1 de julho de 2011

História do Cinema

O primeiro tema do júri de cinéfilos do Cinebulição foi o nascimento do cinema. Quando a arte surgiu em formato experimental e quando se começou a inventar géneros como a ficção-científica, o western, a animação e o terror.

Em paralelo, o Fantasporto homenageou o pai do cinema fantástico, Georges Méliès, na edição deste ano. O resultado está à vista: nos dois primeiros meses de 2011 vi mais curtas-metragens com cem anos do que longas deste milénio. De forma a rentabilizar esse tempo e essa pesquisa, vou partilhar convosco um pouco da história da origem do Cinema com cinco posts (esta introdução seguida de oito capítulos). Quem quiser saber a história do cinema de forma mais completa deve consultar a Grande História do Cinema escrita pelo Filipe Coutinho no seu Cinema Is My Life. Uma excelente leitura que considero o melhor artigo de 2010.

Este artigo tem muitas amostras de filmes de época. Foi criado com base no que aprendi em filmes, em conversas cinéfilas e em páginas sobre cinema. Publico e espero que seja correcto e completo, mas são todos livres de me corrigir e de adicionar informação.

Bibliografia utilizada/recomendada


Archive.org
Early Cinema
Essential Films
Filmes perdidos
Gaumont Pathé Archives
Suite 101
Victorian Cinema

O cinema nasceu da constante necessidade do homem em criar novas coisas. Tendo-se apoiado nos mesmos conhecimentos que deram origem à fotografia na década de 1830, nem cinquenta anos depois estava a nascer a fotografia em movimento (motion pictures).

Os Lumiére são considerados os pais do cinema. Contudo, uma invenção deste calibre nunca poderia vir de um só autor (ou dois autores). Este foi o culminar de um processo que precisou de muitas descobertas e riscos por parte de muitas pessoas em equipas ou mesmo em países diferentes. Dizer que foram os Lumiére a inventar o cinema é tão polémico como atribuir a invenção do Cálculo a Leibniz ou a Newton quando o que ambos fizeram foi aprofundar o trabalho de outros matemáticos que se dirigiam para lá. Os dois matemáticos correspondiam-se por carta, e trocaram algumas ideias, mas nunca confiaram completamente um no outro. Estavam tão entusiasmados por terem alguém ao seu nível que não conseguiam conter o conhecimento. E simultaneamente com tanto medo de falarem demasiado e deixarem escapar o mérito da descoberta que demoraram vinte anos. Se trabalhassem juntos, a ciência teria evoluído muito mais depressa.

Mas isso foi duzentos anos antes. Quando a civilização caminhava para o cinema não só havia telefones como toda uma estrutura de imprensa pronta a divulgar novidades. Outra diferença é que o que havia para contar não era uma linguagem estranha. Começou como um melhoramento de uma arte existente (as máquinas de captura de imagem derrotaram a oposição ainda durante o reinado da fotografia) que todos poderiam apreciar.

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