Porque nem só de clássicos famosos vive o blog, hoje partilharei convosco um filme que inexplicavelmente caiu no esquecimento. A primeira obra de John Byrum é um trabalho que fala muito sobre o cinema e prenunciou títulos bem mais famosos que se aventuraram no tema tabu que é a indústria do cinema pornográfico.
![Inserts](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_t6X3XnZTcJLxsc7fStBynmwQRsU5VKgVauHj1-pG2uIuXfKAl-2oNGZQiNtRFqf81iJWMoFfKVzbf3CVHmpe04zr2BaDT10VLjw0fSoRjscR8R56PQrZPg9bYSh4BEhSvNiGKxBr5Qp_4=s0-d)
Estamos nos anos trinta e os artistas do cinema dos anos vinte sofrem a dobrar. Por um lado a Grande Depressão arruinou muitos, o som encarregou-se de arrumar outros e surgiram novas estrelas para ficarem com os trabalhos. Alguns dos actores que foram esquecidos na era do som reformaram-se, outros arranjaram formas diferentes de ganhar a vida. O realizador outrora conhecido como Boy Wonder está reduzido a fazer filmes pornográficos na própria casa. Com eles está uma actriz em tempos popular e um suposto actor que não tem muito inteligência nem jeito para nada. O produtor desses filmes então em voga é chamado Big Mac e sonha abrir restaurantes de hamburgueres. Qualquer semelhança não é pura coincidência, mas façamos de conta que é para que não sejam processados. A acção do filme decorre sempre nessa casa, durante a rodagem de um filme.
![Inserts](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_t6GTykk82FDvXjYKe3bns_UjyuX3SWNQ9Wk0ui8c9mQAZ4gCf0TAM_w7_W0iNlf8BXVPKASV_5ioav7psl8hrhNYcnh5_WSBrYE7_mJVRQRjMNL93spYJhLtGWSPVa7o6psxf_59SAqA=s0-d)
As estrelas não faltam . Boy Wonder é interpretado por Richard Dreyfuss no mesmo ano em que fez “Jaws”. Como Big Mac temos Bob Hoskins na sua estreia em cinema. Stephen Davies, Rex, o actor, é um estereótipo e não importa. A primeira personagem feminina a aparecer é Veronica Cartwright ("The Birds", "Alien") como Harlene, a actriz . A namorada Big Mac é interpretada por Jessica Harper, que nesse ano trabalhou com Allen em "Love and Death" (reencontraria em "Stardust Memories" com um papel bem melhor) e dois anos depois será a estrela de "Suspiria". Este lote de cinco actores fará o milagre de tornar duas horas numa casa numa experiência única.
![Inserts](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vbJ6_POOZsSbkiXyCnr0LwjhUjqfs_pJdPIDEevcAP9qjl4FKTrGluDOSb2UnsMdEHdR0GKmvlicxzdES8S3dBup5eO_-3wtYb1CkX8m-Mp-kGrMKxzDxlZ0X1QOfFTFiRGyAQcqdru6I=s0-d)
Boy Wonder é impotente, alcoólico, e está convencido do seu potencial. Por isso foge às regras convencionais e inova na forma de filmar. Harlene apesar de quase ter sido uma estrela agora está relegada para o soft porn e divide-se entre isso, alguns biscates como empregada, e é uma drogada. Rex é usado e gozado por todos. Para desestabilizar o trio instável Big Mac aparece com a namorada, fã do antigo Wonder Boy. Se para o realizador, o produtor e a actriz o cinema não tem segredos (e para o actor é demasiado complicado para explicar), para a visitante tudo é mágico. Consegue acompanhar calada quase tudo, mas uma palavra causa-lhe impressão. O que são os inserts? Partindo dessa premissa temos um filme que explica o que é um insert, o que foram os anos 30, o que o Cinema faz às pessoas e como é ténue a linha entre realidade e filme.
![Inserts](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_sbso3-FZ18hsyuM7IUh7Sctsc21OLN-iQzTFyuSH8xDg8NZ38NcL6u7Ra6ETCst5RJ4llYo_QfrGPHZvn9HovHWwD7QiHo98jBp31U_cChem1pf5esKHHxNXhehqH6KETkGHdEfBBrpg8=s0-d)
Marginalizado devido ao seu conteúdo demasiado explícito - a versão censurada tem menos meia hora - "Inserts" foi um filme que passou despercebido por muito tempo. Apenas a posterior fama dos actores lhe deu algum destaque e muito inferior ao que seria merecido. É um fenomenal trabalho psicológico sobre o que a vida faz às pessoas e consegue manter o humor, a elegância e a dignidade apesar de toda a provocação. Não há muitos filmes assim tão ofensivos e ao mesmo tempo seguros de si mesmos.
Um título absolutamente obrigatório para conhecer uma face do cinema completamente escondida debaixo do tapete. Nem tudo foi cor-de-rosa e gritá-lo em voz alta faz muito bem à saúde do Cinema.
Estamos nos anos trinta e os artistas do cinema dos anos vinte sofrem a dobrar. Por um lado a Grande Depressão arruinou muitos, o som encarregou-se de arrumar outros e surgiram novas estrelas para ficarem com os trabalhos. Alguns dos actores que foram esquecidos na era do som reformaram-se, outros arranjaram formas diferentes de ganhar a vida. O realizador outrora conhecido como Boy Wonder está reduzido a fazer filmes pornográficos na própria casa. Com eles está uma actriz em tempos popular e um suposto actor que não tem muito inteligência nem jeito para nada. O produtor desses filmes então em voga é chamado Big Mac e sonha abrir restaurantes de hamburgueres. Qualquer semelhança não é pura coincidência, mas façamos de conta que é para que não sejam processados. A acção do filme decorre sempre nessa casa, durante a rodagem de um filme.
As estrelas não faltam . Boy Wonder é interpretado por Richard Dreyfuss no mesmo ano em que fez “Jaws”. Como Big Mac temos Bob Hoskins na sua estreia em cinema. Stephen Davies, Rex, o actor, é um estereótipo e não importa. A primeira personagem feminina a aparecer é Veronica Cartwright ("The Birds", "Alien") como Harlene, a actriz . A namorada Big Mac é interpretada por Jessica Harper, que nesse ano trabalhou com Allen em "Love and Death" (reencontraria em "Stardust Memories" com um papel bem melhor) e dois anos depois será a estrela de "Suspiria". Este lote de cinco actores fará o milagre de tornar duas horas numa casa numa experiência única.
Boy Wonder é impotente, alcoólico, e está convencido do seu potencial. Por isso foge às regras convencionais e inova na forma de filmar. Harlene apesar de quase ter sido uma estrela agora está relegada para o soft porn e divide-se entre isso, alguns biscates como empregada, e é uma drogada. Rex é usado e gozado por todos. Para desestabilizar o trio instável Big Mac aparece com a namorada, fã do antigo Wonder Boy. Se para o realizador, o produtor e a actriz o cinema não tem segredos (e para o actor é demasiado complicado para explicar), para a visitante tudo é mágico. Consegue acompanhar calada quase tudo, mas uma palavra causa-lhe impressão. O que são os inserts? Partindo dessa premissa temos um filme que explica o que é um insert, o que foram os anos 30, o que o Cinema faz às pessoas e como é ténue a linha entre realidade e filme.
Marginalizado devido ao seu conteúdo demasiado explícito - a versão censurada tem menos meia hora - "Inserts" foi um filme que passou despercebido por muito tempo. Apenas a posterior fama dos actores lhe deu algum destaque e muito inferior ao que seria merecido. É um fenomenal trabalho psicológico sobre o que a vida faz às pessoas e consegue manter o humor, a elegância e a dignidade apesar de toda a provocação. Não há muitos filmes assim tão ofensivos e ao mesmo tempo seguros de si mesmos.
Um título absolutamente obrigatório para conhecer uma face do cinema completamente escondida debaixo do tapete. Nem tudo foi cor-de-rosa e gritá-lo em voz alta faz muito bem à saúde do Cinema.
Título Original: "Inserts" (Reino Unido, 1975) Realização: John Byrum Argumento: John Byrum Intérpretes: Richard Dreyfuss, Jessica Harper, Bob Hoskins, Veronica Cartwright, Stephen Davies Fotografia: Denys N. Coop Género: Comédia, Drama Duração: 117 min. |
0 comentários:
Enviar um comentário