Há uma categoria especial de filmes dedicados aos veteranos da sétima arte. Para uns serão produtos como “The Expendables” e “RED.”, tão virados para a acção como os filmes que os nosso heróis faziam com vinte e trinta anos. Para outros serão filmes requintados como “Gran Torino”, produtos com classe para senhores de classe. E para muitos outros, bastam filmes onde eles possam fazer o que lhes der na excelentíssima gana. Esse sub-género tem sido muito frequente como vimos em “Something’s Gotta Give” para Nicholson e ainda este ano “And So It Goes” para Douglas. “St. Vincent” vem parar a uma categoria um pouco à parte. Por um lado tem muito do que “And So It Goes” nos deu com o velhote tornado babysitter. Mas por outro é Bill Murray a ser ele próprio como sempre. Se compararmos com as interpretações em filmes tão variados como “The Monument’s Men”, “Zombieland”, “Get Smart”, “Broken Flowers”, ou “Lost in Translation” - para não recuar demasiado - a metamorfose do actor é mínima, pois ele é soberbo sendo ele próprio. Este “St. Vincent” sabe ao que vem e foi feito para os fãs do actor que tanto o admiram num blockbuster como numa produção tão marginal que precisa de dois anos até estrear em Portugal.
Como um filme apenas sobre Murray seria um pouco cansativo - quem quero enganar? ia ver na mesma! - o actor por momentos divide o ecrã com alguns colegas de profissão. O mais importante será o pequeno Jaeden Lieberher com quem contracena na maior parte das cenas. Um pequeno talento que reencontrará no próximo filme de Cameron Crowe e que aqui tem uma lição de vida. Como mãe do pequeno e numa personagem estereotipada temos a conhecida Melissa McCarthy cuja performance demora bastante a conquistar alguma atenção. Ainda há um padre-professor, Chris O'Dowd, para fazer o elo à religião que dá o mote ao filme. Apesar de dizer umas frases bonitas, não tem relevância visível para a história.
Longe dos lugares-comuns está Daka. A personagem pode até fazer lembrar outras senhoras da noite que o cinema vai trazendo em posições sem relevo ou interesse para a história, mas ser interpretada por Naomi Watts é sem dúvida motivo para atenção. Uma stripper russa grávida não encaixa no seu leque habitual de personagens. Se pensarmos que nos últimos dois anos entrou em “Birdman”, foi Lady “Diana” e enfrentou a natureza em “Lo Imposible” - segunda nomeação a Oscar - tem estatuto e dinheiro para recusar est tipo de papéis. Só que Daka não é típica. Para quem acompanha a carreira da actriz mais a fundo, a única coisa semelhante que fez foi a sexy manipuladora Meredith em “Plots With a View”. Em “St. Vincent” tem o estilo de personagem que precisa de alguém de créditos firmados para ser levada a sério. Alguém que possa ousar fazer sombra a Murray.
Estando os principais intervenientes apresentados, passemos à história. Como é fácil de perceber pelas referências dadas e pelas omitidas, temos uma criança à procura de uma figura paterna, uma mãe sem tempo e um educador com boas intenções. Sobram um velho que é um péssimo exemplo e uma mulher que não devia servir de exemplo para ninguém. Diz-se que é precisa toda uma aldeia para educar uma criança, por isso, bom ou mau, cada um terá o seu contributo a dar para que o pequeno Oliver perceba o que é a vida. Caberá à criança decidir o que se “aproveita” em cada um deles para construir a sua identidade.
É um filme lamechas. É uma história já muito vista. É completamente previsível. E mesmo assim, em imensos momentos consegue surpreender-nos. è um daqueles casos onde sabemos à partida que só vamos ver por causa dos actores, e saímos a dizer que só valeu a pena por causa dos actores. E como vale a pena.
Longe dos lugares-comuns está Daka. A personagem pode até fazer lembrar outras senhoras da noite que o cinema vai trazendo em posições sem relevo ou interesse para a história, mas ser interpretada por Naomi Watts é sem dúvida motivo para atenção. Uma stripper russa grávida não encaixa no seu leque habitual de personagens. Se pensarmos que nos últimos dois anos entrou em “Birdman”, foi Lady “Diana” e enfrentou a natureza em “Lo Imposible” - segunda nomeação a Oscar - tem estatuto e dinheiro para recusar est tipo de papéis. Só que Daka não é típica. Para quem acompanha a carreira da actriz mais a fundo, a única coisa semelhante que fez foi a sexy manipuladora Meredith em “Plots With a View”. Em “St. Vincent” tem o estilo de personagem que precisa de alguém de créditos firmados para ser levada a sério. Alguém que possa ousar fazer sombra a Murray.
Estando os principais intervenientes apresentados, passemos à história. Como é fácil de perceber pelas referências dadas e pelas omitidas, temos uma criança à procura de uma figura paterna, uma mãe sem tempo e um educador com boas intenções. Sobram um velho que é um péssimo exemplo e uma mulher que não devia servir de exemplo para ninguém. Diz-se que é precisa toda uma aldeia para educar uma criança, por isso, bom ou mau, cada um terá o seu contributo a dar para que o pequeno Oliver perceba o que é a vida. Caberá à criança decidir o que se “aproveita” em cada um deles para construir a sua identidade.
É um filme lamechas. É uma história já muito vista. É completamente previsível. E mesmo assim, em imensos momentos consegue surpreender-nos. è um daqueles casos onde sabemos à partida que só vamos ver por causa dos actores, e saímos a dizer que só valeu a pena por causa dos actores. E como vale a pena.
Título Original: "St. Vincent" (EUA, 2014) Realização: Theodore Melfi Argumento: Theodore Melfi Intérpretes: Bill Murray, Jaeden Lieberher, Melissa McCarthy, Naomi Watts, Chris O'Dowd, Terrence Howard Música: Theodore Shapiro Fotografia: John Lindley Género: Comédia, Drama Duração: 102 min. Sítio Oficial: http://stvincentfilm.com |
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