Uma sala de cinema para algumas pessoas é exactamente isso, mas para a maioria das pessoas é muito mais do que apenas um local de visionamentos. É um local para encontros furtivos de criminosos ou de amantes. É um local de trabalho para os funcionários da sala e para os profissionais do cinema. É um cenário de estudo para sociólogos. E é a cena do crime para a polícia. Alguém aproveitou os disparou do western spaguetti para disparar sobre um dos espectadores. Terá o passado desse homem alguma relação com a sua morte? Qual dos cinquenta espectadores da matiné terá disparado e onde escondeu a arma? Ninguém sairá enquanto não se descobrir. Enquanto a tensão sobe entre os suspeitos, também a multidão lá fora exige saber algo e o Ministério pressiona a polícia. Têm uma cena do crime fechada, os suspeitos estão todos lá e a arma não pode ter fugido. Qual a dificuldade?
Aqui temos outra forma de pensar o cinema. Em Itália têm uma visão diferente do que é o cinema e os dois subgéneros nacionais - western spaguetti e giallo - cruzam-se numa muito curiosa produção que tem estado desaparecida, apesar de em tempos ter competido nos festivais de Berlim e da Figueira. A investigação criminal tem o maior destaque, mas é a variedade e riqueza das personagens que torna este filme único. Cada um tem os seus motivos para estar naquele cinema, cada um tem os seus motivos para sair de lá, cada um ajuda ou atrapalha a investigação da forma que pode. E mais curioso ainda, nenhum teria motivos para matar o homem.
Este fascinante trabalho de estudo social tem momentos de comédia por entre a constante intensidade dramática. A velhota que tudo vê e quer ser suspeita faz lembrar Miss Marple, o porteiro cinéfilo quer ajudar de qualquer forma que lhe peçam, o sociólogo com as suas teorias mirabulantes é um desinformador da polícia...
Quando o Comissário e o Ministério se envolvem na investigação para nova simulação, sabemos que será o fim. Ou descobrem o culpado ou admitem que numa sala de cinema se passam coisas para além da compreensão humana. Aí o filme depende exclusivamente da tensão criada e por isso com a idade perdeu fulgor, mas continua a ser extremamente eficaz. Quanto ao desfecho poderá não agradar a todos, mas essa é a beleza do Cinema: ter o poder de causar discussão.
Aqui temos outra forma de pensar o cinema. Em Itália têm uma visão diferente do que é o cinema e os dois subgéneros nacionais - western spaguetti e giallo - cruzam-se numa muito curiosa produção que tem estado desaparecida, apesar de em tempos ter competido nos festivais de Berlim e da Figueira. A investigação criminal tem o maior destaque, mas é a variedade e riqueza das personagens que torna este filme único. Cada um tem os seus motivos para estar naquele cinema, cada um tem os seus motivos para sair de lá, cada um ajuda ou atrapalha a investigação da forma que pode. E mais curioso ainda, nenhum teria motivos para matar o homem.
Este fascinante trabalho de estudo social tem momentos de comédia por entre a constante intensidade dramática. A velhota que tudo vê e quer ser suspeita faz lembrar Miss Marple, o porteiro cinéfilo quer ajudar de qualquer forma que lhe peçam, o sociólogo com as suas teorias mirabulantes é um desinformador da polícia...
Quando o Comissário e o Ministério se envolvem na investigação para nova simulação, sabemos que será o fim. Ou descobrem o culpado ou admitem que numa sala de cinema se passam coisas para além da compreensão humana. Aí o filme depende exclusivamente da tensão criada e por isso com a idade perdeu fulgor, mas continua a ser extremamente eficaz. Quanto ao desfecho poderá não agradar a todos, mas essa é a beleza do Cinema: ter o poder de causar discussão.
Título Original: "Circuito Chiuso" (Itália, 1978) Realização: Giuliano Montaldo Argumento: Nicola Badalucco, Mario Gallo, Giuliano Montaldo Intérpretes: Flavio Bucci,Tony Kendall, Aurore Clément, Luciano Catenacci, Franco Balducci Música: Egisto Macchi Fotografia: Giuseppe Pinori Género: Crime, Thriller, Giallo Duração: 110 min.> |
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