Wes Anderson não se rege pelas normas convencionais do cinema. Pode não agradar a todos, mas não permite que isso altere o seu estilo tão peculiar. Faz filmes que são únicos e cuja autoria não dá margens para dúvidas. Uma das características é o incrível lote de estrelas que tem ao seu dispôr. Mas se ver aqui nomes como Bill Murray, Owen Wilson, Jason Schwartzman, Adrien Brody, Willem Dafoe, Tilda Swinton e Bob Balaban não apresenta novidade, saber que além deles tem outros tantos igualmente conhecidos, tem tantas estrelas ao dispôr que nem lhes consegue escrever personagens e se limita a arranjar cameos para todos, deixa-nos levemente confusos. Nem o filme é assim tão bom que se justifique quererem entrar nele a todo o custo, nem lhes faltariam alternativas para andarem entretidos noutros projectos. Estão aqui apenas porque sim, por confiarem no realizador que, ao fim de tantos trabalhos (para Murray esta foi a sétima colaboração), será também um amigo. É um pouco assim que vamos para cada filme de Anderson. Deste Anderson, ainda que haja outros com o mesmo apelido que têm o mesmo efeito noutros actores e espectadores. Vamos confiantes que, por muito pouco que ele tenha pensado em nós, nos arranjou um cantinho do qual vamos gostar.
A narrativa contada por um escritor que ouviu a história na primeira pessoa, acompanha o recepcionista e um dos paquetes do Grand Budapest Hotel, no ano de 1932. Esse hotel era uma casa temporária para muitos viajantes. Localizado na região fictícia de Zubrowka, que representa a Europa de Leste nos atribulados anos 30 - quando guerras e invasões eram actos cada vez mais frequentes - o Grand Budapest Hotel, será testemunha de estranhos eventos e o seu concierge Gustave terá um importante papel no desenrolar dos acontecimentos.
É preciso ir ver o filme naquele modo específico para os filmes de Anderson, porque ao estranho e surreal, junta-se aquele toque mágico com o qual nos dá lições morais. Tal como nos seus filmes anteriores, a história central é uma gigantesca aventura, mas é o seu contexto que mais nos marca. Neste caso, a variedade cultural, as personagens rocambolescas, as sociedades secretas, as paixões proibidas, as loucuras feitas por amor ou amizade, aqueles doces de ficar com água na boca... O como ingrediente máximo o retrato da Vida contado por duas pessoas que, ao entrarem no Inverno da existência, conseguem reflectir sobre o significado dos anos e das pessoas que ficaram para trás. Uma simplicidade aparente, um filme que se valoriza à medida que o vemos e vai certamente melhorar enquanto envelhecemos e olhamos para trás.
Se fosse reduzir esta crítica a prós e contras, nos contras poderia dizer que era apenas mais um filme de Wes Anderson. Nos prós diria exactamente o mesmo.
A narrativa contada por um escritor que ouviu a história na primeira pessoa, acompanha o recepcionista e um dos paquetes do Grand Budapest Hotel, no ano de 1932. Esse hotel era uma casa temporária para muitos viajantes. Localizado na região fictícia de Zubrowka, que representa a Europa de Leste nos atribulados anos 30 - quando guerras e invasões eram actos cada vez mais frequentes - o Grand Budapest Hotel, será testemunha de estranhos eventos e o seu concierge Gustave terá um importante papel no desenrolar dos acontecimentos.
É preciso ir ver o filme naquele modo específico para os filmes de Anderson, porque ao estranho e surreal, junta-se aquele toque mágico com o qual nos dá lições morais. Tal como nos seus filmes anteriores, a história central é uma gigantesca aventura, mas é o seu contexto que mais nos marca. Neste caso, a variedade cultural, as personagens rocambolescas, as sociedades secretas, as paixões proibidas, as loucuras feitas por amor ou amizade, aqueles doces de ficar com água na boca... O como ingrediente máximo o retrato da Vida contado por duas pessoas que, ao entrarem no Inverno da existência, conseguem reflectir sobre o significado dos anos e das pessoas que ficaram para trás. Uma simplicidade aparente, um filme que se valoriza à medida que o vemos e vai certamente melhorar enquanto envelhecemos e olhamos para trás.
Se fosse reduzir esta crítica a prós e contras, nos contras poderia dizer que era apenas mais um filme de Wes Anderson. Nos prós diria exactamente o mesmo.
Título Original: "The Grand Budapest Hotel" (Alemanha, EUA, 2014) Realização: Wes Anderson Argumento: Wes Anderson, Hugo Guinness (baseados no livro de Stefan Zweig) Intérpretes: Adrien Brody, Bill Murray, Edward Norton, F. Murray Abraham, Harvey Keitel, Jason Schwartzman, Jeff Goldblum, Jude Law, Léa Seydoux, Mathieu Amalric, Owen Wilson, Ralph Fiennes, Saoirse Ronan, Tilda Swinton, Tom Wilkinson, Tony Revolori, Willem Dafoe Música: Alexandre Desplat Fotografia: Robert D. Yeoman Género: Aventura, Comédia, Drama Duração: 100 min. Sítio Oficial: http://www.grandbudapesthotel.com/ |
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