21 de outubro de 2004

"Exorcist: The Beginning" por Nuno Reis



Está nas salas o mais recente trabalho de Shyamalan mas sem dúvida que o título de terror que mais sobressai hoje é "Exorcist: The Beginning", a prequela de um dos títulos que definiu o género do terror.

A história do filme conta-nos a vida do Padre Merrin em 1949, quando a Segunda Guerra ainda era um pesadelo bem real para muitos e África era ainda sinónimo de mistério e segredo.
Lancaster Merrin tinha abandonado a sua profissão por ter perdido a fé durante a Guerra, por razões que bem comprendemos ao ver o filme. A sua fama como arqueólogo de artigos religiosos leva-o a investigar uma igreja do século V encontrada pelos ingleses num continente onde a religião teoricamente ainda não tinha chegado. Aí depara-se com vários acontecimentos como hienas que despedaçam brutalmente uma criança ignorando o seu irmão, um arqueólogo enlouquecido, e vários homens doentes e desaparecidos. O missionário escolhido para o auxiliar não sabe nada acerca da igreja e a médica da aldeia não compreende o que se passa pois a ciência não tem respostas para o que querem saber. Merrin terá de descobrir a verdade antes que a história se repita e a morte reine.

Stellan Skarsgård tem neste filme um dos melhores papeis da sua grande carreira, como Lancaster Merrin. Izabella Scorupco abandonou de vez a imagem de Bond Girl criada em "GoldenEye" surgindo como a médica Sarah, uma mulher que simboliza civilização na aldeia.
Os secundários James D'Arcy, Remy Sweeney e Andrew French estão bem, especialmente o jovem Sweeney que é a criança possuída neste filme.

A reviravolta dada ao argumento destrói uma história banal bem feita e torna-a num filme muito mais assutador e exigente visualmente mas inconsistente. Em termos gráficos a única falha a apontar são os animais computadorizados que são uma desgraça e não representam verdadeiramente a tecnologia disponível para o filme.

Em termos de cinema de terror está bom, não sendo tão poderoso como o original mas possivelmente mais duradouro (o primeiro já provoca risos). O terror religioso está em grande e apesar de a exorcização ser em inglês em vez do latim esperado, vemos Skarsgård num papel exigente a nível físico e mental que desempenha com destreza.

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