10 de março de 2004

O Fantasporto 2005



FANTASPORTO 2005




Chegou há momentos um comunicado bastante interessante da Cinema Novo relativo à próxima edição do Fantas, quando centenas de pessoas agoiravam o final do maior evento cultural nacional, eis que contra todas as expectativas o governo finalmente se decide a apoiar o festival. Uma semana depois do término da 24ª edição já a próxima está em andamento, aqui está o que foi anunciado.


O total empenhamento do Estado Português anunciado pelo Ministro da Presidência, Dr. Morais Sarmento, na Sessão de Encerramento da recém-terminada 24ªedição do Fantasporto, na presença do Secretário de Estado da Cultura e dos três elementos que compoem a Direcção do ICAM (Instituto do Cinema e do Audiovisual) foi de facto um dos momentos mais altos do certame e resposta clara do Estado à necessidade de se transformar o Festival Internacional de Cinema do Porto, de uma vez por todas, num evento de grande escala na area da Cultura, neste Portugal que olha demasiamente para o que se faz lá por fora esquecendo-se por exemplo do exemplar trabalho desenvolvido ao longo deste últimos 24 anos pela Cinema Novo CRL como estrutura de promoção e de divulgação do cinema em Portugal. Este apoio do Estado, que corresponderá a cerca de 1/3 do orçamento global do evento, não se traduz exclusivamente na atribuição de um apoio financeiro extraordinário de trezentos mil Euros numa fase em que o Fantas prepara a celebração das Bodas de Prata, implica igualmente o ICEP no lançamento do Festival no estrangeiro e na defesa da imagem de Portugal junto dos estrangeiros que nos visitam cada ano e ainda numa participação activa da RTP de forma a aque mediaticamente o Fantasporto possa ombrear com outros eventos de importancia estrtatégica nacional para a promoção da imagem de Portugal no Estrangeiro.

Olhar para o Fantasporto como uma ponta de lança do Turismo Cultural Português em todo o Mundo é algo evidente aos olhos de todos. Quer o Estado, quer a Câmara do Porto – com a qual o Fantasporto vai realizar um protocolo de apoio e de financiamento para três anos - têm nas suas mãos um poder decisório de apostar em projectos de excelência como é o Festival Internacional do Cinema do Porto de forma a dar visibilidade e prestígio à cidade e ao país.

Até agora Portugal só tem dado atenção à promoção do sol, da praia e da relva, seja ela para jogar golfe ou futebol. Mas o impacto mediático deste Fantas, quer em Portugal, quer no estrangeiro – em particular em Espanha, Grã-Bretanha, nos Estados Unidos, em toda a Ásia e até na Oceania - sendo o resultado de um trabalho de 24 anos, é também, só por si, um potencial que tem de ser aproveitado urgentemente pelo Estado e pela Autarquia portuense, para atrair ao país e à cidade milhares de turistas que procuram esse turismo de qualidade que passa pelo realização de eventos culturais regulares de grande impacto.

O Fantasporto já não é de quem o organiza. É de todos nós. Temos de lhe proporcionar condições condignas para poder continuar a desenvolver o trabalho que tem sido feito e ainda incrementar essas condições, de forma a que possa, como ícone de uma cidade, ser pólo aglutinador de cinéfilos e turismo

Haja vontade esta vontade politica manifestada para levar a cabo esta tarefa que nós, Cinema Novo/Fantasporto, assumiremos com profissionalismo, tendo como parceiros os nossos actuais patrocinadores e outros que se venham a associar, a garantia dos resultados a que todos nos propomos.

O FANTASPORTO é considerado, inequivocamente por todos os meios, o maior Festival Português e um dos mais importantes da Europa, sendo ainda considerado o líder mundial na área do Cinema Fantástico. O Fantasporto é presidente da Direcção da Federação Europeia de Festivais de Cinema Fantástico e membro fundador da Coordenação dos Festivais Europeus associação que engloba todos os certames que contam com o apoio da Comissão de Cultura da UE. Considerado pelo Ministério da Cultura como “Iniciativa de Manifesto Interesse Cultural” e é medalha de mérito (ouro) da Câmara Municipal do Porto. O certame é organizado pela Cooperativa Cinema Novo, entidade considerada pelo Governo Português como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública.

Ainda recentemente o ICEP considerou o Fantasporto como uma das cem marcas mais prestigiadas em Portugal e “na qual vale a pena investir”, sendo a única referida no estudo na área cultural.

Objectivos MANTÊM-SE
O Fantasporto mantem os seus objectivos de sempre:
- Dignificar o cinema, o audiovisual em geral e em particular o cinema português, através de uma manifestação de prestígio.
- Alargar o critério de “qualidade” do espectador tradicional de cinema.
- Dar lugar de destaque aos filmes de pequeno e médio orçamento.
- Incentivar a produção audiovisual de qualidade e em particular a de temática fantástica.
- Incentivar a produção e a divulgação do cinema português e europeu.


O programa provisório para 2005

Perspectiva-se para 2005 a realização de várias Retrospectivas: Cinema Indiano com destaque para o chamado cinema musical da década de 60/70 (Bollywood) e para o realizador Satyajit Ray; os realizadores “descobertos” pelo Fantasporto para Portugal; 25 Anos de Fantasporto, com filmes marcantes e vencedores de prémios ao longo dos anos; Cinema Australiano Século XXI; Christopher Lee – um Rosto do Fantástico; e ainda uma retrospectiva dedicada a um realizador francês (por confirmar -Bertrand Tavernier).

Para além das Secções Competitivas Cinema Fantástico, Semana dos Realizadores e Orient Express, a secção oficial não-competitiva “Première & Panorama” pretende ser o “espelho” da mais recente produção mundial.

Um dos factores mais relevantes do FANTASPORTO desde a sua criação foi a inscrição de filmes por algumas das mais importantes produtoras mundiais, como é o caso da 20TH CENTURY FOX, MGM, BUENA VISTA, WALT DISNEY, WARNER, COLUMBIA, UIP, NEW LINE, SONY e PARAMOUNT CLASSICS entre outras. Isso deve-se aos bons contactos havidos em festivais e mercados de cinema internacionais e reflectem o interesse que vem despertando internacionalmente um Festival como o FANTASPORTO.

Colóquios, debates, apresentações de livros e de discos, mesas-redondas e conferências de imprensa diversas estão igualmente previstas. Também estão previstos alguns CONCURSOS de que resultará, por exemplo, uma exposição de ARTES PLÁSTICAS do Fantástico tendo por base a realização de um concurso realizado a nível nacional; um Concurso de CURTA METRAGENS Fantástica com filmes com duração até 5 minutos; e de um novo Concurso de CONTOS de temática Fantástica.

A música, através de concertos diversos, estará presente durante o período do festival. A abertura do certame deverá realizar-se na CASA DA MÚSICA com a Orquestra Sinfónica do Porto.

Serão feitas FEIRAS DO LIVRO DE CINEMA, DO DVD e ainda um LEILÃO DE ARTES PLÁSTICAS



Funcionamento em diversas salas

O GRANDE AUDITÓRIO DO TEATRO RIVOLI apresentará os filmes a concurso e uma secção de antestreias, O PEQUENO AUDITÓRIO DO TEATRO RIVOLI complementará as secções competitivas do Festival e exibirá parte da secção retrospectiva.

Eventualmente o TEATRO DE CARLOS ALBERTO e o CINEMA BATALHA antecipará as projecções das secções competitivas do Festival e incluirá um sector de Panorama dos Filmes do Mundo. Sectores especiais e retrospectivos integrarão o programa das salas de um multiplex do Grande Porto, e no Teatro Sá da Bandeira realizar-se-á a Festa de Encerramento do Festival. Está igualmente prevista a realização de um programa especial Noites de Cinema & Música no Pavilhão Rosa Mota bem como a criação de salas de visionamento em suporte digital na Praça D. João I.



O texto continua com a habitual lista de grandes nomes do cinema que se deram a conhecer no Fantasporto.



Pessoalmente considero como detalhes mais importantes a descentralização cada vez maior do festival, incluindo a utilização da Casa do Música (já há bastantes anos que não a Orquestra não actuava na abertura do festival) e do Pavilhão Rosa Mota, assim como a utilização da Praça D.João I, tantas vezes vista por quem está no Rivoli como um óptimo espaço para prolongar o festival. O regresso ao ANCA, agora com o nome TECA, é sem margem para dúvidas o que tem maior valor simbólico para os espectadores históricos do festival.

O festival há muitos anos que abandonou aquela faceta de cinema apenas do fantástico mas para o ano voltará em força com secções não cinematográficas dedicadas ao bom cinema fantástico.

O único comentário que posso fazer é: PORQUE FALTA AINDA UM ANO?!?!


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