"Tropa de Elite" por Nuno Reis
Os músicos brasileiros como boas aves migratórias todos os Invernos rumam ao hemisfério norte para passar uns meses no nosso Verão. Trazem com eles êxitos um pouco ultrapassados que são recebidos como a maior novidade. O "Rap das Armas" foi uma das músicas deste Verão e, por ser o tema principal do filme, ajudaram-se mutuamente na promoção. A crueza desta música espelha a realidade que é vivida em "Tropa de Elite". O poder é medido pelo tamanho e quantidade de armas, a vida humana não tem valor. Quando Franklin disse que na vida apenas a morte e os impostos eram garantidos não devia estar a falar das favelas do Brasil. Os que aqui vivem estão a salvo de cobradores de impostos, mas todos os dias encaram a morte de frente.
Os grandes filme brasileiros reflectem a miséria e o sofrimento das classes pobres. Este não foge à regra e mostra o dia-a-dia dos mais pobres do país, os habitantes das favelas. É uma amostra do Brasil não recomendado a turistas a ser novamente apresentado ao mundo, novamente brilhante, e a ser mais uma vez digno de aplausos como o provou o prémio berlinense. Tanta pobreza real na tela começava a cansar, nesta perspectiva parece algo diferente .
"Tropa de Elite" fala dos que lá vivem, dos que lá traficam e especialmente dos que lá fazem cumprir a lei. Esta é uma história verídica – afirmam eles – sobre os agentes da BOPE, força de elite da polícia brasileira para combater o crime organizado das favelas. Eles são duros e incorruptíveis, mas como todos os soldados correm risco de vida. O capitão Nascimento vai ser pai e procura alguém capaz de o substituir na liderança desses homens. Todos eles são excelentes soldados, mas além disso tem de ser alguém com coração, inteligência e capaz de pôr a ordem nas ruas a tempo da visita do Papa. Neto e Martins são os favoritos do Capitão para o cargo. Desiludidos com os esquemas paralelos de todos os agentes da polícia regular, encontram na BOPE a honestidade que esperavam de todos os polícias. Mas enquanto a Neto sobra dedicação e falta cabeça, com Martins é precisamente o contrário, apesar de ter a mentalidade pretendida ainda tem o coração dividido entre os amigos e a lei. Estes dois amigos que sempre se ajudaram mutuamente irão dar o máximo de si para sobreviver às ruas e merecer a confiança do capitão.
A obra de Padilha foca-se mais na sociedade do que nas pessoas, mas sem entrar demasiado em estereótipos. As perspectivas que nos dá tanto nos mostram a topologia dos bairros como as condições de trabalho logísticas e psicológicas das ONG e da polícia nesse mundo particular. Denuncia os podres existentes em todos os níveis da polícia de forma divertida e, infelizmente, credível. Uma impressionante narrativa e as interpretações cruamente realistas fazem deste filme um dos títulos obrigatórios do ano corrente.
Os grandes filme brasileiros reflectem a miséria e o sofrimento das classes pobres. Este não foge à regra e mostra o dia-a-dia dos mais pobres do país, os habitantes das favelas. É uma amostra do Brasil não recomendado a turistas a ser novamente apresentado ao mundo, novamente brilhante, e a ser mais uma vez digno de aplausos como o provou o prémio berlinense. Tanta pobreza real na tela começava a cansar, nesta perspectiva parece algo diferente .
"Tropa de Elite" fala dos que lá vivem, dos que lá traficam e especialmente dos que lá fazem cumprir a lei. Esta é uma história verídica – afirmam eles – sobre os agentes da BOPE, força de elite da polícia brasileira para combater o crime organizado das favelas. Eles são duros e incorruptíveis, mas como todos os soldados correm risco de vida. O capitão Nascimento vai ser pai e procura alguém capaz de o substituir na liderança desses homens. Todos eles são excelentes soldados, mas além disso tem de ser alguém com coração, inteligência e capaz de pôr a ordem nas ruas a tempo da visita do Papa. Neto e Martins são os favoritos do Capitão para o cargo. Desiludidos com os esquemas paralelos de todos os agentes da polícia regular, encontram na BOPE a honestidade que esperavam de todos os polícias. Mas enquanto a Neto sobra dedicação e falta cabeça, com Martins é precisamente o contrário, apesar de ter a mentalidade pretendida ainda tem o coração dividido entre os amigos e a lei. Estes dois amigos que sempre se ajudaram mutuamente irão dar o máximo de si para sobreviver às ruas e merecer a confiança do capitão.
A obra de Padilha foca-se mais na sociedade do que nas pessoas, mas sem entrar demasiado em estereótipos. As perspectivas que nos dá tanto nos mostram a topologia dos bairros como as condições de trabalho logísticas e psicológicas das ONG e da polícia nesse mundo particular. Denuncia os podres existentes em todos os níveis da polícia de forma divertida e, infelizmente, credível. Uma impressionante narrativa e as interpretações cruamente realistas fazem deste filme um dos títulos obrigatórios do ano corrente.
Título Original: "Tropa de Elite" (Brasil, 2007) Realização: José Padilha Argumento: José Padilha, Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani (livro de André Batista, Rodirigo Pimentel, Luiz Eduardo Soares) Intérpretes: Wagner Moura, Caio Junqueira, André Ramiro, Fernanda Machado Fotografia: Lula Carvalho Música: Pedro Bromfman Género: Acção, Crime, Drama, Thriller Duração: 115 min. Sítio Oficial: http://www.tropadeeliteofilme.com.br/ |