O tempo é a maior bênção de todas
Quem nunca sonhou ter super-poderes? A capacidade de fazer coisas extraordinárias e se distinguir dos demais. Enquanto na infância são coisas banais como ter força, velocidade ou voar, com o avançar do ano já se pede uma coisa bem mais simples: mais tempo. O novo filme do enorme Richard Curtis vai brincar com esse conceito, mas de uma forma mais próxima da comédia romântica do que do nosso familiar fantástico.
Curtis pode ter conseguido o seu lugar na história do entretenimento com personagens como Blackadder e Mr. Bean, com argumentos como "Four Weddings and a Funeral", "Notting Hill" e "Bridget Jones’ Diary", mas foi quando se tornou realizador que se superou. Ao excelente trabalho como argumentista, juntou clássicos modernos como "Love Actually" - o filme ideal para esta época natalícia – e o bastião flutuante da música "The Boat That Rocked". Claro que não se lhe exigia nada menos do que repetir o fenómeno. Pedia-se o impossível. Para expectativas tão altas, Curtis foi em busca dos melhores. Para protagonista, uma surpresa! Downhall Gleeson ("Shadow Dancer", "Anna Karenina") tem aqui o seu primeiro grande papel depois de uma carreira promissora no segundo plano. A compensar o desconhecimento do grande público sobre ele, como interesse amoroso está a sobejamente conhecida Rachel McAdams (do filme lamechas preferido de todos "The Notebook") que tem adorado fazer cinema europeu como se prova pelos exemplos recentes "Midnight in Paris" e "Passion" e já teve a sua dose de assistir a viagens no tempo (adicionemos o óbvio "The Time Traveler’s Wife" à lista).
Enquanto McAdams volta a ser a miúda perfeita capaz de dar a volta à cabeça de qualquer homem e se move com naturalidade no romance e comédia, Gleeson leva em ombros a parte mais difícil do filme. É ele que tem de fazer com que o público desse género de filmes se fascine e se deixe levar pela magia. Interpreta Tim, um jovem capaz de viajar no tempo e que usa esse poder para fazer do seu mundo e dos que o rodeiam um lugar melhor. Quando algo está mal, um momento de concentração e puf, tem a oportunidade de fazer o que não foi feito, corrigir o que disse mal, eliminar os momentos mais deprimentes da sua vida. O pai dá-lhe dicas sobre o que pode ou não fazer e sobre quais devem ser as suas prioridades, mas esse grande poder, como todos os que sonharam tê-lo imaginam, traz grandes responsabilidades e só Tim pode decidir o que vale a pena mudar.
Este romance entra em terreno perigoso com tal sinopse. Com uma produção americana seria um desastre seguramente. Mas a visão de Curtis é especial. Ele conseguia tornar qualquer porcaria num sucesso de bilheteira e ninguém deixaria de gostar dele por isso. Dá uma tal naturalidade às coisas que repete o fenómeno de Notting Hill e Love Actually: pode ser uma história de amor impossível, mas é credível simplesmente porque nos faz acreditar. O que Tim vai fazendo e sentindo, é o que o espectador pensa. O que faria por amor àquelas pessoas. E a moral final é exactamente aquela que tantas vezes ouvimos das pessoas mais velhas e não percebemos ou não tornamos realidade antes de ser demasiado tarde. Não é preciso reviver melhor, desde que se viva cada dia ao máximo.
Quem nunca sonhou ter super-poderes? A capacidade de fazer coisas extraordinárias e se distinguir dos demais. Enquanto na infância são coisas banais como ter força, velocidade ou voar, com o avançar do ano já se pede uma coisa bem mais simples: mais tempo. O novo filme do enorme Richard Curtis vai brincar com esse conceito, mas de uma forma mais próxima da comédia romântica do que do nosso familiar fantástico.
Curtis pode ter conseguido o seu lugar na história do entretenimento com personagens como Blackadder e Mr. Bean, com argumentos como "Four Weddings and a Funeral", "Notting Hill" e "Bridget Jones’ Diary", mas foi quando se tornou realizador que se superou. Ao excelente trabalho como argumentista, juntou clássicos modernos como "Love Actually" - o filme ideal para esta época natalícia – e o bastião flutuante da música "The Boat That Rocked". Claro que não se lhe exigia nada menos do que repetir o fenómeno. Pedia-se o impossível. Para expectativas tão altas, Curtis foi em busca dos melhores. Para protagonista, uma surpresa! Downhall Gleeson ("Shadow Dancer", "Anna Karenina") tem aqui o seu primeiro grande papel depois de uma carreira promissora no segundo plano. A compensar o desconhecimento do grande público sobre ele, como interesse amoroso está a sobejamente conhecida Rachel McAdams (do filme lamechas preferido de todos "The Notebook") que tem adorado fazer cinema europeu como se prova pelos exemplos recentes "Midnight in Paris" e "Passion" e já teve a sua dose de assistir a viagens no tempo (adicionemos o óbvio "The Time Traveler’s Wife" à lista).
Enquanto McAdams volta a ser a miúda perfeita capaz de dar a volta à cabeça de qualquer homem e se move com naturalidade no romance e comédia, Gleeson leva em ombros a parte mais difícil do filme. É ele que tem de fazer com que o público desse género de filmes se fascine e se deixe levar pela magia. Interpreta Tim, um jovem capaz de viajar no tempo e que usa esse poder para fazer do seu mundo e dos que o rodeiam um lugar melhor. Quando algo está mal, um momento de concentração e puf, tem a oportunidade de fazer o que não foi feito, corrigir o que disse mal, eliminar os momentos mais deprimentes da sua vida. O pai dá-lhe dicas sobre o que pode ou não fazer e sobre quais devem ser as suas prioridades, mas esse grande poder, como todos os que sonharam tê-lo imaginam, traz grandes responsabilidades e só Tim pode decidir o que vale a pena mudar.
Este romance entra em terreno perigoso com tal sinopse. Com uma produção americana seria um desastre seguramente. Mas a visão de Curtis é especial. Ele conseguia tornar qualquer porcaria num sucesso de bilheteira e ninguém deixaria de gostar dele por isso. Dá uma tal naturalidade às coisas que repete o fenómeno de Notting Hill e Love Actually: pode ser uma história de amor impossível, mas é credível simplesmente porque nos faz acreditar. O que Tim vai fazendo e sentindo, é o que o espectador pensa. O que faria por amor àquelas pessoas. E a moral final é exactamente aquela que tantas vezes ouvimos das pessoas mais velhas e não percebemos ou não tornamos realidade antes de ser demasiado tarde. Não é preciso reviver melhor, desde que se viva cada dia ao máximo.
Título Original: "About Time" (Reino Unido, 2013) Realização: Richard Curtis Argumento: Richard Curtis Intérpretes: Downhall Gleesom, Rachel McAdams, Bill Nighy, Lydia Wilson, Lindsay Duncan, Tom Hollander Música: Nick Laird-Clowes Fotografia: John Guleserian Género: Comédia, Fantasia, Romance Duração: 123 min. Sítio Oficial: http://www.abouttimeintl.com/ |
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