30 de novembro de 2012
29 de novembro de 2012
28 de novembro de 2012
"Blancanieves" por Nuno Reis
Depois de "The Artist" ter conquistado tantos Oscares, é um bocado suspeito que Espanha apresente à Academia, um candidato filmado ao estilo do cinema mudo. E podem dizer que “Blancanieves” é um aproveitamento de uma receita que funciona para prémios. Contudo não é a que estão a pensar. Nâo é a que venceu no concurso do ano passado. É uma receita velha, mas que vem do tempo dos irmãos Grimm e tem encantado gerações. É a história da Branca de Neve.
Esta invulgar adaptação da Branca de Neve tem algumas características únicas. Para começar ser mudo e a preto e branco, como não se via há muito tempo. Mas especialmente começar numa praça de touros. Sevilha, início do século XX. O grande toureiro Antonio Villalta vai enfrentar seis animais de rajada. Na bancada, a sua mulher Carmen de Triana assiste, emocionada e grávida. A criança vai nascer abençoada com talento para a tauromaquia como o pai e para a dança como a mãe, mas o azar vai persegui-la toda a vida.
Pablo Berger não será dos nomes mais conhecidos do cinema espanhol, nem sequer para os seus conterrâneos. Este é apenas o terceiro filme que apresenta. No entanto logo na primeira curta - “Mama” (1988) ficção-científica sobre uma família escondida numa cave - tinha um jovem Alex de la Iglesia às suas ordens (desenho de produção). Com o reconhecimento obtido nessa demonstração de talento foi estudar cinema para o estrangeiro por onde ficou alguns anos. A proposta seguinte - “Torremolinos 73” - é uma comédia sobre um casal que descobre fama e fortuna no cinema pornográfico. Como se passa disso para um filme artístico de época? Muito bem aparentemente.
O argumento aproveita tudo o que a história tinha para dar, e organiza-o da forma mais conveniente. Com muito humor e bastante drama, reconta-nos uma história que sabemos de cor e mesmo assim desejamos que tenha um rumo mais feliz para Branca (que na verdade é Carmen). Mas até ao fim os infortúnios sucedem-se, como em todas as reencarnações de Branca de Neve. E quando achamos que vai acontecer o que todos esperam, talvez a história mude, só para provar que o espectador não pode dar palpites.
Há uma clara crítica sobre os anos 20 e a sociedade de então. É algo comum a todos os filmes espanhóis sobre esse período. Os anos 20 foram um período de prosperidade sob o domínio do General Rivera, antes do regresso da República que levaria à Guerra Civil e a Franco. A própria vida desta Branca pode ser interpretada como uma metáfora da existência espanhola: uma inesperada passagem por alegria incompleta, sofrimento justificado, jubilo e, finalmente, inanição. A tourada por outro lado é a alma espanhola. Tinha de fazer parte. Mesmo sendo contra essa forma de tortura, é difícil negar a beleza dos movimentos tão bem trabalhados para cativar o espectador. Aí, como em tudo o resto, mais do que da realização o filme vive da montagem. A perfeita sintonia entre música e imagem. As sequências de frames sem tempo de ganharem movimento. A expressividade corporal e de rosto do elenco. É uma hipnotizante história que dispensa bem os diálogos e que fica bem gravada na memória.
Esta invulgar adaptação da Branca de Neve tem algumas características únicas. Para começar ser mudo e a preto e branco, como não se via há muito tempo. Mas especialmente começar numa praça de touros. Sevilha, início do século XX. O grande toureiro Antonio Villalta vai enfrentar seis animais de rajada. Na bancada, a sua mulher Carmen de Triana assiste, emocionada e grávida. A criança vai nascer abençoada com talento para a tauromaquia como o pai e para a dança como a mãe, mas o azar vai persegui-la toda a vida.
Pablo Berger não será dos nomes mais conhecidos do cinema espanhol, nem sequer para os seus conterrâneos. Este é apenas o terceiro filme que apresenta. No entanto logo na primeira curta - “Mama” (1988) ficção-científica sobre uma família escondida numa cave - tinha um jovem Alex de la Iglesia às suas ordens (desenho de produção). Com o reconhecimento obtido nessa demonstração de talento foi estudar cinema para o estrangeiro por onde ficou alguns anos. A proposta seguinte - “Torremolinos 73” - é uma comédia sobre um casal que descobre fama e fortuna no cinema pornográfico. Como se passa disso para um filme artístico de época? Muito bem aparentemente.
O argumento aproveita tudo o que a história tinha para dar, e organiza-o da forma mais conveniente. Com muito humor e bastante drama, reconta-nos uma história que sabemos de cor e mesmo assim desejamos que tenha um rumo mais feliz para Branca (que na verdade é Carmen). Mas até ao fim os infortúnios sucedem-se, como em todas as reencarnações de Branca de Neve. E quando achamos que vai acontecer o que todos esperam, talvez a história mude, só para provar que o espectador não pode dar palpites.
Há uma clara crítica sobre os anos 20 e a sociedade de então. É algo comum a todos os filmes espanhóis sobre esse período. Os anos 20 foram um período de prosperidade sob o domínio do General Rivera, antes do regresso da República que levaria à Guerra Civil e a Franco. A própria vida desta Branca pode ser interpretada como uma metáfora da existência espanhola: uma inesperada passagem por alegria incompleta, sofrimento justificado, jubilo e, finalmente, inanição. A tourada por outro lado é a alma espanhola. Tinha de fazer parte. Mesmo sendo contra essa forma de tortura, é difícil negar a beleza dos movimentos tão bem trabalhados para cativar o espectador. Aí, como em tudo o resto, mais do que da realização o filme vive da montagem. A perfeita sintonia entre música e imagem. As sequências de frames sem tempo de ganharem movimento. A expressividade corporal e de rosto do elenco. É uma hipnotizante história que dispensa bem os diálogos e que fica bem gravada na memória.
Título Original: "Blancanieves" (Espanha, 2012) Realização: Pablo Berger Argumento: Pablo Berger Intérpretes: Macarena García, Sofía Oria, Maribel Verdú, Daniel Giménez Cacho, Imma Cuesta, Ángela Molina Música: Alfonso Vilallonga Fotografia: Kiko de la Rica Género: Comédia, Drama Duração: 98 min. Sítio Oficial: http://www.blancanieves.es/ |
27 de novembro de 2012
Para ver na Cinefiesta: El Sexo de los Ángeles
"El Sexo de los Ángeles" de Xavier Villaverde
Bruno e Carla estão apaixonados e vivem juntos. Ainda que discutam algumas vezes, nada os separa. Até que um dia, um jovem encantador chamado Rai entra nas suas vidas e provoca uma crise inesperada: ele e Bruno começam uma relação secreta, embora Bruno continue apaixonado por Carla, e ela também não o queira perder. As coisas complicam-se quando Carla decide entrar no jogo... | |
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Para ver na Cinefiesta: También La Lluvia
"También La Lluvia" de Icíar Bollaín
Sebastián, jovem realizador idealista, jurou fazer um filme sobre uma das mais icónicas figuras mundiais, Cristóvão Colombo. Contra a mentira de um génio liderando uma missão divina de ganhar “almas para Cristo”, Sebastián está determinado em mostrar o outro lado do mito da chegada da Civilização Ocidental às Américas como uma força do bem. O seu filme mostrará aquilo que Colombo desencadeou: a corrida ao ouro, a escravização dos povos, e a terrível violência com que foram reprimidos os indígenas que ofereceram resistência. O brilhante ator que representa Colombo desafiará constantemente o realizador, acusando-o de hipocrisia e manipulação barata. Costa, desacreditado produtor e amigo de Sebastián, não quer saber. Tudo o que lhe importa é que o filme fique pronto a tempo e dentro do orçamento. Costa tem um plano louco. Apesar da fúria de Sebastián, eles filmarão na Bolivia, o mais barato, mais “indígena” dos países latino americanos. Enquanto filmam nos arredores da cidade de Cochabamba, um clima de inquietude civil e política se instala, à medida que o fornecimento de água da cidade é privatizado e vendido a uma multinacional anglosaxónica. A violência aumenta de dia para dia, até que a cidade explode naquilo hoje conhecido pela Guerra da Água (Abril de 2000). 500 anos depois de Colombo, paus e pedras novamente confrontam a tecnologia do exército moderno. David contra Golias. Só que desta vez a luta não é pelo ouro, mas pelo mais simples e vital dos elementos, a água. | |
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26 de novembro de 2012
Esta Quinta, na Cinemateca
Lançamento do "Dicionário do Cinema Português 1895-1961"
com a presença de Jorge Leitão RamosA sessão assinala o lançamento de um novo volume do Dicionário do Cinema Português 1895-1961 de Jorge Leitão Ramos (edição Editorial Caminho), que terá lugar às 18:00 de dia 29 de novembro, antecedendo a projeção de O COSTA DO CASTELO. Centrado no período identificado no título este terceiro volume do Dicionário do Cinema Português sucede aos volumes dedicados aos anos 1962-1988 e 1989-2003. O Dicionário de Jorge Leitão Ramos inventaria os filmes de longa-metragem de ficção dos períodos em causa, incluindo entradas de personalidades.
Para ver na Cinefiesta: La Chispa de la Vida
"La Chispa de La Vida" de Alex de la Iglesia
Roberto, um publicitário desempregado, é recusado por todas as agências onde busca trabalho. A sua situação financeira é desesperante. Já ninguém liga que tenha sido ele a inventar o slogan da Coca Cola “a faísca da vida”. Tudo muda quando ele sofre um acidente que o põe entre a vida e a morte. Fica encarcerado de tal modo que nem o Inem, nem os bombeiros, nem sequer os médicos chegam a acordo de como o resgatar. O absurdo e o dramático do sucedido atraem o interesse dos meios de comunicação. | |
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Para ver na Cinefiesta: Blancanieves
"Blancanieves" de Pablo Berger
Adaptação livre, de carácter gótico, do popular conto dos irmãos Grimm, passada na Espanha dos anos 20. Branca de Neve é Carmen, uma bela jovem com uma infância atormentada pela sua terrível madrasta Encarna. Fugindo do passado, Carmen empreenderá uma apaixonante viagem acompanhada por novos amigos: um grupo de Anões Toureiros. | |
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Para ver na Cinefiesta: Mientras Duermes
Por enquanto este é o único filme da selecção já criticado no blog.
"Mientras Duermes" de Jaume Balagueró
César é porteiro num prédio. Pode não ser o melhor trabalho do mundo, mas a verdade é que não o trocaria por nenhum outro, já que este lhe permite conhecer a fundo todos os inquilinos do imóvel, seus movimentos, seus hábitos. Controla as suas idas e vindas, estuda-os, descobre seus pontos fracos, os seus segredos. Se quisesse poderia inclusive controlar as suas vidas, intervir nelas como se fosse Deus, sem ninguém suspeitar. César tem um jogo secreto: gosta de magoar, mover as peças necessárias para criar dor em seu redor. A nova vizinha do 5ºB sorri, entra e sai todos os dias radiante, cheia de luz, convertendo-se assim na sua próxima vítima. A sua obsessão. O jogo de César vai começar a complicar-se, tornando-se imprevisível. Perigoso. Se não tiver cuidado, pode inclusive voltar-se contra ele. | |
Crítica no Antestreia | |
Para ver na Cinefiesta: Fin
"Fin" de Jorge Torregrossa
Após anos sem se ver, um grupo de amigos reúne-se para um fim de semana na montanha. Mas a espreitar por trás das risadas está um episódio sombrio do passado, que continua pairando sobre eles. Durante a primeira noite, um estranho incidente altera os seus planos, deixando-os completamente isolados do exterior. Decidem sair e procurar ajuda, mas no percurso o grupo se desintegra à medida que uma nova ordem natural se impõe. | |
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25 de novembro de 2012
Para ver na Cinefiesta: Tengo Ganas de Ti
"Tengo Ganas de Ti" de Fernando González Molina
Após uma temporada em Londres, Hache volta para casa distanciado do seu inesquecível primeiro amor por Babi. Enquanto tenta reconstruir a sua vida, uma rapariga alegre e efervescente, Gin, o faz acreditar que é possível apaixonar-se outra vez. Mas, mais tarde ou mais cedo, o reencontro de Hache e Babi será inevitável. | |
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Para ver na Cinefiesta: Grupo 7
"Grupo 7" de Alberto Rodríguez
Para o Grupo 7, os meios justificam os fins: violência, coação, mentiras e meias verdades, vale tudo. Entre Ángel, jovem e inteligente aspirante a detetive, e Rafael, o polícia arrogante, surgirá uma estranha compreensão e descobrirão parecer-se mais do que alguma vez teriam imaginado. Ángel transita com cada vez mais à vontade pelo caminho da ambição e dos excessos policiais, enquanto algo se transforma no interior de Rafael graças ao amor inesperado pela bela e enigmática Lucía. | |
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Para ver na Cinefiesta: Arrugas
"Arrugas" de Ignacio Ferreras
Longa-metragem de animação 2D para um público adulto baseada na aclamada banda desenhada homónima de Paco Roca (Premio Nacional del Comic 2008). 'Arrugas' narra a amizade entre Emilio e Miguel, dois idosos internados num lar. Emilio, que acaba de chegar num estado inicial de Alzheimer, será ajudado por Miguel e outros colegas para não acabar no piso superior da instituição, o temido andar dos “assistidos”, que é como ali chamam aos casos perdidos. Este tresloucado plano traz humor e ternura ao entediante dia-a-dia do lar, pois embora para muitos a vida esteja a chegar ao fim, para este grupo ela só agora está a começar. | |
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Para ver na Cinefiesta: Tadeo Jones
Amanhã a CineFiesta chega ao Porto. Podem ver o programa aqui, mas para ajudar vamos publicando a ficha de cada filme na véspera.
"Las Aventuras de Tadeo Jones" de Enrique Gato
Devido a um mal entendido, confundem Tadeo, um pedreiro sonhador, com um famoso arqueólogo e enviam-no para uma exploração ao Perú. Com insólitos ajudantes, a começar pelo seu fiel cão Jeff, tentará salvar a mítica cidade perdida dos Incas de uma mal-intencionada incursão de caça-tesouros. | |
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24 de novembro de 2012
23 de novembro de 2012
"Argo" por Nuno Reis
O cinema como salvação
Os filmes sobre Cinema têm vindo a ganhar força nos últimos anos. Não costumam é ser dedicados a maus filmes. “Argo” era um terrível argumento do período pós-Star Wars e nunca foi filmado. No entanto, em 2012 fazem um filme com o mesmo título sobre a pré-produção e é justamente apontado como um dos grandes filmes do ano. Como pode um filme sobre um mau filme ser bom? É que “Argo” não é sobre um mau filme, é sobre um não-filme, e porque esse não-filme foi feito para salvar vidas.
Já sabíamos que um filme suficientemente mau se torna bom. Esta é a história de como uma ideia tão má que não podia ser verdade, se revelou a melhor possível.
Contexto histórico: O Irão passou os anos setenta sob domínio americano indirecto. O seu Xá era um ditador ao serviço dos capitais estrangeiros e o povo vivia na miséria. Uma revolução bastou para o depor e colocar o líder religioso Ayatollah Khomeini no poder só que os EUA, cumprindo as suas obrigações, acolheram o aliado moribundo. Os iranianos, profundamente descontentes com isso, exigiram a extradição do anterior líder para julgamento, que serviria para condená-lo à morte. Como os americanos se revelaram intransigentes, o povo ocupou a embaixada sequestrando todos os seus ocupantes. Seis conseguiram escapar. Após dois meses de exigências de parte a parte, começaram a ser pensados planos para os tirar de lá. O melhor era um pouco suicida: dar-lhes bicicletas e mapas para percorrerem 500 kilómetros até uma fronteira pouco guardada. Por isso o especialista da CIA em extracções decidiu pensar num plano menos mau. O melhor que lhe ocorreu foi fazer um falso filme.
Quem anda atento à indústria cinematográfica sabe que a imprensa especializada está constantemente a anunciar projectos que jamais verão a luz do dia. Para os americanos em casa "Argo" seria mais um desses. Para os refugiados na casa do embaixador canadiano seria o tudo ou nada.
O que distingue o "Argo" de Ben Affleck de 99% dos filmes americanos é dizer à partida que os EUA têm culpa no processo. Assume ter causado interferências no processo democrático dos povos com petróleo e admite responsabilidade dos seus aliados por atentados aos direitos humanos. Mostra o Irão como um povo selvagem, mas justifica-o pois era um período de transição e o fim de um regime terrível (não que o seguinte fosse melhor, mas na altura não o sabiam). Com um início assim, o filme conquista logo a simpatia. E no final reconhece que a América do Norte tem outro país. Com tantos canadianos infiltrados nos EUA e campeonatos desportivos comuns, a divisão entre os dois é pouco clara, especialmente porque o de sul tem um ego enorme. Ver esta sentida homenagem ao povo irmão do norte dá vontade de aplaudir.
E há mais! Na abertura é dada uma lição abreviada de história ao espectador. Recorre desde logo à linguagem cinematográfica causando algum espanto em quem esperava um filme mais convencional. Mas "Argo", estou a demonstrar, não é um filme como os outros. Este é um em vários exemplos de uma enorme atenção aos detalhes. Só contamos verdadeiramente uma história se contarmos tudo e "Argo" vai fazê-lo. A dolorosa verdade é uma característica dos filmes do produtor George Clooney.
Um dos favoritos a Oscares nesta recta final do ano, basta ver quem trata da fotografia e banda sonora, permitirá ver como Ben Affleck se está a metamorfosear. De galã sem jeito, para protagonista de filmes de acção e finalmente herói nacional, está salvo como actor. Fora das câmaras junta o Oscar de argumentista a um currículo que o nomeará mais cedo ou mais tarde na categoria de realizador. Tudo mais do que boas razões para ver em cinema o caso desclassificado que faz parte do manual de qualquer agente secreto. Aproveitem que, com as novas ferramentas de comunicação, esta desculpa não pode ser reutilizada.
Os filmes sobre Cinema têm vindo a ganhar força nos últimos anos. Não costumam é ser dedicados a maus filmes. “Argo” era um terrível argumento do período pós-Star Wars e nunca foi filmado. No entanto, em 2012 fazem um filme com o mesmo título sobre a pré-produção e é justamente apontado como um dos grandes filmes do ano. Como pode um filme sobre um mau filme ser bom? É que “Argo” não é sobre um mau filme, é sobre um não-filme, e porque esse não-filme foi feito para salvar vidas.
Já sabíamos que um filme suficientemente mau se torna bom. Esta é a história de como uma ideia tão má que não podia ser verdade, se revelou a melhor possível.
Contexto histórico: O Irão passou os anos setenta sob domínio americano indirecto. O seu Xá era um ditador ao serviço dos capitais estrangeiros e o povo vivia na miséria. Uma revolução bastou para o depor e colocar o líder religioso Ayatollah Khomeini no poder só que os EUA, cumprindo as suas obrigações, acolheram o aliado moribundo. Os iranianos, profundamente descontentes com isso, exigiram a extradição do anterior líder para julgamento, que serviria para condená-lo à morte. Como os americanos se revelaram intransigentes, o povo ocupou a embaixada sequestrando todos os seus ocupantes. Seis conseguiram escapar. Após dois meses de exigências de parte a parte, começaram a ser pensados planos para os tirar de lá. O melhor era um pouco suicida: dar-lhes bicicletas e mapas para percorrerem 500 kilómetros até uma fronteira pouco guardada. Por isso o especialista da CIA em extracções decidiu pensar num plano menos mau. O melhor que lhe ocorreu foi fazer um falso filme.
Quem anda atento à indústria cinematográfica sabe que a imprensa especializada está constantemente a anunciar projectos que jamais verão a luz do dia. Para os americanos em casa "Argo" seria mais um desses. Para os refugiados na casa do embaixador canadiano seria o tudo ou nada.
O que distingue o "Argo" de Ben Affleck de 99% dos filmes americanos é dizer à partida que os EUA têm culpa no processo. Assume ter causado interferências no processo democrático dos povos com petróleo e admite responsabilidade dos seus aliados por atentados aos direitos humanos. Mostra o Irão como um povo selvagem, mas justifica-o pois era um período de transição e o fim de um regime terrível (não que o seguinte fosse melhor, mas na altura não o sabiam). Com um início assim, o filme conquista logo a simpatia. E no final reconhece que a América do Norte tem outro país. Com tantos canadianos infiltrados nos EUA e campeonatos desportivos comuns, a divisão entre os dois é pouco clara, especialmente porque o de sul tem um ego enorme. Ver esta sentida homenagem ao povo irmão do norte dá vontade de aplaudir.
E há mais! Na abertura é dada uma lição abreviada de história ao espectador. Recorre desde logo à linguagem cinematográfica causando algum espanto em quem esperava um filme mais convencional. Mas "Argo", estou a demonstrar, não é um filme como os outros. Este é um em vários exemplos de uma enorme atenção aos detalhes. Só contamos verdadeiramente uma história se contarmos tudo e "Argo" vai fazê-lo. A dolorosa verdade é uma característica dos filmes do produtor George Clooney.
Um dos favoritos a Oscares nesta recta final do ano, basta ver quem trata da fotografia e banda sonora, permitirá ver como Ben Affleck se está a metamorfosear. De galã sem jeito, para protagonista de filmes de acção e finalmente herói nacional, está salvo como actor. Fora das câmaras junta o Oscar de argumentista a um currículo que o nomeará mais cedo ou mais tarde na categoria de realizador. Tudo mais do que boas razões para ver em cinema o caso desclassificado que faz parte do manual de qualquer agente secreto. Aproveitem que, com as novas ferramentas de comunicação, esta desculpa não pode ser reutilizada.
Título Original: "Argo" (EUA, 2012) Realização: Ben Affleck Argumento: Joshuah Bearman (baseado no artigo de Chris Terrio) Intérpretes: Ben Affleck, Bryan Cranston, Alan Arkin, John Goodman, Victor Garber, Tate Donovan, Clea DuVall, Scoot McNairy, Rory Cochrane, Christopher Denham, Kerry Bishé, Kyle Chandler, Chris Messina Música: Alexandre Desplat Fotografia: Rodrigo Prieto Género: Drama, História, Thriller Duração: 120 min. Sítio Oficial: http://argothemovie.warnerbros.com/ |
22 de novembro de 2012
Primeiros filmes de Hitchcock e Kubrick
Nos primeiros tempos do cinema muitos filmes se perderam. Eram as entrevistas dadas anos depois que permitiam saber se haveria algum filme por descobrir. Por vezes o filme simplesmente tinha desaparecido. Muitas das primeiras obras dos grandes realizadores são desconhecidas, hoje falarei de dois casos em que foi possível.
Os 43 minutos apresentados correspondem a três bobinas encontradas no arquivo do projeccionista neozelandês Jack Murtagh que, para bem de todos nós, guardava a película dos filmes que saíam de cartaz.
Hitchcock trabalhou neste filme de Michael Balcon como assistente de realização, argumentista, director artistico e editor. Antes disso tinha colaborado com Balcon em "Woman to Woman" que se considera perdido.
O seu primeiro filme como realizador seria "Number 13", mas o filme não foi concluído. Por curiosidade, Balcon apadrinhou a estreia de Hitchcock pois apresentou "The Lodger" (1927), esse sim, sobrevivente e conhecido até aos nossos dias.
Para ver o filme incompleto clicar aqui.
Alfred Hitchcock
A Biblioteca do Congresso disponibiliza por dois meses no seu site os primeiros 43 minutos do fime "White Shadow".Os 43 minutos apresentados correspondem a três bobinas encontradas no arquivo do projeccionista neozelandês Jack Murtagh que, para bem de todos nós, guardava a película dos filmes que saíam de cartaz.
Hitchcock trabalhou neste filme de Michael Balcon como assistente de realização, argumentista, director artistico e editor. Antes disso tinha colaborado com Balcon em "Woman to Woman" que se considera perdido.
O seu primeiro filme como realizador seria "Number 13", mas o filme não foi concluído. Por curiosidade, Balcon apadrinhou a estreia de Hitchcock pois apresentou "The Lodger" (1927), esse sim, sobrevivente e conhecido até aos nossos dias.
Para ver o filme incompleto clicar aqui.
Stanley Kubrick
Outro caso que poderá interessar aos que sonham vir a realizar é o de Kubrick. O site Open Culture tem um magnífico artigo a explicar como o agora lendário realizador começou. Três documentários feitos sem dinheiro ou equipamento, vendidos com prejuízo, mas que mostram a dedicação e vontade de aprender. Leiam esse texto e, se quiserem, vejam os filmes que o próprio descreve como "maus filmes, com boa fotografia".21 de novembro de 2012
Vencedores do festival RIOS 2012
Teve lugar no passado fim-de-semana o festival RIOS, em Vila Real.
Abaixo podem consultar o palmarés desta primeira edição,
Abaixo podem consultar o palmarés desta primeira edição,
O júri composto por composto por António Preto, António Delgado Liz, Manuel Costa e Silva, Ondjaki, Russel Porter, Rita Capucho e Tanya Valette decidiu outorgar os seguintes prémios:
COMPETIÇÃO OLHARES E ENQUADRAMENTOS
A RIA, Á AGUA E O HOMEM de Manuel Matos Barbosa (Portugal)
tendo em conta o tratamento visual impressionista para transmitir a poética de um espaço.
COMPETIÇÃO MEMÓRIAS, GESTOS E ESPAÇOS
VIAGEM ATÉ CASA de Bárbara Veiga (Portugal)
tendo em conta o rigor formal e profundidade poética com que se evoca uma época, uma obra e um autor de forma intimista e, ao mesmo tempo, universal.
COMPETIÇÃO NADAR CONTRA A CORRENTE
EL TREN DE LAS MOSCAS de Nieves Prieto e Fernando Lopez Castillo
tendo em conta a maneira como regista a solidariedade humana em situações adversas.
MENÇÕES HONROSAS
CAMPING WESERTAL de Hugo Amoedo (Bélgica)
pela maneira como retrata a diversidade humana centrada num microcosmos.
AS VILAS VOLANTES de Alexandre Veras (Brasil)
pela maneira como dá a ver tempos e lugares evocados pelo imaginário de alguns dos seus habitantes.
GRANDE PRÉMIO DO FESTIVAL - DOURO
ODÉON: EL TIEMPO SUSPENDIDO de Jo Graell (Espanha)
tendo em conta o modo como transmite o retrato de uma intensa paixão por uma forma de viver a experiência cinematográfica.
O júri composto por Alfonso Palazón, António Costa Valente e Rob Rombout decidiu atribuir o
PRÉMIO DOCUMENTAL UNIVERSITÁRIO
TRÊS HOMENS, UMA CÂMARA, UM RIO E UM PEIXE de Luís Azevedo, Manuel Cardoso e Luís Águas!
"por um planteamento original e uma apuesta interesante" e "You have the energy, the ideas, the passion and the sense of humour, now the rest: learn the cinema language. Continue!"
20 de novembro de 2012
Cinefiesta 2012 - algumas considerações
Havendo duas localizações para este evento, é inevitável fazer uma comparação.
Um ponto logo a favor é a igualdade. Filme que passe em Lisboa também passa no Porto. O número de sessões é inclusivamente superior a Norte, devido à repetição de várias sessões. As animações que em Lisboa passam duas vezes no Porto passam quatro. Aguns filmes que em Lisboa passam apenas uma vez, no Porto repetem. No total o Porto tem mais oito sessões. O meu único alerta iria para a hora das sessões. "Arrugas" por ser de animação e a meio da tarde (Como "Tadeo Jones") pode ser encarado pelo público como um filme infantil quando é um filme para um público adulto.
O segundo ponto é a distribuição. Lisboa tem a facilidade de ter um Sâo Jorge e uma Cinemateca pelo que a divisão dos filmes entre os dois é muito transparente. No entanto Documentários e Retrospectiva passam na Cinemateca, para um público mais específico, e a Ficção passa na sala com público mais diversificado. Infelizmente muitas delas são em simultâneo, mas também são menos dias. No Porto a segregação é ainda maior com Ficção nas salas comerciais, Documentários na Biblioteca e Retrospectiva no Campo Alegre. Em três espaços geograficamente distintos mas horários compatíveis, uma pessoa com as tardes livres pode perfeitamente ver todos os filmes ao longo dos sete dias.
Finalmente, os convidados. O ideal seria ter Luis Tosar, rosto do cinema espanhol moderno com vários filmes aqui apresentados, ou o mediático Gael Garcia Bernal. A vinda de quatro convidados sabe a pouco (especialmente porque o mais famoso, Jaume Balagueró, é visita habitual) e a sua limitação a Lisboa também, mas comprende-se. São as salas com aspecto para "estrangeiro ver" e é onde a imprensa está. Quanto ao número, veremos o que a imprensa faz com estes, antes de se pedir mais.
Falando dos filmes, é uma selecção variada. O título mais conceituado é "También la Lluvia", mas inclui vários Goyas e cobre vários géneros e autores. Permite ter uma boa ideia do que o cinema espanhol tem feito nos últimos anos.
Um ponto logo a favor é a igualdade. Filme que passe em Lisboa também passa no Porto. O número de sessões é inclusivamente superior a Norte, devido à repetição de várias sessões. As animações que em Lisboa passam duas vezes no Porto passam quatro. Aguns filmes que em Lisboa passam apenas uma vez, no Porto repetem. No total o Porto tem mais oito sessões. O meu único alerta iria para a hora das sessões. "Arrugas" por ser de animação e a meio da tarde (Como "Tadeo Jones") pode ser encarado pelo público como um filme infantil quando é um filme para um público adulto.
O segundo ponto é a distribuição. Lisboa tem a facilidade de ter um Sâo Jorge e uma Cinemateca pelo que a divisão dos filmes entre os dois é muito transparente. No entanto Documentários e Retrospectiva passam na Cinemateca, para um público mais específico, e a Ficção passa na sala com público mais diversificado. Infelizmente muitas delas são em simultâneo, mas também são menos dias. No Porto a segregação é ainda maior com Ficção nas salas comerciais, Documentários na Biblioteca e Retrospectiva no Campo Alegre. Em três espaços geograficamente distintos mas horários compatíveis, uma pessoa com as tardes livres pode perfeitamente ver todos os filmes ao longo dos sete dias.
Finalmente, os convidados. O ideal seria ter Luis Tosar, rosto do cinema espanhol moderno com vários filmes aqui apresentados, ou o mediático Gael Garcia Bernal. A vinda de quatro convidados sabe a pouco (especialmente porque o mais famoso, Jaume Balagueró, é visita habitual) e a sua limitação a Lisboa também, mas comprende-se. São as salas com aspecto para "estrangeiro ver" e é onde a imprensa está. Quanto ao número, veremos o que a imprensa faz com estes, antes de se pedir mais.
Falando dos filmes, é uma selecção variada. O título mais conceituado é "También la Lluvia", mas inclui vários Goyas e cobre vários géneros e autores. Permite ter uma boa ideia do que o cinema espanhol tem feito nos últimos anos.
Cinefiesta 2012 - o programa
Tem início amanhã a quinta edição da CineFiesta, mostra de cinema espanhol. O programa mistura com filmes de ficção, documentários, cinema de animação e uma homenagem ao realizador Víctor Erice, a grande maioria deles inéditos em Portugal.
Críticas já publicadas:
Arrugas de Ignacio Ferreras
Aventuras de Tadeo Jones, Las de Enrique Gato
Blancanieves de Pablo Berger
La Chispa de la Vida de Alex de la Iglesia
Mercado de Futuros de Mercedes Álvarez
Mientras Duermes de Jaume Balagueró
El Sexo de los Ángeles de Xavier Villaverde
Tambiém la Lluvia de Icíar Bollaín
Tengo Ganas de Ti de Fernando González Molina
Lisboa
São Jorge | Cinemateca Portuguesa | ||
dia 21 Novembro | 19h00 | Mientras Duermes | Mercado de Futuros |
21h30 | Blancanieves | Guest | |
dia 22 Novembro | 19h00 | Tengo Ganas de Ti | Al Final del Tunel |
21h30 | Grupo 7 | El Espíritu de la Colmena | |
dia 23 Novembro | 19h00 | Fin | |
19h30 | Cuaderno de Barro | ||
21h30 | La chispa de la vida | El Sur | |
dia 24 Novembro | 17h00 | Las aventuras de Tadeo Jones | |
19h30 | Arrugas | ||
21h30 | También la Lluvia | El Sol del Membrillo | |
dia 25 Novembro | 17h00 | Las aventuras de Tadeo Jones | |
19h30 | Arrugas | ||
21h30 | El Sexo de los Ángeles |
Porto
Zon Lusomundo Dolce Vita | Bibl. Almeida Garrett | Teatro Campo Alegre | ||
dia 26 Novembro | 14h00 | Las Aventuras de Tadeo Jones | ||
16h30 | Arrugas | |||
19h00 | Grupo 7 | |||
21h30 | Tengo Ganas de Ti | |||
00h10 | Fin | |||
dia 27 Novembro | 14h00 | Las Aventuras de Tadeo Jones | ||
16h30 | Arrugas | |||
19h00 | Mientras Duermes | |||
21h30 | Blancanieves | |||
00h00 | La Chispa de la Vida | |||
dia 28 Novembro | 14h00 | Arrugas | ||
16h30 | Las Aventuras de Tadeo Jones | |||
19h00 | Mientras Duermes | |||
21h30 | También La Lluvia | |||
00h00 | El Sexo de los Ángeles | |||
dia 29 Novembro | 14h00 | Arrugas | ||
16h30 | Las Aventuras de Tadeo Jones | |||
19h00 | Blancanieves | |||
21h30 | El Sexo de los Ángeles | |||
00h00 | También La Lluvia | |||
dia 30 Novembro | 21h30 | Guest | ||
dia 1 Dezembro | 15h30 | Cuaderno de Barro | ||
17h30 | El Espíritu de la Colmena | |||
21h30 | Mercado de Futuros | |||
dia 2 Dezembro | 15h30 | Al Final del Tunel | ||
17H30 | El Sur | |||
21H30 | El Sol del Membrillo |
Críticas já publicadas:
Arrugas de Ignacio Ferreras
Aventuras de Tadeo Jones, Las de Enrique Gato
Blancanieves de Pablo Berger
La Chispa de la Vida de Alex de la Iglesia
Mercado de Futuros de Mercedes Álvarez
Mientras Duermes de Jaume Balagueró
El Sexo de los Ángeles de Xavier Villaverde
Tambiém la Lluvia de Icíar Bollaín
Tengo Ganas de Ti de Fernando González Molina
19 de novembro de 2012
Página comunitária para a série "Arrow"
Nas primeiras horas já uma centena de pessoas se juntaram à comunidade e, devido à juventude da série, estes números ainda podem crescer muito até final do ano.
18 de novembro de 2012
"Call Me Maybe" em "The Big Bang Theory"
A música do momento pode ser coreana, mas o êxito do Verão não vai desistir assim tão facilmente. Kaley Cuoko (Penny) deu a ideia nos bastidores e os colegas alinharam todos, para surpresa dos espectadores presentes e dos produtores.
Se gostam da série, juntem-se aos outros 2000 portugueses do grupo The Big Bang Theory (Portugal).
Se gostam da série, juntem-se aos outros 2000 portugueses do grupo The Big Bang Theory (Portugal).
Palmarés do Caminhos 2012
O cinema português está imparável por esse mundo fora, mas o maior festival local onde faz o pleno é o Caminhos, onde compete contra si mesmo. Numa antecipação do que poderão ser os prémios Sophia, aqui fica uma perspectiva sobre o que este último ano nos trouxe de melhor:
Grande Prémio do Festival
"A Nossa Forma de Vida" de Pedro Filipe MarquesMelhor Longa-Metragem
"Florbela" de Vicente Alves do ÓMelhor Curta-Metragem
"Cerro Negro" de João SalavizaMelhor Animação
"Fado do Homem Crescido" de Pedro BritoMelhor Documentário
"Complexo" de Mário PatrocínioPrémio Revelação
"Outro Homem Qualquer" de Luís SoaresPrémio Melhor Actor
Cristóvão Campos em "Nylon da Minha Aldeia"Prémio Melhor Actor Secundário
Dinarte Branco em "A Moral Conjugal"Prémio Melhor Actriz
Dalila Carmo em "Florbela"Melhor Actriz Secundária
Margarida Carpinteiro em "Assim, Assim"Melhor Realizador
Pedro Filipe Marques em "A Nossa Forma de Vida"Melhor Direcção Artística
Pedro Sá em "A Vingança de Uma Mulher"Melhor Argumento Original
João Canijo em "Sangue do meu Sangue"Melhor Argumento Adaptado
Luísa Costa Gomes e Edgar Pêra em "O Barão"Melhor Fotografia
Acácio Almeida em "A Vingança de Uma Mulher"Melhor Guarda-Roupa
Produções TCC em "A Vingança de Uma Mulher"Melhor Caracterização
Abigail Machado em "Florbela"Melhor Montagem
Raphel Lefévre em "A última Vez Que Vi Macau"Melhor Som
Jaime Barros/ Elsa Ferreira em "Florbela"Melhor Banda Sonora Original
André Joaquim em "Assim, Assim""Detachment" por Nuno Reis
Vivemos um período conturbado da nossa história. O presente está negro e as perspectivas de futuro não são melhores. No meio de tantos problemas, aquelas questões que nos deviam incomodar há muito, ficaram como que esquecidas. As mais perturbadoras são as que têm impacto na nossa velhice como a segurança social não querer acarretar com as despesas de saúde e não ter dinheiro para as reformas, mas mais importante do que a nossa velhice ou o nosso futuro como nação, é o nosso futuro como espécie. Há problemas que afectam toda a humanidade e esse devem ser combatidos em primeiro lugar. Não falo de combater a fome e as doenças ou proteger o ambiente, esses são temas que nunca saem das agendas. Falo de preparar uma geração capaz de substituir a antecessora perante desafios maiores. Falo da educação que quanto mais se nota como necessária, mais se sente maltratada.
Tony Kaye é daqueles realizadores sem medo de falar dos tabus. Da mesma forma que no brilhante "American History X" alerta para uma geração sem valores, agora previne-nos - demasiado tarde - para uma geração sem rumo. Reuniu um elenco surpreendente para esta produção independente. Marcia Gay Harden, Lucy Liu, Tim Blake Nelson, Christina Hendricks e Blythe Danner são alguns dos indivíduos que sobrevivem a muito custo a cada dia. James Caan é um farol de esperança que evita o afundar daquele corpo docente, e Adrien Brody é o professor substituto que vai estar lá por um mês e acaba por despoletar a mudança. Não adianta revelar mais sobre cada um deles. São professores a enfrentar alunos desinteressados, pais irresponsáveis, e pior, um ministério com orientações para conseguir resultados forjados em vez de exigir pessoas formadas. O resultado de tudo isso é gritado no filme: alunos com tudo preparado para passarem sem saber e sem esforço, serão adultos sem ambição. Oitenta por cento da população americana trabalhará pelo ordenado mínimo em empregos horríveis, terá uma vida infeliz e miserável, apenas porque nem pais nem governo se preocuparam com eles, nem deixaram que os professores se preocupassem. Pelo contrário, quiseram convertê-los em mais uma ferramenta do facilitismo.
A chegada de Barthes (Brody) vai mudar isso. Como professor temporário já conheceu muita gente. Aprendeu a lidar com todo o tipo de alunos. E mais importante, como não tem os objectivos estanques dos professores permanentes, ainda acredita que pode fazer a diferença. Há imensos filmes sobre o tema. A diferença em "Detachment" é que vemos Barthes também fora da escola a ser aquilo que é entre muros: uma pessoa que se preocupa com o próximo e incapaz de assistir de forma indiferente a vidas desperdiçadas. E além disso, como todos os professores, a ter os seus próprios problemas delicados e urgentes, que seriam uma justificação para um trabalho desleixado caso não fosse um herói dos tempos modernos, encarando os obstáculos que a vida lhe coloca como espera que os seus alunos o façam.
Para muitos este filme pode ou passar ao lado, ou parecer um exagero ou pode ser um murro no estômago. Não deixará de ser bom. Mais do que um grande filme, é o agradecimento tardio da sociedade pelo que alguns grandes profissionais estão a fazer no dia-a-dia. Continuem assim. Se cada um salvar um aluno por ano ainda podemos ter esperanças na próxima geração.
Tony Kaye é daqueles realizadores sem medo de falar dos tabus. Da mesma forma que no brilhante "American History X" alerta para uma geração sem valores, agora previne-nos - demasiado tarde - para uma geração sem rumo. Reuniu um elenco surpreendente para esta produção independente. Marcia Gay Harden, Lucy Liu, Tim Blake Nelson, Christina Hendricks e Blythe Danner são alguns dos indivíduos que sobrevivem a muito custo a cada dia. James Caan é um farol de esperança que evita o afundar daquele corpo docente, e Adrien Brody é o professor substituto que vai estar lá por um mês e acaba por despoletar a mudança. Não adianta revelar mais sobre cada um deles. São professores a enfrentar alunos desinteressados, pais irresponsáveis, e pior, um ministério com orientações para conseguir resultados forjados em vez de exigir pessoas formadas. O resultado de tudo isso é gritado no filme: alunos com tudo preparado para passarem sem saber e sem esforço, serão adultos sem ambição. Oitenta por cento da população americana trabalhará pelo ordenado mínimo em empregos horríveis, terá uma vida infeliz e miserável, apenas porque nem pais nem governo se preocuparam com eles, nem deixaram que os professores se preocupassem. Pelo contrário, quiseram convertê-los em mais uma ferramenta do facilitismo.
A chegada de Barthes (Brody) vai mudar isso. Como professor temporário já conheceu muita gente. Aprendeu a lidar com todo o tipo de alunos. E mais importante, como não tem os objectivos estanques dos professores permanentes, ainda acredita que pode fazer a diferença. Há imensos filmes sobre o tema. A diferença em "Detachment" é que vemos Barthes também fora da escola a ser aquilo que é entre muros: uma pessoa que se preocupa com o próximo e incapaz de assistir de forma indiferente a vidas desperdiçadas. E além disso, como todos os professores, a ter os seus próprios problemas delicados e urgentes, que seriam uma justificação para um trabalho desleixado caso não fosse um herói dos tempos modernos, encarando os obstáculos que a vida lhe coloca como espera que os seus alunos o façam.
Para muitos este filme pode ou passar ao lado, ou parecer um exagero ou pode ser um murro no estômago. Não deixará de ser bom. Mais do que um grande filme, é o agradecimento tardio da sociedade pelo que alguns grandes profissionais estão a fazer no dia-a-dia. Continuem assim. Se cada um salvar um aluno por ano ainda podemos ter esperanças na próxima geração.
Título Original: "Detachment" (EUA, 2011) Realização: Tony Kaye Argumento: Carl Lund Intérpretes: Adrien Brody, Sami Gayle, James Caan, Betty Kaye, Christina Hendricks, Lucy Liu, Marcia Gay Harden, Tim Blake Nelson, William Petersen, Blythe Danner, Bryan Cranston Música: The Newton Brothers Fotografia: Tony Kaye Género: Drama Duração: 97 min. Sítio Oficial: http://detachment-film.com/ |
17 de novembro de 2012
Para quem gosta de séries
No Antestreia fala-se muito de cinema. Devia-se falar mais de televisão. Mas quando aparece aqui algo sobre uma série, é algo em grande. Por exemplo, a única crítica publicada no último ano sobre uma série "Obrigado pela Música" (Glee) foi nomeada melhor crítica de televisão nos prémios TCN.
A verdade é que há muitas séries, talvez mesmo demasiadas, e é precisa uma enorme equipa para acompanhar todas como deve ser. Por isso foi criada uma parceria com os Administradores das Páginas de Séries. Uma comunidade que via facebook dá atenção máxima a mais de 40 séries.
Pode juntar-se desde já à página da vossa série preferida para estarem a par dos mais recentes desenvolvimentos, participarem em passatempos, ou simplesmente conhecerem pessoas com interesses comuns.
Este menu também está disponível na lateral para que possam ir espreitar sempre que navegarem no Antestreia.
A verdade é que há muitas séries, talvez mesmo demasiadas, e é precisa uma enorme equipa para acompanhar todas como deve ser. Por isso foi criada uma parceria com os Administradores das Páginas de Séries. Uma comunidade que via facebook dá atenção máxima a mais de 40 séries.
Este menu também está disponível na lateral para que possam ir espreitar sempre que navegarem no Antestreia.
16 de novembro de 2012
Melhores filmes de Outubro
Mais um belo mês para o cinema nacional, com a entrada de "O Gebo e a Sombra" directo para o quinto lugar do ano. "Tabu" continua a liderar.
Pessoalmente achei Outubro um dos melhores meses da programação. Inclusivamente temos quatro críticas publicadas, como a nomeada a melhor crítica de cinema nos TCN.
Pessoalmente achei Outubro um dos melhores meses da programação. Inclusivamente temos quatro críticas publicadas, como a nomeada a melhor crítica de cinema nos TCN.
1 | O Gebo e a SombraO Gebo e a Sombra | Manoel de Oliveira | 7,75 |
---|---|---|---|
2 | FrankenweenieFrankenweenie | Tim Burton | 8,33 |
2 | Poulet aux PrunesGalinha com Ameixas | Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud | 7,43 |
4 | Mr. NobodySr. Ninguém | Jaco Van Dormael | 7,43 |
5 | LooperLooper - Reflexo Assassino | Rian Johnson | 7,38 |
6 | As Linhas de WellingtonAs Linhas de Wellington | Valeria Sarmiento | 7,36 |
7 | Un Hereux EvénementUm Feliz Evento | Rémi Bezançon | 7,25 |
8 | ArbitrageArbitrage - A Fraude | Nicholas Jarecki | 6,75 |
9 | 007 - Skyfall007 Skyfall | Sam Mendes | 6,71 |
10 | BellamyBellamy | Claude Chabrol | 6,7 |
11 | UnthinkableO Dia do Juízo Final | Gregor Jordan | 6,67 |
12 | RedemptionA Advogada | Tony Goldwyn | 6 |
13 | Premum RushEncomenda Armadilha | David Koepp | 5,86 |
14 | EllesElas | Malgorzata Szumowska | 5,25 |
15 | [REC]³ Génesis, de Paco Plaza[REC]³ Génesis | Paco Plaza | 4,67 |
16 | Taken2Taken - A Vingança | Olivier Megaton | 4,43 |
15 de novembro de 2012
O domínio dos livros portugueses
Sendo a presença online obrigatória nos tempos que correm, foi criado um site para motivar as editoras, sejam grandes ou pequenas, a agir com rapidez e eficácia. A partir de hoje podem registar endereços nos subdomínios de olivro.pt para todas as publicações literárias nacionais em suporte físico ou digital.
A inscrição é gratuita e sem complicações. Basta usarem o formulário no site para dizerem o título do livro, que endereço querem (desde que corresponda ao título e não pertença já a outro livro) e para que página deve apontar.
Podem criar um site oficial, um blog, uma página facebook ou uma página dedicada ao livro no site da editora. Nem que seja um simples anúncio, estejam presentes na rede.
E não se esqueçam destes!
A inscrição é gratuita e sem complicações. Basta usarem o formulário no site para dizerem o título do livro, que endereço querem (desde que corresponda ao título e não pertença já a outro livro) e para que página deve apontar.
Podem criar um site oficial, um blog, uma página facebook ou uma página dedicada ao livro no site da editora. Nem que seja um simples anúncio, estejam presentes na rede.
E não se esqueçam destes!
14 de novembro de 2012
13 de novembro de 2012
12 de novembro de 2012
11 de novembro de 2012
"Tower Heist" por Nuno Reis
Por entre tantos filmes sobre a crise e as suas causas, poucos foram os que nos tentaram fazer rir. Uma das honrosas excepções reunia Eddie Murphy, Ben Stiller, Alan Alda, Matthew Broderick e alguns não tão cómicos nomes num gigantesco golpe.
Um gestor de fundos roubou milhões de outros igualmente ricos num esquema Ponzi. Mas também todas as poupanças dos funcionários da sua torre residencial onde ocupa o piso superior. Ao ver o estado em que ficaram os seus amigos de longa data, Kovacs, o administrador do prédio, vai pedir satisfações e o dinheiro. de volta. Ao ver que não o consegue, aliás, até o emprego perde, vai contratar um criminoso para recuperar o dinheiro à moda antiga: com um assalto. Contrata alguns funcionários descontentes, um financeiro desesperado e um criminoso de segunda categoria que conhecia dos tempos de escola para roubar 20 milhões da casa mais segura da cidade, enquanto o FBI está à porta. Perfeitamente razoável.
A nível de elenco prometia. Além dos quatro referidos acima ainda há participações de Téa Leoni, Gabourey Sidibe e Casey Affleck. O tema era actual e recuperava um género de filme que tinha deixado saudades. E ainda era o regresso de Brett Ratner ao cinema, o seu filme anterior datava de 2007. O problema é que “Tower Heist” nunca se assume como mais do que isso. As personagens são tábuas rasas em que colam um passado e uma mentalidade tão comum que ninguém se identifica com elas, quanto mais simpatizar. Apenas se toma o partido dos pobres por questões morais e porque Alda é um bom sacana. Senão, saber se recuperam o dinheiro ou não, seria apenas uma curiosidade a ler no jornal. Como drama social não tem nem criatividade nem respeito. Como comédia insiste nos mesmos gags de sempre. A genialidade na preparação do golpe é inconsistente com quem o perpreta e a investigação policial é outra anedota. Tão inacreditável como isso só o facto de terem acertado na altura de lançamento - nem demasiado cedo, nem demasiado tarde - e os actores que fazem o melhor possível com este material.
Resumidamente, é uma comédia lagartixa que tenta ser jacaré. Só que uma mistura de retalhos não é um cruzamento de géneros e desilude tanto os apreciadores de comédias, como os de heists. Demo-nos por contentes que não o tenham tentado vender com o título “Assalto ao Arranha-céus”.
Um gestor de fundos roubou milhões de outros igualmente ricos num esquema Ponzi. Mas também todas as poupanças dos funcionários da sua torre residencial onde ocupa o piso superior. Ao ver o estado em que ficaram os seus amigos de longa data, Kovacs, o administrador do prédio, vai pedir satisfações e o dinheiro. de volta. Ao ver que não o consegue, aliás, até o emprego perde, vai contratar um criminoso para recuperar o dinheiro à moda antiga: com um assalto. Contrata alguns funcionários descontentes, um financeiro desesperado e um criminoso de segunda categoria que conhecia dos tempos de escola para roubar 20 milhões da casa mais segura da cidade, enquanto o FBI está à porta. Perfeitamente razoável.
A nível de elenco prometia. Além dos quatro referidos acima ainda há participações de Téa Leoni, Gabourey Sidibe e Casey Affleck. O tema era actual e recuperava um género de filme que tinha deixado saudades. E ainda era o regresso de Brett Ratner ao cinema, o seu filme anterior datava de 2007. O problema é que “Tower Heist” nunca se assume como mais do que isso. As personagens são tábuas rasas em que colam um passado e uma mentalidade tão comum que ninguém se identifica com elas, quanto mais simpatizar. Apenas se toma o partido dos pobres por questões morais e porque Alda é um bom sacana. Senão, saber se recuperam o dinheiro ou não, seria apenas uma curiosidade a ler no jornal. Como drama social não tem nem criatividade nem respeito. Como comédia insiste nos mesmos gags de sempre. A genialidade na preparação do golpe é inconsistente com quem o perpreta e a investigação policial é outra anedota. Tão inacreditável como isso só o facto de terem acertado na altura de lançamento - nem demasiado cedo, nem demasiado tarde - e os actores que fazem o melhor possível com este material.
Resumidamente, é uma comédia lagartixa que tenta ser jacaré. Só que uma mistura de retalhos não é um cruzamento de géneros e desilude tanto os apreciadores de comédias, como os de heists. Demo-nos por contentes que não o tenham tentado vender com o título “Assalto ao Arranha-céus”.
Título Original: "Tower Heist" (EUA, 2011) Realização: Brett Ratner Argumento: Ted Griffin, Jeff Nathanson, Adam Cooper, Bill Collage Intérpretes: Ben Stiller, Eddie Murphy, Alan Alda, Matthew Broderick, Téa Leoni, Casey Affleck, Michael Peña, Gabourey Sidibe Música: Christophe Beck Fotografia: Dante Spinotti Género: Acção, Comédia, Crime Duração: 104 min. Sítio Oficial: http://www.towerheist.net/ |
10 de novembro de 2012
Festival RIOS tem lugar no próximo fim-de-semana
Primeira edição do "RIOS" em Vila Real
O RIOS – 1ºFestival Internacional de Cinema Documental e Transmedia é uma iniciativa do Departamento de Letras, Artes e Comunicação (Escola de Ciências Humanas e Sociais) numa estreita parceria com o Departamento de Engenharias (Escola de Ciência e Tecnologia) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. É organizado, no âmbito do CEL (Centro de Estudos em Letras), linha da Literatura e da Cultura. Tem parcerias previstas, em termos de organização, com a Escola Superior Artística do Porto, Museu do Som e Imagem / Teatro de Vila Real e Universidad Rey Juan Carlos de Madrid. O RIOS – 1ºFestival Internacional de Cinema Documental e Transmedia define-se como uma plataforma de actividade para a criação e promoção de projetos de autor no âmbito do cinema e audiovisual independentes e pretende: 1. Dar visibilidade, servindo como plataforma promocional, a obras cinematográficas e audiovisuais cuja abordagem estética esteja relacionada com a realidade do rio. 2. Servir como plataforma de trabalho para uma reflexão profunda acerca do cinema documental temático 3. Fomentar a criação de projetos de autor que apostem no aprofundamento estético, na descoberta de novos territórios, de novos estilos e de novos suportes que possam definir a realidade Rios. 4. Contribuir para a difusão de primeiras obras e documentários universitários no âmbito temático. 5. Fomentar a criação de parcerias inter-universitárias no âmbito do cinema e do audiovisual documental. O RIOS – 1ºFestival Internacional de Cinema Documental e Transmedia, inserido numa região inevitavelmente ligada ao Douro, pretende explorar e divulgar as potencialidades estéticas ligadas ao rio, tornando-o num espaço privilegiado de criação cinematográfica no âmbito documental. Vila Real, durante o festival, será um ponto de encontro cinematográfico internacional que permitirá a exploração da região e a gestação de novos projetos e de novas criações estéticas. Homenageará, cada ano, um rio específico (nacional ou estrangeiro). O ano inaugural, 2011, escolhe o rio Douro. Para o efeito, o Festival renderá homenagem a Manoel de Oliveira e o filme inaugural será o Douro Faina Fluvial. Serão também projetados em sessões paralelas, documentários vários sobre o Douro. Paralelamente ao festival, cujas sessões competitivas decorrerão no Pequeno Auditório do Teatro de Vila Real, realizar-se-á o I RIOS CONFERENCE – Encontro Internacional de Cinema Documental com comunicações de especialistas nacionais e internacionais nomeadamente de universidades norte-americanas, inglesas, espanholas e brasileiras. Durante este encontro contaremos com a apresentação de livros e de projetos cinematográficos em curso e com sessões paralelas de apresentação de filmes. Decorrerão, ao mesmo tempo, quatro workshops, ligados às questões de cinema e audiovisual, dinamizados por especialistas da Universidad Rey Juan Carlos de Madrid e pela EICTV de San Antonio de los Baños/Cuba. As informações detalhadas acerca destas atividades encontram-se em www.festivalrios.com. | |
Facebook Site |
9 de novembro de 2012
TCN Blog Awards 2012: Cartaz, data e local
Para os mais distraídos aqui fica uma lembrança. O Antestreia é o blog nomeado em mais categorias e precisa dos vossos votos!
Votem aqui
Artigo Cinema: A SOPA dos Pobres
Artigo TV: Porque a TV parece melhor do que o cinema
Crítica Cinema: As Linhas de Wellington
Crítica TV: Obrigado pela Música
Entrevista: ZON Lusomundo
Blog Individual: Antestreia
Blogger: Nuno Reis
Votem aqui
Artigo Cinema: A SOPA dos Pobres
Artigo TV: Porque a TV parece melhor do que o cinema
Crítica Cinema: As Linhas de Wellington
Crítica TV: Obrigado pela Música
Entrevista: ZON Lusomundo
Blog Individual: Antestreia
Blogger: Nuno Reis
8 de novembro de 2012
South Park e a atenção aos detalhes
7 de novembro de 2012
Precisam-se figurantes para a curta "Tsintty"
Se quiserem aparecer num filme enquanto se divertem, esta sexta-feira passem pelo Breyner85.
Mais informação: FaceBook.
Vem Participar na rodagem da curta "Tsintty" escrita e realizada por Rui Pedro Sousa no próximo dia 9 de Novembro pelas 23h no Bar Breyner85 no Porto.
Entrada 2€ com bebida incluída e acesso exclusivo ao set de filmagens do filme em ambiente fechado e controlado pela produção no jardim do Breyner. Tens a oportunidade de ver de perto as filmagens e inclusive participar nas mesmas como figurante numa das cenas mais emblemáticas do filme.
DRESS CODE: Roupa escura, pretos, castanhos, tentar levar o mínimo de cor possível.
Mais informação: FaceBook.
6 de novembro de 2012
5 de novembro de 2012
4 de novembro de 2012
Poster e trailer de "A Good Day to Die Hard"
"A Good Die to Die Hard" de John Moore
A trilogia Die Hard não soube ficar quieta. É verdade que a chegada de Mary Elizabeth Winstead foi refrescante (acabou por se tornar uma heroína de filmes de acção por mérito próprio), mas desta vez preferiram que John McClane se dedicasse ao filho. Por ele vai até à Rússia onde as coisas se complicam um bocadinho. Nada a que ele não esteja habituado. Se estiverem com pouco tempo vejam só o segundo trailer. É fabuloso e motivo suficiente para ver o filme. | |
Imdb | |
3 de novembro de 2012
Posters e videos de "Les Miserábles"
"Les Miserábles" de Tom Hooper
O clássico de Victor Hugo foi eternizado num musical da Broadway que agora é convertido a filme pelo oscarizado Tom Hooper. A opção foi arriscada, com a gravação da música ao vivo, mas caso funcione será decerto uma obra digna do legado que carrega. Site | |
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