Depois da média metragem "The Woman in the Room" (1983), da obra-prima "Shawshank Redemption" (1994) e do competente "The Green Mile", Frank Darabont regressa à adaptação de uma obra do escritor norte-americano Stephen King, desta vez da novela "The Mist", publicada originalmente em 1980.
Depois de uma violenta tempestade, David Drayton (Thomas Jane) desloca-se ao supermercado local com o seu filho Billy (Nathan Gamble) para comprar uma série de mantimentos e materiais. Com eles segue Brent Norton (Andre Braugher), um vizinho com o qual tem litígios há já bastante tempo. Pouco tempo vai passar na loja até chegar um homem que grita pela vida e implora que fechem as portas. Em segundos, são cercados por uma intensa névoa que os deixa enclausurados na sua alvura e temor.
Automaticamente surgem dois líderes deste grupo refém: Drayton e Mrs. Carmody (Marcia Gay Harden), esta última uma putativa enviada de Deus, uma criatura messiânica que pensa transportar a palavra do Senhor. Quando as primeiras vítimas surgem dentro do estabelecimento, esta liderança bipartida concentra de uma lado aqueles que querem arranjar uma solução (entre os quais um nerd que trabalha na loja, Ollie Weeks - Toby Jones), e aqueloutros que creem nas palavras da falsa profeta de que chegou o Apocalipse, e que só a entrega de sacrifícios humanos acalma a ira do criador. Por entre tentáculos e estranhas criaturas sáuricas, ambas as facções acabam num inevitável choque, que os leva por caminhos opostos.
"The Mist" só não se estatela ao comprido porque tem um final de uma intensidade trágica filha daquelas gregas que põem em causa todo o processo de viver. No resto é todo um desfilar de lugares comuns e premissas já repetidas até à exaustão: o nevoeiro, uma pequena vila onde todos se conhecem, um espaço onde ficam encerrados, criaturas que não se sabe como são e de onde vieram (e esta última questão fica em aberto mesmo depois do filme) e um pouco de gore à pressão para tentar que se dêm uns saltos na cadeira.
Com diálogos lentos e desfasados da realidade actual, fica a coincidência de ser a criação de um micro-cosmos apocalíptico versão EUA pós-11 de Setembro, com personagens de pouca profundidade e criadoras de mais perguntas do que as próprias respostas que comportam. Marcia Gay Harden no papel da pseudo profeta nunca chega a convencer, sem contar com o punhado de histéricos que provavelmente fizeram a audição com base no berro. A estrutura narrativa queda-se por incompleta, o que leva a que perca amiúde (bem como no final) o seu sentido.
Salva-se a realização e o trabalho com a câmara, com planos muito conseguidos, que levam o interesse mais longe, até porque esse desvencer-se-ia precocemente. Um filme ao lado, ainda mais se soubermos que vamos ver uma película do autor de "The Shawshank Redemption".
Depois de uma violenta tempestade, David Drayton (Thomas Jane) desloca-se ao supermercado local com o seu filho Billy (Nathan Gamble) para comprar uma série de mantimentos e materiais. Com eles segue Brent Norton (Andre Braugher), um vizinho com o qual tem litígios há já bastante tempo. Pouco tempo vai passar na loja até chegar um homem que grita pela vida e implora que fechem as portas. Em segundos, são cercados por uma intensa névoa que os deixa enclausurados na sua alvura e temor.
Automaticamente surgem dois líderes deste grupo refém: Drayton e Mrs. Carmody (Marcia Gay Harden), esta última uma putativa enviada de Deus, uma criatura messiânica que pensa transportar a palavra do Senhor. Quando as primeiras vítimas surgem dentro do estabelecimento, esta liderança bipartida concentra de uma lado aqueles que querem arranjar uma solução (entre os quais um nerd que trabalha na loja, Ollie Weeks - Toby Jones), e aqueloutros que creem nas palavras da falsa profeta de que chegou o Apocalipse, e que só a entrega de sacrifícios humanos acalma a ira do criador. Por entre tentáculos e estranhas criaturas sáuricas, ambas as facções acabam num inevitável choque, que os leva por caminhos opostos.
"The Mist" só não se estatela ao comprido porque tem um final de uma intensidade trágica filha daquelas gregas que põem em causa todo o processo de viver. No resto é todo um desfilar de lugares comuns e premissas já repetidas até à exaustão: o nevoeiro, uma pequena vila onde todos se conhecem, um espaço onde ficam encerrados, criaturas que não se sabe como são e de onde vieram (e esta última questão fica em aberto mesmo depois do filme) e um pouco de gore à pressão para tentar que se dêm uns saltos na cadeira.
Com diálogos lentos e desfasados da realidade actual, fica a coincidência de ser a criação de um micro-cosmos apocalíptico versão EUA pós-11 de Setembro, com personagens de pouca profundidade e criadoras de mais perguntas do que as próprias respostas que comportam. Marcia Gay Harden no papel da pseudo profeta nunca chega a convencer, sem contar com o punhado de histéricos que provavelmente fizeram a audição com base no berro. A estrutura narrativa queda-se por incompleta, o que leva a que perca amiúde (bem como no final) o seu sentido.
Salva-se a realização e o trabalho com a câmara, com planos muito conseguidos, que levam o interesse mais longe, até porque esse desvencer-se-ia precocemente. Um filme ao lado, ainda mais se soubermos que vamos ver uma película do autor de "The Shawshank Redemption".
Título Original: "The Mist" (EUA, 2007) Realização: Frank Darabont Argumento: Stephen King (novela) e Frank Darabont Intérpretes: Thomas Jane, Marcia Gay Harden e Toby Jones Fotografia: Ronn Schmidt Música: Mark Isham Género: Terror / Ficção Científica / Thriller Duração: 127 min. Sítio Oficial: http://www.themist-movie.com |
1 comentários:
foi um bom encerramento para o Fantasporto! O público gostou! :D
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