27 de junho de 2009

Assim começam


Nâo é frequente darem-nos bocados de filme antes do lançamento comercial, mas de momento aguardamos dois filmes que já há algum tempo colocaram online os seus inícios.

"Partly Cloudy"


Esta é a curta da Pixar que acompanhará "Up" em todos os cinemas. Este bónus mostra-nos a fábrica celestial onde as cegonhas arranjam os bebés para entrega. Peck é a cegonha que tem o azar de entregar os bebés feitos por Gus, uma nuvem com especial aptidão para criaturas perigosas como tubarões e crocodilos.


"The Brothers Bloom"


O primeiro filme de Rian Johnson foi uma boa surpresa, este parece que também tem o seu interesse. Dois irmãos aprendem a trabalhar em equipa para viverem à custa dos outros. O filme será sobre o seu último trabalho e este início é o seu primeiro.


Poster e trailer de "Blood"

"Blood: The Last Vampire" de Chris Nahon

Vampira disfarça-se de humana em busca de um demónio. Combates monumentais, cabeças cortadas e, obviamente, muito sangue marcam este remake francês.

O filme mais conhecido deste realizador é "Kiss of the Dragon", também de origem oriental.

Trailer do filme original
Site Oficial
Imdb

26 de junho de 2009

Festival procura patrocínio


O Filminho é uma vontade. Mas as vontades não pagam as contas ao fim do mês. Por isso é que o festival procura patrocinadores para uma coisa tão simples como imprimir os catálogos a cores.
Já se sabe que ninguém dá nada a ninguém sem esperar algo em troca, mas um festival dos dois lados da fronteira não se arranja todos os dias. Nenhuma marca ibérica quer a publicidade?


25 de junho de 2009

Vende-se: selos e tesouras


Esta semana ficou marcada pelas lucrativas vendas cinematográficas. Um selo com Audrey Hepburn atingiu o valor de 67000 euros em leilão. O valor facial é inferior a 1 euro e foram impressos 14 milhões. Como se justifica o valor?
A edição comemorativa incluía personalidades da sétima arte como Charlie Chaplin, Marilyn Monroe e Greta Garbo. Quando estava tudo pronto o filho da actriz recusou-se a autorizar o lançamento porque Hepburn aparece a fumar e foi o tabaco que lhe tirou a vida. Apenas trinta selos escaparam porque já tinham sido enviados para os Correios para aprovação. Sabendo do cancelamento desse item, um funcionário enviou-os por correio para o estrangeiro. Apenas se sabe de cinco deles.
Um objecto bem maior e mais inútil a ser arrebatado num outro leilão foram as tesouras de Eduardo. Onze mil euros deram um adereço original a um fã do primeiro grande clássico de Burton. O valor de licitação era inferior a quatro mil dólares, valor que Johnny Depp deixou de gorjeta num restaurante há dias.
Muitos outros itens foram a leilão ao longo da semana. Havendo actualizações dignas de destaque serão comunicadas.


"Palermo Shooting" por Nuno Reis

Wim Wenders na sua passagem pelo Fantasporto em 2009 tornou-se parte da história do festival. O seu filme foi ovacionado no Rivoli assim como o homem na cidade (parou na ponte D. Luís para dar autógrafos, teve cânticos improvisados na Rua das Flores) e serão precisos muitos anos para que o público esqueça que esteve entre nós um dos maiores cineastas do mundo. Correu tudo muito bem e Portugal está de parabéns, desta vez foi uma excepção positiva e dos poucos países onde estreou.

Finn é mais do que um fotógrafo, é o fotógrafo. Pode-se dar ao luxo de escolher os trabalhos que aceita e impor as suas condições como, por exemplo, fotografar Milla Jovovich em Palermo. Terminada a sessão tira uns dias para descanso, decidido a repensar a sua vida. Vai percorrer Palermo de máquina em punho e música nos ouvidos. Nas suas deambulações irá conhecer uma cidade obcecada pelo tempo, em especial pela morte, e uma artista que lhe mudará a forma de ver o mundo. Dependendo das suas decisões e da sua sorte poderá ser uma nova vida ou o fim da sua vida. Ou será aquele arqueiro que mais ninguém vê uma alucinação resultante do esgotamento que atravessa?

Este é um dos filmes mais pessoais de Wenders. Não só escreveu o argumento, como o adaptou à cidade enriquecendo a história. Além disso o que era para ser uma homenagem aos clássicos do cinema sobre a profissão de fotógrafo ("Blow Up" de Antonioni) e sobre duelo com a Morte ("The Seventh Seal" de Bergman) acabou por ser uma homenagem aos homens por trás dos filmes, falecidos durante a conclusão do argumento. Ligado como era aos mestres (co-dirigiu "Beyond the Clouds" com o italiano, dirigiu a Academia Europeia do Cinema com o sueco) transpôs todo o seu sentimento para esta história perturbadora de forma a torná-la digna de quem o inspirou. Uma excelente fotografia e uma poderosa banda sonora (estrategicamente colocada no iPod do protagonista) fazem com que este mundo surreal envolva o espectador na beleza de uma cidade milenar. A moral Carpe Diem, tão adequada a um filme sobre a Morte, está presente num dos seus expoentes máximos. Falta algo no filme, mas tem tantos artifícios sonoros e visuais que nem se repara. É uma delícia.

Wenders está cada vez mais próximo de ser consagrado como o maior cineasta do velho continente. Numa época em que um filme é feito com o lucro como objectivo presenteia-nos com duas horas de Cinema como arte. É bom ver que as velhas estrelas como Dennis Hopper ainda encontram projectos onde conseguem fazer a diferença.

Título Original: "Palermo Shooting" (Alemanha, França, Itália, 2008)
Realização: Win Wenders
Argumento: Wim Wenders e Norman Ohler
Intérpretes: Campino, Giovanna Mezzogiorno, Dennis Hopper, Milla Jovovich
Fotografia: Franz Lustig
Música: Irmin Schmidt
Género: Drama
Duração: 124 min.
Sítio Oficial: http://www.palermoshooting.senator.de/

"I Love You, Man!" por Nuno Reis

Não há nada como ver a vida privada de alguém no grande ecrã. Primeiro foram os filmes românticos que falavam sobre casais. Rapaz apaixona-se, rapaz consegue rapariga, rapaz perde rapariga, rapaz recupera rapariga, rapaz e rapariga são felizes para sempre. Estes filmes arrastaram casais para o escurinho do cinema. Depois vieram os filmes onde o tema era as relações femininas de amizade. O rapaz conhecer, conquistar e perder a rapariga eram apenas três pretextos para essa rapariga se juntar com as amigas em torno de um balde gigante de gelado enquanto dizem mal dos homens. Esse filme é visto por grupos de mulheres e nenhum homem pode tentar ir com elas ou sequer ousar dizer que o viu. Finalmente apareceu a resposta masculina. Em "I Love You, Man!" o rapaz fala com o amigo enquanto come tacos de peixe. No fundo, os sexos são iguais.

Peter é um vendedor de imobiliários que tem uma complicada tarefa em mãos. Tem uma moradia de 4 milhões para vender, acabou de pedir a namorada em casamento e descobriu que não tem nenhum amigo especial para servir de padrinho porque nem sequer tem amigos. Motivado pela família vai partir numa demanda em busca de um melhor amigo. Após muitas peripécias encontra Sydney que tem tudo para ser o tal e começa a passar mais tempo com ele do que com a noiva. Será que Peter consegue ser um bom amigo e um bom marido ou serão as funções incompatíveis? E será que entre esses dois exigentes mundos consegue vender a casa a tempo?

O tema em discussão ainda é novo para o cinema. Como se define uma relação entre homens? O que fazem, de que falam? Até agora para o cinema uma saída de homens acabava sempre de volta de uma mesa com umas cervejas a falar de sexo. Colocar dois homens a falar um com o outro sobre sentimentos é deveras estranho. Os homens têm enormes dificuldades a extravasar o que sentem. São temas mais propícios a partilhar com uma mulher e por isso é que homens como Peter tendem a ter mais amigas que amigos. Estes encontros com Sydney vão revelar o Pistol Pete. É um homem sociável com uma forma estranha de falar, continua a dar-se muito bem com as mulheres e se não tinha homens na sua vida foi apenas porque ainda não tinha encontrado o homem certo.

Esperava que Jason Segel desse mais do que uma personagem-tipo. Falta muito a Sydney, também por culpa do realizador que não conseguiu lidar com dois protagonistas em simultâneo tratando Sydney como qualquer outra personagem secundária. Quem ganhou com isso foi Paul Rudd. O seu Pete é muito credível pois mesmo quando tem momentos non-sense são daqueles que todos nós temos. Entre os secundários o maior destaque vai para Jon Favreau (realizador de "Iron Man") aqui apresentado como a pessoa que menos gosta de Paul.
A montagem dos vários encontros de homens é das melhores coisas no filme. As cenas não tinham uma ordem obrigatória e até eram um bocado fracas, mas eram fundamentais. A alternância desses momentos gerou uma sequência divertida que deu o arranque para o humor do filme.
O argumento aflora questões pertinentes sem grande detalhe - para não chocar espectadores mais sensíveis - mas coloca-as nas pessoas que se motivam para falar de coisas que nunca pensaram. Faz ainda pensar em dois assuntos. Como é importante ter amigos quando há coisas que não se diz ao cônjuge. Como é importante estar casado com alguém quando todos os nossos amigos seguiram em frente com as suas vidas e já não estão disponíveis para nós 24 horas por dia.

Começa com ritmo lento, mas depressa se afirma como a comédia do momento. Permite boas gargalhadas, alguma reflexão, talvez até crie alguns laços de camaradagem entre amigos. A vantagem em relação aos filmes de mulheres é que a este se pode ir com a cara-metade porque elas também gostam.


Título Original: "I Love You, Man!" (EUA, 2009)
Realização: John Hamburg
Argumento: Larry Levin, John Hamburg
Intérpretes: Paul Rudd, Jason Segel, Rashida Jones, Jaime Pressly, Jon Favreau, J.K. Simmons, Jane Curtin, Andy Samberg
Fotografia: Lawrence Sher
Música: Theodore Shapiro
Género: Comédia, Romance
Duração: 105 min.
Sítio Oficial: http://iloveyouman.com/

24 de junho de 2009

23 de junho de 2009

Posters e banners de "District 9"


Voltando ao "District 9" falado há umas semanas temos mais posters e banners. Desta vez são referências claras ao apartheid que separa os humanos dos visitantes.

Devo confessar que imagem à esquerda me deixou de mau humor. Em Cannes a zona de material de imprensa tinha dezenas de pins a dizer "direitos para os não-humanos" e eu deixei-os, pensando que fossem de um movimento de defesa dos animais! Dizer que fiquei podre quando vi este poster é um eufemismo.


Os banners têm a sua piada e podem ser transformados em autocolantes para o carro, para a porta de um restaurante ou assim.




Fotos de "Alice in Wonderland"


Por todo o mundo correm as imagens do próximo filme de Tim Burton.

Estes actores quase dispensam apresentações, mas, caso não os estejam a reconhecer, são: Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Anne Hathaway



De volta ao país das maravilhas.



Alice no jardim



Alice e os gémeos Tweedledee e Tweedledum.



O site Movies.ie além dessas imagens também conseguiu ver Matt Lucas como Tweedledee e Tweedledum.

22 de junho de 2009

"Choke" por Nuno Reis


Filme que se apresenta como sendo do mesmo autor que "Fight Club" é para ser reverenciado ainda antes de ser filmado. Talvez por isso as expectativas fossem demasiado altas. Chuck Palahniuk é um escritor incrivelmente criativo, mas não só "Choke" não é "Fight Club" como o actor tornado realizador Clark Gregg não é Fincher.

"Choke" acompanha um homem que é deveras singular. Victor (Sam Rockwell) ganha a vida encenando situações históricas e falta às sessões do grupo de apoio para viciados em sexo para ter relações com qualquer uma das viciadas. Engasga-se no meio dos restaurantes de luxo para conseguir a simpatia (monetária) de pessoas abastadas e assim poder manter a mãe (Anjelica Huston)num lar onde adiam o enlouquecimento. A relação de Victor com a mãe é dos aspectos mais curiosos do filme. Como ela não o reconhece ele disfarça-se de um amigo dela, e depois precisa do amigo Denny (Brad William Henke) para se fazer passar por ele próprio. Tudo isso com a conivência da médica responsável (Kelly Macdonald), também ela uma pessoa perturbada e que aceita esses comportamentos.

Uma história com tudo para ser divertida e polémica acaba por se tornar um quase fracasso em ambos os esforços. A polémica está lá com todas as letras. Além do sexo, que é praticamente uma personagem autónoma, há uma criativa sugestão de cariz religioso. Essa deverá ser a parte mais memorável de tudo o que se passa. Quanto à diversão assenta tanto nas situações como nas personagens. Se nas situações nunca consegue arrancar gargalhadas, as personagens só por existirem bastam para se esboçar um sorriso. O desempenho de Sam Rockwell é extraordinário e Anjelica Huston tem um papelão como não me lembro de a ter visto. Só que um bom livro e bons actores não bastam para fazer um bom filme. A realização é fraca e faltam uns 10 a 15 minutos ao filme. Excepto a veterana Huston que sabe sempre exactamente o que tem de fazer, notou-se a falta que faz a direcção de actores. Denny precisava de mais tempo para ganhar relevância e a médica para o que está lá a fazer era dispensável.

É um filme provocador e divertido, salvo da desgraça por um bom twist a meio que o reinventa. Precisava de mais sexo, mais escândalo, mais vulgaridade para ser inesquecível. Ter humor negro não basta.


Título Original: "Choke" (EUA, 2008)
Realização: Clark Gregg
Argumento: Clark Gregg baseado no livro de Chuck Palahniuk
Intérpretes: Sam Rockwell, Anjelica Huston, Brad William Henke, Kelly Macdonald
Fotografia: Tim Orr
Música: Nathan Larson
Género: Comédia,Drama
Duração: 92 min.
Sítio Oficial: http://www.foxsearchlight.com/choke/

21 de junho de 2009

Livros no cinema

Kay Scarpetta, a mãe das séries policiais


Depois de alguns anos de negociações e uma mudança de estúdios parece que a saga da doutora Kay Scarpetta vai seguir em frente. Os livros de Patricia Cromwell sobre a médica-legista que investigava os crimes no terreno começaram em 1990 e ainda existem nos nossos dias (o mais recente foi publicado em Dezembro, o próximo em 2010). Serviram de inspiração óbvia para séries como “Crossing Jordan”, “Cold Cases” e “CSI”, mas ainda faltava o filme. A Columbia tentou, a Fox conseguiu. Para o papel principal a escolha recaiu sobre Angelina Jolie que não se fez rogada em juntar mais um papel prestigiante à já extensa carreira.

Cada pessoa tem uma versão


Barney Panofsky partilha as suas memórias com o mundo na forma de livro. Aí conta a sua vida, os casamentos, os filhos, como foi responsável pela morte do melhor amigo... Devido à sua instabilidade mental a edição final tem anotações do filho que vai corrigindo os factos e as memórias.
O livro de Mordecai Richler “Barney’s Version” vai ser adaptado para cinema e lançado no próximo ano. No papel do título está Paul Giamatti e o único actor secundário já confirmado é Dustin Hoffman.

As viagens de Gulliver


Este livro já é um clássico, mas ainda faltava uma adaptação com que o século XXI se identificasse. Aos nomes já divulgados de Jack Black, Jason Segel e Emily Blunt juntou-se Amanda Pett como a editora de Gulliver.

A bela e o monstro


Na semana passada começou a rodagem de outra adaptação cinematográfica de um livro não muito original. “Beastly” é a clássica “Beauty and the Beast” num liceu. A bela é interpretada por Vanessa Hudgens, o monstro por Alex Pettyfer (Alex Rider) e a bruxa má por Mary-Kate Olsen. Neil Patrick Harris terá um papel secundário como o tutor do monstro. A história não se afasta muito das versões mais populares, mas tem toques de modernidade. Estou tentado a acreditar que esta modernização de um conto popular sairá melhor que algumas coisas que se tem visto ultimamente.

Trailers e posters

"The Other Man" de Richard Eyre

Drama de um homem que suspeita que a mulher tem um caso e decide investigar por conta própria quem é o outro homem.
Imdb

"9" de Shane Acker

Num mundo pós-apocalíptico nove máquinas com sentimentos terão de sair das profundezas onde se escondiam para descobrir o que aconteceu à humanidade.
Imdb

"The Girlfriend Experience" de Steven Soderbergh

A mais comentada experiência de Soderbergh no cinema de baixo orçamento.
Imdb

"Shrink" de Jonas Pate

O psicanalista mais famoso do mundo é viciado em erva e começa a perder a confiança nas suas capacidades.
Imdb

"Soundtrack for a Revolution" de Bill Guttentag, Dan Sturman

A música que inspira a mudança tem uma estrela diferente para cada geração, mas é sempre vinda da alma.
Imdb

"Spread" de David Mackenzie

A clássica história do homem que consegue todas as mulheres excepto a única que quer.
Imdb

"The Time Traveler's Wife" de Robert Schwentke

Comédia de ficção-científica sobre viagens no tempo. Devido a uma anomalia genética Henry é transportado pelo tempo de forma incontrolável e imprevisível, este filme narra os problemas que isso causa no seu casamento.
Imdb

"We Believe" de John Scheinfeld

Documentário sobre uma cidade que continua a amar a sua equipa acima de tudo no mundo, mesmo depois de 100 anos sem se sagrarem campeões.
Imdb

"Weather Girl" de Blayne Weaver

Uma apresentadora do boletim metereológico faz um escândalo em directo ao descobrir que está a ser traída pelo namorado e é obrigada a recomeçar a sua vida aos 35 anos.
Imdb

"Youssou Ndour: I Bring What I Love" de Elizabeth Chai Vasarhelyi

Documentário sobre o cantor Youssou Ndour.
Imdb