Filme com honras de encerramento no Fantasporto, com um prémio trazido de Cannes, um elenco ofuscado por Sean Penn e com música - além de uma breve aparição - de David Byrne, é curioso que chegue para convencer o espectador regular de cinema. O conteúdo desde “This Must Be the Place” é que pode não ser assim tão normal.
Uma excêntrica estrela rock na reforma vai passando os seus dias normalmente, comendo fora e indo as compras. Um detalhe curioso é que nunca conseguiu realmente deixar de viver o alter-ego Cheyenne que criou para o mundo da música. No momento em que o pai morre, decide partir para completar a missão que ficou a meio: a localização e eliminação do guarda prisional que atormentou a vida do pai desde o campo de Auschvitz até ao seu último suspiro.
Cheyenne é uma personagem única. Além do visual, tem uma irritante forma monocórdica de falar, tem uma forma muito peculiar de ver o mundo e tem algumas fobias que vão surpreender. Nesta road trip em que parte pela América profunda terá muito a aprender, mas também a ensinar a todos aqueles com quem se cruza. Essa busca pelo pesadelo do pai torna-se numa busca pela própria identidade e uma libertação dos fantasmas que o perseguiam na Irlanda.
O conceito de estrela rock com problemas existenciais não é novo no cinema. O que este filme tem de novo é o toque humorístico de essa exuberante e vistosa lenda de há vinte anos conseguir passar despercebida e anónima nos sítios por onde viaja. Se logo de início a excentricidade da personagem e a carga dramática desmesurada tornam o filme um pouco estranho, quando somos presenteados com um concerto em plano-sequência o arrebatamento é tal que os oitenta minutos que faltam de filme passam mais depressa do que a meia hora anterior. Continua a ser desconfortável, indigesto e muito negro, mas isso não o impede de ser por vezes simplesmente belo. Sean Penn faz o filme praticamente só e mesmo não sendo dos seus melhores papéis, é aquele onde a metamorfose é mais poderosa. Penn está preso em Cheyenne de tal forma que nem quando tira a maquilhagem se reconhece o actor que vemos há trinta anos.Para terminar, voltam a presentear-nos com a música que já antes teimava em não sair da cabeça. Esse golpe de génio final faz com se saia a pensar que acabamos de ver um filme alegre, mesmo que no fundo a sensação seja oposta.
Uma excêntrica estrela rock na reforma vai passando os seus dias normalmente, comendo fora e indo as compras. Um detalhe curioso é que nunca conseguiu realmente deixar de viver o alter-ego Cheyenne que criou para o mundo da música. No momento em que o pai morre, decide partir para completar a missão que ficou a meio: a localização e eliminação do guarda prisional que atormentou a vida do pai desde o campo de Auschvitz até ao seu último suspiro.
Cheyenne é uma personagem única. Além do visual, tem uma irritante forma monocórdica de falar, tem uma forma muito peculiar de ver o mundo e tem algumas fobias que vão surpreender. Nesta road trip em que parte pela América profunda terá muito a aprender, mas também a ensinar a todos aqueles com quem se cruza. Essa busca pelo pesadelo do pai torna-se numa busca pela própria identidade e uma libertação dos fantasmas que o perseguiam na Irlanda.
O conceito de estrela rock com problemas existenciais não é novo no cinema. O que este filme tem de novo é o toque humorístico de essa exuberante e vistosa lenda de há vinte anos conseguir passar despercebida e anónima nos sítios por onde viaja. Se logo de início a excentricidade da personagem e a carga dramática desmesurada tornam o filme um pouco estranho, quando somos presenteados com um concerto em plano-sequência o arrebatamento é tal que os oitenta minutos que faltam de filme passam mais depressa do que a meia hora anterior. Continua a ser desconfortável, indigesto e muito negro, mas isso não o impede de ser por vezes simplesmente belo.
Título Original: "This Must Be the Place" (França, Irlanda, Itália, 2011) Realização: Paolo Sorrentino Argumento: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello Intérpretes: Sean Penn, Frances McDormand, Judd Hirsch, Kerry Condon, Eve Hewson Música: David Byrne, Will Oldham Fotografia: Luca Bigazzi Género: Drama Duração: 118 min. Sítio Oficial: http://www.kittokoko.com/ |
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