A homenagem ao cinema mudo que veio dos anos 50
Rod: Lina, you're a beautiful woman. Audiences think you've got a voice to match. The studio's gotta keep their stars from looking ridiculous at any cost.
Cosmo Brown: Nobody's got that much money.
Alguns filmes são intemporais. Outros, são recordados em dias de temporal. Se a melhor forma de enfrentar as adversidades é com um sorriso e uma canção, a melhor forma de andar à chuva será cantando e dançando, e com muito amor a aquecer o coração. Raro é o dia de chuva em que não me recorde de "Singin’ in the Rain". Ter passado ontem na televisão foi pretexto para o rever. E que bem aguenta o teste do tempo.
Em 1927 o cinema sofreu a primeira grande transformação. O som invadiu os estúdios e mandou muitas estrelas para o desemprego. Esta é a história da dupla fictícia Don Lockwood e Lina Lamont - o casal favorito do público na era do cinema mudo - e da sua transição para o sonoro. Enquanto Lockwood e o seu amigo músico Cosmo Brown são artistas capazes, Lamont não tem nada para além do seu bom aspecto e não consegue dizer uma frase em condições. No mudo, Lockwood e os estúdios conseguiam disfarçar, mas o sucesso de "The Jazz Singer" vai obrigar a sonorizar o mais recente filme de ambos e isso vai ser uma peripécia.
Os anos 20 podem ter sido loucos, mas os 50 não ficaram muito atrás. O musical estava no seu auge e com a concorrência de Astaire, todos os actores tinham de saber dançar na perfeição. E como dançam Gene Kelly e Donald O’Connor! Kelly é o galã de serviço. Além de ficar com a miúda e de ser um herói, cumpre todos os requisitos do bom da fita. E se era suposto a segunda estrela ser Debbie Reynolds, O’Connor rouba-lhe todo o protagonismo. O complemento humorístico de Kelly faz de tudo. Ele canta, dança, faz acrobacias (o mítico andar nas paredes) e o Globo ganho pelo papel foi o ponto alto da carreira. Quando estão os dois em cena tudo é pretexto para dançar e as cenas perfeitamente sincronizadas são capturadas num take contínuo, provando mais uma vez que antigamente um actor era um artista completo, não apenas uma cara bonita capaz de dizer umas frases. Reynolds como a dupla de voz tem uma personagem discreta, a compensar o espalhafatoso Cosmo. Mas é um trio simpático e dos que melhor funcionou na história do cinema.
"Singin’in the Rain além das músicas nos vídeos tem mais algumas que conseguem ficar na memória, tem uma história divertida, fabulosas coreografias, muito humor, o cuidado obrigatório com o guarda-roupa e os efeitos avançados para a época mostram ousadia cénica e visual. Enquanto isso vai ensinando quão rápido era fazer um filme e complicado sonorizá-lo em condições. Promoveu-se como o musical que mudaria o género. Tem uma grande dose de razão. Um título essencial para acompanhar a evolução do cinema.
Rod: Lina, you're a beautiful woman. Audiences think you've got a voice to match. The studio's gotta keep their stars from looking ridiculous at any cost.
Cosmo Brown: Nobody's got that much money.
Alguns filmes são intemporais. Outros, são recordados em dias de temporal. Se a melhor forma de enfrentar as adversidades é com um sorriso e uma canção, a melhor forma de andar à chuva será cantando e dançando, e com muito amor a aquecer o coração. Raro é o dia de chuva em que não me recorde de "Singin’ in the Rain". Ter passado ontem na televisão foi pretexto para o rever. E que bem aguenta o teste do tempo.
Título Original: "Singin'in the Rain" (EUA, 1952) Realização: Stankey Donen, Gene Kelly Argumento: Adolph Green, Betty Comden Intérpretes: Gene Kelly, Donald O'Connor, Debbie Reynolds,Jean Hagen, Millard Mitchell Música: Lennie Hayton Fotografia: Harold Rosson Género: Comédia, Musical, Romance Duração: 103 min. Sítio Oficial: https://www.facebook.com/SinginInTheRainOfficial |
2 comentários:
É curioso que tanto este como The Jazz Singer são, para mim, dos melhores musicais que há. Aqueles cenários mais para o fim são incríveis.
Também é dos meus musicais favoritos como se percebe.
O que me surpreende é como aguentou bem o tempo. Claro que o argumento não é muito criativo, "quem viu um, viu todos" como eles dizem, mas é mais cativante do que as musicas fariam supor.
Fez 60 anos e os efeitos usados continuam impecáveis.
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