28 de junho de 2007

"Die Hard 4.0" por Nuno Reis

Já quase vinte anos se passaram desde que a saga Die Hard estreou. Na altura foi um projecto arrojado, com muita acção como era costume. Entretanto Bruce Willis foi fazendo vários projectos mais ligeiros, alternados com aqueles em que tinha de saltar, lutar, disparar e ser duro de matar. A idade não parece pesar no velho lutador, nos últimos anos excedeu-se e este quarto Die Hard é o melhor exemplo disso. Se Schwarzenegger e Stallone aos cinquenta anos voltaram aos papeis que os eternizaram porque não iria Willis voltar a ser McClane?

A aventura começa quando a divisão de ciber-segurança do FBI é atacada. Eles decidem chamar todos os hackers do país capazes de fazer isso para descobrirem o que se passou. O escolhido para levar Matt Farrell de New Jersey para Washington foi, tal como em "16 Blocks", a personagem de Bruce Willis quando ia começar a viagem para casa. Se não lhe chamassem John McClane, faziam o filme na mesma, mas ninguém acreditaria que algum polícia, mesmo sendo intepretado por Willis, conseguisse fazer tudo aquilo. Tinha de ser McClane, tinha de salvar o país, tinha de dizer Yippie-ki-yay. Será que um cinquentão consegue fazer tudo isso? Até conseguiria se não estivesse a lutar contra os mais perigosos criminosos de sempre, os informáticos. Atacam remotamente, velozmente, desaparecem sem deixar rasto. Apenas os da sua espécie os conseguem localizar. Por isso é que o herói não vai dispensar uma mãozinha do seu protegido para enfrentar o crime e provar que ainda é o melhor. Não é que ele queira, mas não existe mais ninguém.

O argumento tem imprecisões, o sistema informático americano pode ter algumas falhas mas nada tão perigoso como o apresentado aqui. É uma obra de ficção e tinha de ser facilitado tanto o golpe como a sua descoberta por isso alguns exageros são perdoados. Os mercenários são uma das manchas do filme, a sua elasticidade sobre-humana e resistência quase superior à do herói eram desnecessárias, o realizador ainda devia estar a pensar no filme anterior.
Dezenas de explosões, centenas de veículos destruídos - carros, camiões, helicópteros e aviões, nada que tivesse motor escapou – milhares de tiros e uma dúzia de lutas corpo-a-corpo completam o quadro. Especialmente nos últimos três quartos de hora o humor tem um papel fundamental por manter os espectadores presos mais de duas horas. O grande herói Bruce Willis sai ainda mais ovacionado pelos fãs dos seus filmes de acção e o ainda pouco conhecido Justin Long consegue um novo empurrão na sua escalada para a fama. Mary Elizabeth Winstead teve a sorte de conseguir o papel de Lucy McClane e apesar de só estar meia hora no filme é uma das personagens preferidas. Mark Bomback e David Marconi, argumentistas do episódio, estão de parabéns pelo papel que lhe deram. Entre os secundários destaco Kevin Smith, o realizador/actor tem estado presente em filmes regularmente e encaixou às mil maravilhas na personagem.

O resto do filme é apenas um blockbuster de acção, mas até isso é perdoado quando o lado cómico se acentua. Por enquanto é o melhor blockbuster do verão. Nada mau para um realizador e dois argumentistas curiosamente todos na sua terceira experiència cinrematográfica em funções.






Título Original: "Live Free or Die Hard" (EUA, 2007)
Realização: Len Wiseman
Argumento: Mark Bomback e David Marconi
Intérpretes: Bruce Willis, Timothy Olyphant, Justin Long, Mary Elizabeth Winstead, Maggie Q
Fotografia: Simon Duggan
Música: Marco Beltrami
Género: Acção / Thriller
Duração: 130 min.
Sítio Oficial: http://www.livefreeordiehard.com/

1 comentários:

Bruno Ramalho disse...

Também estive lá no UCI na ante-estreia!!! Muito divertido!! McClane no seu melhor... o humor sempre presente a fazer soltar muitas gargalhadas... até a filha fez soltar gargalhadas.. ehehe Uns momentos bem intensos de acção.. as cenas do túnel, fantásticas!! De resto, é como dizes, é ficção, não pensemos demasiado na trama... é um blockbuster!! Divirtam-se!!! :D