animação

O Sapateiro
Sem Querer
Ginjas (Ep. 3)

Documentário

Água Fria




Breves comentários sobre cada um, ordenados pela ordem do programa.

Maybe
Pedro Resende
Ficção, 9:05
Maybe é mais um daqueles casos de um filme nacional rodado em terras estrangeiras. O projecto de Pedro Resende sobre um café começa igual a tantos outros filmes. Rapaz conhece rapariga, rapaz interessa-se por rapariga, rapaz é tímido e inseguro, rapariga quer mais. Só que aqui o rapaz mostra que o problema dele é apenas a timidez, porque criatividade não lhe falta.
Ao longo de 9 minutos - que incluem o primeiro contacto – é apresentada uma maratona de sedução onde pelo menos convicção não falta. Não é brilhante, mas é minimamente interessante e merece um visionamento.


Sem Querer
João Fazenda e João Paulo Cotrim
Animação, 7 min
A relação entre o espectador e a arte tem sido uma constante nos filmes desta edição. Dos dois filmes em que associam o visitante do museu ao quadro, a proposta portuguesa é a menos espectacular. Uma mulher recebe um postal que lhe recorda um quadro visto com o pai há muitos anos. Essa memória vai levá-la a revisitar o quadro no museu. Diariamente fica deslumbrada com uma mesma pintura e começa a ficar obcecada por ela e a vê-la em todo o lado.
A animação é invulgar, mas funciona bastante bem e a história apesar de breve consegue transmitir a mensagem.


Verão Invencível
João Diogo
Ficção, 21:30
Numa aldeia do Portugal profundo cada um tem os seus problemas. João pensa em mudar-se para a cidade e arranjar trabalho. Joana espera pelo pai que mal conhece. Estas duas crianças vão deambular por um mundo só seu. Joana é feliz e inocente até que um acontecimento lhe vai mudar o mundo. Então, inspirada no conto de Orfeu visto recentemente, vai partir numa breve viagem impossível.
O tema é bom e um bom desempenho da jovem actriz segura um filme que, apesar de bastante intenso, tem falhas.

Should the Wife Confess?
Bernardo Camisão
Ficção, 7:47
Uma mulher vai cozinhando diariamente para um marido que a ignora. Os seus pensamentos são espelhados em pseudo-receitas que recita enquanto cozinha.
A culinária utilizada como metáfora dos relacionamentos. Este drama lamechas tenta ser internacional quando nem na secção nacional merecia competir. Esgota a criatividade na gastronomia, tornando-se depressa um leve aborrecimento. De destacar o arranque que visualmente é bastante apelativo.

A Divisão Social do Trabalho Segundo Adam Smith
Fátima Ribeiro
Ficção, 30 min
Como trabalhar em equipa ou como viver em sociedade são questões com que nos deparamos no dia-a-dia. Neste filme bastante estranho a história principal acompanha um grupo de trabalhadores de uma empresa que têm de repetir as mesmas tarefas constantemente num processo de produção em cadeia. Em simultâneo discute-se uma promoção porque as pré-entrevistas estão a decorrer. Vamos vendo essa rotina, ouvindo as conversas, conhecendo as personagens e a sua forma de ser.
Não é um filme convencional e por vezes é mesmo bastante estranho, mas o tempo passa bem e é uma fita construída com pés e cabeça. Das melhores que a competição nacional teve.

O Nosso Homem
Pedro Costa
Ficção, 24 min
Este ano a emigração foi um dos temas fortes do festival. A proposta de Pedro Costa acompanha um homem que perdeu o emprego, por isso perdeu a mulher e está em vias de perder ainda mais.
A história em crioulo divaga num mundo em que não se sabe se estão vivos ou mortos. Com toques de comédia e de drama, com uma realidade triste e um misticismo deprimente, faz um todo deveras estranho.

Ginjas (Ep. 3)
Zepe e Humberto Santana
Animação, 2 min
A personagem Ginjas regressa numa brincadeira de formas, cores e contornos que se desenvolve perante um quadro. Curioso e divertido.

Sombras
Nuno Dias
Ficção, 13:53
Uma caminhante vê um homem desmaiar no meio da planície alentejana. Vai na direcção dele e constata que está mortalmente ferido e que tem com ele uma mala em que ela pega. De repente aproxima-se um veículo e começa uma corrida desequilibrada pelo saco e pela vida.
Não sendo um tema novo, é um filme que tem um bom desenvolvimento e cria a atmosfera adequada onde momentos intensos se alternam com outros quase ridículos.

Fratelli
Gabriel Abrantes, Alexandre Melo
Ficção, 20 min
Cenários italianos, vozes brasileiras, argumento adaptado de Shakespeare e um toque português fazem desta produção a mais internacional da secção. Um vagabundo é acolhido por um nobre que se quer divertir fazendo-o crer que é um nobre adormecido por muitos anos que sonhou ser mendigo. Só que o mendigo não tem o nível intelectual para compreender nada para além de sexo e por isso quem cai no ridículo é o nobre.
Não se compreende como determinados filmes chegam a ser feitos. Este projecto de afirmação homossexual tem péssimas actuações, amadoras mesmo, que arruínam uma ideia interessante e que noutras versões funciona.

Água Fria
Pedro Neves
Documentário, 13 min
As festas de São Bartolomeu do Mar todos os anos reúnem milhares de pessoas na praia. São pessoas das mais variadas idades cujas vidas passam religiosamente por aquela procissão. Neste documentário mais importante do que a festa são os pensamentos que passam por cada género de pessoas. As gerações que se cruzam num local intemporal, como se as suas vidas não fossem mais do que um compasso de espera entre edições diferentes da procissão. Foi uma inesperada surpresa porque foi dos filmes mais belos e deprimentes do festival.

Silêncio de Dois Sons
Rita Figueiredo
Ficção, 14 min
Filme rodado num cenário limitado, com um elenco reduzido, bastante mais próximo do experimental do que da ficção. A história é imperceptível, mas tecnicamente é uma proposta muito competente. Pela ausência de fio condutor torna-se um pouco enfadonho, mas como é de pouca duração não causará mazelas.

North Atlantic
Bernardo Nascimento
Ficção, 15 min
Tudo corria como normalmente no posto de controlo do tráfego aéreo. Hugo preparava-se para passar mais uma noite solitária quando no radar aparece um avião inesperado. É o início de uma noite que dois homens nunca esquecerão.
Este é o grande filme do festival. A sua história dramática fala do Oceano, de humanidade, de solidão. Uma poderosa mensagem resumida num quarto de hora que não será esquecido facilmente. Podia ser melhor se acrescentassem mais detalhes, mas assim permanece fiel à realidade.

O Sapateiro
Davil Doutel e Vasco Sá
Animação, 12 min
Trabalho e dedicação fazem o dia-a-dia de um sapateiro. Até que ele deixa de aguentar e tem um ataque de insanidade e criatividade.
Uma história simples e bem contada. Um desenho de grande qualidade que faz recordar os tempos áureos dessa arte no nosso país.

Nuvem
Basil da Cunha
Ficção, 30 min
Mais uma vez uma comunidade é o cenário escolhido para contar uma história banal. Nuvem é o protagonista de um drama sobre um amor não correspondido, sobre lendas e encantos, sobre estar à deriva numa micro-sociedade que por si só já é uma ilha.
Uma boa ideia que se perdeu na concepção. Por entre aquela meia hora há algumas conversas brilhantes e cenas incríveis, mas o todo não está completamente conseguido. Realizado por um português, com apoios suíços, sobre uma comunidade crioula, “Nuvem” terá dificuldades em encontrar o seu público. Os actores amadores dão um toque de realidade ao argumento e não prejudicam em demasia.


Amanhã idêntico levantamento para a competição internacional.

Cine Más Comics nº 6 já nas "bancas"

Com a chegada do Verão chegam também os blockbusters. A revista deste mês do CineMasComics está carregada desses filmes particulares como "Cars 2", "Super 8", "Green Lantern" e claro, "Harry Potter". Há ainda uma visita ao estúdios Pixar, um especial Jim Carrey, e uma visita aos clássicos do fantástico. Uma edição a não perder. Basta clicar aqui abaixo.
Cine Mas Comics




17 de julho de 2011

Palmarés do Curtas 2011


Aquifica para registo a lsita dos vencedores desta edição. Brevemente uma breve review de todos os visionados.

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL


Grande Prémio “Cidade de Vila do Conde”

BORO IN THE BOX
Bertrand Mandico, França, FIC, 40:00


Prémios para o melhor filme de cada categoria a concurso


Animação:

WAKARANAI BUTA
Watsushi Wada, Japão, ANI, 10:00

Documentário:

GET OUT OF THE CAR
Thom Andersen, EUA, FIC, 34:00

Ficção:

PETIT TAILLEUR
Louis Garrel, França, FIC, 44:00

Vila do Conde Short Film Nominee Curta nomeada para os European Film Awards 2011 em Vila do Conde


Prémio para a melhor curta-metragem europeia, que inclui a nomeação para os Prémios do Cinema Europeu, na categoria de curta-metragem, organizados anualmente pela European Film Academy:

DIMANCHES
Valery Rosier, Bélgica, FIC, 16:00

COMPETIÇÃO EXPERIMENTAL



Prémio Experimental:

THE PUSHCARTS LEAVE ETERNITY STREET
Ken Jacobs, EUA, EXP, 13:00

Menção Honrosa

IMPERCEPTIHOLE
Lori Felker, Robert Todd, EUA, EXP, 14:00

COMPETIÇÃO VIDEO MUSICAL



Prémio Video Musical:


RELEASE THE FREQ – MATTA
Kim Holm, Noruega, MV, 04:06


COMPETIÇÃO CURTINHAS



Prémio Curtinhas

Prémio para o melhor filme da competição Curtinhas, eleito por um grupo de 15 crianças com idades entre os 6 e os 12 anos:

ORMIE
Rob Silvestri, Canadá, ANI, 04:00

Menções Honrosas

DAMNED
Richard Phelan, Reino Unido, ANI, 08:30

MAYBE…
Pedro Resende, Portugal/EUA, FIC, 09:05

Competição Nacional



Melhor Filme:

Prémio BPI, 2.000 euros, patrocinado pelo Banco BPI
Prémio Pixel Bunker, 6.000 euros, em serviços, patrocinado pela Pixel Bunker Lda

O NOSSO HOMEM
Pedro Costa, Portugal, FIC, 24:00

Menção Especial:

FRATELLI
Gabriel Abrantes e Alexandre Melo, Portugal, FIC, 20:00

PEIXE AZUL
Tiago Rosa-Rosso, Portugal, FIC, 16:00

Prémio AIP, para a Melhor Fotografia

Patrocinado pela AIP, com o apoio da Fujifilm, Prémio de 1000 metros de negativo cinematográfico:

NORTH ATLANTIC
Bernardo Nascimento, Portugal/Reino Unido, FIC, 15:00

Competição Nacional e Internacional



Prémio do Público “Mateus Rosé Sparkling”

Para o filme com a melhor média de votação atribuída pelos espectadores, no valor de 1.000 euros, patrocinado pela Sogrape/ Mateus Rosé Sparkling.

APELE TAC
Anca Miruna Lazarescu, Romenia, FIC, 30:00

Prémio RTP2 Onda Curta

Aquisição dos direitos de exibição para o programa Onda Curta, da RTP2:

APELE TAC
Anca Miruna Lazarescu, Romenia, FIC, 30:00

MASKA
Quay Brothers, Polonia, ANI, 24:00

COMPETIÇÃO TAKE ONE!


Prémio Kodak, 1.500 euros em produtos Kodak;
Prémio Smiling, 1.500 euros em serviços de aluguer de equipamento, patrocínio Smiling/ Nova Imagem;
Prémio Restart, Vale em formação no valor de 500 euros na Restart ‑ Escola de Criatividade e Novas Tecnologias;
Prémio Agência da Curta Metragem, O filme premiado será agenciado pela Agência da Curta Metragem, garantindo a sua inscrição e respectivos custos, num circuito internacional de festivais de cinema;
Prémio RTP2 Onda Curta, Aquisição dos direitos de exibição para o programa Onda Curta, da RTP2 (a concretização deste prémio está dependente de uma situação completamente regular em termos de direitos autoriais);

ARTUR
Flávio Pires, Portugal, DOC, 18:21

Menções Honrosas:


MINA DE SÃO DOMINGOS
João Abecasis Fernandes, Portugal, DOC, 15:00

DESPEDIDA
Andrea Fernández, DOC, 09:55

13º VIDEORUN RESTART


maratona video 48 horas

1º Lugar

Prémio Instituto Português da Juventude (IPJ) no valor de 500 euros; Oferta de uma câmara GoPro HeroHD + monitor LCD; Prémio Canon/Colorfoto voucher de 500 euros + mochila Lowepro; Prémio Restart de 500 euros em formação, meios e espaços técni-cos para gravação e pós-produção duma curta metragem:

ELE, ELA
João Madeira, Tiago Madeira, Tiago Roldão, Portugal, FIC, 3:05

2º Lugar

Prémio Restart no valor de 500 euros em formação; Oferta de uma câmara GoPro HeroHD:

SUPERFÍCIE
André Guiomar, Miguel da Santa, Simone Almeida, Vasco Pucarinho, Portugal, FIC, 3:50

3º Lugar

Prémio Restart em meios e espaços técnicos para gravação e pós-produção duma curta metragem:

LAR
Ana Martins, Eduarda Pinto, Rita Cartageno, Portugal, FIC, 3:28

16 de julho de 2011

Festival de Avanca não é só em Avanca

Aveiro e Gaia antecipam o início das competições internacionais da décima quinta edição do AVANCA 2011 - Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia que irão decorrer no Concelho de Estarreja, região de Aveiro.
No espaço Performas, no centro de Aveiro, a segunda edição do "DOC TIME" irá exibir uma selecção de documentários do AVANCA'10, ao longo de 4 quintas-feiras de Julho (14, 21 e 28) e Agosto (4), sempre às 22 horas.
Também a FNAC em Gaia irá exibir filmes do AVANCA'10 nos dias 18 e 19 de Julho às 17 e 18 horas.
Após a edição deste ano do festival a FNAC de Gaia exibirá no dia seguinte, os filmes premiados, em sessões programadas para os dias 25 e 26 de Julho, também pelas 17 e 18horas.
Os filmes premiados da edição deste ano serão ainda exibidas em várias extensões no país e no estrangeiro. Em Aveiro os premiados serão exibidos dia 20 de Agosto no Espaço Mercado Negro.

O festival AVANCA 2011 que decorre em Avanca nos espaços da Escola Egas Moniz e no Auditório Paroquial de Avanca, inicia a exibição das competições internacionais na próxima quarta-feira dia 20, reunindo longas e curtas-metragens, filmes de ficção, animação, documentários e experimentais, seleccionados de um total de 2088 filmes chegados de 67 países.

Este evento, que este ano acontece pela décima quinta vez, tem sido marcado pela realização de um conjunto de workshops de duração alargada, orientados este ano por personalidades do cinema vindos de Portugal, Espanha, Rússia e Irão.
Conferências, exposições e mesas-redondas completam o evento que em cada ano tem trazido a Avanca várias centenas de cineastas dos 5 continentes.

O AVANCA 2011 é uma organização do Cine-Clube de Avanca e Câmara Municipal de Estarreja com o apoio do ICA / SEC, Instituto Português da Juventude, Região de Turismo do Centro, DeCA / Universidade de Aveiro, ESAP, ESAD, Junta de Freguesia, Agrupamento de Escolas e Paróquia de Avanca, para além de várias entidades locais.

15 de julho de 2011

Procuram-se jeeps e pickups de caixa aberta

‎"Balas e Bolinhos 3" a meses da estreia já é um sucesso. Sabendo que a cada 2000 fãs é anunciada uma novidade do filme, os fãs actuais conseguiram passar de 5980 para 6120 em apenas 2 dias. A novidade foi uma personagem que podem ir ver na página oficial. O que será revelado aos 8000?

Entretanto apareceu mais um pedido aos fãs:
Precisamos de jeeps e pickups caixa aberta de Domingo a terça-feira. O condutor pode acompanhar as filmagens. Voluntários?
Contactar: comunicacao@lightbox.pt


A rodagem está na recta final e cada pedido pode ser o último. Se quiserem colaborar com este projecto de alguma forma não percam tempo.

14 de julho de 2011

Passatempo SciFiWorld/Sitges 2011

SciFiWorld Sitges Passatempo




Querem ir a Sitges? O nosso parceiro SciFiWorld convida.


Querem assistir ao festival de cinema fantástico mais importante do mundo? Com a SciFiWorld é fácil!

Aproxima-se o Festival de Sitges, e deste momento até ao próximo dia 5 de Setembro vai decorrer um sorteio de luxo que permitirá a um de vós e a um acompanhante assitir ao Festival dos Festivais: SITGES 2011.


O prémio consiste em:

- 1 quarto duplo no Sitges Park Hotel de 6 al 16 de Outubro.
- 2 Passes Matinée (*) para assistir às projecções.
- 2 convites para a abertura, encerramento e cocktail posterior.
- 2 malas e catálogos do Festival.
- 2 mensalidades da Scifiworld Magazine.

Para participar basta enviar uma fotografía posando junto a qualquer exemplar da revista. podem enviar a fotografia por qualquer um destes três meios:
- Por email: info@scifiworld.es indicando no assunto "SFW me lleva a Sitges"
- Por Facebook: Publicando-a no nosso mural ou no vosso etiquetando-nos (Scifiworld).
- Por Twitter: Enviando uma mensagem a @scifiworldmag

O passatempo conta com a colaboração do Festival de Sitges 2011 e do Sitges Park Hotel.

Já não tens desculpa para não assistir ao Festival. Porque Scifiworld te convida para Sitges 2011!



REGRAS DO SORTEIO:

1. Poderão participar todas as pessoas que o desejem maiores de 18 anos, excepto os administradores e moderadores de www.scifiworld.es (os colaboradores podem).
2. A data limite para participação é o dia 5 de Setembro de 2011.
3. O prémio será sorteado de forma aleatória entre todos os participantes.
4. Os vencedores serão revelados em www.scifiworld.es no dia 6 de Setembro de 2011.
5. (*) Cada Passe Matinée é válida para uma pessoa, e dá acceso ás sessões para público no Auditório, durante todo o festival, no intervalo das 10h-12h-15h (fins-de-semana incluídos). Excepões: O Passe Matinée não dá acceso às sessões 3D nem às Maratonas do día 16 de Outubro.
6. (*) Os vencedores poderão levantar os seus Passes Matinée nas bilheteira do Auditório a partir de 6 de Outubro (dia inaugural), mostrando o BI.
7. Qualquer situação não contemplada neste regulamento será submetida a exame pelos administradores de www.scifiworld.es e a sua decisão é final..
8. Scifiworld reserva o direito para uso futuro das fotografias recebidas para fins promocionais.
9. A participação no concurso supõe a aceitação integral das regras do mesmo.

Secret Museum of Mankind


Há segunda tentativa a secção Stereo finalmente surpreendeu. A banda Secret Museum of Mankind é composta por gente do cinema, mas o projecto apresentado no seu todo é bastante original e de cinema tem pouco.

Começou por ser diferente por ter duas estátuas humanas em palco a cobrir parte da tela. Isso fazia prever que não veríamos muito cinema. Quando a banda começa a tocar as estátuas movem-se ligeiramente. A cadência vai aumentar até que à terceira música já dançam ao ritmo brasileiro. Isso porque o segundo elemento deste Stereo era o grupo performativo Mulheres de Pau Preto. Duas mulheres que permaneceram imóveis em palco até ao chamamento da música. Mas não foi só de música brasileira que se fez essa noite. A sonoridade trazida pela banda percorreu ambas as Américas, Europa e África. Interpretaram algumas, representaram outras, e por vezes simplesmente partilharam o momento de escuta de um disco de vinil quase desconhecido. Este museu além de tudo isso viaja pelos séculos trazendo composições que nasceram no século XX misturadas com outras de origem tribal. Quem procura ouvir êxitos recentes não terá nada disso, mas tem uma cover de um clássico de Madonna.

A fusão com a arte da dança ao início pode parecer nula – são literalmente limpas como meras estátuas - mas no final provam que houve ensaios. Seja porque a música termina e o ritmo dos pés ainda mantém os ouvintes presos. Ou porque no encerramento os quatro músicos, as duas intérpretes e uma sétima artista vinda de algum lado encerram tudo com uma gigantesca e coreografada representação da dança exibida na tela.

O que tem de bom este grupo é que não discriminam nenhum estilo. Tanto faz serem o rei das cordas a testar o primeiro som do cinema como um mestre do assobio reformado jovem, que o vosso álbum será tocado e tudo isso num ambiente de intimismo raramente visto. Já as músicas que interpretam ao vivo têm uma doçura que não deixa o original mal visto.
Teatro, Cinema, Dança, Música. Quatro artes num só espectáculo dão sentido ao conceito de Stereo. Dão vida ao serão. Dão uma enorme lista de artistas para descobrir.

"Estrada de Palha" por Nuno Reis

Estrada de Palha

Uma das secções mais interessantes do Curtas é a Stereo em que o Cinema se combina com outras artes, normalmente a música. A abertura da secção coube a um trio da pesada: música de Rita Redshoes, membro do júri, e de Paulo Furtado, Legendary Tigerman, e um filme de Rodrigo Areias. Quem espera algo de único e original pode ter ficado um pouco desiludido. O formato Stereo foi uma mera passagem do filme com música ao vivo. Chamemos-lhe uma 3D-ficação do som. Este concerto ao vivo prova que os músicos ou estudaram muito bem o filme ou improvisam ainda melhor, e claro, dá uma bela sonoridade ao filme que a replicará nas versões convencionais.
O filme tem um formato inovador. É um western português que começa na Finlândia e se passa no Leste nacional durante o curto reinado de D. Manuel II. Alberto vive isolado na neve nórdica e tem tudo o que precisa. Uma carta a comunicar a morte do irmão vai fazê-lo regressar a casa onde assume duas missões. A segunda é tomar conta da cunhada que também ama e do sobrinho. Mas primeiro tem de vingar o irmão e completar a missão dele, trazer o gado de volta. Num país em que o rei perdeu o respeito e as tropas reais são foras-da-lei, um homem honesto não pode contar com ninguém.

Foi um projecto ousado e que surpreenderá os espectadores. No meu caso não correspondeu às expectativas. A história tem um interesse mediano, a fotografia por vezes é fantástica e o protagonista encaixa perfeitamente no perfil. Só que tirando Vitor Correia os actores são fracos e uma história que podia ter todas as vantagens de ser original (adaptação do marco literário “Civil Disobedience” de Thoreau ao Portugal revolucionário) perde-se com tamanha falta de talento. Rodrigo Areias faz um bom trabalho longa-metragem - não se afastando demasiado do que conhece - mas ninguém faz magia sozinho. Algures entre as quarenta pessoas da equipa que o acompanharam à sessão haveria alguém a culpar por aquilo.
Não é filme que tenha muito futuro comercial, mas recomendo que vejam pelo menos como curiosidade pela novidade que trás à ficção nacional. Neste momento o que me deixa mais curioso é se o western luso veio para ficar. O género parece ter potencial.

Destacaria ainda que é um inconveniente lançar um filme sem ter uma página oficial ou algum site com informação sobre ele. Esperarei pela estreia comercial para fazer a ficha técnica.


Actualizado 18/Junho/2012
Estrada de PalhaTítulo Original: "Estrada de Palha" (Finlândia, Portugal, 2011)
Realização: Rodrigo Areias
Argumento: Rodrigo Areias
Intérpretes: Vitor Correia, Nuno Melo, Inês Mariana Moitas, Adelaide Teixeira, Ângelo Torres
Música: Legendary Tigerman, Rita Red Shoes
Fotografia: Jorge Quintela
Género: Drama, Western
Duração: 90 min.
Sítio Oficial:

"Politist, Adjectiv" por Nuno Reis

Em ano de homenagem a Corneliu Porumboiu não faltou no Curtas o seu mais recente trabalho, “Politist, Adjectiv” de 2009. Tal como o título sugere, estamos perante a definição do que significa Polícia. Do que significa ser polícia. Será através de um elemento dessa força que vamos compreender o dia-a-dia de um agente da autoridade e os dilemas que enfrenta no cumprimento do dever.
A missão da polícia é proteger e servir. Por isso Cristi sente-se desconfortável tendo por missão seguir e vigiar um adolescente acusado de ser distribuidor de droga.Ele apenas vê um jovem recatado, a consumir drogas leves com os amigos. Enquanto isso elabora teorias sobre o que se passará com o suspeito. Terá sido denunciado pelo amigo que lhe cobiça a namorada? Será o irmão do suspeito o verdadeiro traficante? E que sentido faz enviar um jovem para a prisão se nos outros países o consumo começa a ser legalizado?
Politist, Adjectiv

Tal como as missões de vigilância o filme é um pouco monótono. Em vez de procurar a adrenalina em inúmeras coisas simultâneas como nos policiais convencionais, o importante é observar cada cena que nos é transmitida em longos planos. Além do trabalho de rua, também a burocracia é uma componente fundamental da missão de um agente. Entre identificar carros, descobrir ocupantes de uma morada e investigar cadastros criminais, um relatório só fica completo quando tudo for esmiuçado. E como Cristi sabe que nada se passa, desespera em busca de algo que faça sentido o que sua vez faz o chefe irritar-se com a demora em obter resultados. Finalmente, um polícia também é um homem e tem os seus momentos familiares corriqueiros que ajudam a desanuviar de tanto crime nas ruas e obsessão pelos resultados na esquadra.
De louvar o desempenho de Dragos Bucur que mantém diálogos brilhantes com a esposa e o chefe em planos sequência bem demorados. Esse talento nato também se evidencia por vezes em planos mais curtos, mas é especialmente nessas longas conversas a procurar compreender uma metáfora do Amor e a levar um raspanete do chefe (pequeno mas brilhante papel de Vlad Ivanov) que atinge o máximo.
Politist, Adjectiv

Nesta reflexão social o problema que se coloca é estarmos numa era em que as palavras ganham importância sem ganharem significado. Em vez de se usar a mente para interpretar frases usa-se o dicionário. Em vez de se seguir a consciência segue-se a legislação. Estando tudo definido por regras inamovíveis, que flexibilidade sobra ao indivíduo para ser único e livre? Kafka adoraria o tema.
É dos melhores filmes romenos dos últimos tempos, um título a ver quando possível, e Porumboiu é um cineasta a manter debaixo de olho. Quanto à definição de polícia, cada um terá de tirar as suas próprias conclusões.


Politist, adjectivTítulo Original: "Politist, adjectiv" (Roménia, 2009)
Realização: Corneliu Porumboiu
Argumento: Corneliu Porumboiu
Intérpretes: Dragos Bucur, Vlad Ivanov, Irina Saulescu, Ion Stoica, George Remes
Fotografia: Marius Panduru
Género: Crime, Drama
Duração: 115 min.
Sítio Oficial: http://www.ifcfilms.com/films/police-adjective