"André Valente" por Nuno Reis
Invertendo a tendência verificada no Fantasporto, este mês foi a vez da Coreia do Sul se render ao cinema nacional e "André Valente" saiu do festival de Gwangju com o Prémio da Crítica que junta ao Prémio Don Quijotte recebido em Locarno. O que tem o filme de especial para conquistar europeus e asiáticos? É simplesmente realista. A primeira longa-metragem de Catarina Ruivo (autora da curta "Uma Cerveja no Inverno") centra-se num jovem de 8 anos, André Valente, e na sua bem complicada vida.
André Valente (Leonardo Viveiros) é-nos apresentado ainda como um bebé onde ficamos a conhecer os seus pais, um casal que sonha com a felicidade, minutos depois o filme mostra-nos que os problemas não se resolveram. André tem um pai ausente e diversos problemas com os colegas na escola, a sua namorada Susana é a única amiga que tem e quando ela muda de escola André vira-se para Nikolai, um russo seu vizinho, que uma vez o defendeu. Nikolai (Dmitry Bogomolov) tem os seus problemas mas os laços entre estas duas pessoas sós surgem quando a mãe de André (Rita Durão) quase se suicida, laços que a patinagem completam.
O filme tem momentos menos bons mas geralmente é um bom retrato da infância, utiliza uma linguagem bastante forte - que eu não esperava de um filme sobre uma criança - e transmite bem a sua moral, "não podemos esperar que alguém fique conosco para sempre, mas podemos ter a certeza de que teremos sempre alguém ao nosso lado". Para os apreciadores do cinema português é um título a não perder, para os restantes digo que vale a pena fazer um esforço.
2 comentários:
Vou ver se vejo esse filme. :)
Afinal este ano nem sequer "Os Imortais" vi no cinema e isso é imperdoável - para corrigir a falha vou ver o filme quando passar na RTP 1.
Abraços cinéfilos,
Tiago Teixeira. (aka cinemaddicted)
Pois, ainda estou a pensar se hei-de ir ver ou não...
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