Celebra hoje 75 anos de idade o brilhante e polémico Roman Polanski, realizador francês de origem polaca, autor de peças como "Rosemary's Baby" (1968), "Bitter Moon" (1992) e "The Pianist" (2002), onde foi agraciado com um Óscar para Melhor Realizador.
De realizador de ficção a personagem da vida real
Polanski nasceu em Paris a 18 de Agosto de 1933 e cedo teve de enfrentar o mundo. Os seus pais regressaram com Roman para a Polónia dois anos antes de eclodir a Segunda Guerra Mundial, o que teve como consequência a prisão daqueles num campo de concentração, onde a mãe viria a morrer. O filho, perdido no mundo rural polaco, viveu com inúmeras famílias católicas até se reunir com o seu pai. A esta altura, já sabia que o cinema iria ser a sua vida, pois assistia atentamente a todo o tipo de produção a que tinha acesso, essencialmente cinema alemão, que vingava naquela época.
Se no início foi a interpretação que o cativou, o certo é que os estudos na Escola de Cinema de Lodz puxaram-no para trás das câmaras. Após algumas curtas, onde já demonstrava todo o seu potencial, foi com "Nóz w wodzie" (1962) que se estreou na longa-metragem. Não obstante o seu posicionamento no panorama cultural polaco, Polanski decide partir para França, onde realiza "Repulsion" (1965) e "Cul-de-sac" (1966), filmes premiados em Berlim e que impulsionaram a sua carreira para patamares definitivamente internacionais.
Em 1968, aterra em Hollywood e realiza uma obra-prima do género: "Rosemary's Baby", com Mia Farrow e John Cassavetes, onde uma jovem fica subitamente grávida, correndo rumores no estranho edifício onde vive de que se trata do filho do Diabo. Polanski é nomeado aqui o galardão da Academia, para Melhor Argumento Adaptado, tendo Ruth Gordon vencido o de Melhor Actriz Secundária. Foi a confirmação definitiva do seu talento.
Mas se parecia ser o início de uma vida perfeita, cedo tal ideia se desmoronou. Casado com Sharon Tate, que havia conhecido na rodagem de "Dance of the Vampires" (1967), vê a sua mulher ser brutalmente assassinada (e que se encontrava grávida na altura) pela seita de Charles Manson, menos de um ano depois do sucesso do seu primeiro filho em terras do Tio Sam, e decide regressar à Europa. O seu regresso seria em 1974, para a realização de mais uma película que parecia patrocinar definitivamente o ancorar americano - "Chinatown", um thriller com Jack Nicholson brilhantemente recebido pela crítica, e que foi nomeado para 11 Óscares.
Mas se parecia ser um novo fôlego na carreira do autor, uma acusação de violação a uma miúda de 13 anos obriga-o a zarpar dos EUA e regressar a França.
Os tempos intermitentes
É nesta altura que Polanski se vê um pouco perdido - só com "Tess" (1979) se observa um pouco da sua genialidade, realizando desde essa altura 7 filmes (em 25 anos). Deixa a sua marca nos anos 90 com "Bitter Moon", mas só com "The Pianist" (2002) revemos o seu grande estilo. Nomeado para 7 Óscares, vence 3: Melhor Argumento Adaptado (Ronald Harwood), Melhor Realizador, consagrando Adrien Brody como Melhor Actor. As memórias e vivências do pianista Wladyslaw Szpilman trouxeram uma obra memorável nesta primeira década do séc. XXI, e a demonstração de que Polanski se encontra vivo e de boa saúde.
Para 2009, prepara "The Ghost", adaptando a obra homónima de Robert Harris, com Nicolas Cage e Pierce Brosnan já confirmados no elenco. A história andará à volta de um escritor que vê a sua vida perigar quando, ao escrever as memórias de um antigo primeiro ministro britânico, descobre estranhos segredos. Esperamos, da nossa parte, que mesmo sem voltar aos EUA desde a acusação, nos ofereça mais uma obra que ajude a perpetuar a sua memória.
De realizador de ficção a personagem da vida real
Polanski nasceu em Paris a 18 de Agosto de 1933 e cedo teve de enfrentar o mundo. Os seus pais regressaram com Roman para a Polónia dois anos antes de eclodir a Segunda Guerra Mundial, o que teve como consequência a prisão daqueles num campo de concentração, onde a mãe viria a morrer. O filho, perdido no mundo rural polaco, viveu com inúmeras famílias católicas até se reunir com o seu pai. A esta altura, já sabia que o cinema iria ser a sua vida, pois assistia atentamente a todo o tipo de produção a que tinha acesso, essencialmente cinema alemão, que vingava naquela época.
Se no início foi a interpretação que o cativou, o certo é que os estudos na Escola de Cinema de Lodz puxaram-no para trás das câmaras. Após algumas curtas, onde já demonstrava todo o seu potencial, foi com "Nóz w wodzie" (1962) que se estreou na longa-metragem. Não obstante o seu posicionamento no panorama cultural polaco, Polanski decide partir para França, onde realiza "Repulsion" (1965) e "Cul-de-sac" (1966), filmes premiados em Berlim e que impulsionaram a sua carreira para patamares definitivamente internacionais.
Em 1968, aterra em Hollywood e realiza uma obra-prima do género: "Rosemary's Baby", com Mia Farrow e John Cassavetes, onde uma jovem fica subitamente grávida, correndo rumores no estranho edifício onde vive de que se trata do filho do Diabo. Polanski é nomeado aqui o galardão da Academia, para Melhor Argumento Adaptado, tendo Ruth Gordon vencido o de Melhor Actriz Secundária. Foi a confirmação definitiva do seu talento.
Mas se parecia ser o início de uma vida perfeita, cedo tal ideia se desmoronou. Casado com Sharon Tate, que havia conhecido na rodagem de "Dance of the Vampires" (1967), vê a sua mulher ser brutalmente assassinada (e que se encontrava grávida na altura) pela seita de Charles Manson, menos de um ano depois do sucesso do seu primeiro filho em terras do Tio Sam, e decide regressar à Europa. O seu regresso seria em 1974, para a realização de mais uma película que parecia patrocinar definitivamente o ancorar americano - "Chinatown", um thriller com Jack Nicholson brilhantemente recebido pela crítica, e que foi nomeado para 11 Óscares.
Mas se parecia ser um novo fôlego na carreira do autor, uma acusação de violação a uma miúda de 13 anos obriga-o a zarpar dos EUA e regressar a França.
Os tempos intermitentes
É nesta altura que Polanski se vê um pouco perdido - só com "Tess" (1979) se observa um pouco da sua genialidade, realizando desde essa altura 7 filmes (em 25 anos). Deixa a sua marca nos anos 90 com "Bitter Moon", mas só com "The Pianist" (2002) revemos o seu grande estilo. Nomeado para 7 Óscares, vence 3: Melhor Argumento Adaptado (Ronald Harwood), Melhor Realizador, consagrando Adrien Brody como Melhor Actor. As memórias e vivências do pianista Wladyslaw Szpilman trouxeram uma obra memorável nesta primeira década do séc. XXI, e a demonstração de que Polanski se encontra vivo e de boa saúde.
Para 2009, prepara "The Ghost", adaptando a obra homónima de Robert Harris, com Nicolas Cage e Pierce Brosnan já confirmados no elenco. A história andará à volta de um escritor que vê a sua vida perigar quando, ao escrever as memórias de um antigo primeiro ministro britânico, descobre estranhos segredos. Esperamos, da nossa parte, que mesmo sem voltar aos EUA desde a acusação, nos ofereça mais uma obra que ajude a perpetuar a sua memória.
2 comentários:
"Chinatown" é a sua obra-prima.
Sem dúvida! Mas também sou um enorme fã do "Rosemary's Baby" - grande filme!
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