Quando pensam no "Balas e Bolinhos" que palavras vos vêm à cabeça? Provavelmente amadorismo, ridículo ou mesmo palhaçada. Foi um filme feito por um grupo de amigos que se tornou incrivelmente célebre através de um circuito alternativo. O segundo título foi feito com mais alguns meios e teve uma distribuição convencional, apesar do número reduzido de cópias (7).
Após uma análise aos números do ICA sobre os filmes portugueses mais vistos (dados de 2004 a 2010) o que se constata acerca do segundo filme?
Foi o décimo segundo filme com mais espectadores e décimo primeiro com melhores bilheteiras. É importante referir que competiu contra filmes com cinquenta ou mais cópias. Nesse top 40 do Instituto do Cinema se excluirmos os documentários - tradicionalmente mais limitados - e o formato de distribuição com cópia única de “Filme do Desassossego”, “Balas e Bolinhos 2 - o Regresso” é o quarto com menos cópias, ganhando apenas a “A Costa dos Murmúrios”, “Alice” e “Aquele Querido Mês de Agosto”.
Fazendo uma leitura proporcional desses números com base nas cópias, os 234804 euros facturados simbolizam 330543 por cópia, quinto melhor resultado da lista de quarenta. Os 57587 espectadores são 8227 por sala, novamente o quinto melhor resultado da lista. E as 2269 sessões? Significa que cada cópia foi projectada 324 vezes, o terceiro filme mais desgastado do ranking.
Para esta terceira entrega da saga o que se pode esperar? Pelo meu instinto e sabendo o pouco que sabia sobre o tema do filme e calendário de estreia, diria que reúne 75 a 80 mil espectadores nas calmas. Como 74096 bastam para o décimo lugar não hesito em dizer que consegue entrar no top 10. Conseguirá mais do que isso? Precisa de 83725 para o nono lugar, de passar os noventa mil para competir pelo oitavo e de aproximar-se dos 100000 para o sétimo lugar. Acima disso só com cento e vinte e cinco mil - o que considero muito difícil - e os duzentos mil para o top5 são um objectivo quase impossível.
De que cartola tirei esses números? Foi um misto de popularidade da saga, tempo passado desde o filme anterior, e comparação com outras sagas. Sendo os números para sete cópias assim tão surpreendentes, não é difícil expandir isto para umas quinze a vinte cópias de norte a sul do país. Se o filme resistir nos multiplex tempo suficiente todos os interessados o verão. E todos a pagar porque o cinema nacional não costuma ter problemas com cópias-pirata. Os números poderiam duplicar num cenário económico normal, mas atendendo à crise é preciso dar algum desconto. Por isso os cento e quinze mil (dobro do capítulo 2) devem-se ficar pelos cem mil espectadores.
Claro que isso era o que eu imaginava antes de conhecer a realidade da Lightbox. Depois de ver as condições em que trabalham e de ouvir algumas pistas soltas sobre cenas que foram rodadas (ainda não me consegui aproximar do guião...) começo a pensar que estava a menosprezar este projecto. Com um número de cópias adequado (tudo indica que o conseguirá), nas datas certas e a promoção que tem tido, pode significar que se repete o fenómeno de ter dois meses com salas cheias. Combinando todos os factores pode bem chegar aos duzentos mil bilhetes vendidos.
Na brincadeira comecei a chamá-lo de "o primeiro blockbuster português" e cada vez estou mais convencido que é isso que temos aqui. As estrelas mais populares do cinema nacional, equipamento topo de gama, uma história mais preocupada com o entreter e agradar ao público do que com prémios... As mudanças no financiamento do cinema pelo ICA vão obrigar a repensar a produção nacional. Ponham os olhos neste exemplo porque o futuro começa agora.
Após uma análise aos números do ICA sobre os filmes portugueses mais vistos (dados de 2004 a 2010) o que se constata acerca do segundo filme?
Foi o décimo segundo filme com mais espectadores e décimo primeiro com melhores bilheteiras. É importante referir que competiu contra filmes com cinquenta ou mais cópias. Nesse top 40 do Instituto do Cinema se excluirmos os documentários - tradicionalmente mais limitados - e o formato de distribuição com cópia única de “Filme do Desassossego”, “Balas e Bolinhos 2 - o Regresso” é o quarto com menos cópias, ganhando apenas a “A Costa dos Murmúrios”, “Alice” e “Aquele Querido Mês de Agosto”.
Fazendo uma leitura proporcional desses números com base nas cópias, os 234804 euros facturados simbolizam 330543 por cópia, quinto melhor resultado da lista de quarenta. Os 57587 espectadores são 8227 por sala, novamente o quinto melhor resultado da lista. E as 2269 sessões? Significa que cada cópia foi projectada 324 vezes, o terceiro filme mais desgastado do ranking.
Para esta terceira entrega da saga o que se pode esperar? Pelo meu instinto e sabendo o pouco que sabia sobre o tema do filme e calendário de estreia, diria que reúne 75 a 80 mil espectadores nas calmas. Como 74096 bastam para o décimo lugar não hesito em dizer que consegue entrar no top 10. Conseguirá mais do que isso? Precisa de 83725 para o nono lugar, de passar os noventa mil para competir pelo oitavo e de aproximar-se dos 100000 para o sétimo lugar. Acima disso só com cento e vinte e cinco mil - o que considero muito difícil - e os duzentos mil para o top5 são um objectivo quase impossível.
De que cartola tirei esses números? Foi um misto de popularidade da saga, tempo passado desde o filme anterior, e comparação com outras sagas. Sendo os números para sete cópias assim tão surpreendentes, não é difícil expandir isto para umas quinze a vinte cópias de norte a sul do país. Se o filme resistir nos multiplex tempo suficiente todos os interessados o verão. E todos a pagar porque o cinema nacional não costuma ter problemas com cópias-pirata. Os números poderiam duplicar num cenário económico normal, mas atendendo à crise é preciso dar algum desconto. Por isso os cento e quinze mil (dobro do capítulo 2) devem-se ficar pelos cem mil espectadores.
Claro que isso era o que eu imaginava antes de conhecer a realidade da Lightbox. Depois de ver as condições em que trabalham e de ouvir algumas pistas soltas sobre cenas que foram rodadas (ainda não me consegui aproximar do guião...) começo a pensar que estava a menosprezar este projecto. Com um número de cópias adequado (tudo indica que o conseguirá), nas datas certas e a promoção que tem tido, pode significar que se repete o fenómeno de ter dois meses com salas cheias. Combinando todos os factores pode bem chegar aos duzentos mil bilhetes vendidos.
Na brincadeira comecei a chamá-lo de "o primeiro blockbuster português" e cada vez estou mais convencido que é isso que temos aqui. As estrelas mais populares do cinema nacional, equipamento topo de gama, uma história mais preocupada com o entreter e agradar ao público do que com prémios... As mudanças no financiamento do cinema pelo ICA vão obrigar a repensar a produção nacional. Ponham os olhos neste exemplo porque o futuro começa agora.
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