Com a estreia de "Californication" e a aproximação do segundo filme "X-Files" David Duchovny volta a estar na moda, mas em alguns filmes ainda tem um papel secundário. Aqui apesar de raramente estar visível, a personagem está presente em espírito.
Brian tinha aquela que pode ser considerada a vida de sonho. Era casado com a bela Audrey e pai de dois filhos, tinha um enorme sucesso profissional e muitos amigos. Mas a vida cobra tudo aquilo que nos dá e numa das vezes em que praticava o bem foi morto a tiro. O mundo ideal em que Audrey vivia foi imensamente abalado. A magnífica situação económica em que vivia e lhe permitia estar desempregada tornou-se uma desvantagem. Agora tem demasiado tempo livre para angustiar. O primeiro passo que faz para honrar o marido é acolher em casa Jerry, um amigo de infância que Brian estava a ajudar a desintoxicar-se. Partindo desse gesto cada um dos conhecidos de Brian vai tentar ajudar os outros a ultrapassar essa perda, partilhando as atitudes e as singularidades que fizeram Brian ser tão estimado. Ao longo destas duas horas vamos descobrindo o que cada um perdeu, momentos únicos que marcaram as suas vidas. E vemos esse bocadinho de Brian que cada um guardou, a mudar as vidas daqueles que amava.
Um bom argumento precisa de ajuda para se tornar um bom filme e é nas interpretações que o filme tem o seu forte. Halle Berry como a viúva sofredora (tem uma participação menos explosiva do que o habitual) faz um grande trabalho. Do outro lado Del Toro também faz um dos melhores papéis da sua carreira como o perturbado e viciado Jerry. Se o talento nos secundários John Carroll Lynch e Alison Lohman já era de esperar, nos jovens Micah Berry e Alexis Llewellyn foi uma agradável surpresa. Estas crianças cumpriram o papel com todo o profissionalismo que podia ser pedido.
A hitória desenrola-se suavemente dando a cada personagem o seu momento. Do início ao fim o filme é apelativo e está bem montado. O passado e o presente entrelaçam-se de forma tão natural que Brian está realmente presente em tudo o que eles fazem. O fogo referido no título original apesar de ter uma referência no início do filme só no final é que é realmente explicado e ganha uma importância que justifique ser título. É uma moral um pouco martelada para puxar as lágrimas, mas que em nada estraga a boa impressão causada pelo resto.
Título Original: "Things We Lost in the Fire" (EUA, Reino Unido, 2007) Realização: Susanne Bier Argumento: Allan Loeb Intérpretes: Halle Berry, Benicio Del Toro, David Duchovny, Alison Lohman Fotografia: Tom Stern Música: Johan Söderqvist Género: Drama Duração: 118 min. Sítio Oficial: http://www.thingswelostinthefire.com/ |
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